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Ovogênese

INTRODUÇÃO INÍCIO DA PUBERDADE

• A ovogênse é o processo para a produção de • A cada ciclo menstrual, o ovócito I vai ser
gametas femininos. Para acontecer, estimulado a continuar no processo de divisão
precisamos de um processo meiótico para • Ciclo menstrual → ovócito I encerra meiose I
formar uma célula haploide (n), pois a maioria → ovócito II paralisado na meiose II em
das células do corpo são somáticas (2n) metáfase II + 1º corpúsculo polar
• A produção de gametas vai acontecer no • Corpúsculo polar vai regredir
ovário, o qual produz tanto gameta quanto • Só continua a meiose depois da fecundação
hormônio • Temos 23 cromossomos (haploides, sem
cromátide duplicada)

OVOCITAÇÃO E FECUNDAÇÃO
• O ovário vai liberar um ovócito II paralisado na
metáfase II para a tuba uterina
• Na tuba, a meiose só continua se houver
fecundação
• Se não houver fecundação, vai acontecer a
menstruação
• Fecundação → ovócito II finaliza a meiose II →
origina um corpúsculo polar + zigoto

Ovogênese: embrião à puberdade PROCESSO VISTO POR INTEIRO

• No embrião, as ovogônias fazem mitose para


aumentar a população
• As ovogônias → meiose I → Ovócito I
paralisado na profáse I (diplóteno)
• Assim, a mulher já nasce com os ovários
repletos de ovócitos I com o número já
estabelecido, não há mais produção depois
• Para no dictióteno (interrupção da divisão
celular
Ovogênese
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR OVARIANO FOLÍCULO PRIMÁRIO

• estão crescendo e apresentam, ao redor do


ovócito, uma camada de células foliculares
cuboides
• mais ativas metabolicamente

• O ovário é dividido em duas partes FOLÍCULO SECUNDÁRIO

Medula • As células granulosas vão se proliferar


formando várias camadas
• Região vascularizada, onde chegam os vasos
sanguíneos para a nutrição do ovário Zona pelúcida

Córtex • Entre a camada granulosa e o ovócito


• Cada acelular de glicoproteínas
• Região preenchida por tecido conjuntivo onde
• Proteção do embrião
se desenvolvem os folículos ovarianos
• Importante na fecundação
FOLÍCULO PRIMORDIAL QUIESCENTE
Células da Teca
• A cada ciclo menstrual, um determinado
• Ficam na periferia
número de folículos primordiais são
• Respondem ao LH (TeLHa)
estimulados a crescer
• A camada granulosa + camada da teca
• Tudo isso ocorre junto a estruturas chamadas
possuem células esteroidogênicas, que
folículos ovarianos
possuem capacidade de produzir hormônios
• Ovócito I paralisado na prófase I na fase de
• Esses hormônios vao se acumulando na
diplóteno
camada granulosa e vão originar cavitações

Células granulosas (ou foliculares)

• garante a nutrição do ovócito e o ovócito


garante a nutrição das células granulosas
• apresentam baixo metabolismo FOLÍCULO TERCIÁRIO
Lâmina basal • Surgimento dos antros: cavidades na camada
• funciona como um ‘’murinho’’ que circunda o granulosa com uma grande quantidade de
folículo, fornecendo proteção hormônios esteroides
Ovogênese
• Predomínio do estrógeno do que a • O corpúsculo polar fica na zona pelúcida, pois
progesterona ela funciona como uma barreira não deixando
que nada saia
• Ele vai regredir em poucos dias
• Só continua meiose II se houver fecundação

FOLÍCULO PRÉ-OVULATÓRIO

• Aumentou a retenção de fluidos, fazendo com


que todo o antro se uniformizasse

Corona radiata
FORMAÇÃO DO CORPO LÚTEO
• Camada de células granulosas ao redor da zona • Com a ovocitação, sobram as células da
pelúcida camada granulosa + células da teca
Acúmulo oofúro • Elas não são destruídas, passam por um
processo de diferenciação
• Camada de célula granulosa que se prende o • Dão origem a uma glândula endócrina
ovócito na parede do folículo temporária, chamada corpo lúteo
• Vai ser liberado junto com o ovócito na • O corpo lúteo produz os mesmos hormônios,
ovulação mas com predomínio da progesterona sobre o
• Vai ajudar no movimento ciliar ao longo da estrogênio
tuba uterina • Caso não ocorra fecundação, prostaglandina
→ lise do corpo lúteo → formando o corpo
albicante (branco)

OVOCITAÇÃO

• Para acontecer a ruptura do folículo maduro,


vai ter o extravasamento do antro e ruptura do
conjunto folicular que contém o ovócito
• Durante a ovocitação, ovócito I → continua
meiose I → Ovócito II paralisado em metáfase
II
• Quando passa de ovócito primário pra
secundário, vai ocorrer a liberação do
corpúsculo polar
Esther Santos Fonseca

Ciclo Menstrual
CICLO OVARIANO • Nessa fase o endométrio produz uma nova camada
e célula em antecipação à gestação
Fase secretória (lútea)

• Hormônios liberados pelo corpo lúteo


(PROGESTERONA e estrogênio) convertem o
endométrio espessado em uma estrutura secretória
• Se não ocorrer fecundação, as camadas do
endométrio são perdidas e o ciclo recomeça com a
menstruação

• Dividido em 3 fases:
Fase folicular

• Primeira parte com crescimento do folículo ovariano


• Tem duração mais variável CONTROLE HORMONAL GERAL
• Pode durar de 10 dias a 3 semanas
• GnRH do hipotálamo
Ovulação • FSH e LH da adeno-hipófise
• Quando um folículo amadurece e o ovário libera o • Estrogênio, progesterona, inibina e AMH do ovário
ovócito durante a ovulação FASE FOLICULAR
Fase Lútea Fase folicular inicial
• O corpo lúteo vai secretar hormônios preparando o • Dia 1 da menstruação é o dia 1 do ciclo
corpo para a gestação • GnRH → gonadotrofinas → FSH → folículos do
• Se a gestação não ocorre, o corpo lúteo para de ovário começam a amadurecer
funcionar • FSH → células granulosas → secretam AMH (anti
• Duração ‘’fixa’’ de 14 dias mulleriano) → diminui a sensibilidade do folículo ao
REVESTIMENTO ENDOMETRIAL FSH → impede o recrutamento de mais folículos
primários
Menstruação • LH → células da teca → síntese de androgênios →
se difundem para a granulosa → aromatase
• O começo da fase folicular corresponde ao
converte → estrogênio
sangramento menstrual do útero
• Estrogênio → retroalimentação negativa → diminui
Fase proliferativa (folicular) FSH e LH → impede o desenvolvimento adicional
de folículos no mesmo ciclo
• A fase final da fase folicular
Esther Santos Fonseca

Ciclo Menstrual
• Folículos aumentando → células da granulosa • Células da granulosa + células da teca →
produzem um líquido → antro → contem hormônios diferenciação → corpo lúteo
e enzimas necessárias a ovulação • Corpo lúteo → acumulam gotas de lipídio e grânulos
• Alguns folículos sofrem artresia (morte celular de glicogênio → secretam progesterona
hormonalmente regulada), poucos chegam ao
estagio final
• Apenas um folículo dominante se desenvolve até a
ovulação
• Estrogênio dos folículos → endométrio cresce →
aumenta suprimento sanguíneo → leva nutrientes e
oxigênio para o endométrio espessado
• Estrogênio → glândulas mucosas do colo do útero
produzam um muco claro e aquoso

FASE LÚTEA
Fase lútea inicial

• Após a ovulação → corpo lúteo →


PROGESTERONA e estrogênio → feedback
negativo → diminui secreção de GnRH, FSH e LH
• Progesterona → endométrio aumenta a carga
nutritiva para o futuro embrião → acumulo de lipídio
e glicogênio
• Progesterona → espessamento do muco cervical
Fase folicular tardia • Progesterona → capacidade termogênica →
aumenta a temperatura basal da mulher até a
• Quando está chegando ao fim → pico de secreção menstruação
de estrogênio ovariano
• Células granulosas do folículo dominante →
secretam inibina + progesterona → diminui
secreção de FSH
• Estrogênio (até então tinha exercido feedback
negativo) → retroalimentação positiva → pico
ovulatório de GnRH → pico de LH + FSH (em menor
quantidade por causa da inibina e da progesterona)
• Pico de LH → ovulação → ovócito I → ovócito II +
1º corpúsculo polar
• Altos níveis de estrogênio → glândulas → muco fino
e elástico → facilita a entrada de espermatozoides
OVULAÇÃO
Fase lútea tardia e menstruação
• 16 a 24 horas depois do pico de LH
• Rompe a parede folicular e jorra o liquido antral • Não houve fecundação → corpo lúteo → apoptose
• O ovócito II é arrastado para a tuba uterina para → se torna corpo albicante → inativo
morrer ou ser fecundado • Diminuição da produção de progesterona e
estrogênio → remove o sinal de retroalimentação
Esther Santos Fonseca

Ciclo Menstrual
negativa para a adeno-hipofise → aumenta FSH → impede recrutamento de folículos primários
secreção FSH e LH adicionais
• Corpo lúteo degenerado → cai progesterona → • Máxima concentração de estrógeno no sangue →
vasos sanguíneos do endométrio se contraem → folículo maduro → feedback negativo na adeno-
endométrio descama → menstruação hipófise → reduz produção de FSH
• Só o folículo com mais receptores de FSH vai
suportar e virar o folículo maduro para depois ser
ovocitado
Observação – estrogênio

• Estrogênio no inicio da fase lútea → feedback


negativo do GnRH → impede o desenvolvimento de
outros folículos no ciclo
• Estrogênio no fim da fase lútea → feedback positivo
→ pico de concetração FSH (em menor quantidade
pois ta sendo suprimido por inibina) + LH →
ovulação
CAMINHO DO LH

• Após o folículo dominante já ter sido escolhido, o LH


EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADAL vai começar a agir
• LH → células da Teca → induz esteroidogênese →
• Esse eixo só se desenvolve plenamente depois da androstenediona e testosterona → passa para as
puberdade para começar o ciclo reprodutivo células granulosas
• Hipotálamo → tecido nervoso → associado a • Células granulosas → recebem androstenediona →
hipófise → adeno-hipófise testosterona → CYP19 (aromatase) → formação de
estrogênio
• Aumento de estrogênio → feedback positivo no
hipotálamo → pico de LH → ovulação

• Pico de LH → rompimento do folículo maduro →


CAMINHO DO FSH
dissociação de células granulosas → liberação do
• FSH vai estimular crescimento de folículos complexo cúmulos-oócito
ovarianos • Pico de LH → ovócito I → ovócito II parado na
• Folículo ovariano crescendo → secreção de metáfase II → ovocitação
ESTRÓGENO e progesterona • Ovocitação → cai nível de estrogênio
• FSH → células da granulosa → AMH (anti
Formação do corpo lúteo
mulleriano) → diminui sensibilidade do folículo ao
Esther Santos Fonseca

Ciclo Menstrual
• No local da ovocitação → céls Teca + granulosas Influência da progesterona nas glândulas mamárias
→ corpo lúteo → produz PROGESTERONA,
estrogênio e inibina • P4 promove o desenvolvimento alveolar na glândula
mamária preparando para uma futura lactação

Influência da progesterona na hipófise

• P4 vai promover um feedback negativo no


hipotálamo para ele inibir o GnRH e
consequentemente o FSH e o LH para que não
ocorra outra ovulação
Capacidade termogênica da progesterona

• Durante a fase lútea a temperatura basal da mulher


aumenta cerca de 0,3 a 0,5°C e permanece elevada
• Células granulosas crescem → aumenta a captação até a menstruação
lipídica → aumenta a síntese de colesterol NÃO OCORREU FECUNDAÇÃO
• Inibina + estrogênio → diminui secreção do FSH
• Progesterona (pró-gestação) → prepara o útero
para a gravidez
• Duração de 14 dias, a menos que haja resgate pelo
HCG → manutenção do corpo lúteo produzindo
progesterona durante 9 meses
PROGESTERONA NA GRAVIDEZ

• Passaram-se alguns dias e não houve fecundação


• O endométrio vai produzir um hormônio chamado
prostaglandina
• Prostaglandina vai desencadear a destruição do
corpo lúteo
• Corpo lúteo se torna uma estrutura inativa chamada
corpo albicante
• Sem corpo lúteo vai cair as concentrações de
progesterona, logo:
Influência da progesterona no útero • Endométrio vai descamar
• Miométrio vai contrair
• Altas taxas de progesterona produzidas pelo corpo
lúteo vão estimular as glândulas endometriais a • Vai voltar a produzir as gonadotrofinas e formação
secretar fatores nutritivos para o embrião de outra ovulação
• Espessamento do endométrio em uma estrutura
secretória (fase lútea)
• Altas taxas de concentração de progesterona inibem
a contratividade do miométrio, para que ele fique
quieto e não expulse o embrião
Esther Santos Fonseca

Ciclo Menstrual
Esther Santos Fonseca

Gametogênese Masculina
ESPERMATOGÊNESE
FUNÇÕES SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
• Ocorre nos túbulos seminíferos, resultado da estimulação pelos
• Espermatogênese hormônios gonadotrópicos
• Produção do sêmen • Começa aos 13 anos aproximadamente e continua pelo resto da
• Desempenho do ato sexual vida
• Características sexuais 2ª • Se divide em 3 fases:
o Espermatocitogênese → diferenciação das
CARACTERÍSTICAS GERAIS ESPERMATOGÊNESE espermatogônias em espermatócitos primários
o Meiose → processo por meio da qual espermatócitos I
diploides formam espermátides II haploides
• O embrião apresenta as espermatogônias, mas, só a partir da
puberdade, vai começar a produzir os espermatócitos primários o Espermiogênese → transformação de espermátides em
espermatozoides
• A produção ocorre dentro do testículo, nos túbulos seminíferos,
sob o estímulo do FSH
• O processo dura cerca de 74 dias
• Uma espermatogônia produz 4 espermatozoides
• A atividade do espermatozoide é aumentada em meio neutro ou
alcalino, morre no meio ácido
• A elevação da temperatura aumenta a atividade metabólica do
espermatozoide, encurtando sua vida
• O espermatozoide vive semanas dentro do homem, já no trato
genital feminino, depois de ejaculado, dura de 1 a 2 dias

Diferenças para o feminino

• Não há ciclicidade, a produção acontece o tempo todo


• Não há andropausa (parada de produção de gametas), mas, a
partir dos 50 anos, há o declínio da produção de espermatozoides

Caminho dos espermatozoides

• Túbulos seminíferos → rede testicular → ductos eferentes →


epidídimo → ducto deferente
Espermatocitogênese
• As espermatogônias são células diplóides que sofrem divisão
mitótica para formar outras
LOCAL ONDE OCORRE • Elas se diferenciam em dois tipos
• A túnica albugínea (tecido conjuntivo denso) envolve o testículo e
o espessamento dela vai formar o mediastino o Espermatogônias do tipo A
• O mediastino é forma septos fibrosos que vão dividir o testículo • Células tronco indiferenciadas
em septos testiculares • São células de reserva que não entram no ciclo celular, mas podem
• Há comunicação entre os septos pois eles não são divididos fazê-lo
completamente, além disso, eles são formados por
o 1 a 4 túbulos seminíferos (espermatogênese) o Espermatogônias do tipo B
o Tecido conjuntivo frouxo • Estas células também se dividem mitoticamente, mas vão originar
o Vasos sanguíneos e linfáticos os espermatócitos primários depois da fase de crescimento (fase da
o Nervos intérfase onde há duplicação do DNA)
o Células de Leyding • Fazem mitose e viram espermatócito I

Meiose

• Os espermatócitos I com DNA duplicado (46 cromossomos com 2


cromátides cada) entram na primeira divisão meiótica para formar
os espermatócitos II
• Na meiose I (reducional) acontece o crossover, que consiste na
troca de segmentos das cromátides entre cromossomos homólogos
pareados, aumentando a variabilidade genética
Esther Santos Fonseca

Gametogênese Masculina

• Depois que termina a meiose I, origina os espermatócitos II com 23


cromossomos (diploide, pois os cromossomos ainda tem 2
cromátides)
• Quando acontece a meiose II, os espermatócitos II viram
espermátides com 23 cromossomos (haploide) com 1 cromátide por • O flagelo, formado de centríolos, se movimenta a partir do
cada cromossomo ATP disponibilizado pelas mitocôndrias da peça
• Assim, metade das características vem da mãe e a outra do pai intermediária
• Parte do citoplasma se desprende para reduzir o peso do
espermatozoide e ele ficar mais leve
• O DNA do núcleo apresenta maior grau de condensação
para tornar a célula mais leve também

FATORES QUE INFLUENCIAM A ESPERMATOGÊNESE

Hormônios

• Os hormônios são os mais importantes controladores da


espermatogênese, a qual depende do FSH e do LH da
Espermiogênese hipófise sobre as células do testículo
• É o nome da fase final de produção de espermatozóides • FSH age nas células de Sertoli, promovendo a síntese de
proteína ligante de andrógeno ABP
• As espermátides se diferenciam
• O LH age nas células de Leyding estimulando-as a
• Nenhuma divisão celular ocorre durante esta transformação
produzirem testosterona
• Inclui as seguintes etapas:
• A testosterona se combina com a ABP, mantendo uma alta
concentração de testosterona no túbulo seminífero,
o Formação do acromossomo → formado principalmente
importante para estimular a espermatogênese
pelo aparelho de Golgi, contém enzimas hidrolíticas para
digerir a corona radiada e a zona pelúcida do ovócito Temperatura
o Condensação e alongamento do núcleo
o Desenvolvimento do flagelo → formados principalmente • A espermatogênese só acontece se a temperatura estiver
por centríolos abaixo de 37ºC
o Perda da maior parte do citoplasma → o corpo residual • A temperatura dos testículos é aproximadamente 35ºC
do citoplasma vai ser fagocitado pelas células de Sertoli • Vários componentes ajudam a manter a temperatura:
o Plexo venoso → as artérias testiculares formam um
sistema contracorrente de troca de calor
o Evaporação de suor da bolsa escrotal → perde calor
o Contração dos músculos cremastéricos → tracionam os
músculos em direção aos canais inguinais, próximo da
Esther Santos Fonseca

Gametogênese Masculina
cavidade abdominal, aumentando a temperatura em o Macrófagos (por diapedese)
casos de frio. o Células de Leyding

Outros fatores

• Desnutrição, alcoolismo e várias substâncias levam a alterações nas


espermatogônias, diminuindo na produção de espermatozoides
• Irradiações de sais de cádmio são tóxicas para as células
germinativas, causando sua morte e esterilidade

HISTOLOGIA DOS TESTÍCULOS

• A presença dos túbulos seminíferos cria dois compartimentos em


cada lóbulo:
o Compartimento tubular ou intratubular → composto pelo
epitélio seminífero, inclusive as células de Sertoli
o Compartimento intertubular ou peritubular → composto
por elementos neurovasculares, tecido conjuntivo, células
imunes e as células de Leyding
CÉLULAS DE SERTOLI

CI = compartimento intertubular • Possuem um citoplasma grande que se estende desde a lâmina


CT= compartimento tubular basal até o lúmen
o Possui diversas funções
Compartimento Tubular • Suporte, nutrição, proteção à espermatogênese
• Encaminham as células germinativas para mais próximas do lúmen
• Possui o epitélio seminífero dentro dos túbulos seminíferos: • Diminui o citoplasma dos espermatozoides
o Túnica própria: parede • Fagocitam o citoplasma dos espermatozoides (corpo residual) e as
o Espermatogônias células germinativas que morrem durante o processo
o Espermatócitos • Produção de fluido para conduzir os espermatozoides para o lúmen
o Espermátides e depois para o epidídimo
o Células de Sertoli • Influenciadas pelo FSH
• Produção da inibina que inibe o FSH
• Produção dos hormônios antimulleriano
• Produz ABP (proteína de ligação a andrógeno) que vai deixar a
testosterona perto
• Expressa a encima CYP19 (aromatase)
o Converte testosterona em estradiol (tipo de estrógeno)
o Estrogênio importante na espermatogênese
• Formam a barreira hematotesticular
o Seleciona o que entra na região
o Se não houvesse ela os macrófagos iriam atacar as
Compartimento Intertubular células haploides
o Isola o estágio de desenvolvimento
• Espaço entre os compartimentos tubulares que possuem: o Garante que nada interfira no processo de
o Vasos sanguíneos espermatogênese
o Células do tecido conjuntivo
Esther Santos Fonseca

Gametogênese Masculina
CÉLULAS DE LEYDING Caminho do LH (hormônio luteinizante)

