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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONOMIA

O PENSAMENTO ECONOMICO DO ESTADO NOVO


PORTUGUÊS

Discente: Domingos António Barros Valente

Docente: Sócrates Justino João Manuel.


Luanda, 2021

Domingos António Barros Valente

O PENSAMENTO ECONOMICO DO ESTADO NOVO


PORTUGUÊS

Trabalho apresentado no
âmbito da licenciatura na
Faculdade de Economia,
como requisito de
avaliação na disciplina de
Historia Economica e
Social de Angola, sob
orientação do docente
Sócrates Justino João
Manuel.

Luanda, 2021
EPIGRAFE

“ Nenhum poder é capaz de deter a


determinacao de um povo porimido,
determinado a conquistar a sua liberdade”

Nelson Mandela
RESUMO

O presente trabalho de pesquisa que debruça-se sobre o tema " O Pensamento Economico do
Estado Novo Português" foi levado a cabo com o intuito de poder reunir um conjunto de
informações fidedignas de modo sistematico a fim de engrandecer a minha percepção sobre a
tematica já citada. É um trabalho de cariz historico-economico que teve como objectivo geral
explicar o pensamento economico vigente no antigo regime ditatorial português denominado
'Estado Novo'. Para o efeito desenrolou-se o tema em fases que permitiram uma investigação
clinica e eficiente. O trabalho encontra-se dividido em três suficientemente grandes capitulos
que separadamente refletem o alcance dos objectivos especificos e aglutinadamente sintetisam
o alcance do objectivo geral. No primeiro capitulo - O Advento do Estado Novo - encontra-se
demostrado uma breve historia de Portugal, desde a monarquia até os eventos que culminaram
com o golpe contra a monarquia e de que modo veio surgir a primeira republica portuguesa.
Ainda nele, pode-se observar o quão fragil essa republica se tornara e que dificuldades
enfrentou e como veio a desmoronar-se. Na parte final desse mesmo capitulo é apresentado o
agente principal pela constituição so Estado Novo e um resumo de bibliografico seu. Entretanto,
no segundo capitulo, conflrme o o tema - A interferencia do Estado Novo em Angola - procurei
demostrar as repercuções ou ações levadas a cabo por portugal, sob o dominio deste regime,
que influenciaram grandemente a colonia e posteriormente chamada provincia ultramarinha de
Portugal - Angola. O climax desse capitulo mostra de que modo veio a nascer os movimentos
que decidiram impor divorcio colonial entre Angola e a Republica portuguesa. E por fim, no
terceiro e ultimo capitulo encontra-se revelado os metodos, abordagem, tecnicas cientificas
utilizados para a elaboração, finalização e materialização desse trabalho. Eficientemente, os
objectivos atepadamente propostos mostraram-se ter sido alcançados.

Palavras-chaves: Estado Novo, Pensamento Economico, Monarquia, Economia


Abstract

The present research work that deals with the theme "The Economic Thought of the New
Portuguese State" was carried out in order to be able to gather a set of reliable information in a
systematic way in order to enhance my perception of the theme already cited. It is a work of a
historical-economic nature that had as its general objective to explain the economic thought
prevailing in the old Portuguese dictatorial regime called 'Estado Novo'. For this purpose, the
theme was developed in phases that allowed for a clinical and efficient investigation. The work
is divided into three sufficiently large chapters that separately reflect the scope of the specific
objectives and together synthesize the scope of the general objective. In the first chapter - The
Advent of the Estado Novo - a brief history of Portugal is shown, from the monarchy to the
events that culminated with the coup against the monarchy and how the first Portuguese
republic came about. Still in it, you can see how fragile this republic had become and what
difficulties it faced and how it came to collapse. In the final part of that same chapter, the main
agent for the constitution of the Estado Novo and a summary of his bibliography is presented.
However, in the second chapter, the theme came up - The interference of the Estado Novo in
Angola - I tried to demonstrate the repercussions or actions carried out by Portugal, under the
rule of this regime, which greatly influenced the colony and later called the overseas province
of Portugal - Angola. The climax of this chapter shows how the movements that decided to
impose colonial divorce between Angola and the Portuguese Republic came to be born. And
finally, in the third and last chapter, the methods, approach, scientific techniques used for the
elaboration, finalization and materialization of this work are revealed. Efficiently, the
objectives that were timely proposed were shown to have been achieved.

