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EXTRAORDINÁRIOS: COMPETÊNCIA
Adroaldo Furtado Fabrício
F
az-se conveniente, ainda que sob certo risco de eventualmente
repetir obviedades do pleno domínio dos operadores do Direito,
rememorar algumas linhas básicas sobre a natureza, função e
justificação teórico-prática do processo cautelar, visto, tal como se o vê
no estatuto processual civil pátrio, como tertium genus, apartado das
ações de conhecimento e das executórias em estrito sentido.1
1
Sobre ser a da lei, essa é a perspectiva predominante entre os especialistas brasileiros, que no particular
seguem a maioria da doutrina italiana. Em rigor de técnica, parece mais adequado dizer-se que a tutela
jurisdicional de cautela se contrapõe à satisfativa, esta englobando a função de conhecimento e a de
execução: cf. BARBOSA MOREIRA, O processo cautelar – estudos sobre um novo código de processo
civil, p. 230 (Rio, 1974). Em sentido semelhante ensinava PIERO CALAMANDREI, Introdução ao
estudo sistemático dos procedimentos cautelares, p. 97 (trad. Carla Roberta Andreasi Bassi, Campinas,
2000). As recentes alterações legais concernentes ao “cumprimento de sentença” não alteram o quadro,
certo que a tutela jurisdicional de execução continua a existir e, mesmo no respeitante a títulos executivos
sentenciais, mais se modifica a nomenclatura do que a substância.
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Se lhe parecer suficientemente claro que razão assiste a um e não ao outro, poderá entregar desde
logo àquele o brinquedo, sem prejuízo de uma investigação mais detida, ulterior, da controvérsia. Mas
a essa situação corresponderia, no processo, a antecipação de tutela e não a medida cautelar. Sobre
essa distinção, cf.nosso artigo “Breves notas sobre provimentos antecipatórios, cautelares e liminares”, no
volume Ensaios de Direito Processual, (Rio, 2003) – com outras publicações anteriores.
3
O que vem de ser exposto desde logo adianta a nossa convicção de que o requisito verdadeiramente
inafastável da cautela é o periculum in mora, certamente mais importante do que o outro que se lhe
costuma agregar, o do fumus boni iuris. Ele corresponde aos interesses públicos da pacificação e da
asseguração do resultado útil do processo; a aparência de bom direito diz mais propriamente com o
interesse privado da parte que tem ou aparenta ter razão. Foi, de resto, o que chamou a atenção dos
primeiros sistematizadores da tutela cautelar, v. g., CHIOVENDA, Instituições de Direito Processual
Civil, vol. 1, p. 334 (trad. Paolo Capitanio, Campinas, 1998).
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Depois de formular sucessivamente diversas teorias, das quais viria a abjurar, sobre a natureza do
processo cautelar, FRANCESCO CARNELUTTI fixou-se por fim nessa posição: Instituições do processo
civil, vol. I, p. 90 (Campinas, 1999); Diritto e processo, pp. 355 e s. (Nápolis, 1958).
8
Nesse sentido, JOSÉ MARIA ROSA TESHEINER, Elementos para uma teoria geral do processo, p. 155
(São Paulo, 1993).
9
Sistema de direito processual civil (trad. Hiltomar Martins Oliveira, vol. I, p. 53 (São Paulo, 2000).
10
Cf. ALFREDO BUZAID, Exposição de Motivos do Código de Processo Civil, n. 11, com remissão ao
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Nesse sentido, JOSÉ FREDERICO MARQUES, Manual de direito processual civil, vol. 4, p. 333 (São
Paulo, 1974): “A prestação jurisdicional é, por esse motivo, instrumental, porque é provisória; instrumental
porque se destina a assegurar o resultado de outro processo; provisória, porque a composição definitiva do
litígio no processo principal substitui e extingue a prestação jurisdicional cautelar.”
14
Assim, CARNELUTTI, Diritto e processo cit., p. 359, n. 236, nota 1. Na doutrina nacional, por todos,
pela clareza da síntese, HUMBERTO THEODORO JR., Curso e vol. cits., p. 348, n. 978.
15
CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO, sem favor um dos maiores processualistas brasileiros, ponderou
que a ação cautelar só apresentará essa característica “se e quando houver necessidade do processo
principal” (A instrumentalidade do processo, p. 372 – São Paulo, 1987).
16
Cf. GALENO LACERDA, Comentários ao Código de Processo Civil, vol. VIII, tomo I, p. 14 (10ª ed.,
Rio, 2007). Por certo, o adjetivo antecedente expressa com maior precisão a idéia do que o preferido pela
lei, “preparatória”, pois acautelar previamente nem sempre será sinônimo de preparar.