• LH → circulação sanguínea → testículo → células de Leyding


(células intersticiais)
• LH → se liga a receptores das células de Leyding → estimulando-
as secretar testosterona
• Uma parte da testosterona → circulação sanguínea → percorre o
organismo → determinando características sexuais secundárias
• Outra parte da testosterona → entra no CT → permite que a
espermatogênese aconteça → fase se espermiogênese
• Testosterona → chega nas células de Sertoli → que sintetiza DHT
(di-hidrotestosterona) e E2 (estrógeno)
• Produzem testosterona • DHT + E2 + testosterona → maior concentração na corrente
• Estão no compartimento intertubular, próximas dos vasos sanguínea → retroalimentação negativa no hipotálamo e hipófise
sanguíneos (local estratégico), já mandam a testosterona produzida → inibe GnRH → diminui produção de LH → inibe síntese de
para o sangue por difusão testosterona → equilíbrio no nível de testosterona
• Testosterona vai chegar ao compartimento tubular por difusão,
onde ela vai ser usada na fase de diferenciação Caminho do FSH (hormônio folículo – estimulante)
• Estimulada pelo LH
• Adenohipófise → secreta FSH
• FSH → vasos sanguíneos → testículos → receptores das células
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPOFISÁRIO-GONADAL de Sertoli
• Células de Sertoli → produz ABP → deixa a testosterona perto e
• A maturação do eixo hipotálamo-hipófise vai acontecer na em altas concentrações para a espermatogênese acontecer
puberdade, por volta dos 13 anos, ou seja, os hormônios vai poder • Células de Sertoli → produz inibina → retroalimentação negativa
permitir a espermatogênese a e liberação dos espermatozoides no da hipófise → inibe o FSH
lúmen do CT

AÇÃO DA TESTOSTERONA NO CORPO

• SNC → tecido nervoso chamado hipotálamo


• Do hipotálamo temos 2 projeções → adenohipófise (tecido
glandular) e neurohipófise (tecido nervoso)

Mecanismo dos hormônios

• Hipotálamo → produz GnRH (hormônio liberador de


gonadotrofinas)
• GnRH → estimula a adenohipófise → secreta FSH e LH
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Gametogênese Masculina
Ação Intra-testicular
• Vai ser captada pela ABP (células de Sertoli) que traz a testosterona
pra perto
• Testosterona → pela aromatase → convertida em estradiol →
garante que a espermatogênese ocorra

Ação periférica

• Testosterona no tecido adiposo → aromatase → diminui LDL,


aumenta HDL e atua na maturação dos ossos
• Testosterona → enzima 5-alfa-redutase converte → DHT →
garante características sexuais secundárias
o Masculinização da genitália externa (aumenta o tamanho
do saco escrotal, do pênis e os testículos)
o Crescimento de pelos pubianos, axilares e faciais
o Aumenta a formação de proteínas e desenvolvimento
muscular
o Efeito sobre a voz, produz hipertrofia da mucosa laríngea
e alargamento da laringe

Ação extra-testicular

• Aumenta LDL
• Reduz HDL
• Deposição de gordura abdominal
• Efeito anabolizante nos músculos
• Função erétil
• Libido
• Aumenta a espessura da pele
• Desenvolvimento de acne, aumentando a secreção de algumas
glândulas sebáceas do corpo
• Aumenta a matriz óssea e induz a retenção de cálcio, tonando os
ossos mais fortes
• Aumenta metabolismo basal
• Aumenta a produção de hemácias
• Efeito sobre o balanço hídrico e eletrolítico, aumentando a absorção
de sódio nos túbulos renais distais

REFERÊNCIAS
• Tratado de fisiologia médica do Guyton & Hall 12ª edição
• Langman, embriologia médica 12ª edição
Esther Santos Fonseca

Fecundação
TRANSPORTE DO ÓVULO • Transporte rápido → depende dos movimentos
musculares do trato reprodutor feminino do que da própria
• Na ovulação, o ovócito secundário é expelido do folículo
motilidade dos espermatozoides → costumam não serem
ovariano junto com o fluido folicular e é capturado pela capazes de fertilizar o ovócito
tuba uterina
• Transporte lento → envolve a natação dos
• Na extremidade da tuba, as fímbrias movem-se para
espermatozoides pelo muco cervical
frente e para trás
• As prostaglandinas (substancias fisiologicamente ativas)
• Também há a movimentação dos cílios que varrem o no sêmen parecem estimular a motilidade uterina e a
oócito II para o infundíbulo afunilado da tuba uterina movimentação dos espermatozoides até o local da
o sua ação ajuda, mas não é obrigatória,
fecundação na ampola da tuba uterina
porque as mulheres com a síndrome dos
cílios imóveis geralmente são férteis CAPACITAÇÃO DOS ESPERMATOZOIDES
• o oócito II passa então para a ampola da tuba uterina, • Uma vez na tuba uterina, os espermatozoides atigem o
principalmente como resultado do peristalse, contrações istmo e se ligam ao epitélio por cerca de 24 horas
e relaxamentos alternados da parede do tubo, que • A capacitação dura cerca de 7 horas, e ela é fundamental
conduzem ele em direção ao útero para capacitar os espermatozoides a fecundarem o
ovócito e garantirem motilidade
• Uma fase da capacitação é a remoção do colesterol da
superfície dos espermatozoides, um componente do
sêmen que atua para inibir a capacitação prematura
• A próxima é a remoção de muitas das glicoproteínas que
foram depositadas na superfície, do acrossoma, dos
espermatozoides durante sua detenção no epidídimo
• Após a reação de capacitação, os espermatozoides
passam por um período de hiperatividade e se separam
TRANSPORTE DOS ESPERMATOZOIDES
do epitélio da tuba
• ocorre em ambos os tratos reprodutivos Gradiente térmico
trato reprodutor masculino • Na tuba, existe um gradiente térmico que atrai o
• após a espermiogênese, eles se tornam espermatozoide até a ampola
morfologicamente maduros, mas são imóveis e incapazes • Existe uma diferença de 2°C entre o istmo e a ampla
de fertilizarem o óvulo
Gradiente químico
• o período de maturação está associado às mudanças nas
glicoproteínas da membrana plasmática da cabeça dos • As células do cumulus ou da corona radiata desprendem
espermatozoides substâncias quimotácteis, por isso o espermatozoide,
quanto mais próximos dessas substancias, mais ativo ele
Ejaculação se torna
• epidídimo → ducto deferente → se misturam com as • Os espermatozoides humanos também respondem à
secreções líquidas das vesículas seminais, bulbouretrais progesterona derivada do cúmulos
e da próstata → uretra → ejaculação
o o liquido prostático é rico em ácido cítrico,
fosfatase ácida e íons de zinco e magnésio
o o liquido da vesícula seminal é rico em
frutose, fonte de energia para eles. Elas
também produzem a enzima vesiculase,
coagula parte do sêmen ejaculado e forma
um tampão vaginal que impede o retorno do
sêmen à vagina
trato reprodutor feminino
• Quando ocorre a ovulação, o muco E do colo uterino
aumenta e se torna menos viscoso, facilitando
Esther Santos Fonseca

Fecundação
FERTILIZAÇÃO • enzima hialuronidase liberada da vesícula acrossômica
do espermatozoide → penetração da corona radiata
• Acontece na ampola da tuba uterina
• os movimentos da cauda do espermatozoide também são
• Embora a fecundação possa ocorrer em outras
importantes para a penetração
partes da tuba (gravidez ectópica), ela não ocorre no
útero nunca Adesão e penetração na zona pelúcida
• O processo da fecundação leva 24 horas
• a zona pelúcida consiste principalmente em quatro
aproximadamente
glicoproteínas: ZP1, ZP2, ZP3 e ZP4
Função da fecundação • a interação de proteínas e ligantes da superfície do
espermatozoide → moléculas receptoras ZP3 da zona
• Estimula o oócito a completar a segunda divisão
pelúcida
meiótica
o diferenças moleculares interespécies nas
• Restaura o número diploide normal de cromossomos
regiões ligadoras dos espermatozoides da
(46) no zigoto
molécula de ZP3 → incapacidade de
• Resulta na variação da espécie humana por meio da
gametas de espécies diferentes se
mistura de cromossomos maternos e paternos
fertilizarem
• Determina o sexo cromossômico do embrião
• na ligação à zona pelúcida → espermatozoides →
• Causa a ativação metabólica da oótide (oócito quase reação acrossômica → liberação de enzimas →
maduro) e inicia a clivagem do zigoto
esterase, ACROSINA e neuraminidase → lise
• Dividida em fases (dissolução) da zona pelúcida
o Penetração na corona radiata
o Adesão e penetração na zona pelúcida Fusão das membranas citoplasmáticas
o Fusão das membranas plasmáticas do • O espermatozoide primeiro se liga e depois se funde com
oócito e do espermatozoide a membrana plasmática do ovócito
o Prevenção da polispermia • Moléculas da m.p da cabeça do espermatozoide →
o Ativação metabólica do ovócito principalmente proteínas fertilinas e ciritestina → se ligam
o Descondensação do núcleo do às moléculas da superfície do ovócito → alfa-6-integrina
espermatozoide e proteína CD9
o Conclusão da meiose e desenvolvimento • A reação acrossômica provoca uma mudança das
dos pró-núcleos do óvulo propriedades da membrana do espermatozoides
• A fusão entre os gametas, mediada pela integrina da
membrana do ovócito, torna suas membranas
plasmáticas em continuidade
• Após a fusão inicial, a cabeça e a cauda do
espermatozoide entram no citoplasma do oócito
• Embora as mitocôndrias da peça intermediária entrem,
elas não contribuem para o complemento mitocondrial
funcional do zigoto
• O espermatozoide contribui com o centrossoma, que é
necessário para a clivagem da célula

Penetração da corona radiata


• A corona radiata é uma camada de células granulosas
com alta concentração de carboidratos, especialmente o
ácido hialurônico
Esther Santos Fonseca

Fecundação
Prevenção da polispermia (reação zonal) • Espermatozoide entrou → sucessivas ondas de Ca 2+
passam pelo citoplasma do ovócito → estimula a
• Quando o espermatozoide se funde a um ovócito, a
conclusão da segunda divisão meiótica do ovócito
entrada de outros (polispermia) deve ser impedida
• Pró-núcleos feminino e masculino crescem → replicam o
• Espermatozoide entrou → sucessivas ondas de Ca 2+
DNA n (haploide), 2 c (cromátides) → dois prón-núcleos
passam pelo citoplasma do ovócito → estimula a
→ célula oótide
conclusão da segunda divisão meiótica do ovócito
• A exposição ao Ca2+ provoca fusão dos grânulos • Pró-núcleos se fundem (singamia) → cromossomos se
misturam → zigoto → cromossomos se organizam no
corticais com a membrana plasmática → libera enzimas
fuso de clivagem → sucessivas divisões mitóticas
hidrolíticas e polissacarídios → causam o aumento da
zona pelúcida • O sexo do embrião é determinado na fecundação
dependendo do tipo de espermatozoide (X ou Y) que
• Os produtos de secreção dos grânulos corticais → se
fecunde o oócito
difundem nos poros da zona pelúcida → hidrolisam as
o X → mulher
moléculas receptoras de espermatozoides → ZP3
o Y → homem
• Essa é a reação zonal → elimina a capacidade dos
espermatozoides aderirem e penetrarem na zona

Ativação metabólica do ovócito


• Entrada do espermatozoide → bloqueio da polispermia
• Espermatozoide → introduz a fosfolipase → liberação de
pulsos de Ca2+ no citoplasma do ovócito → estimula a
intensificação rápida da respiração e do metabolismo →
por meio de uma troca de Na+ extracelular por H+
intracelular → aumento do pH intracelular → aumento no
metabolismo oxidativo
Descondensação do núcleo do espermatozoide
• No espermatozoide → cromatina muito bem comprimida
→ ligações cruzadas de dissulfeto entre as moléculas de
DNA → diminui peso
• Ligações dissulfeto → reduzidas pela glutationa no
ooplasma → em grupos sulfridrila → protaminas são
perdidas da cromatina do espermatozoide → cromatina
começa se espalhar no pró-núcleo masculino
Conclusão da meiose II
• Após a penetração do gameta masculino, o núcleo do
ovócito, que estava paralisado na meáfase II, completa a
última divisão meiótica e libera um segundo corpo polar
Controle do ciclo celular
CONTROLE DO CICLO CELULAR • Intervém dois tipos de moléculas proveniente de outras
células
Ciclinas

• Alternam um período de síntese crescente e outro de


rápida degradação
• A concentração não é constante
• Concentração se eleva e desce
• Ciclinas G1 (fase S) e ciclinas M (fase M)
Cinases dependentes de ciclinas

• Concentrações constantes
• A multiplicação celular inicia-se na fase embrionária, com
• Interagem com as ciclinas → fosforilam e ativam
a segmentação da célula-ovo
moléculas responsáveis pela divisão celular
• Divisão muito rápida → somente os materiais nucleares • Cinases Cdk2 e Cdc2
das células se duplicam
o Carioteca ou envoltório nuclear A FASE S: CICLINA G1 + Cdk2
o Matriz nuclear ou nucleoplasma
o Nucléolo • Final de G1 → ponto de checagem → há substâncias
o 46 cromossomos ou fibras de cromatina indutoras → entra na fase S para se preparar para a
divisão → replicação do DNA
• Os componentes do citoplasma vão se repartindo em
suas sucessivas células-filhas • Ciclina G1 sintetizada no ponto de partida e aumenta a
• A divisão termina quando, nas células do blastocisto, se concentração durante a fase S e desaparece na fase G2
recupera a relação nucleocitoplasmática → proporção • Acontece quando: ciclina G1 → ativa cinase Cdk2 →
ideal entre núcleo e citoplasma da célula cadeia de fosforilações → ativação das moléculas
• A duplicação dos componentes citoplasmáticos responsáveis pela replicação do DNA
englobam → G1, S e G2 • Condição: a Cdk2 só é ativada quando ciclina G1 atinge
um determinado limiar de concentração → atingiu →
• Existem mecanismos para coordenar o processo de
síntese no núcleo e no citoplasma e determinar o começo ciclina G1 + Cdk2 → complexo SPF (fator promotor da
e o fim do ciclo celular fase S) → induz pré-RC → catalisa a reação da
replicação do DNA
CICLINAS E CINASES DEPENDENTES DE CICLINAS • Ciclina G1 → proteassomas degrada → baixa
concentração → separa-se de Cdk2 → SPF deixa de
existir

FASE G2: MECANISMOS DE SEGURANÇA

• Ponto de checagem no inicio de G2 → verifica se há


DNA não duplicado → se há → replica o DNA → não
há → prossegue para a fase M
FASE M: CICLINA M + Cdc2

Pontos de checagem • Verificou G2 → passou → fase M → mitose


• Ciclina M começa a ser sintetizada a partir da fase G2,
• Final de G1 → se há substancias indutoras de divisão antes que desapareça a ciclina G1
celular → célula começa se dividir → ponto de controle
G1 ou ponto de partida
Controle do ciclo celular
• Ciclina M → alcança limiar de concentração → une-se á
Cdc2 → complexo MPF (fator promotor da fase M) Fase do Cinases dp
• Ciclina M → ativa Cdc2 → fosforila proteínas do citosol Ciclina Complexo
ciclo de ciclinas
e nucleares → as que regulam estabilidade dos
S G1 Cdk2 SPF
filamentos do citoesqueleto, as que compõem os
filamentos laminares e a lamina nuclear, as histonas etc M M Cdc2 MPF

Consequências das fosforilações: início da mitose

• Rede de filamentos de actina se desintegram → célula


perde contato com as células vizinhas
• Microtúbulos se desmontam
• Lâmina nuclear + envoltório nuclear desagregam
• Associação histona H1 com DNA → aumento da
condensação (enrolamento) da cromatina →
compactação dos cromossomos
• Observação: divisão celular termina → baixas
concentrações de ciclina M → desativação de Cdc2 →
fim do MPF → desfosforilização
Dissociação do MPF

• A dissociação do MPF acontece → final da metáfase e


início da anáfase → complexo proteíco ciclossoma ou
APC → degradação da ciclina M e das coesinas que
unem as cromátides → parada da divisão celular
FASE G1 PROLONGADA PASSA A SER G0

• Início da mitose → sem fatores para induzir a


continuação do ciclo → fase G1 prolongada → às
vezes → ‘’se retira’’ do ciclo → fase G0
• Situação oposta: ocorre nas divisões celulares da
segmentação do zigoto → fase G1 e G2 quase não
existem → interfase se reduz à fase S → curta duração
SUBSTANCIAS INDUZEM A PROLIFERAÇÃO CELULAR

• No caso das células que surgem por segmentação


da célula-ovo, parecem ter um mecanismo
intrínseco, que, de forma automática,
desencadeia uma divisão quando se conclui a
anterior
• Células que se não de dividem → fase G0 → não
há ciclinas nem cinases dependentes de ciclinas
→ provavelmente por fatores que inibem sua
produção
Esther Santos Fonseca

Primeira semana de gestação


ACONTECIMENTOS GERAIS

• Clivagem
• Formação da mórula → ainda na tuba uterina indo para
o útero
• Formação do blastocisto → já na cavidade uterina
• Inicio da implantação

CLIVAGEM DO ZIGOTO

• Se inicia a aproximadamente 30 horas após a


fecundação
• Imediatamente após a fecundação, o zigoto passa por
uma mudança acentuada de metabolismo e começa a
clivagem por vários dias
• Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto,
resultando em um aumento do número de células
(blastômeros)
• Começa a partir de quando o zigoto tenha alcançado o FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO
estágio de duas células
• A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba • Logo após de ter alcançado a cavidade uterina
uterina em direção ao útero • Cerca de 4 dias após a fecundação
• O zigoto ainda continua dentro da zona pelúcida durante • Um fluido começa a penetrar os espaços intercelulares
a clivagem da massa celular interna através da zona pelúcida
• Por volta de 6 dias depois, o embrião perde sua zona • O líquido que entra é proveniente da cavidade uterina
pelúcida e adere ao revestimento uterino • Através da atividade de um sistema de transporte de
sódio (Na+) e potássio (K+) – baseado em ATPase – o
Compactação sódio e a água se movimentam pelos blastômeros
• Após a 3ª clivagem externos e se acumulam nos espaços entre os
• Após o estágio de 9 células, os blastômeros se agrupam blastômeros internos → cavitação → forma a blastocele
firmemente, formando uma bola compacta de células (cavidade blastocística)
• Possibilita uma maior interação célula-célula e é um pré- • Conforme esse líquido aumenta, ele separa os
requisito para a separação das células internas → blastômeros em duas partes
embrioblasto (massa celular interna) do blastocisto o Trofoblasto → massa celular externa →
formará a placenta no futuro
• A compactação é mediada por glicoproteínas da adesão
de superfície celular o Embrioblasto → massa celular interna →
• Contato maximizado → junções de oclusão formará o embrião
• O embrião agora se chama BLASTOCISTO
• A compactação é mediada pela concentração de Ca2+ -
moléculas de adesão celular ativadas, como a E- • Há evidências de que o fator de crescimento fibroblástico
caderina, em um anel ao redor da superfície livre dos 4, secretado pelo embrioblasto, ajuda a manter a
blastômeros atividade mitótica no trofoblasto sobrejacente

Mórula Desaparecimento da zona pelúcida

• 3 dias após a fertilização, as células do compactado se • Depois que o blastocisto flutuou nas secreções uterinas
dividem novamente → mórula → 16 a 32 blastômeros por 2 dias, a zona pelúcida gradualmente se degenera e
• Células internas da mórula → massa celular interna → desaparece
• A degeneração dela permite o crescimento do blastocisto
origina os tecidos do embrião
• Células trofoblásticas → circundam as células internas
→ contribui para a formação da placenta mais tarde
(trofo=nutrição)
Esther Santos Fonseca

Primeira semana de gestação


o Camada externa → sinciciotrofoblasto, que
consiste em uma massa protoplasmática
multinucleada sem observações de limites
celulares, é tipo um ‘’pseudópode’’ das
amebas

O ÚTERO NO MOMENTO DA IMPLANTAÇÃO

Teste de gravidez durante os 10 primeiros dias

• As células trofoblásticas → secretam uma proteína


imunossupressora → fator de gestação inicial → base
do teste de gravidez nos 10 primeiros dias

INÍCIO DA IMPLANTAÇÃO
• A parede uterina consiste em 3 camadas
• A degeneração da zona pelúcida também permite o o Endométrio: a mucosa que reveste a parede
embrião a se implantar no endométrio interna
• Por volta do 6º dia o Miométrio: camada espessa de músculo liso
• Estudos recentes sugerem que → selectina L nas o Perimétrio: o peritônio que reveste a parede
células trofoblásticas → se ligam a receptores de externa
carboidrato no epitélio uterino • Da puberdade à menopausa, o endométrio sofre
• Ligação → receptores de integrina (trofoblasto) para a variações durante os ciclos menstruais
laminina (endométrio) • Estágios do endométrio no ciclo menstrual
• Migração → receptores de integrina (trofoblasto) para a o Fase folicular ou proliferativa
fibronectina (endométrio) o Fase secretória ou progestacional
o Fase menstrual (se não ocorrer fecundação)
• Durante a implantação, a mucosa uterina está na fase
secretória, depois da ovulação, em resposta à
progesterona do corpo lúteo
• Fase secretória → glândulas e artérias se tornam
espiraladas e o tecido fica espessado

• Logo que o blastocisto se adere ao epitélio endometrial,


o trofoblasto se prolifera rapidamente e se diferencia em
duas camadas
o Camada interna → citotrofoblasto
Esther Santos Fonseca