Keyword: Estado Novo, Economic Thought, Monarchy, Economy


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 61
CAPITULO I – O ADVENTO DO ESTADO NOVO ........................................................... 93
1.1 A Primeira Republica portuguesa .............................................9Erro! Indicador não definido.
1.1.1 A Republica e a Igreja ....................................................... 10Erro! Indicador não definido.
1.1.2 A Republica e as Interferencias Partidarias .................... 11Erro! Indicador não definido.
1.2 A Ditadura Militar e o Estado Novo ........................................ 13Erro! Indicador não definido.
1.3 O Percurso de Salazar ............................................................... 13Erro! Indicador não definido.
CAPITULO II - A INTERFERENCIA DO ESTADO NOVO EM ANGOLA ................... 916
2.1 Colonia ....................................................................................... 16Erro! Indicador não definido.
2.2 Movimento de Libertação ......................................................... 16Erro! Indicador não definido.
CAPITULO III – METODOGIA DE PESQUISA ................ 20Erro! Indicador não definido.
CONCLUSÃO .................................................................................................................... 2215
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 2317
INTRODUÇÃO

Já alguma vez o estimado leitor pretenciou em apresentar possiveis indicações sobre como a
máquina governamental deveria ver e solucionar os problemas da economia? É muito provavel
que isso, de facto, já tenha acontecido. Isso porque em sociedades abertas, como as que se têm
formado nas ultimas décadas, é comun encontrar individuos ou conjuntos deles que possuem
uma perspectiva original - e algumas vezes adversa - sobre como compreender e amortecer os
problemas de cariz economico que as sociedades veêm apresentando. A essa forma de olhar a
economia denominamos por Pensamento economico.

Brue (2005, p.7) sintetisa a importancia do estudo do pensamento economico das sociedades
dizendo que "tal estudo aprimora o entendimento do pensamento contemporanio".

O Estado Novo Português, como regime autocrata e corporativista na governação da Republica


Portuguesa entre 1933 à 1974, refletiu por meio da sua ação e da sua politica de governação o
seu juizo sobre como tratar as questões de caracter economico, social e politico. Tais politicas,
por sua vez, exerceram um forte impacto não somente na sociedade portuguesa, mas igualmente
na sociedade angolana, considerada provincia ultramarinha de Portugal na referida epoca.

Este trabalho academico está dividido em três capitulos que albergam todo conteudo textual
aprovado durante o processo de pesquisa. Sinteticamente, o primeiro capitulo visa a demostrar
o contexto em que o Estado Novo Português surgiu, os seus dogmas, as suas ações e o seu modo
de olhar a economia. No mesmo capitulo, é exibido os mais difundido modelos economicos com
os quais as sociedades resolvem as questões economicas e a contextualização desse assunto com
o tema de pesquisa. Por conseguinte, no segundo capitulo encontra-se apresentado as
repercursões que o Estado Novo causou no territorio angolano, até então colonia da republica
portuguesa. Ainda neste capitulo, é relembrado os esforços empreendidos por nacionalistas
angolanos visando verem-se livres do jugo colonial português que, até à epoca, estava sobre a
governação do chamado Estado Novo. No terceiro e ultimo capitulo, denominado Metodologia
de Pesquisa, dediquei-me a descriminar os processedimentos eficientes escolhidos e utilizados
por mim para a elaboração e materialização deste trabalho.

Para melhor direcionamento da pesquisa e distinção do contexto em que o tema de pesquisa


devesse ser desonvolvido, selecionei como problema de pesquisa o seguinte:

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Problema de Pesquisa

Que visão economica adoptou o Estado Novo Português após a sua formação?

Objectivos

Segundo Marconi e Lacatos(2003, p.156) "Toda pesquisa deve ter um objectivo determinado
para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar". Diante disso, Apresento como
objectivos os seguintes:

Objectivo Geral

• Explicar o pensamento economico vigente no Estado Novo Português.

