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05/04/2022 13:50 Projeto de Suinocultura - SISCAL - ETEC

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Projeto de Suinocultura - SISCAL
 
Por Jail Darlan Ramos Nei e Fernando Hax
 
Apresentação
Criada em 1964, a Escola Técnica Estadual Canguçu (ETEC) surgiu como Escola Técnica de Comércio José
Bonifácio. Em 1974, é criada a primeira turma do Curso Técnico em Agricultura. Hoje a escola possui, ao todo,
cinco cursos: ensino Médio, Ensino Médio Politécnico, Técnico em Contabilidade, Técnico em Agricultura,
Técnico em Agricultura Integrado que totalizam hoje, 700 alunos, 52 professores e 20 funcionários. Dentro do
Curso Técnico em Agricultura em suas diferentes modalidades, busca-se utilizar o trabalho como princípio
educativo e este são estruturados através de diversos projetos desenvolvidos pelos professores do curso.

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Em 2013 a ETEC iniciou seu projeto de Sistema de Criação de Suínos ao Ar Livre (SISCAL) como forma de
adequar seu Projeto Didático-Experimental de Suinocultura a proposta da Secretária Estadual de Educação de
promover a Transição Agroecológica das Escolas Técnicas Agrícolas. O SISCAL é uma importante atividade
agropecuária que pode se apresentar como uma alternativa para a diversificação da produção dos agricultores
familiares, especialmente em regiões como a de Canguçu, que possui produção centrada no monocultivo do
tabaco. Com uma atividade focada na produção de suínos ao ar livrese observa grandes vantagens para o
agricultor, conforme apontadas abaixo:
Geração de Renda durante o ano;
Transformação de produtos, como mandioca e batata-doce utilizadas como ração representam agregação de
valor através da produção de carne e banha; e
Utilização de resíduos como adubos orgânicos.
O SISCAL avança na sustentabilidade econômica, social e ambiental, apresentando uma produção que pode
verdadeiramente integrar uma propriedade, reduzir a utilização de agrotóxicos e medicamentos preventivos,
contribuindo para o abastecimento dos mercados urbanos, de preferência atendendo também a demanda de
consumidores que buscam produtos com menor teor ou ausência de resíduos de agrotóxicos.
Conciliando a proposta da disciplina de Suinocultura com as diretrizes do Curso Técnico em Agricultura,
percebeu-se que a produção no sistema SISCAL constituiria um projeto interessante para ser trabalhado pela
ETEC. Assim foi adaptado o Projeto Didático-Experimental de Suinocultura das instalações projetadas pelo
professor responsável, e passou-se a manejar o cachaço Duroc e as matrizes Large White e Landrace dentro
deste sistema.
 
Contextualização
Canguçu é um município que de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
possui população de 53.259 habitantes, dos quais 39,77% se concentram na zona urbana e 60,23% na zona
rural[1]. Situado na Mesorregião Sudeste do Rio Grande do Sul, Microrregião de Pelotas, o município se insere
dentro do Conselho Regional de Desenvolvimento da Região Sul (COREDE-Sul) e se encontra dentro do
Território da Cidadania da Zona Sul do RS, o qual faz parte de um programa do Governo Federal que visa à
redução das desigualdades sociais, a superação da pobreza rural e a promoção de um desenvolvimento
harmonioso e sustentável[2]. O município possui um PIB de 577 milhões de reais, dos quais cerca de 145
milhões são oriundos da produção agropecuária[3]. Isso corresponde aos 49,93% adicionados ao Valor
Adicionado Bruto no município de Canguçu.
O município de Canguçu se destaca dentro da área de atuação do COREDE-Sul pelo maior número de
estabelecimentos rurais, considerado com maior número de minifúndios da América Latina. Em 2006, ano do
último Censo Agropecuário do IBGE, o número de estabelecimentos no município estava em 9.881 e a área em
278.489 hectares, propriedades com a área média de 28,18 hectares[4].
O Rio Grande do Sul possui uma tradição fortemente enraizada na criação animal, e Canguçu compartilha deste
traço. As áreas destinadas a pastagens concentram 122.740 hectares divididos em 7.842 estabelecimentos
rurais. As florestas e matas são encontradas em 7.508 estabelecimentos e perfazem 52.410 hectares. Embora
possua rebanhos expressivos, de bovinos e ovinos, é na criação de suínos, realizada em 5.741 estabelecimentos
com 40.506 animais, que o município se destaca, sendo que possui a primeira posição em número de suínos da
região sul do RS.
Grande parte destes suínos é criado em sistema intensivo convencional devido as virtudes desta criação
destacadas por pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves e extensionistas da Emater-RS[5] que apontam a
criação intensiva em pequenas áreas como o ponto fundamental da ampliação desta atividade em propriedades
familiares de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Neste sentido, eles apontam que o Sistema de Criação de
Suínos ao Ar Livre (SISCAL) como uma alternativa técnica e economicamente viável de criação de suínos em
pequenas propriedades.
Originado na Europa na década de 1950, o SISCAL, chegando no Brasil na década de 1980 e carecteriza-se por
basicamente manter os animais em piquetes, com boa cobertura vegetal, nas fases críticas da criação
(reprodução, maternidade e creche), com cercas eletrificadas até a fase final da criação, que é realizada em
sistema confinado.
 