Segunda semana gestacional


• A medida que a implantação do balastocisto ocorre,
mudanças morfológicas acontecem
o Disco embrionário bilaminar → formado pelo
hipoblasto e epiblasto → origina camadas
germinativas que formam todos os tecidos e
órgãos do embrião
o Estruturas extraembrionárias → cavidade
amniótica, o âmnio, a vesícula umbilical
conectada ao pendículo e o saco coriônico
DIA 8 – IMPLANTAÇÃO

• O sinciciotrofoblasto provoca a erosão do tecido Formação da cavidade amniótica


endometrial e o blastocisto começa a se implantar no
• A partir do epiblasto, começam a surgir as células
endométrio
amniogênicas → amnioblastos
• O blastocisto está parcialmente encaixado no estroma
• Amnioblastos → se separam dos epiblastos →
endometrial
envolvem a cavidade amniótica → produz o âmnio
Diferenciação do trofoblasto • Alguns fatores do endométrio tem a função de torna-lo
mais receptivo:
o Microvilosidades das células
o Moléculas de adesão celular (integrinas)
o Citocinas, prostaglandinas
o Hormônios (HCG e progesterona)
o Fatores de crescimento
o Enzimas de matriz extracelular e outras
(metaloproteinases de matriz, proteína quinase A)
• As células do tecido conjuntivo ao redor do local de
implantação acumulam glicogênio e lipídios
• O trofoblasto se diferencia em duas camadas (nutrientes para o sinciciotrofoblasto)
o Citotrofoblasto: camada de células internas, • As células deciduais (do endométrio) sofrem
onde encontram-se células mitóticas. As células apoptose nas proximidades do sincício
do citotrofoblasto se dividem e migram para o • As glândulas grandes e tortuosas secretam
sinciciotrofoblasto, no qual se fusionam e perdem glicogênio e muco abundantes
suas membranas celulares individuais
o Sinciciotrofoblasto: camada externa de células
multinucleadas, sem limites celulares distintos,
não há células mitóticas. É erosivo e invade o
tecido endometrial, deslocando suas células. As
células endometriais sofrem apoptose (morte
programada), facilitando a invasão
Diferenciação do embrioblasto

• As células do embrioblasto também se diferenciam em


dois tipos diferentes:
o Camada hipoblástica: células cuboides Teste de gravidez
pregadas (teto) na cavidade exocelômica
o Camada epiblástica: células colunares altas • O sinciciotrofoblasto produz um hormônio glicoproteico
pregadas (chão) na cavidade amniótica → HCG → entra na circulação sanguina da mãe →
• Hipoblasto + epiblasto → disco embrionário bilaminar lacunas no sinciciotrofoblasto
• O HCG mantém a atividade de corpo lúteo → produz
progesterona e estrogênio para manter a gestação
Esther Santos Fonseca

Segunda semana gestacional


DIA 9 A 10 – COÁGULO E LACUNAS DIA 11 E DIA 12 DO DESENVOLVIMENTO
Formação do coágulo fibrinoso Reepitelização do coágulo de fibrina

• O orifício deixado pela penetração do blastocisto no • Por volta do 12° dia, o epitélio quase totalmente
epitélio é fechado por um coagulo de fibrina regenerado recobre o tampão
• É como um tampão • Isso resulta parcialmente da sinalização de AMPc
(monofosfato de adenosina cíclica, é um sinalizador) e
progesterona
Reação decidual

• A principal função da reação decidual é fornecer


nutrientes para o embrião em um local imunologicamente
privilegiado para o concepto
Estágio lacunar do sinciciotrofoblasto • Assim que o concepto (embrião e membranas) se
• Assim que se formam o âmnio, disco embrionário e a implanta → céls do tecido conjuntivo endometrial
vesícula umbilical → formação de lacunas no continuam passando por transformações
sinciciotrofoblasto → mistura de sangue materno e • As células incham devido ao acúmulo de glicogênio e
restos celulares das glândulas uterinas lipídios do citoplasma
• Embriotrofo: fluido dos espaços lacunares que chega ao Circulação uteroplacentária primitiva
disco embrionário → difusão → material nutritivo para o
embrião • comunicação dos capilares endometriais rompidos +
rede lacunar
• Artérias endometriais espiraladas → sangue oxigenado
→ rede lacunar → sai sangue com pouco oxigênio →
removido das lacunas por → veias endometriais
• Os vasos sanguíneos formados no estroma endometrial
(estrutura do tecido conjuntivo) estão sob influência →
estrogênio e progesterona
• Proteína da junção comunicante → conexina 43 (Cx43)
→ papel na angiogênese na implantação

Formação da membrana exocelômica

• As células do hipoblasto formam uma membrana fina


→ membrana exocelômica → alinhada na superfície
interna do citotrofoblasto
Formação da cavidade exocelômica

• Essa membrana forma o revestimento da → cavidade


exocelômica OU vesícula vitelínica primitica
Esther Santos Fonseca

Segunda semana gestacional


Formação do mesoderma extraembrionário Celoma extraembrionário
• O mesoderma extraembrionário aumenta e
• Superfície interna do citotrofoblasto – nova camada de
aparecem os espaços celômicos extraembrionários
células – superfície externa da cavidade exocelômica
• Com a formação do celoma extraembrionário →
saco vitelínico primitivo diminui de tamanho →
pequeno saco vitelínico secundário → papel de
nutrição

• Essas células são derivadas do saco vitelínico


• Preenchem todo o espaço entre o trofoblasto
externamente, o âmnio e a membrana exocelômica
internamente
• Logo depois, grandes cavidades começam a se formar
no mesoderma extraembrionário → cavidades se
convergem → espaço novo → cavidade
DIA 13 E 14 – VILOSIDADES CORIÔNICAS
extraembrionária OU cavidade coriônica
Formação das vilosidades coriônicas primárias

• O final da segunda semana é marcado pelo


aparecimento das vilosidades coriônicas primárias
• Células do citotrofoblasto se proliferam e penetram no
sinciciotrofoblasto → colunas de céls circundadas por
sincício
Formação da vesícula umbilical secundária

• Células do hipoblasto se proliferam, formando uma nova


cavidade → dentro da cavidade do exocelômica →
vitelina secundária OU vitelina definitiva → muito
• Cavidade coriônica circunda → saco vitelínico primitivo menores que a exocelômica
+ cavidade amniótica • Cistos exocelômicos → porções da cavidade
o Não circunda o local onde o disco germinativo se exocelômica que são pinçadas para fora
conecta ao trofoblasto • Vesícula umbilical humana → local de origem das
• Mesoderma extraembrionário somático: circunda o células germinativas primordiais + função nutritiva
citotrofoblasto e o âmnio
• Mesoderma extraembrionário esplâncnico: reveste o
saco vitelínico
Esther Santos Fonseca

Segunda semana gestacional


Formação do córion e saco coriônico EMBRIÃO DE 14 DIAS

• Cavidade coriônica: o celoma extraembrionário se • Tem o formato de um disco embrionário bilaminar plano
expande e forma essa nova cavidade • As células hipoblásticas agora são cilíndricas e formam
• Placa coriônica: é o mesoderma extraembrionário que uma região circular espessada → placa pré-cordal →
reveste o interior do citrotofoblasto organizadora da cabeça
• Pedúnculo embrionário: porção em que o mesoderma
extraembrionário atravessa a cavidade coriônica
o Com o desenvolvimento dos vasos sanguíneos
→ pedúnculo → cordão umbilical do embrião

ULTRASSONOGRAFIA TRANSVAGINAL / ENDOVAGINAL

• É usada para medir o tamanho do saco coriônico


• Importante para a avalização do desenvolvimento
embrionário inicial e da progressão da gestação
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


RESUMO DA 3ª SEMANA o Encontradas na fase de blastocisto → epiblasto
→ mesênquima → pluripotentes → formam as 3
Essa semana coincide com a 1ª semana de atraso menstrual,
camadas germinativas
isto é, 5 semanas após o primeiro dia do último período
menstrual normal Células multipotentes → são responsáveis pela renovação
celular, basicamente. Podem diferenciar-se em apenas
Frequentemente, a interrupção da menstruação pode ser o alguns tipos celulares.
primeiro sinal de gravidez
o Células da medula óssea e do cordão umbilical
Aproximadamente 5 semanas depois do último período
menstrual, é possível detectar a gravidez por ultrassonografia Células unipotentes → não apresentam grande capacidade
de diferenciação, sendo capazes apenas de formar células do
tecido a qual pertencem
GASTRULAÇÃO

• A gastrulação é o processo no qual as três camadas


germinativas irão originar todos os tecidos embrionários
o Ectoderma
o Mesoderma
A terceira semana é caracterizada por: o endoderma
• Aparecimento da linha primitiva • orientação axial dos embriões
• Desenvolvimento da notocorda o Anteroposterior (A-P craniocaudal)
o Dorsoventral (D-V)
• Diferenciação das três camadas germinativas
o Esquerdo-direito (E-D)
DIFERENCIAÇÃO CELULAR • Durante a gastrulação, o disco embrionário bilaminar →
trilaminar
• É um processo durante o qual ocorrem modificações
moleculares e morfológicas, com aumento da Formação da linha primitiva
complexidade celular
• Primeiro sinal morfológico da gastrulação
• Nos seres humanos, o processo de diferenciação
• Forma-se na superfície do epiblasto
começa na fase embrionária de gástrula
o Inicio de intensa síntese de proteínas e RNA, com • Resulta da proliferação e do movimento de células do
consequente crescimento do embrião epiblasto
o Movimentos celulares intensos que originam os 3 • 15º dia → forma-se uma faixa linear espessada do
folhetos germinativos epiblasto, aparece caudalmente no plano mediano no
o Fixação do destino das células embrionárias aspecto dorsal do disco embrionário
• Nas fases de mórula e blástula não ocorre transcrição • Espessamento → linha primitiva
nem tradução → sem síntese de RNA e proteínas • Pequena depressão → sulco primitivo
• Pequena depressão no nó primitivo → fosseta primitiva
Células-tronco

• Células capazes de dividir-se e diferenciar-se em


distintos tipos celulares. São, portando, células
indiferenciadas
Células totipotentes → capazes de se transformarem em
qualquer tipo celular encontrada no corpo do indivíduo. É
capaz de originar um ser por completo.
o Encontradas no zigoto na fase de mórula →
blastômeros → até a fase de 16 células → 3 dias
de vida
Células pluripotentes → são menos versáteis, ou seja, não
são capazes de originar tecidos extraembrionários
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


Crescimento do disco embrionário

• Durante essa semana, o embrião é referido como


gástrula
• Proteínas morfogenéticas ósseas e outras moléculas de
sinalização
o Como o FGF, Shh, Tgifs e Wnts possuem uma
participação de extrema importância na
gastrulação
o Os indicares de sinalização orientam o processo
de diferenciação celular
Mesênquima

• Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva,


as células do epiblasto migram de sua superfície
profunda para formar o mesênquima
• Células pluripotentes que se diferencial em diversos tipos
celulares → fibroblastos, controblastos e osteoblastos
mais pra frente
• Tecido conjuntivo embrionário formado por células
fulsiformes, frouxamente organizadas e contendo fibras
colágenas
Estabelecimento dos eixos corporais • Forma os tecidos de sustentação do embriao
• Uma parte do mesênquima forma o → mesoblasto →
• Após a formação da linha primitiva, ela vai definir todos forma o mesoderma intraembrionário
os principais eixos corporais
Formação do endoderma definitivo
Eixo anteroposterior (A-P craniocaudal)
• 16º dia → epiblastos nas laterais da linha primitiva →
• Cranial → anterior movem-se em direção ao espaço entre o epiblasto e o
• Caudal → posterior hipoblasto
• As primeiras células ingressantes do epiblastos →
Eixo esquerdo direito (E-D)
invadem e deslocam o hipoblasto → substitui os
• Tudo que está a esquerda da linha primitiva → lado hipoblastos por uma nova camada → endoderma
esquerdo do embriao definitivo
• Tudo o que está a esquerda da linha primitiva → lado
direito
Eixo dorsoventral (D-V)

• Grosseiramente equivale ao eixo ectoderma-endoderma


• Dorso → ectoderma (costas)
• Ventre → endoderma (abdômen)
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


• Endoderma embrionário → dá origem aos revestimentos
epiteliais dos sistemas respiratório e digestório, incluindo
as glândulas do trato digestório e do fígado e do
pâncreas
Formação do mesoderma intraembrionário

• 16º dia → células do epiblasto migram através da linha


primitiva e forma uma terceira camada germinativa →
entre o epiblasto e o hipoblasto → mesoderme
• Logo depois, a mesoderme vai originar 5 subdivisões
principais • Ectoderma embrionário → dá origem a epiderme, aos
o Mesoderma cardiogênico SNC e SNP, aos olhos e ouvidos internos, células da
o Mesoderma paraxial crista neural e muitos dos tecidos conjuntivos da cabeça
o Mesoderma intermediário
o Mesoderma da placa lateral
o Processo notocordal
▪ A quinta população de células que migram
cranialmente a partir do nó primitivo para
formar a notocorda

TERATOMA SACROCOCCÍGEO

• Remanescentes da linha primitiva podem persistir (pois


ela deverá desaparecer no processo notocordal) →
teratoma sacrococcígeo
• É um tipo de tumor de células germinativas que pode ser
benigno ou maligno
• As crianças mais afetadas são do sexo feminino (80%)
• Geralmente são removidos rapidamente por cirurgia
• Um teratoma pré-sacal pode causar obstrução intestinal
• Mesoderma → dá origem a todos os músculos ou urinária
esqueléticos, às células sanguíneas, ao revestimento
dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das vísceras
etc
Formação do ectoderma

• Agora o epiblasto remanescente constituiu a ectoderma


• Rapidamente vai se diferenciar na placa neural → região
central do disco embrionário
• Ectoderma cutâneo (de revestimento) → região
periférica
• Entretanto o embrião se desenvolve em uma sequência
CRANIOCAUDAL
• Nesse momento, há a formação do disco embrionário PROCESSO NOTOCORDAL E NOTOCORDA
trilaminar • Algumas células mesenquimais migram através da linha
• Todas as três camadas se originaram do epiblasto primitiva e vão em direção ao mesoderma
• Processo notocordal → vai do nó primitivo até a placa
pré-cordal
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


o A placa pré-cordal dá origem ao endoderma da
membrana bucofaríngea, futura cavidade oral
o A placa pré-cordal funciona como um centro
sinalizador (Shh e PAX6) para o controle do
desenvolvimento das estruturas cranianas

• As células mesenquimais migram lateral e


cranialmente, se misturando com outras células
• Há a formação de abertura no assoalho do processo
mesodérmicas até as margens do disco embrionário
notocordal → canal neuroentérico → buraco → vai
• Células do nó primitivo → proliferam → mergulham
permitir a comunicação do âmnio e do saco vitelínico
embaixo do ectoderma → vai até a placa pré-cordal → notocorda completa → ele se fecha normalmente
→ forma um tubo que se alonga e ganha lúmen →
• Depois, começando da extremidade cranial do
canal notocordal
embrião → células da placa notocordal se proliferam
• É um tubo → em cima está o âmnio → embaixo está → sofrem um dobramento → forma a notocorda
o saco vitelínico

OBS: se cortamos a região antes do nó, não há processo


notocordal

Notocorda

• Os sinais instrutivos da linha primitiva (Shh) → induzem


as células precursoras notocordais → forma notocorda
→ semelhante a um bastão → começa da extremidade
cranial do embrião até o nó primitivo
• Define o eixo longitudinal primordial do embrião
• Confere certa rigidez
• Em seguida, o assoalho do processo notocordal se funde • Fornece sinais que são necessários para o
com o endoderma embrionário que está embaixo desenvolvimento de estruturas musculoesqueléticas
• Essa base de sustentação vai se desfazer, e, por um axiais e do SNC
curto período de tempo → comunicação entre âmnio + • Contribui para a formação dos discos intervertebrais
saco vitelínico • O desenvolvimento da notocorda → induz células do
ectoderma → espessa e forma a placa neural →
primórdio do SNC
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


Alantoide • A medida que o embriao vai se alongando → o nó
primitivo vai sendo empurrado caudalmente →
• Aparece no 16º dia como uma pequena evaginação da
regressão do nó e linha primitiva
parede caudal da vesícula umbilical, que se estende até
• A notocorda já está se passando no meio, dentro dela um
o pedículo de conexão
sulco neural e duas pregas do lado
• O mesoderma do alantoide → se expande para baixo do
córion → forma vasos sanguíneos que servirão para a NEURULAÇÃO
placenta
• Processo de formação da placa neural, das pregas
• Os vasos sanguíneos do alantoide se tornam artérias
umbilicais neurais e no fechamento das pregas para formarem o
tubo neural
Mesoderma cardiogênico • Completa até o final da quarta semana → fechamento
do neuropolo caudal → vitamina B9 e B12 são
• O futuro mesoderma cardiogênico move-se do epiblasto importantes
para a porção mediana da linha primitiva → migra
cefalicamente → cerca a membrana orofaríngea Placa e tubo neural

• Conforme a notocorda se desenvolve → induz o


ectoderma a se diferenciar → se espessa e forma a
placa neural

Membranas bilaminares
• Na placa neural se desenvolvem duas saliências →
• São extremidades, caudal e cranial, onde não existe pregas neurais
mesoderma → ectoderma e endoderma se fusionam • Entre as pregas → sulco neural
• Membrana bucrofaríngea → futura cavidade oral • Ou seja, a notocorda induz a diferenciação de células
• Membrana cloacal → indica o futuro local do ânus ectodérmicas em uma placa neural → somente SOBRE
a notocorda
ALONGAMENTO DO DISCO EMBRIONÁRIO
• Lateralmente → continua ectoderma normal → vão
• Nessa etapa, o embriao já não é mais um disco, ou seja, formar o ectoderma de revestimento posteriormente
durante a gastrulação → início da linha primitiva e • Ectoderma que está se desenvolvendo na placa neural
notocorda → placa neural → alongamento do embriao → neuroectoderma
o O neuroectoderma dá origem ao SNC, o encéfalo
e a medula espinhal, além da retina

• Como se ele tivesse se ‘’achinelando’’ adquirindo o • Inicialmente, placa neural → mesmo comprimento da
formato de um chinelo notocorda subjacente
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


• Placa neural → surge rostralmente (extremidade da
cabeça) ao nó primitivo e dorsalmente (posterior) à
notocorda e ao mesoderma subjacente (embaixo)
• Notocorda se alonga → placa neural se amplia → se
estende cranialmente até a membrana bucofaríngea
• Posteriormente, placa neural se estende além da
notocorda

Formação do tubo neural

• 18º dia → Placa neural se invagina → forma o sulco


• Com a fusão dessas pregas e com a formação do tubo
neural mediano longitudinal (sulco neural) → com
neural, haverá também a fusão dessas regiões laterais
pregas neurais em ambos os lados
às pregas se fundindo → reestabelecendo o ectoderma
• As pregas se tornam proeminentes na extremidade de revestimento
cranial do embrião → primeiro sinal do encéfalo
• Crista neural → restos de células que se formam um
• Até o final da 3ª semana → pregas neurais se fusionam ‘’chapéu’’
→ placa neural se transforma → tubo neural
• Tubo neural → se separa do ectoderma

• O tubo neural → migra ventralmente → ocupa o lugar


que antes era da notocorda
Formação da crista neural • Cristas neurais → separa em porção direita e esquerda
• Diferenciação e migração das células da crista neural → → região dorsolateral do tubo neural
reguladas por interações moleculares de genes • Crista neural
específicos, moléculas de sinalização e fatores de o Origina os gânglios sensoriais dos nervos
transcrição espinhais e cranianos
• A sinalização Wnt/beta-catenina → ativa o gene GBX2 o Gânglios do sistema nervoso autônomo
→ desenvolvimento da crista neural o Formam a bainha de neurilema dos nervos
• Azul claro → ectoderma de revestimento periféricos
• Azuis mais escuros → neuroectoderma → vai formar o o Formação das células pigmentares
tubo neural o Células da medula da glândula suprarrenal e etc
• O azul intermediário → vai formar a crista neural Lâminas de mesodermas junto ao tubo neural
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


• Mesoderma lateral → contínuo com o mesoderma
extraembrionário que reveste a vesícula umbilical (saco
vitelínico) e o âmnio
• Mesoderma intermediário → coluna de mesoderma
entre o mesoderma paraxial e o mesoderma lateral
• Mesoderma paraxial → vem das células do nó primitivo
→ acompanham todo o tubo neural → se dividem para
formar os somitos DESENVOLVIMENTO DO CELOMA INTRAEMBRIONÁRIO

DESENVOLVIMENTO DOS SOMITOS • Celoma → cavidade do corpo do embrião


• Espaços celômicos isolados começam a surgir no
• Células derivadas do nó primitivo → formam a notocorda mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma
• Envolve a expressão dos genes da via de sinalização cardiogênico (coração em formação)
Notch → genes HOX
• Células do nó primitivo → formam mesoderma para-axial
→ se diferencia, se condensa → começa a se dividir em
corpos cuboides pareados → somitos → sequência
craniocaudal