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está nos textos legais que exigem ao autor da cautelar antecedente que
indique “a lide e seu fundamento”, obviamente referindo-se àquela que
será conteúdo do processo acautelado (CPC, art. 801, III e parágrafo
único), assinalam prazo para o ajuizamento da “ação principal” (art. 806
do mesmo Código); determinam que sejam entre si apensados os autos
de um e outro processo (art. 809), entre outros.
Com efeito, só se poderia cogitar de processo cautelar a que não
correspondesse um outro, principal, acautelado, na medida em que
se admitisse a freqüentemente mencionada mas nem por isso menos
absurda categoria da cautelar satisfativa. Essa categoria, de que a doutrina
e a jurisprudência têm cuidado com alguma insistência, encerra uma
invencível contradição em termos, cuja absurdez – alhures já escrevemos17
– não é menor do que a da expressão gelo quente. Na verdade, o que
temos é, de um lado, a classe das medidas judiciais satisfativas, de
cognição ou de execução, e, de outra banda, a das assecuratórias, que
são as cautelares.18
Alguns aspectos legais, doutrinários e jurisprudenciais perturbam
a clareza dessa realidade. A primeira e maior culpa é do legislador,
que incluiu entre os procedimentos tratados no Livro III do Código de
Processo Civil alguns que, definitivamente, não são cautelares. Assim,
os protestos, notificações e interpelações, a posse em nome de nascituro
e vários outros. Ao que tudo indica, o propósito do legislador foi o de
aproveitar, para determinadas atuações judiciais que aparentavam alguma
similitude com os provimentos acautelatórios, o modelo procedimental
das verdadeiras ações cautelares, mas teria sido bem melhor que o
explicitasse no texto legal.19 Essa clara impropriedade topológica fornece,
17
“Breves notas sobre provimentos antecipatórios, cautelares e liminares”, cit., p. 187.
Recorde-se, a propósito, a já mencionada e muito razoável dicotomia sugerida por BARBOSA
18
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Falamos de OVÍDIO BAPTISTA DA SILVA, especialmente no artigo Teoria da ação cautelar, na Revista
de Processo n. 59, pp. 187 e s.
21
HUMBERTO THEODORO JR., Tutela antecipatória e tutela cautelar, na Revista dos Tribunais, n.
742, p. 42.
22
Cf. NELSON NERY JR., Atualidades sobre o processo civil, p. 15 (São Paulo, 1995).
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Com efeito, aquele expediente, que sempre foi ilegal, mais injustificável
se fez após a introdução no sistema, como figura geral, da antecipação
da tutela.
Estamos, pois, em que, invariavelmente, os procedimentos
cautelares são instaurados na suposição da existência (atual, futura ou
pelo menos esperada) de um outro processo que não o próprio processo
precautório. É àquele, aliás, que a legislação pertinente a todo momento
se refere como “ação principal” ou “processo principal”, para designar o
acautelado, aquele a cuja segurança de resultados se volta o provimento
acautelatório, para determinar a referência recíproca entre ambos, para
ordenar o apensamento de um a outro, para marcar prazo ao aforamento
do acautelado, para definir a competência e assim por diante. Sempre
haverá, pelo menos virtualmente, um processo principal (acautelado); se
não houver, o suposto processo cautelar só terá dele o nome, ainda que
sob essa qualificação se apresente, submeta-se ao procedimento prescrito
para o gênero e inclua-se na casuística legal correspondente.
Não se há de exigir, por certo, que o processo dito principal se
apresente em sua inteireza como objeto da tutela cautelar. Pode dar-
se que a proteção seja dispensada apenas a uma determinada série de
atos ou limitada a aspectos particulares do procedimento, desde que
seja suficiente para as finalidades de garantia a que se destina. Assim,
pode dar-se que a cautela apenas obste alguns e não outros aspectos
de uma execução em curso ou por ajuizar-se; pode igualmente ocorrer
que o escopo assecuratório só se evidencie necessário em fase recursal e
mediante influência sobre o próprio objeto do recurso e seus efeitos.23 A
essa questão passa-se a dedicar atenção específica.
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No sentido do texto, TEREZA CELINA ARRUDA ALVIM, Medida cautelar, mandado de segurança e ato
judicial, p. 22 (São Paulo, 1994). Quanto à competência, cf. GIOVANI MANSUR SOLHA PANTUZZO,
Prática dos recursos especial e extraordinário, p. 101 (Belo Horizonte, 1998). Os tribunais superiores, em
regra, usam a denominação “medida cautelar”, como que revelando certa reserva em admitir que se trata,
sim, de ação cautelar.