Objectivos Especificos

• Investigar os acontecimentos que culminaram com o nascimento do Estado Novo;

• Analisar os mais difundidos Sistemas Economicos;

• Avaliar as repercursões que o pensamento economico do Estado Novo teve em Angola.

Justificativa

Achei ser importante pesquisar, aprender e abordar sobre o presente tema - O Pensamento
Economico do Estado Novo Português - por ser um assunto interessante, pois nos leva a viajar
em eventos já idos paralelos ao passado da nação angolana e que, por sua vez, têm um impacto
indirecto na actual realidade angolana. Um outro aspecto que defende a relevancia do presente
trabalho é o facto dele ter-se tornado um referencial teórico permanentemente disponível para

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uso próprio e para a comunidade académica, com maior enfase aos proximos discentes desta
academia.

Delimitação de Pesquisa

O trabalho que o estimado leitor tem em mãos aborda unicamente sobre a inclinação economica
do Estado Novo português e não um outro estado qualquer. Por conseguinte, as matérias
apresentadas cobrem preferencialmente o espaço temporal em que o estado novo existiu. Não
me propus a mensurar os resultados que a inclinação do Estado Novo teve no espaço territorial
português. Entretanto, a pesquisa apresenta de forma suicinta alguns acontimentos em Angola
que foram influenciados pela atitude do Estado Novo.

24
CAPITULO I – O ADVENTO DO ESTADO NOVO

Como não podia deixar de ser, o surgimento do Estado Novo como partido político autocrata
mostrou-se ser o resultado de uma sequencia de acontecimentos marcantes na Historia da
republica portuguesa. Este capitulo desenvolve sequencialmente os acontecimentos de maior
relevo que culminaram com o nascimento do Estado Novo.
Portugal foi um dos primeiros países da Europa a consolidar um governo forte, centralizado na
pessoa do rei. A mornaquia, como um sistema politico cetralizado na figura de um soberano,
vigorou em portugal entre 1143 á 1910. Este ultimo ano, foi marcado pela extinsão do governo
monarquico e pela adoção de ações que levaram a criação da primeira republica portuguesa, a
qual falaremos melhor mais adiante.
Os Monarcas ou Reis de Portugal eram membros da família real portuguesa. O Rei e os outros
membros dessa familia governavam soberanamente o Reino de Portugal. Entretanto, Após a
proclamação da República Portuguesa decretou-se a extinção da monarquia constitucional, e
Portugal deixou de ter um rei. O último Rei de Portugal, D. Manuel II, foi deposto por um golpe
de estado em 1910 e exilou-se no Reino Unido onde morreru, isso em 1932.
Foi neste cenario que veio a emergir a então chamada primeira republica portuguesa, acerca da
qual os proximos paragrafos dissertam.

1.1 A primeira republica portuguesa


A Primeira República portuguesa foi o sistema político vigente em Portugal que nasceu de forma
violenta após a queda da Monarquia Portuguesa, entre a revolução republicana de 5 de outubro
de 1910 e o golpe de 28 de maio de 1926, que deu origem à Ditadura Militar, mais tarde Ditadura
Nacional e posteriormente Estado Novo. Depois de um periodo de revoltas e instablidade
politica no Reino de portugal, a republica fora proclamada por José Relvas, na Câmara
Municipal de Lisboa. Posteriormente a isso, acho-se por bem ser nomeado um Governo
Provisório, presidido por membros do Partido Republicano Português( PRP).
Foi a primeira republica a se formar na Europa no seculo XX, porém, foi ela nasceu num periodo
muito dificil e recheiado de instabilidade politica na Europa devido a primeira guerra mundial
entre 1914 à 1918. Entretanto, a instabilidade e desordem eram aspectos caracteristicos dessa
recém e inesperiente republica. Conforme Martins (1998, p.70) contabiliza " quarenta e tal
governos, seis presidentes, eleições parlamentares em média de dois em dois anos, vinte e cinco
revoltas e motins".