• Espaços se juntam → formam o celoma intraembrionário


→ única cavidade em formado de ferradura
• O celoma divide o mesoderma lateral em duas camadas
→ camada somática ou parietal e camada esplâncnica
ou visceral
• Os blocos de somitos estão localizados dos dois lados o PARIETAL OU SOMÁTICA: contínua ao
do tubo neural em desenvolvimento mesoderma extraembrionário, que cobre o âmnio
• Cerca de 38 pares → entre 20 a 30 dias depois do inicio o VISCERAL OU ESPLÂNCNICA: contínua ao
do desenvolvimento embrionário mesoderma extraembrionário que cobre o saco
• Final da 5ª semana → 42 a 44 pares vitelínico
• Dão origem a maior parte do esqueleto axial e à • Somatopleura → mesoderma somático + ectoderma →
musculatora associada formam a parede do corpo do embrião
• Dão origem à derme da pele adjacente • Esplancnopleura → mesoderma esplâncnico +
endoderma → formam o intestino embrionário
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação


DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR • Vasos se ramificam → brotamento endotelial
(angiogênese) → e se fundem com outros vasos
• Final da segunda semana → nutrição por difusão do
celoma extraembrionário e do saco vitelínico através de Formação das células sanguíneas
célula a célula
• Células endoteliais → surgem a partir das células
• 3ª semana → necessidade crescente por vasos
endoteliais
sanguíneos → trazer oxigênio e nutrientes para o
embrião → formação inicial do sistema cardiovascular • Células sanguíneas progenitoras → originam
diretamente de células-tronco hematopoiéticas
• A formação dos vasos sanguíneos começa no
o A hematogênese → formação e hemácias → só
mesoderma extraembrionário (que fica fora) do saco
depois da 5ª semana
vitelínico, do pedículo de conexão e do córion
SISTEMA CARDIOVASCULAR PRIMITIVO

• Células mesenquimais da área cardiogênica → coração


e grandes vasos

Vasculogênese

• Formação de vasos novos a partir de angioblastos


(células diferenciais do mesênquima)
• Células mesenquimais → angioblastos → se agregam
para formar aglomerados de celulares angiogênicos
isolados → ilhotas sanguíneas → apresentam uma
cavidade no interior
• Canais longitudinais + tubos cardíacos endocárdicos
(revestidos por cels endoteliais) → se desenvolvem →
fusionam → formando o tubo cardíaco primitivo

• Os angioblastos se achatam → formam as células


endoteliais ao redor das cavidades das ilhotas → dando
origem ao endotélio
• Muitas das cavidades revestidas por endotélio se se
fusionam → rede de canais endoteliais →
vasculogênese

• Coração tubular → se une aos vasos sanguíneos do


embrião → sistema cardiovascular primitivo
• Ao final da 3ª semana → sangue circulando → coração
Angiogênese começa a bater no 21º ou 22º dia
• O sistema cardiovascular é o primeiro sistema de órgãos
• Formação de vasos novos a partir de um vaso velho a alcançar um estado funcional
(acabam se conectando), vaso novo-vaso velho
Esther Santos Fonseca

Terceira semana de gestação

• Células mesenquimais nas vilosidades → diferenciam


em capilares e células sanguíneas → vasos no interior
das vilosidades coriônicas secundárias → vilosidades
coriônicas terciárias

DESENVOLVIMENTO DAS VILOSIDADES CORIÔNICAS

• 2ª semana → vilosidades coriônicas primárias


o Células do citotrofoblasto se proliferam e
penetram no sinciciotrofoblasto → colunas de
células circundadas por sincício • Posteriormente, vilosidades coriônicas se fundem →
formando redes arteriocapilares → por meio de vasos
que se diferenciam do mesênquima do córion e do
pedículo de conexão → vão se conectar com o coração
do embrião
• Oxigênio + nutrientes → presentes no espaço
interviloso → se difundem através das paredes das
vilosidades → sangue do embrião
• CO2 + resíduos → se difundem do sangue dos capilares
fetais → paredes das vilosidades coriônicas → sangue
materno
• As células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas
• Início da 3ª semana → mesênquima extraembrionário proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto
central cresce para dentro para dentro dessas → formando a capa citotrofoblástica extravilosa
vilosidades → forma o eixo central de tecido Vilosidades coriônicas-tronco
mesenquimal → vilosidades coriônicas secundárias
→ revestem toda a superfície do saco coriônico • as vilosidades que vão ter os citrotofoblastos em grande
quantidade
• se prendem ao tecido materno através da capa
citrotofoblástica
Vilosidades ramificadas

• são as ramificações das vilosidades troncais


• é através da parede das vilosidades ramificadas →
ocorre a principal troca de material → sangue materno e
embrião
• as vilosidades ramificadas são banhadas por sangue
materno do espaço interviloso, que é renovado
continuamente
Esther Santos Fonseca

Dobramento embrionário
FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

• Fase de crescimento → envolve a divisão celular e a


elaboração de produtos celulares
• Fase de morfogênese → desenvolvimento da forma,
tamanho e outras características. Controlada pela
expressão e regulação de genes específicos em uma
sequencia ordenada • Inicialmente, encéfalo em desenvolvimento →
• Fase de diferenciação → as células são organizadas em dorsalmente para a cavidade amniótica
um padrão preciso de tecidos e de órgãos capazes de • Posteriormente, o prosencéfalo em desenvolvimento →
executar funções especializadas cresce cranialmente, além da membrana bucofaríngea e
coloca-se sobre o coração em desenvolvimento →
DOBRAMENTO DO EMBRIÃO migrou mais ventralmente (em direção ao abdômen)
• Disco trilaminar plano → dobramento → embrião
cilíndrico → estabelecimento da forma do corpo
• O dobramento ocorre nos planos medianos e horizontal
e resulta no crescimento rápido do embrião
• A velocidade do crescimento lateral não acompanha o
ritmo do crescimento do comprimento do embrião
• O dobramento das extremidades cranial e caudal e o
dobramento lateral ocorrem ao mesmo tempo • Ao mesmo tempo → septo transverso (lâmina espessa
• Ao mesmo tempo, há uma compressão, de tecido mesodérmico que vai originar o diafragma) +
estrangulamento, relativa na junção do embrião com a coração primitivo + celoma pericárdio + membrana
vesícula umbilical bucofaríngea → se deslocam para a superfície ventral
do embrião
DOBRAMENTO NO PLANO MEDIANO • Durante o dobramento → parte do endoderma do saco
• O dobramento das extremidades produz as pregas vitelínico (vesícula umbilical) → incorporado como
cefálica e caudal, que resultam em uma movimentação intestino anterior (primórdio da faringe, esôfago e
das regoes cranial e caudal ventralmente (em direção ao sistema respiratório inferior)
abdômen)
• O dobramento acontece enquanto o embrião se alonga
cranial e caudalmente
• É como se embrião estivesse dando uma cambalhota

o O pedículo de conexão também está migrando


para a parte ventral → é lógico pois ele vai
originar o cordão umbilical junto com o saco
vitelínico
o O saco vitelínico está sofrendo um
estrangulamento
• O intestino anterior está localizado entre o prosencéfalo
e o coração primitivo
• A membrana bucofaríngea separa o intestino anterior do
estomodeu → boca primitiva
PREGA CEFÁLICA

• Início da 4ª semana → as pregas neurais na região


cranial formam o primórdio do encéfalo
Esther Santos Fonseca

Dobramento embrionário

• À medida em que o embrião cresce → eminência caudal


• Após o dobramento da cabeça → septo transverso
(região da cauda) → se projeta sobre a membrana
(futuro diafragma) → caudal ao coração → se
cloacal → futuro ânus (imagem acima)
desenvolve posteriormente → desenvolve-se no tendão
• Parte do endoderma → incorporado ao embrião como
central do diafragma (separação entre a cavidade
intestino posterior → originará o cólon e reto
abdominal e torácica)
• A prega cefálica → afeta o arranjo do celoma
embrionário (cavidade corporal)
• Antes do dobramento → celoma era uma cavidade
achatada e em formato de ferradura
• Depois do dobramento → celoma pericárdio → ventral
(embaixo) ao coração → cranial (na frente) ao septo
transverso

• Parte terminal do intestino posterior → se dilata


levemente → forma a cloaca (bexiga urinária e o reto
primários)
• Antes do dobramento → linha primitiva situa-se cranial
• Nesse estágio, o celoma intraembrionário → se
(na frente) à membrana clocal
comunica em ambos os lados → com o celoma
extraembrionário • Após o dobramento → linha primitiva na região caudal
(atrás) à membrana clocal
• O pedículo de conexão (primórdio do cordão umbilical)
→ agora está ligado a superfície ventral
• O alantóide → parcialmente incorporado do embrião
DOBRAMENTO DO EMBRIÃO NO PLANO HORIZONTAL

• Dobramento lateral → produz pregas laterais direita e


esquerda

• O dobramento lateral é resultado do rápido crescimento


PREGA CAUDAL
da medula espinhal e dos somitos
• Dobramento da extremidade caudal → crescimento da • O primórdio da parede abdominal ventrolateral → dobra-
parte distal (mais afastada) do tubo neural → primórdio se em direção ao plano mediano → deslocando as
da medula espinhal
Esther Santos Fonseca

Dobramento embrionário
bordas do disco embrionário ventralmente → embrião • a fusão ventral das pregas laterais reduz a
cilíndrico formado comunicação entre as cavidades celomáticas (extra e
intra) a uma comunicação mais estreita

• com a expansão da cavidade amniótica e com a


eliminação da maior parte do celoma extraembrionário
→ âmnio forma o revestimento epitelial do cordão
umbilical
• Com a formação da parede abdominal → parte do
endoderma → incorporada ao embrião como intestino
médio, primórdio do intestino delgado

• Inicialmente → ampla conexão entre intestino médio e


saco vitelínico (vesícula umbilical)
• Após o dobramento lateral → comunicação reduzida →
formando o ducto onfaloentérico
• A região de ligação do âmnio à superfície ventral do
embrião também é reduzida a uma região umbilical
relativamente estreita

• Com o cordão umbilical → formado a partir do pedículo


de conexão + pedículo vitelínico (região estrangulada)
Esther Santos Fonseca

Quarta à oitava semana


INTRODUÇÃO

• Todas as principais estruturas internas e externas são


estabelecidas nesse período
• O embrião possui uma aparência nitidamente humana
• A exposição dos embriões a teratógenos durante esse
período pode causar grandes anomalias congênitas,
principalmente porque os tecidos e órgãos estão
rapidamente se diferenciando
QUARTA SEMANA DOS SOMITOS

• Ocorrem mudanças na forma do embrião


• No início → embrião quase reto e possui de 4 a 12 o 2º hiodieo
somitos o 3º maxila → contribui para a maxila
• O tubo neural é formado frente aos somitos, mas é o Os três pares de arcos faríngeos são vistos com
amplamente aberto nos neuropolos rostral e caudal. 26 dias de vida
o Importante a suplementação de vitamina B9 e o Vao sinalizar a região da boca
B12 nessa fase para o fechamento dos o É mais dorsal e caudal do paciente
neuroporos ocorrer certinho • Agora o embrião está levemente curvado em função das
o O fechamento dos neuroporos é feito crânio- pregas cefálica e caudal
caudalmente • O coração forma uma → proeminência cardíaca
o Fecha que nem um zíper ventral e bombeia sangue
• Neuroporo rostral está se fechando

• Os brotos dos membros superiores são reconhecíveis


no dia 26 ou 27
• As fossetas óticas (primórdios das orelhas internas)
também estão visíveis
• Espessamentos ectodérmicos → futuros cristalinos dos
olhos

• Com 24 dias → os primeiros arcos faríngeos


o 1º mandibular → origina a mandíbula e a
extensão rostral do arco
Esther Santos Fonseca

Quarta à oitava semana


• 4º par de arcos faríngeos e o broto dos membros
inferiores também estão visíveis
• Uma longa iminência caudal, como uma cauda também
é uma característica
• Primórdios de muitos sistemas de órgãos, como o
sistema cardiovascular, são estabelecidos
• Neuroporo caudal está fechado no final da 4ª

Diferentes cortes do embrião de 4 semanas

5ª SEMANA DA CABEÇA

• As mudanças no corpo são poucas, mas o crescimento


da cabeça excede o de outras regiões
• Alargamento da cabeça → por causa do rápido
desenvolvimento do encéfalo e das proeminências
faciais
• A face em contato com a proeminência cardíaca

• Rápido crescimento do 2º arco faríngeo → se sobrepõe


ao 3º e 4º arco → forma uma depressão lateral (como se
fosse uma gordurinha → seio cervical
• As cristas mesonéfricas → indicam o local dos rins
mesonéfricos → órgãos excretores provisórios
Esther Santos Fonseca

Quarta à oitava semana


6ª SEMANA DOS SENTIDOS • Comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula
umbilical está reduzida
• Mostra os movimentos espontâneos → contrações no
• Pedículo vitelínico → ducto onfaloentérico
tronco e nos membros em desenvolvimento
• Ao final da 7ª semana, a ossificação dos membros
• Os membros superiores começam a mostrar uma
superiores já iniciou
diferenciação regional → desenvolvimento dos
cotovelos e das grandes placas das mãos

• Os primórdios dos dígitos (dedos) → raios digitais 8ª SEMANA DO MINI HUMANO


→ iniciam seu desenvolvimento na placa das mãos
• No início da 8ª, os dedos das mãos já estão separados,
• Saliências auriculares → se desenvolvem ao redor do
porém, unidos por uma membrana visível
sulco ou fenda faríngea → entre os primeiros 2 arcos
• Chanfraduras visíveis nos pés
faríngeos
• Eminencia caudal ainda está presente, mas é curta
• Sulco → meato acústico externo (canal da orelha
• Plexo vascular do couro cabeludo aparece → forma
externa)
uma faixa característica ao redor da cabeça
• Saliências auriculares contribuem → aurícula (pavilhão),
• Final da 8ª semana → todos as regiões dos membros
a parte em concha da orelha externa
estão aparentes, dedos compridos e completamente
• Os olhos agora são notáveis → formação do pigmento
separados
da retina
• Cabeça dobrada sobre a proeminência cardíaca
• O tronco e o pescoço começam a endireitar
• Intestino penetra no celoma extraembrionário na parte
proximal do cordão umbilical

7ª SEMANA DOS MEMBROS MODIFICADOS

• Os membros sofrem uma mudança considerável durante • Os primeiros movimentos voluntários dos membros
a 7ª semana acontecem durante a 8ª semana
• Chanfraduras (destaca) aparecem entre os raios • A ossificação primária inicia-se no fêmur
digitais (dedos) • A eminência caudal desapareceu
• Sulcos separam as áreas das placas das mãos e dos • Mãos e pés se aproximam ventralmente
pés, que indicam claramente os dedos
• O embrião possui características humanas distintas
Esther Santos Fonseca

Quarta à oitava semana


• Cabeça ainda é desproporcional (grande demais) • Embriões de 14 a 18 semanas → comprimento
• Pálpebras mais evidentes cabeça-nádega (CNN). É considerado que o maior
• Os intestinos estão na porção proximal do cordão CNN é o mais preciso
umbilical

• Altura em pé ou comprimento cabeça-calcanhar é


algumas vezes medida, o comprimento do embrião é
apenas um dos critérios para saber a idade

ESTIMATIVA DA IDADE DO EMBRIÃO

• Embriões recuperados depois do aborto espontâneo têm


suas idades estimadas a partir de suas características
externas e pela medida do seu comprimento
• Embriões de 3ª e 4ª semana são mais retos → sua
medida indica maior comprimento
Esther Santos Fonseca

Derivação das camadas germinativas


DERIVADOS DO ENDODERMA Intestino anterior

• O sistema digestório é o principal sistema orgânico • Em sua porção cefálica, o intestino anterior → ligado
derivado do endoderma temporariamente pela membrana orofaríngea, que se
o Recobre a superfície ventral do embrião e forma separa do estomodeu (boca) da faringe (parte do
o teto da vesícula vitelínica intestino anterior derivado do endoderma)
• Na 4ª semana, a membrana orofaríngea se rompe,
estabelecendo uma conexão aberta com a boca e o
intestino primitivo

• Conforme a cabeça, a cauda e as duas dobraduras se


movem ventralmente → elas puxam o âmnio pra baixo
com elas, de modo que o embrião fique dentro da
cavidade amniótica
Intestino médio

• Se comunica com o saco vitelínico por um pedúnculo


largo, o ducto vitelínico
• Esse ducto é largo inicialmente → crescimento
adicional do embrião + dobramento → se torna estreito
e longo

• A parede corporal ventral se fecha totalmente, exceto


na região umbilical, onde há a conexão do bulbo com
a vesícula vitelínica mantida

Intestino posterior

• Também termina em uma membrana ectoendodérmica


→ membrana cloacal
• Membrana cloacal → separa a porção superior do
• Como resultado do crescimento cefalocaudal e do canal anal (derivada do endoderma) da porção inferior
fechamento das dobraduras da parede corporal → → proctodeu
parte do endoderma é incorporado ao embrião para • Na 7ª semana, a membrana cloacal se rompe → cria
formar o tubo intestinal abertura para o ânus
o Intestino anterior
o Intestino médio
o Intestino posterior
Esther Santos Fonseca

Derivação das camadas germinativas


Derivados do endoderma

• Revestimento epitelial do intestino primitivo e as


porções do alantóide e do ducto vitelínico
• Revestimento epitelial do sistema respiratório
• Ao parênquima da tireoide, das paratireoides, do fígado
e do pâncreas
• Ao estroma reticular das tonsilas e ao timo
• Revestimento epitelial da bexiga e da uretra
• Revestimento epitelial da cavidade do tímpano e à tuba
auditiva
Desenvolvimento dos somitos

• Os somitos vão se diferenciar em 3 estruturas


• Dermátomo → originará a derme que está sobre as
vértebras
• Miótomo → originará a musculatura esquelética
• Esclerótomo → região mais ventral, origina a estrutura
conjuntiva, ligamentos e tendões, incluído o tecido
ósseo que constitui as vértebras

DERIVADOS DO MESODERMA

• O mesoderma intraembrionário se divide em 3:


o Mesoderma paraxial
o Mesoderma intermediário
o Mesoderma lateral

Mesoderma intermediário

• Conecta temporariamente o mesoderma paraxial à


placa lateral
• Diferencia-se em estruturas urogenitais
• Na região cervical e torácica → nefrótomos
Mesoderma paraxial • Região caudal → cordão nefrogênico
• As unidades excretórias do sistema urinário e as
• No início da 3ª semana → mesoderma paraxial se gônadas se desenvolvem a partir do mesoderma
organiza em segmentos → somitômeros → aparecem intermediário
na direção cefalocaudal
• Cada somitômero → células mesodérmicas
organizadas em espirais concêntricas ao redor do
centro da unidade
• Na cabeça → somitômeros → associação à
segmentação da placa neural → neurômeros
• Região occipital → somitômeros se organizam em →
somitos → caudalmente
• Somitos remanescentes formam o esqueleto axial
Esther Santos Fonseca

Derivação das camadas germinativas


Mesoderma lateral

• Divide-se em parietal (somático) → reveste a cavidade


intraembrionária e visceral (esplâncnica) → recobre os
órgãos do embrião
• Mesoderma somático + ectoderma → formam as
pregas da parede corporal lateral → junto com as
dobraduras cefálica e caudal → fecham a parede
corporal ventral, exceto na parte do cordão umbilical
• Células mesodérmicas parientais → circundam a
cavidade intraembrionária → formam as membranas
Neuroectoderma
serosas → revestem as cavidades peritoneal, pleural e
pericárdia • Origina o SNC
• Mesoderma visceral → origina a derme da pele na
parede corporal e nos membros, aos ossos e ao tecido Células da crista neural
conjuntivo dos membros e ao esterno
• Originam os melanócitos da pele e dos folículos pilosos
• Gânglios sensoriais, aos neurônios simpáticos e
entéricos
• Células de Schwann e às da medula suprarrenal
• Contribui para a formação do esqueleto craniofacial,
dos neurônios dos gânglios craniais, das células da glia
e de melanócitos etc
Espessamentos endotérmicos
Derivados do mesoderma • Originarão as vesículas óticas, que formarão as
• Origina o tecido conjuntivo, à cartilagem, ao osso, aos estruturas necessárias à audição e à manutenção do
músculos liso e estriado, ao coração, ao sangue equilíbrio
• Aos vasos linfáticos, aos rins, aos ovários, aos • Originarão os placódios dos cristalinos, que formarão os
testículos cristalinos dos olhos
• Ductos genitais, às membranas serosas de Ectoderma de revestimento
revestimento das cavidades corporais
• Ao baço e ao córtex das suprarrenais • Dá origem ao epitélio sensorial do ouvido, do nariz e do
olho
• Origina toda a epiderme, incluindo cabelos e unhas
• Glândulas subcutâneas e mamárias
• Parte anterior da hipófise (glândula pituitária)
• Esmalte dos dentes

DERIVADOS DO ECTODERMA

• 3ª semana → neurulação → formação do tubo neural


• Ectoderma diferencia-se em → neuroectoderma (forma
o tubo neural e → ectoderma de superfície
Esther Santos Fonseca