27
Tenha-se presente que o sistema soluciona facilmente os problemas dessa ordem quanto aos recursos
de decisões de primeiro grau, mediante agravo de instrumento (quando o recurso principal é de apelação)
ou por via da concessão de tutela antecipada recursal no âmbito do agravo de instrumento. Por vezes,
a soutrina refere a “bipartição” do juízo de admissibilidade como dado caráterístico dos recursos
extraordinários (v. g., RODOLFO DE CAMARGO MANCUSO, Recurso extraordinário e recurso especial,
pp. 174 e s., n. 2.4 (10ª ed., São Paulo, 2007), o que não é exato, embora o fenômeno tenha aí suas
peculiaridades.
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Em igual sentido:
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Assim, ATHOS GUSMÃO CARNEIRO, Recurso especial, agravos e agravo interno, p. 113 (5ª ed., Rio,
2008).
31
MC n. 835-SC, 3ª Turma, Relator Ministro Waldemar Zveiter, julg. em 05.08.1997, DJU de 27.10.1997,
p. 54.784.
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Solução similar vinha sendo dada pela mesma Corte – por idênticas e
até mais fortes razões – aos casos em que o recurso, já interposto, pende
ainda de apreciação de sua admissibilidade pela autoridade competente
no tribunal a quo. Nesse caso, aliás, a solução posta tem por si a letra
do tantas vezes citado parágrafo do art. 800. Pode ser lembrada uma
ementa deveras ilustrativa:
32
MC n. 488-PB, 3ª Turma, Relator Ministro Eduardo Ribeiro, julg. em 14.05.1996, Revista Forense,
vol. 337, p. 229.
33
MC n. 136-SP, 1ª Turma, Relator Ministro Cesar Asfor Rocha, julg. em 03.05.1995, RSTJ vol. 77, p.
77. Este e os dois anteriores acórdãos vêm citados em texto de doutrina do Ministro Antônio de Pádua
Ribeiro, “Medidas de urgência e sua cassação”, no volume Direito processual – inovações e perspectivas
(Estudos em homenagem ao Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira), coord. por ELIANA CALMON e UADI
LAMMEGO BULOS, pp. 25 e s. (São Paulo, 2003). O autor concorda com a tese, embora entendendo
que se deve limitar a casos excepcionais.
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34
DOMINGOS FRANCIULLI NETTO, Concessão de efeito suspensivo em recurso especial, na coletânea
citada à nota anterior, p. 196 (artigo iniciado à p. 189).
35
AgRg na MC n. 7.328-RJ, 2ª Turma, Relator para o acórdão Ministro João Otávio Noronha, julg. em
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(...)
3. Em casos excepcionais, o egrégio STJ tem deferido efeito
suspensivo a Recurso Especial ainda não interposto, com o escopo
de evitar teratologias, ou, ainda, obstar os efeitos de decisão
contrária à jurisprudência pacífica desta colenda Corte Superior,
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MC n. 11.603-SP, 1ª T., Relator Ministro Luiz Fux, em 12.02.2008, DJ de 07.04.2008.
39
AgRg na MC n. 14.623-MT, 3ª T., Relator Ministro Sidnei Beneti, em 16.10.2008, DJ de 28.10.2008.
40
AgRg na MC n. 14.133-TO, 4ª T., Relator Ministro João Otávio de Noronha, em 02.10.2008, DJ
28.10.2008.
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Recorde-se: o texto do parágrafo rezava, sem o grifo: Nos casos urgentes, se a causa estiver no tribunal,
será competente o relator do recurso”.
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prover, não a pode ter igualmente para as ações cautelares a ele conexas,
sejam quais forem. Tudo o que resta para decidir da “causa” é da
competência do tribunal ad quem, não se podendo conceber que retenha
consigo aquele outro o poder de acautelar o resultado daquele resíduo.
Essa solução não cria qualquer embaraço para o magistrado ao qual
caiba, na origem, o juízo de admissibilidade. Para o efeito de que se
cuida, importa apurar, tão-somente, quem há de decidir o “processo
principal”, que vem a ser, para o caso, o recurso extraordinário lato sensu.
O que determina a translação da competência é o haver-se esgotado o
ofício jurisdicional do juízo recorrido, fenômeno esse anterior até mesmo
à interposição do recurso, eis que resulta de se haver já decidido o que
havia para decidir relativamente à lide. A apreciação da admissibilidade,
no juízo recorrido, da impugnação manifestada nenhuma relação guarda
com essa questão de competência: trata-se apenas de atividade mais
administrativa do que jurisdicional, a de apuração de requisitos postos
em lei para que o recurso possa ter trânsito ou não. Semelhantemente, a
competência para conhecer de ações cautelares vinculadas a processo no
qual tenha sido interposto recurso de apelação, é do tribunal de segunda
instância, não do juiz singular.42
Especioso, de resto, o argumento segundo o qual, se atribuída dita
competência ao Tribunal Superior, resultaria impedido o magistrado
ao qual toca o primeiro juízo de admissibilidade de negar seguimento
ao recurso, sob pena de quebra da “hierarquia jurisdicional”. As duas
decisões têm objetos radicalmente diversos e inconfundíveis. Em uma,
examinam-se as condições de admissibilidade extrínsecas ao mérito do
recurso (forma, tempestividade, prequestionamento etc.); em outra, a
plausibilidade das razões pelas quais o recorrente busca nova decisão.