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1.1.1 A Republica e a Igreja
A Primeira República foi marcada pelos constantes conflitos com a Igreja Católica, chegando
até sendo considerada como anticlerical. Os líderes da República eram secularistas e, na verdade,
estavam seguindo a tradição liberal de desestabilizar o poderoso papel que a Igreja Católica já
exerceu. Em 10 de outubro - cinco dias após a inauguração da República - o novo governo
decretou que todos os conventos, mosteiros e ordens religiosas seriam suprimidos. Todos os
moradores de instituições religiosas foram expulsos e seus bens confiscados. Os jesuítas foram
forçados a perder sua cidadania portuguesa.
Algo paralelo a isso, foi o que aconteceu na visinha Espanha que ao ver-se em dificuldades
divorciou-se do sistema monarquico. Parecia que o fracasso das nações ibéricas estavam sendo
associadas ao Monarquismo e a Igreja.
Por mais estranho que paressa, a abominação do novo governo em relação a igreja não findaram
com as ações acima citadas, posteriormente uma série de leis e decretos anticatólicos se
sucederam em rápida sucessão. Uma lei legalizando o divórcio foi aprovada por exemplo, e além
desta outras mais foram, Todas elas de autoria de Afonso Costa, o então ministro da justiça,
contudo, dentre as leis dessa natureza destaca-se a Lei da Separação do Estado das Igrejas
aprovada por decreto com força de lei, de 20 de Abril de 1911, tornando o Estado divorciado da
Igreja. Era induvidavelmente, uma demostração ostentosa do poder que havia conquistado.

1.1.2 A Republica e as interferencia partidarias


O Partido Republicano Português, organização politica que instigou o golpe contra a monarquia
e que herdou de sua revolução o poder, teve que suportar a sucessão de seus elementos mais
moderados, que formaram partidos republicanos conservadores, como o Partido Evolucionista
e a União Republicana. Apesar dessas divisões, o Partido Republicano Português liderado por
"Afonso Costa" preservou seu domínio, em grande parte devido a uma marca de políticas
clientelistas herdadas da monarquia. Em vista dessas táticas, várias forças da oposição
recorreram à violência para aproveitar os frutos do poder.
O Partido Republicano Português considerou a eclosão da Primeira Guerra Mundial como uma
oportunidade única para alcançar uma série de objetivos, dentrr eles; pôr fim às ameaças gémeas
de uma invasão espanhola de Portugal e da ocupação estrangeira das colónias e, no nível interno,
criar uma consenso nacional em torno do regime e até mesmo em torno do partido.Estes
objetivos domésticos não foram atingidos, uma vez que a participação no conflito não foi objeto
de um consenso nacional e, portanto, não serviu para mobilizar a população. Ocorreu

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exatamente o oposto: as linhas existentes de fratura política e ideológica foram aprofundadas
pela intervenção de Portugal na Primeira Guerra Mundial. A falta de consenso em torno da
intervenção de Portugal, por sua vez, tornou possível o surgimento de duas ditaduras, lideradas
pelo general Pimenta de Castro (janeiro-maio de 1915) e Sidónio Pais (dezembro de 1917 a
dezembro de 1918).
Sidónio Pais levou a cabo o resgate dos valores tradicionais, nomeadamente o da 'Pátria', e tentou
governar de forma carismática. A mudança foi feita para abolir partidos políticos tradicionais e
alterar o modo existente de representação nacional no Parlamento, através da criação de um
Senado corporativo, a fundação de um partido único (o Partido Nacional Republicano, não
oficialmente chamado de Partido Sidonista), e a atribuição de uma função mobilizadora ao Líder.
O Estado esculpiu para si um papel economicamente intervencionista, reprimindo, ao mesmo
tempo, os movimentos operários e os republicanos de esquerda