Idade gestacional e do embrião


IDADE GESTACIONAL (IG) IDADE EMBRIONÁRIA

• A determinação da idade gestacional (IG) é • Se inicia no dia da fecundação, que só ocorre


importante para o manejo de diversas 2 semanas após a DUM, pois leva,
situações aproximadamente, 14 dias para ovular e ter a
o Trabalho de parto pré-termo fecundação
o Pós-datismo
Idade Embrionária = IG – 2 semanas
o Necessidade de interrupção da
gestação devido a doença da mãe • Exemplo → IG = 7 semanas
o Acompanhamento do crescimento
fetal Idade embrionária = 7 – 2 = 5 semanas (3 semanas
• O IG corresponde ao número de semanas de atraso da menstruação)
desde o primeiro dia da última menstruação
(DUM) até a data da consulta
• Gestação completa → 40 semanas → 9
meses, incluindo as 4 semanas do 9º mês
• Essa não é a idade do embrião

DATA PROVAVEL DO PARTO

A data provável do parto (DPP) é calculada pela

Regra de Nagele

• Soma-se 7 dias do primeiro dia da última


menstruação (DUM)
• Subtrai-se 3 ao mês que ocorreu a DUM

DPP = DUM + 7 (dias) – 3 (mês)

• Exemplo: DUM → 20/08/2020

20 + 7 = 27 → dia

08 – 03 = 05 → mês (maio)

• DPP = 27/05/2021
Práticas educativas a gestantes
CONCEITO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS ASPECTOS QUE DEVEM SER ABORDADOS NAS AÇÕES
EDUCATIVAS A GESTANTES
• Conjunto de ações que associam experiência e
aprendizagem com o objetivo de conduzir saúde a Durante o pré-natal e no atendimento após o parto, a
ação buscando capacitação da comunidade mulher e sua família devem receber informações
• Profissionais e usuários devem desenvolver sobre os seguintes temas
relação de diálogo pautada na valorização da
• A importância do pré-natal
individualidade
o Monitorar o bom andamento das gestações
PRATICAS EDUCATIVAS A GESTANTES de baixo-risco
o papel fundamental na prevenção e/ou
Importância
detecção precoce de patologias tanto
• No período gestacional, elas possibilitam maternas como fetais, permitindo um
construção do saber compartilhado e capacitando desenvolvimento saudável do bebê e
as mulheres para tomada de decisões de modo reduzindo os riscos da gestante.
consciente o Preparar e gestante e seu companheiro
• Estimulam a autonomia feminina, possibilitando a para o crítico momento do nascimento
participação ativa e informada da mulher e do o Identificar precocemente e adequadamente
companheiro na gestação, parto, nascimento e quais os pacientes tem maior chance de
puerpério, promovendo, deste modo, a saúde apresentar uma evolução desfavorável
o Gestantes adolescentes devem merecer
Orientações e ações educativas atenção especial, pois apresentam maior
• Devem ser trocadas as vivências entre as frequência de pré-natal inadequado e
mulheres e os profissionais de saúde, recém-nascidos de baixo peso
promovendo uma melhor forma de compreensão • Cuidados de higiene
do processo de gestação • Desenvolvimento da gestação
• É imprescindível que a gestante e seus • Modificações corporais e emocionais
acompanhantes tenham contato com atividades • Medos e fantasias referentes à gestação e ao
de educação parto
• Atividade sexual, incluindo prevenção das
Diferentes formas de realizar o trabalho educativo DST/Aids e aconselhamento para o teste anti-
• Discussões em grupo HIV
• Dramatizações • Sintomas comuns na gravidez e orientações
para as queixas mais frequentes
• Dinâmicas que facilitam a fala e a troca de
experiencias entre os componentes do grupo Realização de atividade física
• Importante a criação de grupos fora da UBS
• O profissional de saúde deve evitar o estilo • De acordo com os princípios fisiológicos e
‘’palestra’’, que é pouco produtivo e ofusca metodológicos para cada gestante
questões subjacentes que podem ser mais • Atividade física pode proporcionar benefícios, por
relevantes para as pessoas presentes do que meio do ajuste corporal à nova situação
um roteiro preestabelecido • Devem ser fornecidas orientações de exercícios
• Trocar ‘’palestras’’ por ‘’rodas de conversa’’, físicos básicos
para que haja a participação e contribuição de • A boa preparação corporal e emocional capacita a
todos em relação às vivências mulher a vivenciar a gravidez com prazer,
permitindo-lhe desfrutar plenamente do parto
Práticas educativas a gestantes
Sinais de alerta Orientações às gestantes

• Sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos • Em relação ao estilo de vida


visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, • Trabalho durante a gravidez
dificuldade respiratória e cansaço • Devem ser informadas de seus direitos e
benefícios da maternidade
Preparo para o parto
Orientações alimentares
• Planejamento individual → considerando-se o
local, transporte, recursos necessários para o • Para evitar infecções alimentares:
parto e para o recém-nascido, o apoio familiar e o Beba apenas leite pasteurizado ou UHT
social o Evite comer patês
• Orientações e incentivos para o parto normal o Não coma carnes cruas
• Incentivos ao protagonismo da mulher,
potencializando sua capacidade inata de dar à luz
• Orientações e incentivo para o aleitamento
materno e orientações específicas para as
mulheres que não poderão amamentar
• Importância do planejamento familiar
• Sinais e sintomas do parto
• Cuidados pós-parto com a mulher e o recém-
nascido, estimulando o retorno ao serviço de
saúde
• Saúde mental e violência doméstica e sexual
• Lei do acompanhante, direito da grávida
• Impacto e agravos das condições de trabalho
sobre a gestação, parto e puerpério

Importância da participação do pai durante a


gestação e o parto

• Estabelecimento do vinculo entre pai e filho,


fundamental para o crescimento saudável da
criança
• O direito a acompanhante de sua escolha durante
o trabalho de parto
• Gravidez na adolescência e dificuldades sociais e
familiares
• Importância das consultas puerperais
• Cuidados com o recém-nascido
• Importância da realização da triagem neonatal
(teste do pezinho) na primeira semana do recém-
nascido
• Importância do acompanhamento do crescimento
e desenvolvimento da criança
• Importância das medidas preventivas para o
recém-nascido
o Vacinação
o Higiene
o Saneamento do meio ambiente
Esther Santos Fonseca

Perspectivas do aborto
PERSPECTIVA DO ABORTO NA ÉTICA MÉDICA • Quando for aborto juridicamente permitido, na ausência de
outro médico que o faça e quando a mulher puder sofrer
• Capítulo I -Princípios fundamentais VII
agravos a saúde em razão da omissão do médico.
o O médico exercerá sua profissão com autonomia, não
• No atendimento de complicações derivadas de aborto
sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os
provocado, por se tratarem de urgências.
ditames de sua consciência a quem não deseje,
excetuadas as situações de ausência de outro médico, PERSPECTIVA RELIGIOSA DO ABORTO
em casos de urgência ou emergência, ou quando sua
recusa possa trazer danos à saúde do paciente. Católica
• Capítulo II -Direitos do Médico II • Dentre as visões reflexivas do aborto, vemos na questão
o Indicar o procedimento adequado ao paciente, religiosa, conceitos tradicionais, pensamentos idênticos
observadas as práticas cientificamente baseado na bíblia sagrada
reconhecidamente e respeitada legislação vigente. • Tais pensamentos se estendem desde os primórdios da era
o IX- Recusar-se a realizar atos médicos que, embora em que a igreja católica tinha papel fundamental para a
permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua organização da sociedade, sendo a cabeça dos povos e
consciência. reinos → idade média
• Capítulo III -Responsabilidade Profissional. É vedado ao • Segundo a igreja → ninguém tem o direito de tirar a vida de
médico: outrem, principalmente inocente, mesmo que a ciência e o
o Artigo 15-Descumprir legislação específica nos casos direto dêem legalidade para este ato
de transplante de órgão ou tecidos, esterilização, • A bíblia condena o aborto, causando temor aos religiosos.
fecundação artificial, abortamento, manipulação Para os católicos, o aborto é um pecado cruel
genética ou terapia genética. • O catolicismo desde o século IV condena o aborto em
• Capítulo IV -Direitos Humanos qualquer estágio e em qualquer circunstância, permanecendo
o Art. 22- Deixar de obter consentimento do paciente ou até hoje como posição e opinião oficial da igreja católica.
de seu representante legal, após esclarecê-lo sobre o
procedimento médico a ser realizado, salvo em risco Protestantismo
iminente de morte.
• Tem muitas correntes → batista, luterana, unitária etc
o Art. 24- deixar de garantir ao paciente o exercício do
direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu • Ponto em comum de todas → o aborto não deve ser, jamais,
bem estar, bem como exercer sua autoridade para usado como método de controle da natalidade, é permitido a
limitá-lo. prática do aborto terapêutico, quando a vida da mãe corre
risco.
• Capítulo V- Relação com pacientes e familiares
o Art. 31- desrespeitar o direito do paciente ou de seu • Algumas correntes permitem o aborto eugênico, quando o
representante legal de decidir livremente sobre a feto é portador de anomalias ou doenças graves.
execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, • Unitários → aprovam a legalização do aborto em casos de
salvo em eminente risco de morte. perigo mental ou físico para a mãe, estupro ou incesto e por
o Art. 34 Deixar de informar ao paciente o diagnóstico , motivos econômicos, além de quando um defeito físico e
o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, mental compromete o feto
salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar PERSPECTIVA LEGAL DO ABORTO
dano, devendo , nesse caso, fazer a comunicação a seu
representante legal O aborto é simplesmente a interrupção da gestação, com o
intuito da morte fetal, independentemente da idade
Não cabe objeção de consciência nas seguintes gestacional.
situações de abortamento
Segundo a legislação brasileira, o aborto é crime, salvo
Objeção de consciência: o direito de todo profissional do setor penalidades em alguns casos (não deixa de ser crime, só
ter autonomia suficiente para se ausentar de procedimentos que não é punível)
firam suas ideologias, desde que a saúde do paciente não seja
negligenciada. Não se pune aborto provocado por médico nos casos:

• Risco de vida para mulher. • Aborto terapêutico – risco de morte materno


Esther Santos Fonseca

Perspectivas do aborto
o Avaliação deverá ser de no mínimo dois profissionais, duas vias, sendo uma entregue para a gestante e outra
um deles deverá ser clinico geral ou especialista na arquivada no prontuário médico.
doença que está motivando a interrupção. o Não é necessário autorização judicial.
o O Prontuário Médico deverá conter as justificativas • Aborto por Anomalia Fetal Diante de Detecção precoce das
médicas detalhando o risco materno. malformações do feto, muitas delas incompatíveis com a vida
o Ter a anuência e/ou consentimento esclarecido, extrauterina.
assinado pela gestante ou por seus familiares, salvo se o Mesmo não estando previstas nas possibilidades legais
isso não for possível, em situações de eminente risco do Código Penal Brasileiro, tem sido possível a
de vida. interrupção da gestação mediante autorização judicial,
o Ter apoio e acompanhamento de uma equipe exceto a anencefalia.
multiprofissional especialmente psicólogos, tendo em o Em estudo realizado anterior a decisão do STR, as
vista que a gestação é desejada. causas mais frequentes de autorizações judiciais
o Em situações especiais, por exemplo: coma, choque, foram: anencefalia, malformações congênitas múltiplas,
câncer, quimioterapia, radioterapia; a conduta deve ser malformações do sistema urinário, anomalias ósseas,
individualizada. Não é necessário autorização judicial, erros de fechamento da linha média.
nem boletim de ocorrência e nem comunicação ao CRM • Aborto legal: Não se pune o aborto praticado por médico:
o Se não houver outro meio de salvar a vida da gestante.
Código penal brasileiro
o Se a gravidez for resultante de estupro e o aborto for
• Trata do aborto provocado pela gestante, ou com seu precedido do consentimento da gestante e, quando
consentimento. menor ou incapaz, de seu representante legal.
o Art. 124 → praticar o aborto em si ou consentir que o De acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal
outrem o provoque é crime → pena de 1 a 3 anos de abril de 2012, a antecipação terapêutica do parto de
o Art. 125 → provocar o aborto sem o consentimento da fetos anencéfalos.
gestante → pena de 3 a 10 anos
PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL
o Art. 126 → provocar aborto com o consentimento da
gestante → 1 a 4 anos Cultural
• Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
• A explicação para o não utilização de anticoncepcionais pode
Documentos obrigatórios para interrupção da gravidez por estar relacionada com uma questão cultural associada com a
estupro Portaria nº 1508/2005- Ministério Publico social
o Termo de relato do evento, realizado pela própria Aborto: uma questão de saúde pública
gestante.
o Parecer técnico com Anamnese, Exame físico geral e • Dados do SUS: a rede pública, recebe, em média 250 mil
ginecológico, laudo do USG, analisando internações relacionadas ao aborto induzido, trazendo gastos
compatibilidade entre a idade gestacional, a data do exorbitantes.
estupro e o laudo de USG; paralelamente a mulher • Ministério da saúde → mulheres que praticam abortos devem
receberá avaliação da equipe multidisciplinar. ter tratamento humanizado na rede publica de saúde, o que
o Termo de aprovação de procedimento do aborto poderia diminuir a reincidência por essas mulheres, mas, na
decorrente do estupro, assinado por três integrantes da realidade, isso não acontece.
equipe multidisciplinar. • Abortos clandestinos ou realizados pela própria mulher →
o Termo de responsabilidade, assinado pela gestante, alta chance de haver complicações que prejudicam a vida e
onde constará, advertência expressa sobre a previsão a saúde da mulher, gerando demanda para o SUS.
de crime de falsidade ideológica (art.299 do código • O aborto acontece com mulheres de todas as idades, classes
penal) e do aborto (art. 124 do código penal), caso não e raças, trazendo altos custos para a saúde pública
tenha sido vítima de violência sexual.
Aborto no brasil: reflexo das desigualdades sociais
o Termo de consentimento Livre e esclarecido, a garantia
de sigilo, exceto quando em caso de requisição judicial • O aborto não é um fato homogêneo, uma vez que ele
e declaração expressa da mulher sobre a decisão acomete as mais diferentes sociedades, classes, idades etc
voluntária e consciente de interromper a gestação. • Aborto atrelado a gravidez na adolescência e a pobreza →
Todos os documentos assinados pela paciente, ou por nota-se um aumento do número de casos do aborto, segundo
seu representante legal deverão ser elaborados em pesquisas
Esther Santos Fonseca

Perspectivas do aborto
o O maior problema reside nos casos de morte materna
em adolescentes de baixa renda, resultantes do recurso
do abortamento por auto manipulação ou clandestino
• Muitas vezes, o aborto nas classes menos favorecidas está
relacionado a diversos fatores
o Situações desfavoráveis de vida, abandono
o Falta de informação e acesso a método contraceptivos
• Aborto em mulheres abastadas (ricas)
o Realizado em clinicas especializadas, de forma segura
e respeitosas, ficando o ato em sigilo
o Recebem atendimento médico e especializados
o Mínimas sequelas decorrentes do procedimento
• Aborto em mulheres de classes mais baixas
o Geralmente é realizado pela própria mulher ou
clandestinamente
o O aborto tem um claro delineamento de classe → a
maior incidência é com meninas pobres
o Nos casos de complicações há receio de procurar ajuda
médica devido à marginalização que a pratica comporta
o Representa uma forma de criminalização da pobreza
o A maioria das mortes decorrem de mulheres
adolescentes e mais jovens, de baixa renda
o Região norte → mulheres negras são as mais
vulneráveis ao aborto, aumentando o risco de morte
Motivos do aborto e gravidez indesejada

• falta de recursos para busca de um abortamento em clinicas


com as mínimas condições de segurança para saúde.
• Muitas mulheres não usam as ferramentas de prevenção e
proteção a gravidez → gravidez indesejada → aborto
• Poucas instrução e escolaridade
• Pouca ou nenhuma orientação dos pais ou responsáveis
quanto à sexualidade
• Falta de acesso a canais de informação
• As mulheres ignoram ou não tem noção da responsabilidade
de se evitar uma gestação indesejável, não medindo as
graves consequências sociais que trará pra si e para a
criança → como abandonar os estudos, o emprego e os
planos pessoais
Esther Santos Fonseca

Gravidez na adolescência e atenção primária


ESTRATÉGIA REDE CEGONHA (RC) • prestar informações sobre condutas e procedimentos que
devam ser realizados;
É uma iniciativa do Ministério da Saúde com o objetivo de
• escutar e valorizar o que é dito pelas pessoas;
proporcionar melhor atenção e qualidade de saúde para
• garantir a privacidade e a confidencialidade das informações;
mulheres e crianças. A RC incentiva a inovação e a excelência
na atenção pré-natal, assistência ao parto e ao pós parto. O • incentivar a presença do(a) acompanhante, entre outras
Acolhimento e Classificação de Risco nas portas de entrada iniciativas semelhantes.
dos serviços de saúde e obstetrícia é uma das suas principais De forma igual, o acolhimento também se mostra:
diretrizes
• na reorganização do processo de trabalho;
Princípios da Rede Cegonha • na relação dos trabalhadores com os modos de cuidar;
• Humanização do parto e do nascimento, com ampliação das • na postura profissional;
boas práticas • no vínculo com a mulher gestante e sua família, o que facilita,
• Organização dos serviços de saúde enquanto uma rede de assim, o acesso dela aos serviços de saúde.
atenção à saúde CLASSIFICAÇÃO GRAVIDEZ DE RISCO OU NORMAL
• Acolhimento da gestante e do bebê, com classificação de risco
em todas as consultas Tem o objetivo de reduzir a morbimortalidade materno-infantil
• Vinculação da gestante à maternidade e ampliar o acesso com qualidade, é necessário que se
• Gestação não peregrina identifiquem os fatores de risco gestacional o mais
• Realização de exames de rotina com resultados em tempo precocemente possível.
oportuno A caracterização de situação de risco não implica
CONSULTA DE ACOLHIMENTO necessariamente referência da gestante para
acompanhamento de pré-natal de alto risco. As situações que
A Política Nacional de Humanização toma o acolhimento → envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) que
postura prática nas ações de atenção e gestão das UBS → demandem intervenções com maior densidade tecnológica
favorece uma construção de uma relação de confiança e devem ser devidamente referenciadas, podendo, contudo,
compromisso dos usuários → contribuindo para a promoção retornar ao nível primário (contra-referência), quando a
da cultura de solidariedade e para a legitimação do sistema situação estiver resolvida. De qualquer maneira, a UBS deve
público de saúde continuar responsável pelo seguimento da gestante
encaminhada a um diferente serviço de saúde.
O acolhimento da gestante na AB → responsabilização pela
integralidade com escuta qualificada a partir do favorecimento FATORES DE RISCO QUE PERMITEM A REALIZAÇÃO DO
do vínculo e da avaliação de vulnerabilidade de acordo com PRÉ-NATAL PELA EAB
seu contexto social, etc.
Fatores relacionados às características individuais e às
Itens do acolhimento condições sociodemográficas desfavoráveis
• Ao entrar em contato com agestante, a equipe de saúde deve • Idade menor que 15 e maior que 35 anos
buscar ouvir o que ela tem a dizer, a fim de entender suas • Ocupação: esforço físico em excesso, carga horaria extensa,
angústias e preocupações (atenção resolutiva). rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos
• Também cabe à equipe de saúde buscar compreender os e biológicos, estresse
múltiplos significados da gestação para aquela mulher e sua • Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez,
família, sobretudo se ela for adolescente (10 a 19 anos). principalmente em se tratando de adolescentes
• História de vida, contexto da gestação são fatores importantes • Situação conjugal insegura
para a adesão ao pré-natal, percepção do próprio corpo, o • Baixa escolaridade (menos que 5 anos de estudo regular)
autocuidado, amamentação. • Condições ambientais desfavoráveis
Atitudes humanizadoras • Altura menor que 1,45m
• IMC que evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade
Na prática cotidiana dos serviços de saúde, o acolhimento se
expressa na relação estabelecida entre os profissionais e os Fatores relacionados à história reprodutiva anterior
usuários, mediante atitudes humanizadoras:
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou
• se apresentar; malformado;
• chamar os(as) usuários(as) pelo nome; • Macrossomia fetal;
Esther Santos Fonseca