A raiz do equívoco, tal como se pode constatar da leitura de alguns
acórdãos que consagram a tese equivocada, está em supor-se que o juízo
de admissibilidade integra necessariamente a apreciação do fumus boni
iuris, quando, na verdade, este diz com a substância mesma do apelo.
De resto, a temida vinculação ou submissão do presidente da
corte a quo àquilo que tenha decidido em sede cautelar o tribunal de
destino não haveria de ocorrer de modo algum, porque atuam ambos em
campos que não se interpenetram e também porque o próprio sistema
42
Cf., detalhadamente, MÁRCIO CARPENA, Processo cautelar moderno cit., pp. 242 e s.
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Em grande parte, esse problema se prende ao fato de que, usualmente, os tribunais ordinários têm
dificuldade em distinguir com precisão os limites do juízo de admissibilidade, que lhes compete, e mal o
resolvem invadindo a competência das instâncias excepcionais. É o que diuturnamente se vê quando a
decisão de admissibilidade aprofunda a discussão quanto a ter ou não ter ocorrido afronta a textos legais
ou constitucionais – não apenas in status assertionis, como caberia, mas com profunda roçadura na seara
do mérito.
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Rcl n. 416, Pleno, Relator Ministro Celso de Mello, in RTJ 144/718.
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No mesmo sentido é o parecer de ATHOS GUSMÃO CARNEIRO, Recurso especial, agravos e agravo
interno, p. 114: “.. à eficiência e celeridade do processo melhor conviria, inclusive no âmbito dos tribunais
superiores, o pleno acatamento à norma do art. 800, parágrafo único, do CPC.” (5ª ed., Rio, 2008).
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Estamos pondo de lado, com certa relutância, nossa restrição a essa possibilidade, sobretudo quando o
acórdão a ser hostilizado sequer foi publicado. Fazemo-lo em nome da imperiosa necessidade de existência
de um juízo competente e da excepcionalíssima urgência que certos casos podem revestir.
47
AgRg na MC n. 13.123-RJ, 3ª T., Relatora Ministra Nancy Andrighi, em 20.09.2007, DJ de 08.10.2007,
p. 259.
48
Exemplos de ATHOS CARNEIRO, obra ult. cit., p. 138.
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BARBOSA MOREIRA, Comentários e vol. cit., p. 610.
50
O STF surpreendeu um desses casos na AC-MC n. 1.838-RJ, 1ª T. , Relatora Ministra Cármen Lúcia,
em 20.11.2007, DJe 06.12.2007.
51
É importante, lembrar: para o caso, já decidiu o STJ, por sua Corte Especial, que tanto se admite
o emprego da medida cautelar quanto a do agravo de instrumento (sem divergência), e que também a
“simples petição” é admissível para o efeito (por maioria, cf. ATHOS CARNEIRO, Recurso Especial...
cit., p. 136.
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Esse o raciocínio seguido no julgamento, pela 3ª T. do STJ, da MC n. 2.361, em 08.02.2000, quando o
relator, Ministro Nilson Naves, chegou a afirmar que “não existe diversidade ontológica entre ‘não admitir’
e ‘reter’ o recurso.”
53
V.g., Rcl n. 727, 2ª Seção, Relator Ministro Waldemar Zveiter, Relator designado Ministro Barros
Monteiro, em 10.05.2000, DJ de 11.06.2001, p. 89; REsp n. 264.193, 4ª T., Relator Ministro Ruy Rosado,
DJ de 27.11.2000; AgRAg n. 292.734, 3ª T., Relator Ministro Ari Pargendler, DJ de 27.08.2001; Rcl n.
781-SP, 2ª Seção, Relator Ministro Ari Pargendler, em 12.06.2002, RSTJ 159/292. Mais recentemente,
MC n. 7.530-MT, 1ª T., Relator Ministro Luiz Fux, em 09.03.2004, DJ de 05.04.2004.
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6. CONCLUSÕES.
54
V. g., STF, Pet-MC n. 3.284-SP, 1ª T., Relator Ministro Carlos Britto, em 16.12.2004, DJ de 10.06.2005,
p. 51; STJ, MC n. 13.357-RJ, 1ª T., Relator Ministro Luiz Fux, em 16.10.2008, DJe de 03.11.2008.
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