O vácuo de poder criado pelo assassinato de Sidónio Pais em 14 de dezembro de 1918 levou o
país a uma breve guerra civil. A restauração da monarquia foi proclamada no norte de Portugal,
como a Monarquia do Norte, em 19 de janeiro de 1919 e, quatro dias depois, uma insurreição
monarquista eclodiu em Lisboa. Um governo republicano de coligação, liderado por José Relvas,
coordenou a luta contra os monarquistas com unidades leais do exército e civis armados. Após
uma série de confrontos, os monarquistas foram definitivamente expulsos do Porto em 13 de
fevereiro de 1919. Esta vitória militar permitiu ao Partido Republicano Português retornar ao
governo e emergir triunfante das eleições realizadas no final daquele ano, tendo conquistado a
maioria absoluta.
Entretanto, devido a instablidade e a desorganizão, desenrolou-se um enxame de acontecimentos
que fragelizaram a primeira republica. As forças armadas, cuja consciência política cresceu
durante a guerra, e cujos líderes não perdoaram o Partido Republicano Português por enviá-los
para uma guerra que eles não queriam combater, parecia representar, para as forças
conservadoras, o último bastião de "ordem" contra o "caos" que estava dominando o país.
Ligações foram estabelecidas entre figuras conservadoras e oficiais militares, que acrescentaram
suas próprias demandas políticas e corporativas à já complexa equação. Óscar Carmona, que se
recusou a cumprir seus deveres e defendeu a absolvição de conspiradores golpistas.

A Revolução de 28 de maio de 1926 contra o último governo do Partido Republicano contou


com o apoio da maioria das unidades do exército e até da maioria dos partidos políticos. A

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população de Lisboa não se levantou para defender a República, deixando-a à mercê do exército.

1.2. A Ditadura Militar e o Estado Novo

Conforme abordamos na subsessão anterior, militares de tendência conservadora promoveram


um golpe de estado, em 1926, pondo fim à 1ª República. Assim começou um novo momento da
história portuguesa, caracterizado por uma ditadura militar, que durou até 1933, ano de fundação
do Estado Novo.
A Ditadura Militar teve início com a publicação, em 16 de Novembro de 1926, de um decreto
ditatorial que nomeou o general "Carmona" para presidente da República, interinamente. Após
a decomposição do parlamento, os militares ocuparam as posições principais nos órgãos de
governação.

Após a queda da primeira republica portugal entrou num capitulo duro de sua historia. Conforme
Rosas (1993, p.152) " A vitoria (de quem!?) de 28 de maio iria, assim apartir das primeiras horas
do golpe, abrir uma duríssuma e prolongada luta pela hemogenia do estado". Essa tal hemogenia
somente foi adquirida, claramente, sete ou oito anos depois atravez da institucionalização do
Estado novo. (ROSAS, 1993)

1.3. O Percurso de Salazar

António de Oliveira Salazar é pois, um nome que despensa apresentações. Para o Secretariado
da Propaganda Nacional (1942, p.319) "Salazar foi o principal artificio do regime politico
ditatorial que vigorou no país até 24 de abril 1974". Natural de Santa Comba Dão, seminarista
temporário em Viseu, Salazar formou-se em direito na Universidade de Coimbra em 1914 e aí
iniciou a sua carreira univercitaria ensinando economia politica e finanças - acrescenta a mesma
fonte.
O Secretariado da Propaganda Nacional (1942) afirma que Salazar nunca se fanifestou ser
adepto de uma escola especifica de pensamento economico, preferindo quase sempre soluções
ecléticas em que valorizava o pragmatismo e a exequibilidade de soluções.
Apartir do governo de Domingos de Oliveira a influencia de Salazar no ministério já é notavel,
porém, ainda longe de ser exclusiva principalmente na politica e em questões militares.

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Conforme aferido anteriormente, as pastas ministeriais do governo ditador português era
ocupado por militares( generais). O paîs estava passando por uma cituação economica
galopantemente dificil.
O general Sinel de Cordes, ministro das Finanças, defendia sem margem para dúvida um
empréstimo; por outro lado, um professor de Finanças da Universidade de Coimbra, António de
Oliveira Salazar, tinha uma posição diferente, defendendo que não era necessário recorrer a um
empréstimo externo para resolver a difícil situação financeira de Portugal. O empréstimo não
chega a ser feito pois as condições exigidas eram inaceitáveis (controlo internacional das
Finanças portuguesas pela Sociedade das Nações), e porque havia a percepção de que se
poderiam perder as colónias para o seu pagamento. O resultado final deste episódio é o pedido
de demissão de Sinel de Cordes, e o convite a Salazar para a pasta das Finanças.