Gravidez na adolescência e atenção primária


• Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas; FLUXOGRAMA DO SERVIÇO DE SAÚDE NA UBS
• Intervalo interpartal menor do que dois anos ou maior do que
• A UBS deve ser a porta de entrada preferencial da gestante no
cinco anos;
sistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para
• Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos);
melhor acolher suas necessidades, fornecendo um
• Cirurgia uterina anterior;
acompanhamento longitudinal e contínuo, principalmente
• Três ou mais cesarianas. durante a gravidez.
Intercorrências clínicas crônicas • A equipe de atenção básica deve se responsabilizar pela
população de sua área de abrangência, conhecendo ao
• Cardiopatias; máximo as mulheres em idade fértil, e, sobretudo, aquelas que
• Pneumopatias; demonstram interesse em engravidar e/ou já tem filhos e
• Nefropatias; participam das atividades de planejamento reprodutivo
• Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus); • Assim, a partir da avaliação da necessidade de cada usuária,
• Hemopatias; o acesso a outras redes assistenciais deve ser garantido às
• Hipertensão arterial moderada ou grave e/ou em uso de anti- gestantes:
hipertensivo; o Rede de média e alta complexidade
• Epilepsia; o Rede de urgência e emergência
• Infecção urinária; o Rede de atenção psicossocial
• Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, o Rede oncológica, etc
infecção pelo HIV, sífilis e outras DST); • Isso é possível por meio da combinação das formas de
• Doenças auto-imunes (lupus eritematoso sistêmico, outras referencia e contrarreferência entre a Rede de Atenção Básica
colagenoses); e as demais redes assistenciais
• Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores • Para cada localidade, então, deve ser desenhado o fluxo que
anexiais e outras). as usuárias podem percorrer no sistema de saúde, a fim de
lhes proporcionar uma assistência integral. Por exemplo:
Doença obstétrica na gravidez atual o Definição do local onde serão realizados os exames
complementares
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e
o Qual será o hospital de referencia para o parto das
volume de líquido amniótico;
gestantes
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
o Hospital de referencia para o encaminhamento das
• Ganho ponderal inadequado;
urgências/emergências obstétricas e intercorrências
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia;
clinicas/obstétricas
• Amniorrexe prematura; o Onde será realizado o pré-natal de alto risco etc
• Hemorragias da gestação;
• Isoimunização; Estados e municípios necessitam dispor de uma rede de
• Óbito fetal. serviços organizada para a atenção obstétrica e neonatal, com
mecanismos de referencia e contrarreferência estabelecidos,
Após a identificação de risco garantindo o principio da integralidade do SUS
• Identificando-se um ou mais destes fatores, a gestante deverá Princípio da integralidade
ser tratada na unidade básica de saúde (UBS), conforme
orientam os protocolos do Ministério da Saúde. Acesso a ações e serviços preventivos e curativos, individuais
• Os casos não previstos para tratamento na UBS deverão ser e coletivos, exigidos, para cada caso, em todos os níveis de
encaminhados para a atenção especializada que, após complexidade do sistema de saúde (nível primário, secundário
avaliação, deverá devolver a gestante para a atenção básica e terciário). Está envolvido diretamente com a questão de
com as recomendações para o seguimento da gravidez ou encaminhamento e trânsito no fluxo da rede
deverá manter o acompanhamento pré-natal nos serviços de Referência → representa o maior grau de complexidade, é
referência para gestação de alto risco. para onde o usuário será encaminhado para um atendimento
• Nesse caso, a equipe da atenção básica deverá manter o com níveis de especializações mais complexos.
acompanhamento da gestante, observando a realização das
orientações prescritas pelo serviço de referência Exemplo: hospitais e clinicas especializadas
Esther Santos Fonseca

Gravidez na adolescência e atenção primária


Contrarreferência → representa o menor grau de
complexidade, quando a necessidade do cidadão é, em
relação aos serviços de saúde, mais simples
Exemplo: o usuário pode ser contra-referenciado, isto é,
conduzido para atendimento em nível primário (promoção,
prevenção da saúde)
Esther Santos Fonseca

Gravidez precoce e psiquismo fetal


EFEITOS BIOPSICOSSOCIAIS DA GRAVIDEZ PRECOCE contribuindo para uma menor incidência de mortalidade
materna, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal
Fatores condicionantes da gravidez na adolescência
Abandono escolar e desemprego (social)
• A escassez no diálogo familiar, que ocorre em maior grau
entre famílias mais carentes, com menos instruções ou • Engravidam → abandonam a escola e tem dificuldade de
também por valores religiosos → contribui para a gravidez retornar → por vergonha dos colegas e professores ou por
precoce sofrerem com as acusações dos pais dos alunos ‘’mau
• A escolaridade também interfere na fecundidade: quanto exemplo’’
mais escolarizada, menor é a fecundidade da jovem. • A escola deixa de funcionar como um fator de protetor em
• Falta de informações sobre sexualidade e anticoncepção uma 2ª gestação
• Condições socioeconômicas → efeito sobre as jovens mães • Evasão escolar → rendimento escolar diminuído → falta de
→ quanto mais pobres, maiores problemas em relação a formação profissional → desemprego ou emprego informal
gravidez elas e enfrentam → perpetua o ciclo da pobreza → dependência financeira
dos pais
Consequências biológicas da gravidez na adolescência
• Gravidez precoce acaba se concretizando como um
As implicações obstétricas normalmente estão associadas à retrocesso, tanto na vida pessoal quanto do ponto de vista
imaturidade física das futuras mães adolescentes social

• A mãe poderá apresentar anemia, principalmente se possuir Isolamento social


baixa renda → má alimentação → maior incidência de
• Adolescentes gravidas optam por isolar-se do convívio social
vermisoses → menor ganho de peso
da sociedade e do seu ciclo de amizades → agrava
• Hipertensão arterial condições de vida → abortamento → aumento do consumo
• DST, maior risco de desenvolver doenças e mortes durante o de cigarros e drogas ilícitas
parto e puerpério
• Maior risco de ter um aborto e parto prematuro Efeitos psicológicos
• Má formação fetal, crescimento fetal alterado, desproporção
• Período de muitas perdas de confiança da família
feto-pélvico
• Perda da expectativa para o futuro devido ao abandonamento
• Hemorragia feto materna, problemas com a cavidade
da escola
amniótica
• Abandono do namorado por não aceitar a gestação
• Recém-nascido com baixo peso, infecção puerperal etc
• Gravidez → período de ganho de responsabilidade →
Implicações na saúde do recém-nascido pressão psicológica e medo de não estar preparada para
assumir uma criança → problemas psicológicos → baixa
• Prematuridade, baixo peso ao nascer, morte perinatal autoestima, alto nível de estresse, sintomas depressivos
• Epilepsia, deficiência mental, transtornos do desenvolvimento • Esses problemas podem afetar a gravidez, o parto e o
• Déficit de aprendizagem, cegueira, surdez desenvolvimento da criança 7
• Aborto natural, morte na infância
Importância da equipe de saúde
Fatores que levam à morbimortalidade infantil
• Conhecer o ambiente familiar que a adolescente está exposta
• Ainda é elevada em países em desenvolvimento, • Através da família é possível ver se a família está dando apoio
principalmente entre os filhos de mães adolescentes e como eles estão lidando com a gestação
• Devido ao baixo poder aquisitivo e acesso restrito aos • Conhecendo os fatores percurssores da gravidez precoce →
recursos da saúde → não recebem o apoio necessário para equipe de saúde → direcionar ações de forma integral e
acompanhar a gestação → não recebem orientação quanto implementar medidas cabíveis à realidade social dos
aos cuidados básicos a fim de garantir o bem-estar da criança adolescentes
• A importância da amamentação → pouco salientada → • Trabalho humanizado
maior mortalidade infantil → principalmente por doenças • Ações educativas sobre sexualidade, riscos e complicações
grastrintestinais e respiratórias da gravidez e do aborto
• Adolescentes → Maior vulnerabilidade ao desenvolvimento • Acesso a métodos contraceptivos no contexto de uma política
de doenças de planejamento familiar
• Baixa adesão ao atendimento pré-natal → tem um efeito
protetor sobre a saúde da gestante e do recém-nascido,
Esther Santos Fonseca

Gravidez precoce e psiquismo fetal


PSIQUISMO FETAL E SUAS INFLUÊNCIAS Comunicação mãe-feto fisiológica
Ambiente uterino • A comunicação é feita por meio da via fisiológica → emoções
transferidas e veiculadas para o bebê
• Ao contrário do que se pensava antigamente, que o útero é
• Substâncias tóxicas ingeridas pela mãe → passa pela
um lugar sombrio e homogêneo → hoje, por meio das
placenta → como o fumo, álcool e drogas → afetam o feto
tecnologias de ultrassom → útero não é estático nem
o Nicotina e outras drogas → como se fosse uma
homogêneo, ele muda continuamente durante a gestação
dolorosa ‘’chicotada’’ → perda de oxigênio sanguíneo
• Cada feto habita um ambiente único, sujeito a diferentes e
da criança e outras alterações metabólicas que são
singulares experiencias e estimulações
penosas pra ela
Psiquismo fetal • Perturbações emocionais (estresse) da mãe provocam
alterações bioquímicas → aumento das substancias neuro-
• Por meio da ultrassonografia o estudo do psiquismo fetal foi hormonais → adrenalina e cortisona → corrente sanguínea
beneficiado, através dos movimentos e das reações fetais → → cordão umbilical → feto → sente a mesma perturbação
importantes informações a respeito das funções sensoriais e da mãe: temor e angustia
das altas funções do cérebro do feto
• Já é possível identificar traços de personalidade, prevendo Comunicação afetiva mãe-bebê e mãe-pai-bebê
futuros comportamento do bebê → a pessoa carrega no pós-
• A disponibilidade afetiva da mãe é fundamental para que
parto vivencias desde a vida uterina, inconscientemente, que
ocorra o desenvolvimento emocional do feto e o
afetam o seu comportamento durante toda a vida.
desenvolvimento do vínculo afetivo da tríade mãe-bebê-papai
• O feto possui sensações, percepções, sensibilidade e traços
• Estados emocionais e a qualidade de sua relação com o
primordiais de personalidade que vão influenciar no
parceiro exercem grande influencia no feto
desenvolvimento bioevolutivo e psicoafetivo do individuo
• O feto necessita da ajuda da mãe para processar sensações
• O feto manifesta sentimentos de prazer, desprazer, tristeza,
incomodas no decorrer do dia a dia a partir das tristezas da
alegra, angustia, bem-estar, agrado e desagrado → por meio
mãe
da movimentação e comportamento
o Se a mãe se encontra em estado de depressão,
• Individualidade dos movimentos de cada feto → observada melancolia, tristeza → ela ‘’esquece’’ que tá grávida →
por meio das posturas e reações preferidas → já mostra deixa o bebê ‘’sozinho’’
preferencias e até personalidade própria
• A mãe deve conversar com o bebê, dedicar atenção, explicar
Estresse materno durante a gestação suas preocupações cotidianas e seus momentos de tensão
• A voz materna é de grande importância → feto ouve a partir
• Tudo o que a criança experimenta desde a concepção do 4º mês de gestação → demonstra tranquilidade e faz ele
constrói seu corpo, inclusive o cérebro, o qual depende de se sentir parte da família
estímulos para sua arquitetura. • O apoio do pai e a segurança emocional oferecida por ele
• Transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão → podem ser muito importantes para que a mãe se prepare para
desencadeados na mãe por fatores psicológicos, sociais e a chegada da criança
familiares
• Sendo o útero o ambiente natural do feto, ele reage a Influência dos fatores externos no desenvolvimento fetal
estímulos externos devido às transformações do sistema
• O estresse e a ansiedade da mãe estão relacionados →
nervoso que a mãe que libera substancias químicas na
complicações na gravidez, parto prematuro e baixo peso ao
corrente sanguínea e atingem o seu ‘’ambiente’’
nascer
• O feto é tomado por um estado de alarme → aumentando ou o Porém, influencias psicológicas, como o apoio social e
diminuindo os seus batimentos cardíacos → busca alivio de o otimismo da mãe, reduzem esses resultados
tensões por meio de movimentações hiperativas do corpo negativos
• Se a situação estressante se torna crônica → ocorre a • O cérebro de um feto não se forma sozinho → precisa de
diminuição de atividades motoras ou hipoatividade → nutrientes → importância da alimentação materna → não
possibilidade de depressão e de decréscimo de energia vital alimenta direito → feto desnutrido → problemas na
• Situações de estresse da mãe são passadas pelo feto → aprendizagem da futura criança
gera sentimentos no feto de ansiedade, angustia e medo • Cuidado com o estresse → perigo na formação do cérebro
(assim como a mãe), podendo colocá-lo em sofrimento do feto → muito estresse → mais cortisona no sangue indo
Esther Santos Fonseca

Gravidez precoce e psiquismo fetal


pro feto → se constitui como um veneno → impede a
formação de um cérebro hígido
• Ansiedade e estresse no período pré-natal → redução da
maturidade motora do bebê → dificuldades no controle do
comportamento ao longo da infância + distúrbios psiquiátricos
na vida adulta
o Os meninos são mais afetados negativamente pelo
sofrimento materno do que as meninas
Esther Santos Fonseca

Período fetal
O desenvolvimento durante o período fetal é primariamente • 9ª → fígado é o principal local de eritropoiese
voltado para o crescimento corporal rápido e para a (formação de hemácias) → 12ª → eritropoiese é feita
diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas no baço, predominantemente
• 10ª semana → as alças intestinais estão claramente
9ª à 12ª SEMANA visíveis na extremidade proximal do cordão umbilical →
11ª → os intestinos retornam para o abdome
• No início do período fetal (9ª semana) a cabeça
constitui metade do CNN (comprimento cabeça-nádega)
do feto

• Crescimento no comprimento corporal se acelera


rapidamente → na 12ª semana → CNN mais que o • Final da 12ª semana→ os centros de ossificação
dobrou primária surgem no esqueleto → crânio e ossos longos
o Apesar de o crescimento da cabeça reduzir a • 9ª semana → genitálias externas de ambos os sexos
velocidade de crescimento, ela continua sendo se parecem → 12ª semana → ainda não está
desproporcional em comparação ao resto estabelecida a forma madura
o Presença de antígeno anti-Y → menino
o Ausência de anti-Y → ou é menina (XX) ou
ainda não foi produzido o antígeno → melhor
esperar o morfológico de 2º trimestre
• 9ª à 12ª semana → formação de urina → eliminada
pela uretra para o liquido amniótico → o feto reabsorve
e deglute → produtos residuais fetais transferidos →
placenta → circulação materna

13ª à 16ª SEMANA


embrião de 11 semanas
• Crescimento muito rápido durante esse período
9ª semana à 12ª semana • 16ª semana a cabeça é menor do que a do feto de 12
semanas e os membros inferiores cresceram
• A face é carga, olhos separados, orelhas apresentando
baixa implantação e as pálpebras estão fundidas
• 9ª → As pernas são curtas e as coxas são
relativamente pequenas → 12ª → os membros
superiores quase atingiram os seus comprimentos
relativos finais, mas os inferiores ainda são curtos
o O desenvolvimento e crescimento obedece a
sequência crânio-caudal que a gente vem
observando desde a 3ª semana
Esther Santos Fonseca

Período fetal
• Os movimentos dos membros tornam-se • 20ª semana → testículos começam a sua decida para o
coordenados na 14ª semana, mas não podem ser saco escrotal, mas ainda estão localizados na parede
percebidos pela mãe → são visíveis apenas durante os abdominal posterior
exames ultrassonográficos
• A ossificação do esqueleto fetal é mais ativa e os 21ª à 25ª SEMANA
ossos são visíveis no ultrassom na 16ª semana
• 14ª semana → movimento lentos dos olhos → 16ª • Ganho de peso e feto mais proporcional
semana → olhos miram anteriormente
• 16ª semana → ovários diferenciados e contêm os
folículos ovarianos primordiais, que contêm
oôgonias → não se formam mais células germinativas
primordiais
• Orelhas externas próximas de suas posições relativas
• Genitália masc./fem. Pode ser identificada por volta da
12ª à 14ª semana
o O morfológico do 2º tri → determina a presença
de um corpo cavernoso, se tem é menino, não • Pele é rósea avermelhada porque os capilares
tem é menina sanguíneos são visíveis
• 21ª semana → movimentos oculares rápidos
17ª à 20ª SEMANA
• Unhas dos dedos das mãos presentes
• Começa a maturação pulmonar
• Crescimento desacelera durante esse período, mas o
o Células epiteliais secretórias → pneumatócitos
feto ainda aumenta seu CNN em aproximadamente
tipo II → secretam surfactante nas paredes
50mm
interalveolares → lipídio tensoativo que mantem
• Movimentos fetais, pontapés, são comumente sentidos abertos os alvéolos pulmonares em
pela mãe desenvolvimento
• Pelos das sobrancelhas e cabelos visíveis na 20ª o A doença da membrana hialina quando o bebe
nasce prematuro e ainda não terminou o
Verniz caseoso e lanugo processo de maturação do sistema respiratório
• A pele é coberta por esse material gorduroso Fetos nascidos de 22 a 25 semanas
semelhante a um queixo que gruda nas luvas
• Mistura de células epiteliais mortas + subst. Gordurosa • Ainda nascido prematuramente possui chance de
das glândulas sebáceas fetais sobreviver se receber cuidados intensivos
• Protege a pele fina de abrasões, endurecimento e • Ainda há a chance de vir a falecer por causa do sistema
rachaduras que resultam da exposição ao liq. Amniótico respiratório imaturo
• Os fetos são cobertos por um pelo fino, o lanugo, que • Alto risco de comprometimento do desenvolvimento
ajuda o verniz aderir à pele nervoso (exemplo: deficiência mental)

26ª à 29ª SEMANA

• Se nascerem nesse período, tem chance de sobreviver


sob cuidados intensivos
• Os pulmões e a vasculatura pulmonar → desenvolvidos
o suficiente para proporcionar uma troca gasosa
adequada para o feto
• SNC amadureceu → pode comandar movimentos
respiratórios ritmados e controlar a temperatura
corporal
• A gordura marrom do tecido adiposo→ responsável • Pálpebras abertas na 26ª semana
pela produção de calor por meio da oxidação de ácidos • Lanugo e cabelo bem desenvolvidos
graxos → encontrado na base do pescoço • Gordura marrom → aumenta para 3,5% do peso corpo
• 18ª semana → o útero é formado + canalização da • Até a 27ª semana → baço é um sítio de eritropoiese →
vagina se inicia e folículos ovarianos visiceis 28ª semana → medula óssea assume
Esther Santos Fonseca

Período fetal

30ª à 34ª SEMANA

• Reflexo pupilar (alteração do diâmetro da pupila em


resposta a um estimulo da luz) pode ser evocado
• A pele é rosada e lisa • Redução da velocidade de crescimento à medida em
• Membros inferiores e superiores com aspecto que o parto de aproxima
rechonchudo
• Gordura amarela → 8% do peso corporal
• Fetos de 32 semanas ou mais geralmente sobrevivem
se nascidos prematuramente

35ª à 38ª SEMANAS

• Apresentam um melhor assimilamento, são mais


espertinhos, e exibem uma orientação espontânea em
relação à luz
• Sistema nervoso suficientemente maduro
• Fetos mais carnudinhos

• O comprimento dos pés dos fetos costumam ser


ligeiramente maior do que o comprimento femoral (osso
longo da coxa) na 37ª semana e constitui um parâmetro
alternativo para a confirmação da idade fetal

Termo (38 semanas)

• A maior parte atinge um CNN de 360 mm e um peso de


3,4kg
• Gordura amarela → 16% do peso corporal
• Ganha cerca de 14g por dia durante essas últimas
semanas
• Testículos geralmente estão na bolsa escrotal do RN a
termo masculino
• Geralmente, os fetos masculinos são maiores e pesam
mais ao nascer
Esther Santos Fonseca

Período fetal
BAIXO PESO AO NASCER

• Nem todos os bebês com baixo peso as nascer,


aqueles que nascem com 2,5kg são realmente
‘’pequenos para a idade gestacional’’
o Podem está abaixo do peso por insuficiência
placentária → são pequenas ou mal fixadas e/ou
foram submetidas a alterações degenerativas
que reduzem o suprimento de oxigênio e
nutrição do feto
• É importante diferenciar esses recém-nascidos com
baixo peso ao nascer devido a restrição de
crescimento intra-uterino (RCIU) e RN pré-termos
que estão abaixo do peso devido ao encurtamento da
gestação

RCIU pode ser provocada

• Pré-eclâmpsia (hipertensão)
• Tabagismo ou drogas ilícitas
• Gestação múltiplas (trigêmeos)
• Doenças infecciosas, defeitos vasculares
• Nutrição materna inadequada e hormônios maternos e
fetais
• Teratógenos e fatores genéticos
o Os RN de RCIU exibem uma característica de
carência de gordura subcutânea e a sua pele é
enrugada → gordura amarela perdida de forma
aguda
Esther Santos Fonseca

Maturação dos pulmões


A maturação dos pulmões é dividida em 4 estágios primitivos) se desenvolvem no final dos bronquíolos e o
histologicamente distintos: tecido pulmonar está bem vascularizado
o Fetos nascidos nesse período podem sobrevier
1. Pseudoglandular sob cuidados intensivos
2. Canalicular
3. Saco terminal
4. Estágio alveolar
ESTÁGIO PSEUDOGLANDULAR (5ª à 17ª semana)

• O pulmão nesse estágio, tem sua forma histológica


parecida com um tecido glandular
• 16 semanas → principais componentes dos pulmões
estão formados, exceto os alvéolos, que estão
envolvidos com a troca gasosa
o Brônquios e bronquíolos

SACO TERMINAL (24ª até o final do período fetal)


• A respiração não é possível
o Fetos nascidos nesse período são incapazes de • Durante esse estágio, muitos sacos terminais (alvéolos
sobreviver primitivos) se desenvolvem e seus epitélios tornam-se
muito finos
• Capilares tornam-se protuberantes nos sacos
• Barreira hematoaérea → íntimo contato entre o
endotélio capilar + células epiteliais → permite a troca de
gases, necessária para a sobrevivência do feto, caso ele
nasça prematuro

ESTÁGIO CANALICULAR (16ª à 26ª semana)

