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TÉCNICAS DE ENTREVISTA
Professora Muriane Zimmer
TÉCNICAS DE
ENTREVISTA
A entrevista psicológica: seu emprego no diagnóstico e intervenção
Habilidade se revela pelas perguntas que formula, por aquelas que evita formular e pela
decisão de quando e como falar ou apenas calar.
Relação empática e tecnicamente útil do ponto de vista humano.
Variáveis:
1) Paciente, sua personalidade, estado mental e emocional, capacidades cognitivas, etc.;
2) Contexto institucional: local de realização da entrevista;
3) Objetivos: diagnóstico, estabelecimento de vínculo, orientação;
4) Personalidade do entrevistador: discrição, introversão, espontaneidade e extroversão;
Deve-se evitar:
1) Posturas rígidas e estereotipadas;
2) Atitude excessivamente neutra ou fria;
3) Reações exageradamente emotivas (pena ou compaixão);
4) Comentários valorativos (julgamentos);
5) Hostilidade ou agressão;
6) Prolixidade;
7) Anotações.
Regras de “ouro”:
1. Pacientes organizados (mentalmente), com inteligência normal, com escolaridade boa ou
razoável, fora de um “estado psicótico”, devem ser entrevistados de forma mais aberta,
permitindo que falem e se expressem de maneira mais fluente e espontânea. O entrevistador
fala pouco, fazendo algumas pontuações para que o paciente “conte a sua história”.
2. Pacientes desorganizados, com nível intelectual baixo, em estado psicótico ou paranóide,
“travados” por alto nível de ansiedade, devem ser entrevistados de forma mais estruturada.
Nesse caso, o entrevistador fala mais, faz perguntas mais simples e dirigidas (perguntas fáceis
de serem compreendidas e respondidas).
3. Nos primeiros contatos com pacientes muito tímidos, ansiosos ou paranóides, deve-se fazer
primeiro perguntas neutras (nome, onde mora, profissão, estado civil, nome de familiares,
etc.), para apenas, gradativamente, começar a formular perguntas “mais quentes” (às vezes,
constrangedoras para o paciente), como: “Qual o seu problema?”, “Por que foi trazido ao
hospital?”, “O que aconteceu para que você agredisse seus familiares?”, etc. Vale a sabedoria
popular que diz: “O mingau quente se come pela beirada”.
Logo no início, o olhar e, com ele, toda a comunicação não-verbal, já tem sua importância: é o
centro da comunicação que inclui toda a carga emocional do ver e ser visto, do gesto, da
postura, das vestimentas, do modo de sorrir ou expressar sofrimento.
Para descrever a aparência do paciente, convém relatar o que se observou de forma detalhada,
objetiva e precisa, mas sem precipitações ou inferências indevidas.
Silêncio do paciente
1. O entrevistador deve fazer perguntas e colocações breves que assinalem a sua
presença efetiva e mostrem ao paciente que ele está atento e tranquilo para ouvi-lo.
2. O entrevistador deve evitar perguntas muito direcionadas, fechadas, que possam ser
respondidas com um sim ou um não categóricos; também deve evitar perguntas muito
longas e complexas, difíceis de serem compreendidas pelo paciente.
3. É sempre melhor intervenções do tipo “Como foi isso?”, “Explique melhor”, “Conte um
pouco mais sobre isso”, que questões como “Por quê?” ou “Qual a causa?”. Estas
últimas estimulam o paciente a fechar e encerrar a sua fala.
4. O entrevistador deve buscar para cada paciente em particular o tipo de intervenção que
facilite a continuidade de sua fala.