Salazar assumiu a pasta das finanças, mas exigiu o controlo sobre as despesas e receitas de todos
os ministérios. Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e um rigoroso controlo de contas,
com aumentos enormes de impostos e criação de novos, adiamento de obras de fomento e
congelamento de salários, conseguindo um superavit, um "milagre" nas finanças públicas logo
no exercício económico de 1928-1929.

Segundo Rosas (1993, p. 179) "a entrada de Salazar como o ditador das finanças marca, na
realidade o inicio do curto, mas decisivo, período do onobus fascísta-salazarista para varrer os
republicanos conservadores da liderança do governo".
Apartir de finais de 1931, conforme Rosas (1993), começa-se a falar abertamente e
insistentemente na nomeação de Salazar para a presidencia do ministerio. Apesar de algumas
dificuldades subsistentes, o caminho estava aberto.

Desse modo estava criado as condições para o surgimento de uma governação com sangue novo
e ideias distintas do qual se esperaria exito. Para Rosas (1993, p.151) " o periodo entre 1926 à
1933 foi um dos mais agitados e politicamente complexo da hostoria do seculo XX(...) com o
aparecimento de um regime antiparlamentarista, anticomunista e corporativista". E, aliãs,
destinado a durar 41 anos.
Com a entrada em vigor da Nova Constituição em 11 de Abril de 1933, marca-se o nascimento
do Estado Novo, ou também chamado Segunda Republica Portuguesa.
O supremo sucesso de Salazar consistia em fazer das varias direitas uma direita e dessa forma

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permitir-lhe o controlo duravel do estado. Isso é, em consegui criar uma plataforma politica,
ideologica e institucional comum, em torno de um comprimisso constitucional.
Foi pela sua( a de Salazar) ação directa ou indirecta que a vida economica e social de portuguesa
foi se desenrolando durante um periodo de 41 anos

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CAPITULO II - A INTERFERENCIA DO ESTADO NOVO EM ANGOLA

Se estudarmos o periodo anterior a instauração do Estado Novo veremos que as leis


administrativas se sucediam sem lograf manter uma continuidade na administração colonial
(ROSAS 1993). Vemos o quanto elas eram contraditoria entre si, uma vez total ou parcialmente
feita de acordo com as necessidades coloniais mas imperfeitamente realizadas, ou simples meio
de eximir as colonias a uma politica errada mas, consequentemente tambem a direcção do poder
central. Ao contrario, vemos estas leis administrativas e a organização das colonias sair de um
fecundo principio de ordem nacional e serem mantidas com duradoura continuidade. Mantidas
e completas para sua total eficiencia por novos diplomas. São eles: O Estatuto Politico Civil e
Criminal dos Endiginas;

O Codigo Criminal do Trabalho dos Endiginas nas Colonias Portuguesas de Africa e o Estatuto
Judiciario das Colonias.

2.1. Colonia

No que toca a este conceito, Lara (2000, p.14) define esse conceito como " dominação imposta
por um poder politico exterior, exercido exclusivamente por um grupo étinico ou cultural sob o
signo de superioridade". Na mesma corrente de pensamento, Macedo (1998,p.133) defende que
" colonia é uma instalação organizada de estrangeiros em uma terra que não lhes pertence, de
modos a realizar determinadas e bem definidas funções comerciais, militares, administrativa ou
de intermediação"

O territorio angolano era até então colonia da Republica Portuguesa. Porém, no seculo XX,
atravez da lei n°18570 de 8 de junho de 1953 a designação "Colonias" foi mudada para
"provincias ultramarinhas" devido ao clima e a inclinação do pensamento mundial que, ao ver
de portugal desencorajava o uso do termo "Colonias".