• Formação dos bronquíolos e ductos alveolares primitivos


• O desenvolvimento do segmento cranial dos pulmões
amadurece mais rápido do que o caudal
• A luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais Sacos terminais
tornam-se maiores • Revestidos principalmente por células epiteliais
• Tecido pulmonar altamente vascularizado pavimentosas → origem endodérmica
• 24ª semana → cada bronquíolo terminal forma 2 ou + • Pneumócitos tipo I → através dos quais acontece a
bronquíolos respiratórios → irão se dividir em 3 a 6 troca gasosa
passagens: os ductos alveolares primitivos • Rede de capilares se prolifera no mesênquima (origem
• A respiração é possível ao final do período canalicular mesodérmica) ao redor dos alvéolos
(26ª semana), pois alguns sacos terminais (alvéolos
Esther Santos Fonseca

Maturação dos pulmões


• Pneumócitos tipo II → células epiteliais secretoras
arredondadas → secretam o surfactante pulmonar,
uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas

• Facilita a expansão dos sacos terminais por prevenirem


a atelectasia (colapso dos sacos durante a expiração)
• Formado pelos pneumócitos tipo II → produzem os
corpos lamelares → onde o surfactante é montado
• Determina a maturidade pulmonar → capacidade dos
pulmões fetais de produzir surfactante, e não a
deposição deste material nos pulmões do feto
• Composto 90% por lipídios e 10% por proteínas
• Fosfolipídio é o principal componente redutor de tensão
do surfactante
ESTÁGIO ALVEOLAR (final do p.fetal aos 8 anos)

• Aumento do número de bronquíolos e alvéolos: alvéolos


imaturos produzem alvéolos primitivos
• Aumento do número de capilares
• Nascidos entre 24ª a 26ª semana após a fecundação • Aumento da superfície da barreira hematoaérea
podem sofrer de desconforto respiratório pela • Com 38 semanas os pulmões são capazes de realizar a
deficiência de surfactante respiração, pois a membrana alveolocapilar é delgada
o A sobrevivência desses bbs tem aumentado pelo (fina) o suficiente para realizar as trocas gasosas
uso de corticosteroides (esteroides produzidos o Os pulmões ainda não conseguem realizar essa
pelo córtex da adrenal) pré-natal → induzem a função vital até o nascimento, só após
produção de surfactante • Inicio do estagio alveolar → 32 semanas → cada
o Terapia pós-natal de reposição de surfactante bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de
sacos alveolares de paredes delgadas → esses sacos
representam os ductos alveolares
SURFACTANTE

• Forma como uma película na parede interna dos sacos


alveolares e neutraliza as forças de tensão superficial
na interface ar-alvéolo
Esther Santos Fonseca

Maturação dos pulmões


Transição da troca gasosa ao nascer • Eles estimulam o pulmão a desenvolver pela criação de
um gradiente de pressão entre pulmões e o liquido
• No útero da mãe → placenta realiza trocas gasosas →
amniótico
nascimento → bebê faz sua troca gasosa autônoma →
o Só tenho movimento dentro do útero, ainda não
requer mudanças adaptativas
ocorre troca gasosa
o Produção de surfactante nos sacos alveolares
o Fator de crescimento de fibroblasto 10 →
o Transformações dos pulmões → órgãos
induzem o desenvolvimento do broto respiratório
secretores → órgão capaz de realizar as trocas
gasosas Mecanismo de crescimento/maturação
o Estabelecimento das circulações sistêmicas e
pulmonar em paralelo • Os MRFs estimulam as vias de sinalização para o
crescimento normal do órgão
• Ao nascimento → metade dos pulmões estão com
líquido derivado da cavidade amniótica, pulmões e das • MRFs também vai estimular a maturação e crescimento
glândulas traqueais de células e maturação do pneumócito tipo I e tipo II que
vai permitir a maturação completa do pulmão
• A aeração dos pulmões → devido à rápida substituição
do líquido intra-alveolar pelo ar
• O líquido dos pulmões é retirado ao nascimento por:
o Através da boca e do nariz por pressão no tórax
fetal durante o parto vaginal
o Pelos capilares, artérias e veias pulmonares
o Pelos vasos sanguíneos
o Basicamente acontece uma redistribuição de
líquidos
Vias de sinalização

• Medidas principalmente pelo


o Fator de transcrição tireoidiano 1 → sinaliza a
diferenciação do endoderma das céls do intestino
anterior a formar as cels. Epiteliais respiratórias
o Fator nuclear de hepatócitos 3-beta → mesma
função do tireoidiano
o Fator de crescimento de fibroblasto 10 →
induzem o desenvolvimento do broto respiratório FATORES CONTRIBUINTES DO PARTO PREMATURO E
DESCOLMENTO DA PLACENTA
Fatores para o desenvolvimento do pulmão
• Trauma
• Espaço torácico adequado para o crescimento pulmonar • Má formações congênitas
• MRFs (movimentos respiratórios fetais) • Tabagismo, uso de cocaína
• Volume de líquido amniótico adequado • Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos)
• Hipertensão
• Fatores ligado a hábitos de vida
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS FETAIS (MRFs) o Sobrepeso → crescimento fetal restrito
o Fatores psicológicos → depressão, ansiedade,
• Podem ser detectados pela ultrassonografia em tempo
estresse crônico
real
• Idade materna avançada
• Ocorrem antes do nascimento
• Infecção uterina
• Ocorrem intermitentemente (ciclos) →
• Dengue etc
aproximadamente 30% durante o rápido movimento dos
olhos no sono SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO OU
• Essenciais para o desenvolvimento dos pulmões DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA
normalmente → no nascimento, o feto já possui a
vantagem de vários meses de exercícios respiratórios • Doença em que os nascidos prematuros são mais
suscetíveis
Esther Santos Fonseca

Maturação dos pulmões


• Causada principalmente pela deficiência do • A utilização de betametasona e dexametasona para
surfactante acelerar a maturação pulmonar fetal
• Se a quantidade de surfactante por inadequada assim • A Academia Americana de Pediatria e o Colégio
que ocorre o nascimento → formam-se membranas Americano de Ginecologia e Obstetrícia → avaliam que
hialinas nos bronquíolos distais e alvéolos → criança todas as mulheres sob risco de parto prematuro e que
evolui com desconforto respiratório (SDR) estejam nessa faixa de idade gestacional ( 24 a 34
• Evolução clínica → taquipneia, retração da parede semanas) devam ser consideradas candidatas ao
torácica e expiração acompanhada por roncos e tratamento
batimentos de asa do nariz
• Desvio de sangue para o pulmão não ventilado contribui
para hipoxemia e acidose metabólica e respiratória
Amniocentese da maturidade pulmonar fetal

• Amniocentese com análise de líquido amniótico para


confirmar a maturidade fetal
• Determinar a concentração relativa de fosfolipídios ativos
surfactantes no líquido amniótico
• Dosagem dos fosfolipídios pulmonares (surfactantes)

Profilaxia com surfactante

• Produtos surfactantes exógenos podem prevenir a


ocorrência de membrana hialina → eles contêm
surfactantes biológicos ou animais de origem bovina
• A terapia com surfactante tem sido usada na profilaxia
em prematuros sob risco e para o salvamento daqueles
com a doença estabelecida
• O uso associado de corticosteroides antes do parto +
surfactantes = queda ainda maior na taxa global de
mortalidade infantil
Prevenção

• Não há métodos possíveis para evitar ou tratar o parto


prematuro, exceto com a terapia com progesterona
• Série única de terapia com corticosteroides antes do
nascimento reduz o número de casos de desconforto
respiratório e de hemorragia intraventricular em fetos
prematuros nascidos com 24 a 34 semanas de gestação
• A administração corticosteroides aumenta a velocidade
da maturação pulmonar fetal → estimulam a produção
de surfactante
Esther Santos Fonseca

Ultrassom na gravidez
OMS preconiza a realização de três exames • Determinação do saco gestacional (SG) no útero em
ultrassonográficos na gestação: um local apropriado
o O SG representa a cavidade coriônica e é cercada
Primeiro trimestre → entre 11 a 14 semanas
pelo anel ecogênico, o trofoblasto e a reação
Segundo trimestre → entre 20 e 24 semanas decidual
o Com a US transvaginal é possível identificar o SG
Terceiro trimestre → entre 32 e 36 semanas com 5 semanas
USG 1º TRIMESTRE DE GESTAÇÃO • Vesícula vitelínica → o SG deve ser avaliado para a
identificação da vesícula vitelínica (VV) e do embrião
Considerada a ultrassonografia mais importante, constituindo o Pode ser identificada com 5,5 semanas
o modelo piramidal da assistência pré-natal.
Indicações do USG do 1º trimestre

• Indicações para a realização do exame de ultrassom nas


primeiras 14 semanas de gestação
• Dá para avaliar se o parto podes ser prematuro também

(vv) 5,5 s

• É o exame mais confiável e preciso para a datação da


idade gestacional pelo comprimento cabeça-nádega embrião 5/6 s
(CNN) do embrião/feto
• Determinar comprimento cabeça-nádega (CNN) →
Parâmetros avaliados melhor indicador da idade gestacional
• A via pode ser transvaginal ou transabdominal, mas a o A datação da gravidez deve ser oferecida à
preferência é pela via transvaginal pacientes entre 10 e 13 + 6 semanas quando o
• Realizado entre 11-13 semanas + 6 dias CNN encontra sua maior acurácia → precisão de
+/- 5 dias
Esther Santos Fonseca

Ultrassom na gravidez
• Atividade Cardíaca
o Com 6 semanas, é possível avaliar o eco
embrionário com os batimentos cardiofetais
(BCF)
o FCF = frequência cardíaca fetal

▪ Ausência de sinal da borboleta → indicativo


certo de holoprosencefalia (má formação
cerebral) e indicação de cariótipo fetal
• Avaliação de útero e anexos
o Devem ser pesquisadas massas anexiais,
• Gestação gemelar + corionicidade + amniocidade miomas e malformações uterinas
o Verificar se no ponto final da membrana o Corpo amarelo gravídico (corpo lúteo) varia muito
interâmnica, a placenta adquire o formado de de aparência no 1º trimestre: sólido. Cístico, com
▪ Lambda → gravidez dicoriônica vascularização periférica e tamanho variável
▪ T → gestação monocoriônica

• Translucência Nucal (TN)


o Representa a espessura máxima da área de
transluscência subcutânea entre a pele e os
tecidos moles que recobrem a coluna vertebral do
feto na região posterior do pescoço
o Quando se mostra aumentada → risco de
aneuploidia e várias outras anomalias estruturais
do feto é maior
o O caliper deve medir o espaço anecoico,
repousado entre a parte interna da derme e a
parte interna da pele
o Considera-se alterado valores da TN acima do
• Avaliar a anatomia do embrião/feto
percentil 95 para a idade gestacional
o Deve ser direcionada para os órgãos-alvo → polo
o De forma geral, valores acima de 2.5mm estão
cefálico, tórax, abdome, coluna, coração e
acima do P95 e aumentam o risco do feto ser
membros
portador de cromossomopatia
o Capaz de detectar diversas anomalias fetais →
acrânia, holoprosencefalia, Encefalocele, espinha
bífida, onfalocele e megabexiga
o Corte transversal da cabeça fetal é obrigatório
para atestar anormalidade do plexo coroide (sinal
da ‘’borboleta)
Esther Santos Fonseca

Ultrassom na gravidez
• Gravidez gemelar
o Comparação dos pesos fetais
o Estimativa do volume do líquido amniótico (vLA)
em cada septo intergemelar
o Sexo fetal
o Oligoidramnia quando o diâmetro vertical de LA
for < 2 → caracteriza-se pelo ‘’amontoamento’’ do
feto e a inexistência de bolsões significativos de
líquidos
o Polidramnia quando LA > 8 → excesso evidente
de líquido

• Localização da placenta
o É fundamental na ultrassonografia morfológica.
ULTRASSONOGRAFIA MORFOLÓGICA 2º TRI o Se a placenta alcança o orifício interno do colo,
esse achado deve ser confirmado pela via
• Realizado entre a 20ª e a 24ª semana, pois deste modo transvaginal
já é possível avaliar → todos os sistemas do feto, o Sua importância prática acontece quando há a
podendo perceber possíveis malformações necessidade de algum procedimento, como a
• Avaliação da morfologia fetal amniocentese ou de diagnostico diferencial no
• É um exame de ultrassonografia que consiste em fazer sangramento vaginal de 3º trimestre (placenta
uma avaliação das estruturas de cada segmento do feto prévia – junto ao orifício interno do colo – e
(cabeça, pescoço, coluna vertebral, tórax, abdômen, descolamento prematuro da placenta)
genitália externa e extremidades) e do liquido amniótico,
cordão umbilical e placenta • Comprimento do colo do útero
o Marcador importantíssimo de parto pré-termo
Indicações
(prematuro)
o Uma vez que colo < 25mm tem 7,7 vezes mais
risco de levar a um parto prematuro
o Havendo nestes casos indicação de uso de
progesterona até as 36 semanas

• Idade gestacional
o É melhor estimada na US do 1º trimestre pela
medida do CCN, e uma vez datada não pode ser
mais alterada
o 2º trimestre → gravidez datada pela medida do
Parâmetros avaliados diâmetro biparietal (DBP) ou pelo
comprimento do fêmur (CF) → precisão de +/-
10 a 14 dias
o DBP é medido no nível do tálamo e do cavo do
septo pelúcido na sequência borda externa-borda
externa
Esther Santos Fonseca

Ultrassom na gravidez
o O CF (comprimento do fêmur) é utilizado após
14 semanas → o eixo longo da diáfise é
mensurado

• Circunferência abdominal (CA)


o Determinada na linha da pele em plano
• Coração – corte quatro câmaras
transversal do abdome superior, no nível do
o Inclui o trato de saída ventricular esquerdo – aorta
estômago ou da junção da veia umbilical ao seio
– e o trato de saída ventricular direito – pulmonar
portal
o A detecção de malformações cardíacas antes do
o CA conduz ao diagnóstico de crescimento
nascimento está associada à anormalidades
intrauterino restrito (CIR) ou de macrossomia
cromossômicas → deve ser realizado o cariótipo
fetal

• Estimativa do peso fetal (EPF)


o Pode ser realizada pela DBP (diâmetro biparietal)
da CA (circunferência abdominal) e do CF
(comprimento do fêmur)
o Erro da estimativa é +/- 15 a 20%

• Avaliação da anatomia fetal

ULTRASSONOGRAFIA DO 3º TRI. (OBSTÉTRICO)

• Indicado fazer com 32 a 36 semanas


Parâmetros avaliados

• Diagnóstico de crescimento intrauterino restrito


(CIR)
o Realizar a US do 3º trimestre quando houver
suspeita clínica de CIR
o CIR simétrico → ocorre nos casos em que há
diminuição proporcional de todos os órgãos fetais
primários → feto de baixo peso → medidas
simetricamente diminuídas
o CIR assimétrico → há uma diminuição do
tamanho abdominal em relação à circunferência
da cabeça fetal → assimetria resultante da não
adaptação do feto ao ambiente com redistribuição
Esther Santos Fonseca

Ultrassom na gravidez
de fluxo sanguíneo a órgãos nobres (cérebro e (cordão com 2 vasos) → indica uma avaliação
coração) em detrimento de vísceras, pulmões, completa → pode haver presença de
pele e rins → preservação do crescimento do malformações associadas, principalmente
SNC em virtude do crescimento somático renais
• Avaliação do peso fetal
o Pode ser necessária quando há suspeita clínica
ou patologias maternas que levem ao CIR →
como no caso de doenças hipertensivas e
diabetes
o Utilizam o DBP, CA e CF
o No ultimo trimestre, o calculo do peso fetal pode
apresentar uma variação de até 20%

• Avaliação da situação e apresentações fetais


o Em alguns programas é possível localizar a
cabeça fetal no momento do parto,
correlacionando com o posicionamento espacial
da cabeça no canal de parto

• Avaliação do volume de líquido amniótico


o O LA é mantido por um mecanismo de equilíbrio
dinâmico
o Um aumento ou redução dos seus níveis pode
estar associado a um aumento de mortalidade e
morbidade neonatal → seu diagnostico preciso é
importante para o manejo adequado da gestação ULTRASSONOGRAFIAS 3D E 4D
o Polidrâmnio → aumento do volume de LA →
acompanhado de malformações fetais por • No caso se algumas anomalias (como as da face e
ausência ou deficiência de deglutição fetal ou esqueleto) a US 3-D pode fornecer informações
absorção do duodeno adicionais
o Oligodrâmnio → redução do volume de LA → • Melhor época é na 26ª a 29ª semana, pois o bebe já
malformações renais fetais ou na ruptura estcrescido o bastante e ainda tem líquido amniótico na
prematura de membranas barriga da mãe
• A geração de imagens 4D também tem sido usada para
melhorar a visualização da anatomia cardíaca
• Vantagem de possibilitar de reformatar as imagens em
qualquer plano

• Doppler umbilical e uterino


o As aplicações do doppler em obstetrícia incluem
a avaliação da circulação placentária (doppler da
artéria uterina) e da vitabilidade fetal no 3º
trimestre (doppler da artéria umbilical, artéria
cerebral média e da veia umbilical)
o O cordão umbilical possui três vasos (duas
artérias e uma veia) → alteração mais comum é
a presença apenas de uma artéria umbilical
Esther Santos Fonseca

Placenta, cordão umbilical e âmnio


• Bilirrubina conjugada é facilmente transportada pela
placenta para rápida depuração
A placenta é formada por duas partes, uma parte materna e
uma parte fetal

• Parte fetal → córion viloso


o As vilosidades coriônicas que surgem do córion
se projetam para o espaço interviloso que
contém sangue materno
• Parte materna → decídua basal
• Os genes homeobox (HLX e DLX3) expressos no
trofoblasto e nos seus vasos sanguíneos regulam o
desenvolvimento placentário

Anticorpos maternos e proteínas

• Feto → sistema imune imaturo → produz poucos


anticorpos
• A imunidade passiva é conferida ao feto por meio da
transferência de anticorpos maternos pela via placentária
• IgG gamaglobulinas são transportadas ao feto por
transcitose
• Anticorpos maternos conferem imunidade fetal a →
difteria, varíola e sarampo
• Nenhuma imunidade é adquirida por coqueluche (tosse
convulsiva) ou varicela (catapora)
• Proteína materna transferrina → placenta → carrega
ferro para o embrião/feto
Metabolismo
Síntese e secreção de hormônios
• A placenta sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos
graxos → fontes de nutrientes e energia para o O sinciciotrofoblasto da placenta sintetiza hormônios
embrião/feto proteicos e esteroides, os principais são
• Os eletrólitos são trocados livremente através da
• Gonadotrofina coriônica humana (hCG) → mantem o
placenta, eles passam para o embrião/feto e afetam os
corpo lúteo e a progesterona → sua presença é
níveis de água e eletrólitos dele
indicador de gravidez
Transporte de Gases e Nutrientes • Somatotrofina coriônica humana (lactogênio placentário
humano) → semelhante ao hormônio de crescimento
• Os gases como Oxigênio, Dióxido de Carbono e que dá ao feto prioridade sobre glicose sanguínea
Monóxido de Carbono são trocados por meio da difusão materna e torna a mãe diabetogênica até certo grau →
• O fluxo sanguíneo é crítico para o fornecimento de também promove o desenvolvimento mamário e a
oxigênio, já que a quantidade que chega ao feto depende produção de leite
principalmente da sua distribuição e não da difusão • Tirotrotofina coriônica humana
Excreção • Corticotrofina coriônica humana
• Hormônios esteroides → progesterona e estrógenos
• A ureia (formada no fígado) + ácido úrico → difusão o A progesterona é encontrada durante toda a
simples → atravessam a placenta gestação, essencial para a manutenção da
gravidez
Esther Santos Fonseca

Placenta, cordão umbilical e âmnio


o A placenta forma a progesterona a partir do
colesterol materno
o Os estrógenos são produzidos pelo
sinciciotrofoblasto também → altos níveis de
estrogênio estimulam o crescimento uterino e
desenvolvimento das glândulas mamárias

• É o endométrio da grávida, é a camada que se separa


após o parto
• As células da decídua aumentam de tamanho devido ao
acúmulo de glicogênio e lipídio
• As três regiões da decídua dependem do local de
implantação
o Decídua basal → parte materna da placenta
o Decídua capsular → parte que cobre o concepto
juntamente com o córion viloso
o Decídua parietal → restante

• Células mesenquimais nas vilosidades → diferenciam


em capilares e células sanguíneas → vasos no interior
das vilosidades coriônicas secundárias → vilosidades
coriônicas terciárias

• 2ª semana → vilosidades coriônicas primárias


o Células do citotrofoblasto se proliferam e
penetram no sinciciotrofoblasto → colunas de
células circundadas por sincício

