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Reposta: DEPENDE.
Ana Amélia Vidal de Negreiros - anaameliavidal@gmail.com - CPF: 092.591.844-01
Para que digamos que João praticou crime precisamos responder a 3 perguntas:
SIM, mas ainda não temos crime. Precisamos fazer a próxima pergunta.
2) Quando João praticou o FATO TÍPICO de matar Maria, este fato típico foi,
também, um FATO ANTIJURÍDICO?
Sim, mas ainda não temos crime. Precisamos fazer a próxima pergunta.
Sim. Pronto, eis que foram respondidas as três perguntas com um SIM, podemos
dizer que João praticou CRIME.
Ana Amélia Vidal de Negreiros - anaameliavidal@gmail.com - CPF: 092.591.844-01
Sempre que alguém pratica um fato típico haverá crime?
Não.
Por quê?
Porque pode ser que o fato típico (previsto em lei como crime) tenha sido
praticado em alguma situação em que este não será antijurídico (contrário ao
direito).
Perceba: Ele praticou fato típico (matou alguém), mas este fato típico não foi
antijurídico (contrário ao direito) porque ele matou alguém em uma situação
permitida perante o direito (agiu amparado por uma causa de exclusão de
antijuridicidade), logo sua conduta está, portanto, justificada.
Por que? Porque pode ser que o fato típico e antijurídico tenha
sido praticado por uma pessoa que, ao tempo da conduta, não
possuía CULPABILIDADE.
Exemplo: João matou Maria, porque gosta de matar, mas é menor de 18 anos.
Perceba: João praticou fato típico (matou alguém) e antijurídico (o fato típico não foi
praticado em alguma causa de exclusão da antijuridicidade), mas não possuía, ao
tempo da conduta, culpabilidade (é menor de 18 anos).
Perceba, também: João não praticou crime, pela ausência do elemento do crime de
número 3 (o fato, apesar de típico e antijurídico, foi praticado por quem não possuía
culpabilidade). CRIME não houve (pela ausência do elemento do crime de número 3:
culpabilidade), mas houve FATO TÍPICO e ANTIJURIDICIDADE sem ter havido
CULPABILIDADE.
Ana Amélia Vidal de Negreiros - anaameliavidal@gmail.com - CPF: 092.591.844-01
Conclusão: embora não haja CRIME sem estarem presentes os 3 elementos
(fato típico, fato antijurídico e culpabilidade) estarem presentes, é possível
(sem haver crime) que tenhamos fato típico (elemento 1) sem antijuridicidade
(elemento 2) e antijuridicidade sem culpabilidade (elemento 3).
À guisa de reforço: eu posso ter em um fato (que não será crime neste caso)
o elemento do crime de número 1 (fato típico) sem ter o 2 (fato antijurídico) e
ter o 2 (fato antijurídico) sem ter o 3 (culpabilidade).