2.2. Movimentos de libertação

Os partidos são organizações complexas de dificil definição. A sua hostoria encontra-se ligada
ao sufragio, ou seja, conforme afirma Pasquino (2002, p.153) " quando a politica mederna se

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configura em termos de participação eleitoral e alarga-se quando se torna competitiva e quando
os cargos de representação e de governo passam a ser atribuidos atravéz de consulta eleitoral".

Neste contexto, Conforme Costa (2010), vale a pena realçar que no Ocidente os partidos
politicos aparecem numnum quadro politico nacional estruturado, enquanto que em Africa eles
nascem nascem quase ao mesmo tempo que os seus respectivos estados. As dificuldades do
periodo colonial levam os movimentos de libertação, ou também chamados "movimentos de
emacipação" a refugiarem-se na clandestinidade. Fazendo com que alguns grupos politicos
ficassem como que inexistenyes durante todo o sistema colonial. Segundo Costa (2010, p.36) "
Em Africa o surgimento de partidos politicos é um fenomeno recente e esse tardio está ligado
ao sistema colonial".

No caso de Portugal, a descolonização, assim diz Jorge ( 1998, p.87 aprud Costa 2010, 46) " tal
como a deacolonização realizada por qualquer outra potencia foi o resultado de um processo
complexo que no caso de Angola conseguiu não estar na base de uma tragedia mas" continua o
mesmo autor " não foi possivel impedir de estar na base de um drama".

De acordo com Correia ( 1991, p.29 aprud Costa 2010, p.47) foi apenas em meados do " seculo
XX que Angola como, aliãs, toda a africa negra se despertou para a independencia" e deu inicio
ao processo de deacolonização.

Para compreender o drama politico angolano é preciso conhecer o cenario e os autores, o


ambiente politico angolano antes da independencia de Angola se pode ser eficazmente
compreendido se se proceder a analise de conjuntura politica, começando por apresentar uma
panoramica geral, a seguir, a perspectiva africana, de modo a sobressair os elementos mais
relevantes.

Mas os governantes portugueses pareciam não se aperceber da tragedia que se avisinhava para
o futuro politico dos territorios pelo quais eram responsaveis, o que conduziu ao izolamento
diplomatico do país. O Regime ditatorial vigente em Portugal nessa epoca, conforme Costa
(2010, p.62) "[...] não aceitava posições diferentes, Portugal não tinha uma politica de promoção
a descolonização".

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Além das pressões internacionais, o Estado Novo também tinha que enfrentar pressões e
constetações internas a respeito de suas colonias. Isso, por sua vez, levou Portuagal a
empreender uma esforço no sentido de desenvolver o territorio de Angola.

Entretanto, apesar dos esforços que se foram desenvolvendo nos espaços urbanos de Angola,
isso não empidiu que nascessem os pequenos grupos que contestavam as politicas do Regime
Ditatorial portugues e, com o evoluir do tempo e da situação, esses grupos transformaram-se em
movimentos que posteriormente vieram a reenvidicar a indepencia de Angola à Portugal.

Não obstante terem sido varios os movimentos de libertação; três assumiram maior
protagonismo:

A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA);

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA);

A União Nacional para a Independencia Total de Angola ( UNITA).

Na sequencia do derrube do governo em Portugal, o processo de descolonização de Angola,


assim como em outras provincias ultramarinhas, acelerou-se após o golpe de Estado ou
Revolução de Lisboa - o 25 de Abril de 1974 (ARRIAGA 1987, p. 39 aprud COSTA 2010, p.)

O governo provisorio portugues iniciou a negociação com os 3 principais movimentos de


libertação angolanos para o periodo de tranzição do poder e do proceso de implantação de un
regime democratico. Os três movimentos de libertação declararam-se prontos para iniciar na
data prevista, as negociações com o governo português na cimeira que se realizou em em
portugal, no Alvor.

Entretanto, Segundo Pinto (2005, p.152 aprud Costa 2010, p.62) " Angola transformou-se
naquele que seria o caso mais problematico, apesar da tranquilidade con que a colonia viveu o
periodo ao 25 de Abril".