Instalações e Equipamentos
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As instalações e os equipamentos necessários para implantação do Siscal basicamente são: cabanas, cercas,
comedouros, bebedouros, sombras, depósito de ração, bretes de contenção e rede hidráulica. A seguir segue a
descrição de cada instalação e os materiais utilizados.
 
2.1.          Cabana de Maternidade
Seu principal objetivo é abrigar as matrizes das condições adversas além de servir de alojamento para a fêmea e
leitões até o desmame. No projeto SISCAL da ETEC optou-se por confeccionar as cabanas do tipo chalé de
madeira, devido ao custo.
 

Figura 1: Cabana de Maternidade do Projeto SISCAL-ETEC (RAMOS NEI, 2013)


 
2.2.          Cabana de Creche
Após o desmame dos leitões, ele devem ser levado a uma Cabana de Creche  onde
permaneceram até estar com o peso ideal para a fase de terminação. No projeto SISCAL
da ETEC optou-se por confeccionar as cabanas do tipo chalé de madeira, devido ao custo.
 

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Figura 2: Cabana de Creche do Projeto SISCAL-ETEC (RAMOS NEI, 2013)
 
2.3.          Bebedouros
Seu principal objetivo é fornecer água a vontade aos animais no piquete. No projeto
SISCAL da ETEC optou-se por confeccionar bebedouros de concreto, coberto com
azulejos.
 

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Figura 3: Bebedouro do Projeto SISCAL-ETEC (RAMOS NEI, 2013)


 
2.4.          Comedouros
Seu principal objetivo é servir para o fornecimento de ração na creche e na maternidade
aos animais no piquete. No projeto SISCAL da ETEC optou-se por confeccionar
comedouros a partir de um tonal de 240 litros modificado.
 

Figura 4: Comedouro do Projeto SISCAL-ETEC (RAMOS NEI, 2013)


 

3.      Considerações sobre a instalação do SISCAL


O sistema SISCAL depende basicamente de manejo adequado às especificidades do sistema para seu sucesso.
Para isso é fundamental termos instalações e mão-de-obra adequadas a esse sistema. Ao manejar os animais
dentro do SISCAL, além de promover o bem-estar dos animais ao coloca-los em um ambiente livre e natural,
onde expressão todo seu potencia permite a exploração da suinocultura sem agredir o meio ambiente, reduzindo
a carga de dejetos a serem manejados devido à criação.
Dois fatores devem ser levados em consideração na implantação do SISCAL: escolha da área e a cobertura
vegetal. A topografia deve ser levemente inclinada, sem ultrapassar os 20% de declividade. Boa drenagem e
evitar terrenos úmidos e pedregosos é essencial para garantir uma melhor adaptação e desenvolvimento dos
suínos no piquete. Deve-se considerar seriamente o tamanho da criação, lotação, regime hídrico e direção e
predomínio dos ventos ao implantar-se o sistema.
Dalla Costa aponta a cobertura vegetal, como um dos principais fatores envolvidos no equilíbrio do meio-
ambiente por proteger o solo do impacto das gotas da chuva, dos raios solares e do pisoteio animal, entre outros
fatores. Assim é necessário manter a área do SISCAL com uma boa cobertura vegetal durante todo o ano.
Suínos mantém o habito de seguir trilhas, por isso as áreas mais visitadas por eles (bebedouros, comedouros,
cabanas e sombras) são onde eles mais transitam e portanto as áreas mais degradadas no sistema. Para evitar
essa degradação é indicado pela Embrapa Suínos e Aves que se utilizem forrageiras de grande produção de
massa verde para manter a cobertura vegetal, em função do pisoteio contínuo dos suínos.
Quanto a cobertura vegetal, um cuidado é evitar a presença de plantas tóxicas ao suíno como Mio-Mio
(Baccharis coridifolia, Família Asteraceae), Samambaia (Pteridium aquilinum Família Dennstaedtiaceae),

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Fedegoso (Senna occidentalis, Família Caesalpinioideae)e Timbó (Ateleia glazioviana, Família


Papilionoideae), pois estas podem provocar intoxicações nos animais, quando ingeridas pelos suínos.
Desde sua implantação, o Projeto SISCAL-ETEC vem obtendo bons resultados na criação dos suínos. A
adequação do sistema deve levar em considerações as condições locais, as necessidades do produtor e a escala
de produção, de forma a produzir de forma sustentável econômica e ambientalmente.
 
[1] BRASIL - IBGE. Cidades@. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?
codmun=430450. Acessado em: 16/04/2013.
[2] BRASIL - MDA. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável: Território da Cidadania
Zona Sul do Estado do Rio Grande do Sul. – Pelotas: Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, 2009.
[3] RIO GRANDE DO SUL - FEE. Dados Estatísticos de Canguçu. Disponível em:
  http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/resumo/pg_municipios_detalhe.php?municipio=Cangu%E7u.
Acessado em: 16/04/2013
[4] Brasil - IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário (2006); Pesquisa
Agrícola Municipal (PAM — 2009). Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acessado em: 16/04/2013.
[5] DALLA COSTA, Osmar Antônio; DIESEL, Roberto, LOPES; Elder Joel Coelho; NUNES, Romão da
Cunha; HOLDEFER, Carmo; COLOMBO, Simone. Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre –
SISCAL. BIPERS, ano 9, nº13 jun. 2002. 67 p. (Boletim Informativo. Pesquisa & Extensão). Publicação
conjunta do CNPSA e da EMATER/RS
 

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