Para Lazitch e Rigoulot( 1988, p. 41 aprud Costa 2010, p. 62) as " diferenças geograficas,
etnicas, taticas e estrategicas, politicas e diplomaticas que opõem o MPLA [a] FNLA e depois
a UNiTA [...] as discordias internas [...] tornaran a aliança dificil". Essas diferenças dividiram o
país, levando-o a uma guerra civil.

24
Portanto, nos importa apenas lembrar que o Regime ditatorial do Estado novo morreu com o
golpe de estado empreendido em 25 de Abril de 1974. Por conseguinte, esse infraquecer da
potencia colonial portuguesa abriu oportunidade para Angola livrar-se do jugo colonial que
carregava a seculos. Angola, formalmente, livro-se desse jugo ao proclamar a independencia em
11 de novembro de 1975. Conforme Costa (2010, p. 63) " O capitulo da luta contra a potencia
colonial encontrava-se encetrado".

24
CAPITULO III – METODOGIA DE PESQUISA

Neste capitulo, ocupei-me em detalhar os metodos ou caminhos adoptados para a elaboração e


materialização do trabalho a fim dele atender os criterios exigidos em todo e qualquer trabalho
ciêntico.

A metodologia está directamente relacionada com o problema a ser estudado e a sua escolha
depende, geralmente, de varios factores relacionados com a pesquisa, o objecto de pesquisa,
recursos disponiveis e outros elementos.(Marconi e Lakatos, 2003)

Segundo Marconi e Lakatos(2003, p.83) "O método é um conjunto de actividades sistematicas


que com a maior segurança e economia permite alcançar o objectivo - conhecimentos válidos e
verdadeiros".

Entretanto, segundo Gil (2002, p.162) "para analisar os factos do ponto de vista empírico, para
confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessario traçar um modelo
conceitual e operativo de pesquisa".

Em concordancia com o fio logico dos autores supracitados, fiz deste trabalho uma pesquisa
bibliografica, pmaterializados

Gil (2002, p.162) " a pesquisa bibliografica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituido principalmente de livros e artigos cientificos'. A escolha desse procedimento está de
acordo com o tema de pesquisa e com os objectivos inicialmente propostos.

Entretanto, vale também realçar que, quanto a abordagem, essa pesquisa é qualitativa, pois essa
abordagem qualitativa visa, não somente estudar a aparencia do objecto em estudo, mas também
dar uma intuição sobre suas origens caracteristicas.

Quanto aos objectivos, essa pesquisa é exploratoria. Assim como Gil (2002) defende, pode se
dizer que a pesquisa exploratoria têm como objectivo o aprimoramento de ideias; e é exatamente
isso que se pretendeu, explorar informações acerca do meu objecto de estudo - O Estado Novo.

Segundo Marconi e Lacatos (2003, 234) “Os trabalhos cientificos devem ser elaborados com
normas reestablecidas e com os fins a que se destinam”

24
A escolha desses parametros metodologicos contribuiram fulcralmente para o alcance dos
objectivos antepadamente propostos e dos resultados já agora materializados. Ficando
claramente visivel que a escolha dos mesmos foi certa.

24
CONCLUSÃO

Apos um periodo de coleta de dados e infrmações, organização analise e sintetização das


mesmas, pude compreender, ou seja, concluir que o Estado Novo Português como regime
autoritario, antiparlamentar e corporativista mostrou o seu pensamento economico atravez das
politicas que veio tomando durante o seu periodo de existencia. Por conseguinte, tais politicas
afetaram não somente a republica portuguesa mas também a então provincia ultramarinha
portuguesa - Angola. Ele[ Estado Novo] surgiu no contexto de instabilidadd politica e
economica em Portugal, sucedendo a então fracassada premeira republica e tendo uma
performence melhor no ambito economico e administrativo que o governo cessante. Pude ver
que Salazar foi a peça fundamental para a construção da ideologia pregadas pelo regime
ditatorial. Apesar de seu poderio, Portugal - ainda sob o controlo do Estado Novo - não
conseguiu deter a determinação do povo angolano em alcançar a independencia.

Os objectivos relacionados a este trabalho foram alcançados e a problematica foi eficientemente


desvendada por ocasião das descobertas feitas durante a elaboração, concretização e
materialização deste trabalho

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