• Posteriormente, vilosidades coriônicas se fundem →


formando redes arteriocapilares → por meio de vasos
que se diferenciam do mesênquima do córion e do
pedículo de conexão → vão se conectar com o coração
do embrião
• Oxigênio + nutrientes → presentes no espaço
interviloso → se difundem através das paredes das
vilosidades → sangue do embrião
• CO2 + resíduos → se difundem do sangue dos capilares
fetais → paredes das vilosidades coriônicas → sangue
• Início da 3ª semana → mesênquima extraembrionário materno
central cresce para dentro para dentro dessas • As células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas
vilosidades → forma o eixo central de tecido proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto
mesenquimal → vilosidades coriônicas secundárias → formando a capa citotrofoblástica extravilosa
→ revestem toda a superfície do saco coriônico
Vilosidades coriônicas-tronco

• as vilosidades que vão ter os citrotofoblastos em grande


quantidade
Esther Santos Fonseca

Placenta, cordão umbilical e âmnio


• se prendem ao tecido materno através da capa
citrotofoblástica
Vilosidades ramificadas

• são as ramificações das vilosidades troncais


• é através da parede das vilosidades ramificadas →
ocorre a principal troca de material → sangue materno e
embrião
• as vilosidades ramificadas são banhadas por sangue
materno do espaço interviloso, que é renovado
continuamente
No início do segundo mês de desenvolvimento

• polo embrionário → vilosidades numerosas e bem


formadas → vascularizadas → córion frondoso • septos placentários → espaços formados com a
• polo abembrionário → poucas vilosidades → erosão das vilosidades na decídua basal
crescimento do saco coriônico → vilosidades da decídua • cotilédone → estão entre os septos e possui → uma
capsular são comprimidas → avasculares → córion liso vilosidade-tronco e várias ramificações das vilosidades
• a expressão dos genes quinase e do fator de transcrição
Gcm1 nas células-tronco do trofoblasto regulam o
processo de ramificação das vilosidades-tronco para
formar a rede vascular na placenta

• córion liso + âmnio → se fusionam → membrana


amniocoriônica → ela que se rompe durante o trabalho • o sangue materno entra no espaço interviloso (lacunas
de parto → ‘’bolsa estourou’’ formadas no sincício durante a 2ª semana) pelas
artérias endometriais espiraladas → sangue materno
derramado → passa pelo sincício, citrotofoblasto e
endotélio dos vasos sanguíneos do embrião → troca de
nutrientes mãe/feto
• as veias endometriais também penetram na capa
citrotofoblástica e drenam o espaço interviloso

• vilosidades coriônicas do córion frondoso se ligam


firmemente à decídua basal através da capa
citrotofoblástica (funciona como uma cola)
• as artérias e veias endometriais espiraladas passam
livremente por fendas da capa citrotofoblástica e entram
no espaço interviloso
Esther Santos Fonseca

Placenta, cordão umbilical e âmnio


• Sangue pobre em oxigênio → artérias umbilicais
(dentro do cordão) → placenta → elas se ramificam em
artérias coriônicas ao sair do cordão
• Esse sistema proporciona uma grande área de superfície
para troca de produtos metabólicos e gasosos
o Normalmente não há contato entre o sangue
materno com o fetal
• Sangue fetal bem oxigenado → veias da vilosidade
coriônica → veia umbilical (dentro do cordão) → feto

• Sangue materno → artérias espiraladas endometriais na


decídua basal → passam pelas fendas da capa
citrotofoblástica → banham o espaço interviloso→ placa
coriônica → troca de metabólicos com o feto
• O sangue retorna pelas veias endometriais
o Redução da circulação → hipóxia fetal + restrição
do crescimento intrauterino (RCIU)
Esther Santos Fonseca

Placenta, cordão umbilical e âmnio


• geleia de Wharton → Tecido conjuntivo mucoso, com
função protetora para os vasos sanguíneos
• Função e circulação e nutrição
• Com a progressão do desenvolvimento do embrião, a
cavidade amniótica aumenta rapidamente e cola na
cavidade coriônica.

• o cordão umbilical é constituído por duas artérias e uma


grande veia circundadas pela geleia de Wharton
• devido aos vasos umbilicais serem maiores que o
• O âmnio, a partir do dobramento lateral e horizontal, cordão, a torção e flexão deles são comuns → nós
começa a envolver as estruturas para poder formar o verdadeiros (podem apertar e levar a morte por anóxia)
cordão umbilical e nós falsos (insignificantes)
o Cordão umbilical primitivo → pedúnculo de
conexão + pedúnculo do saco vitelínico
o Distalmente do cordão → pedúnculo da vesícula
vitelínica + vasos umbilicais
o Proximalmente ao cordão → alças intestinais e o
remanescente do alantóide

• a adesão do cordão umbilical à placenta é geralmente


próxima ao centro da superfície fetal, mas ele pode
aderir em qualquer ponto

• a vesícula vitelínica geralmente regride e é


gradualmente obliterada
• a cavidade abdominal fetal é temporariamente muito
pequena para as alças intestinais → algumas ficam no
espaço extraembrionário do cordão umbilical → hérnia
umbilical fisiológica

• adesão do cordão próximo a margem da placenta →


placenta em formato raquete

• ao final do terceiro mês → as alças voltam para a


cavidade abdominal do feto
Esther Santos Fonseca

Placenta, cordão umbilical e âmnio


Segundo trimestre
• O âmnio forma o saco amniótico preenchido pelo líquido
Principais fontes de alimentação do LA
amniótico que circunda o embrião/feto
• início do segundo trimestre → fluxo transcutâneo (pela
pele) → a difusão do líquido extracelular através da pele
fetal torna a composição do LA semelhante ao do plasma
fetal
• a partir das 20 semanas
o acontece a queratinização da pele, cessando o
fluxo transcutâneo
o a urina fetal começa a entrar no saco amniótico
→ 30% do peso corporal do feto
o os pulmões também começam a secretar um
fluido para o LA (fluido que vai ajudar no
• Enquanto o âmnio aumenta de tamanho, ele desenvolvimento da caixa torácica para ele
gradualmente elimina a cavidade coriônica e forma a respirar adequadamente quando nascer)
cobertura epitelial do cordão umbilical
Principais fontes de reabsorção

• reabsorve principalmente por meio da deglutição → 20 a


25% do peso corporal do feto
• absorção intestinal
• trocas através da superfície da membrana que revestem
o cordão umbilical, a face fetal da placenta e a parede
uterina

No decorrer da gestação, o volume de LA aumenta até atingir


os valores máximos ao redor das 32 semanas, quando passa
a diminuir gradativamente até o termo (nascimento)

• Permite o crescimento externo simétrico do


embrião/feto
• Evita fenômenos compressivos com o cordão
• Atua como uma barreira à infecção
• Permite o desenvolvimento pulmonar fetal
• Impede a aderência do âmnio ao embrião/feto
• Amortece impactos mecânicos
• Ajuda no controle da temperatura corporal, mantendo
Início da gestação uma temperatura constante
• Permite a movimentação do feto, ajudando no
• LA é provavelmente derivado de três fontes: desenvolvimento de articulações e músculos
o Superfície fetal da placenta
• Auxilia na manutenção da homeostase de líquidos e
o Ultrafiltrado do plasma materno
eletrólitos
o Secreções da superfície do corpo do embrião
Esther Santos Fonseca

Distúrbios do líquido amniótico


• trocas através da superfície da membrana que revestem o
cordão umbilical, a face fetal da placenta e a parede uterina
• O líquido amniótico mantém a homeostase térmica, protege o
feto contra traumas mecânicos, evita a compressão umbilical e
é fundamental para o adequado desenvolvimento do sistema
músculo-esquelético, permitindo a movimentação corporal.
• As alterações no volume amniótico são importantes de serem
notadas, uma vez que estão associadas ao aumento do risco
perinatal e complicações no parto e puerpério

No decorrer da gestação, o volume de LA aumenta até atingir os


valores máximos ao redor das 32 semanas, quando passa a diminuir
gradativamente até o termo (nascimento)

• → presença de pequena quantidade de LA entre


as interfaces fetais e parede uterina → pequenas partes fetais
muito ‘’aglomeradas’’ → dificulta o estudo da morfologia fetal
• → aumento evidente de volume de LA com
identificação de grandes bolsões → nos casos graves, a
placenta se torna fina por causa da acentuada distensão da
cavidade amniótica

• LA é provavelmente derivado de três fontes:


o Superfície fetal da placenta
o Ultrafiltrado do plasma materno
o Secreções da superfície do corpo do embrião

Redução do líquido amniótico como valores abaixo de 300 a 400


• início do segundo trimestre → fluxo transcutâneo (pela pele) mL
→ a difusão do líquido extracelular através da pele fetal torna
a composição do LA semelhante ao do plasma fetal CAUSAS FETAIS
• a partir das 20 semanas
• Durante o 2º trimestre gestacional, o quadro está ligado a
o acontece a queratinização da pele, cessando o fluxo
o Insuficiência placentária grave
transcutâneo
o Restrição do crescimento fetal (RCF)
o a urina fetal começa a entrar no saco amniótico →
o Anomalias fetais que impedem a eliminação da urina
30% do peso corporal do feto
fetal na cavidade amniótica → agenesia renal bilateral,
o os pulmões também começam a secretar um fluido
doença renal cística e obstruções urinárias baixas ou
para o LA (fluido que vai ajudar no desenvolvimento da
bilaterais
caixa torácica para ele respirar adequadamente quando
nascer) • Quadro relacionado a insuficiência placentária → déficit nutritivo
+ hipoxia → desencadeia o fenômeno de redistribuição da
circulação fetal → destina maior fluxo para cérebro coração e
adrenais em detrimento de rins, pulmões e sistema digestório
• reabsorve principalmente por meio da deglutição → 20 a 25% • Diminuição gradativa de volume amniótico → favorece a
do peso corporal do feto compressão do cordão umbilical → sofrimento fetal e óbito
• absorção intestinal
Esther Santos Fonseca

Distúrbios do líquido amniótico


CAUSAS MATERNAS o Anencefalia e espinha bífida
• Alterações cardiovasculares
• Síndromes hipertensivas o Arritmias cardíacas
o O uso de medicamentos anti-hipertensivos →
• Tórax com desvio de mediastino
bloqueiam receptores de angiotensina → inibição da
• Displasia esquelética
enzima conversora de angiotensina → mal formação
• Infecções congênitas
do sistema renal do feto → anúria (diminuição ou
• Hidroplasia fetal não imune
supressão da produção de urina) → oligodrâmnio
• Tumores fetais
• Medicamento como a indomecatina → inibidor da
prostraglandina sintetase → redução do fluxo vascular renal → CAUSAS MATERNAS
oligoidrâmnio
• Desidratação → a desidratação da mãe reduz o fluxo de água • Diabetes mellitus
transplacentária → aumenta a osmolaridade materna → o Glicose materna passa passa pela placenta por difusão
favorece a transferência de água do feto para a mãe → facilitada → mãe faz hiperglicemia → feto também
promovendo a transferência do líquido amniótico para o feto tem hiperglicemia
→ oligoidrâmnia o Uma consequência da hiperglicemia é a poliúria →
• Diabetes com vasculopatia incremento da diurese fetal → polidrâmnio → favprece
• Colagenoses / SAF a rotura prematura de membranas e prematuridade
o Aumento da concentração de glicose no LA →
osmose → água vai m direção à cavidade amniótica
• Gestantes aloimunizadas
o Sensibilização da mãe ao antígeno anti-D quando o feto
é RH positivo e ela é RH negativo
o Relacionado ao hiperdinamismo da circulação fetal
decorrente da anemia grave

EFEITOS NO DESENVOLVIMENTO FETAL

• As principais repercussões de oligoâmnio de instalação precoce


incluem a ocorrência
o Hipoplasia pulmonar
o Aumento do risco de óbito perinatal
o Deformidades no polo cefálico e da face DEFEITOS NO DESENVOLVIMENTO FETAL
o Mau posicionamento das extremidades
• Polidrâmnio está associado a taxas de morbidade e
mortalidade perinatais significantemente maiores do que na
população geral
Definido quando o volume de líquido amniótico excede 2000 mL • Maior frequência de malformações e aneuploidias fetais
O quadro pode se desenvolver de 2 formas: • Malformação fetal, prematuridade, baixo peso ao nascer e
mortalidade perinatal
• Aguda → mais frequente no 2º trimestre (24 semanas), um
quadro grave que leva ao parto prematuro e elevados índices
de mortalidade perinatal
• Crônica → maior frequência no 3º trimestre, a evolução fetal
é mais favorável

CAUSAS FETAIS

• Obstruções gastrointestinais
o Atresia esofágica e duodenal
o Associadas à deglutição e a absorção do líquido
amniótico para o controle
• Anomalias no SNC
Esther Santos Fonseca

Tabagismo
TABAGISMO EM GESTANTES
Dentre os vários componentes do tabaco que interferem na evolução da • Causa alterações degenerativas do endotélio vascular do cordão
gravidez, destacam-se: nicotina e monóxido de carbono (CO) umbilical (veias e artérias) por ação da nicotina e do monóxido de
carbono → mostradas pela microscopia eletrônica
Obs: o feto não é um fumante passivo, ele é um ser altamente vulnerável,
• A degeneração do endotélio → impede a formação de prostaciclina
numa fase de risco para o comprometimento do seu desenvolvimento
e prostaglandina I2 (poderoso inibidor natural da agregação plaquetária
• A mãe fumante expõe seu feto não só aos componentes da fumaça e vasodilatador potente)
do cigarro que cruzam a placenta, mas também às alterações na
oxigenação e metabolismo placentário, e às mudanças no seu próprio
metabolismo secundários ao fumo.
o Qualquer substância tóxica passa da mãe para o feto, pois a
placenta não filtra essas substâncias. • Monóxido de carbono (CO) → atravessa a placenta por difusão
• O maior risco de prematuridade e baixo peso ao nascer ocorre no simples ou facilitada → tem uma afinidade de mais de 200x maior que
terceiro trimestre → fase em que o fumo atua como fator de o oxigênio → carboxihemoglobina → muito tóxica → inibe a liberação
diminuição do desenvolvimento fetal de oxigênio no tecido fetal → resulta em hipoxia → redução da
pressão arterial do oxigênio no sangue fetal → havendo uma
redistribuição do fluxo sanguíneo para os órgãos nobres (cérbero,
coração e suprarrenais) → restrição do crescimento intrauterino
• Maior número de abortos espontâneos, ruptura prematura de assimétrico
membranas ovulares
• Placenta prévia, descolamento prematuro da placenta
• Polidrâmnio, sangramentos vaginais e redução do apetite • Nicotina atravessa facilmente as barreiras placentárias → sistema
• Elevação da pressão arterial e frequência cardíaca neuroendócrino do feto → liberação de catecolaminas (principalmente
adrenalina e noradrenalina) → dimuição da perfusão placentária pela
vasoconstrição (diminuição do calibre dos vasos) → ocorrência de
taquicardia (elevação da FCF), acidose, hipoxia e redução do fluxo
• Os bebês podem apresentar distúrbios de comportamento →
sanguíneo placentário
hiperatividade, alterações de atenção e baixos resultados em testes de
o Diminuição do fluxo sanguíneo → recém nascidos com baixo
leitura e escrita
peso devido nutrição inadequada
• Alterações no sistema respiratório
o Num estudo do impacto do tabagismo materno sobre a
• Comprometimento do desenvolvimento neurológico
restrição do crescimento fetal → fumo promove o
• Malformações fetais → fenda palatina, lábio leporino, malformações
‘’emagrecimento’’ fetal, de modo seletivo, como nos músculos
faciais, urogenitais, cardiovasculares e do sistema nervoso central e
periféricos por causa da diminuição da circunferência
deficiências auditiva e visual
abdominal
• Baixo peso ao nascer
• Nicotina → diminuição do fluxo sanguíneo no espaço interviloso →
• Restrição do crescimento uterino provocando diminuição na perfusão uteroplacentária + má oxigenação
+ má nutrição fetal

• Placenta prévia (placenta na parte inferior do útero) → fumo acelera


o desenvolvimento de lesões escleróticas nas pequenas artérias e
arteríolas uterinas → diminuição da vascularização → redução do
fluxo sanguíneo em muitas áreas do endométrio
o Também ocorre um aumento da quantidade de colágeno nas
vilosidades estromais e um alargamento da membrana mais
profunda (abaixo do sincício e do citrotofoblasto)
o Capilares e arteríolas exibem edema pronunciado, reduzindo
drasticamente a vascularização
• A ruptura prematura das membranas tem relação com maior
frequência de infecções no líquido amniótico, pois a nicotina atravessa
facilmente as barreiras placentárias
• A gestante apresenta maior incidência para polidrâmnio e
oligodrâmnio, ruptura prematura das membranas (RPM) e para
infecção do líquido amniótico, certamente, causada pela inflamação
aguda do cordão umbilical e da placa corial da placenta
• Como o líquido amniótico está contaminado, haverá uma produção
aumentada deste para suprir as necessidades fetais → causando
polidrâmnio

• Causa inflamação aguda no cordão e na placa corial da placenta


Esther Santos Fonseca

Tabagismo
TABAGISMO EM GESTANTES
• Alterações no sinciciotrofoblasto → modificações no retículo
endoplasmático rugoso, que se acha dilatado
• Há um consenso de que existe o espessamento da lâmina basal do
trofoblasto e redução do número e da luz dos capilares fetais
• Redução crônica do fluxo sanguíneo através dos espações intervilosos
placentários → aumento da permeabilidade do endotélio induzido pelo
CO ou hipoxia → estresse hipóxico

• (alguns autores falam que há relação, outros dizem que não há


diferença significativa) → o fumo também exerce influência no peso
da placenta
• Maior risco de descolamento prematuro da placenta

• Enzima hidroxilase aril hidrocarbono (AHH) → induzida pelos


compostos do fumo → oxida hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
do cigarro → provoca tromboses subcoriônicas e calcificação
placentária
• A placenta da fumante pode ter uma aceleração de sua maturidade
por causa da elevada calcificação e deposição subcoriônica de fibrina
o A calcificação precoce está relacionada ao avanço
progressivo da idade gestacional → comprometimento das
funções da placenta e ocasionando efeitos deletérios sobre a
mãe e o feto
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
Displasia

• É externo ao genoma • Formação anormal do tecido, relacionada à histogênese


• Qualquer substancia, organismo, agente físico ou estado • Não tem causa específica e frequentemente afeta vários
de deficiência que, estando presente durante a vida órgãos
embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrutura
ou na função da descendência.
• Qualquer agente que possa produzir um efeito congênito
(anomalia congênita) ou aumentar a incidência de um
defeito na população

• Qualquer anormalidade estrutural presente no


nascimento
• Pode ser micro ou macroscópica, na superfície interna
ou externa do corpo
Malformação

• Defeito morfológico que resulta de um processo de


desenvolvimento intrínseco anormal
• Desenvolvimento anormal na concepção ou em fases
precoces da embriogênese
o Exemplo → defeitos associados a uma anomalia
cromossômica → anormalidades no SNC, face,
esqueleto etc
• É adotada a classificação da Food and Drug
Disrupção Admnistration (FDA) que divide os medicamentos em
diferentes categorias
• Defeito no desenvolvimento por fatores extrínsecos ou
intrínsecos, produzindo quebra ou interferência no
desenvolvimento
• Não é hereditária, entretanto, a composição genética
materna ou fetal pode influenciar o desenvolvimento da
disrupção
o Exemplo → síndrome da hidantoína fetal
depende do genótipo fetal
Deformação

• Forma ou posição anormal de determinada parte do


corpo causada por forças mecânicas
o Exemplo → em casos de oligoâmnio →
compressões → mau posicionamento, pé torto
o Exemplo → hipoplasia pulmonar (pulmão menor O desenvolvimento do concepto ocorre em três períodos
do que deveria) decorrente de herniação do distintos e cada estágio de desenvolvimento determina sua
intestino no tórax (buraco no diafragma que faz os susceptibilidade ao teratógeno
órgãos subirem para o tórax)
Período de fertilização e nidação

• Corresponde às 3 primeiras semanas do


desenvolvimento
• Fenômeno do ‘’tudo ou nada’’
• Caracterizado por intensa atividade mitótica com as
células em capacidade totipotencial
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
• Agentes tóxicos nesse período normalmente não • Sistema esquelético → período crítico que se estende
determinam efeitos teratogênicos, mas o aborto pode até a infância
acontecer
• Durante esse período, os teratógenos danificam todas ou
quase todas as células → morte celular Tabaco (categoria X na gestação)
• Ou danificam poucas células → embrião consegue se
recuperar e se desenvolver sem defeito • Entre os teratógenos estão a nicotina e o monóxido de
carbono como os que mais preocupam → tem efeitos
Período embrionário propriamente dito vasoativos e reduzem os níveis de oxigênio → hipoxia
(CO) e diminuição do fluxo sanguíneo uterino no espaço
• Vai de 4 a 8 semanas
interviloso da placenta (nicotina)
• É a fase de organogênese, estágio mais sensível às
• Causa bem estabelecida de restrição do crescimento
repercussões teratogênicas
intrauterino (RCIU) → baixo peso ao nascer (menos de
• Teratógenos causam maior dano 2kg)
• Período mais crítico, pois tem intensa divisão celular, • Período que causa mais dano é no 3º trimestre
diferenciação celular e a morfogênese está no auge
• O tabagismo na gestação está associado aos seguintes
• É quando a mulher está com 1 semana de atraso aspectos
menstrual, na maioria das vezes não sabem que estão o Gravidez ectópica, aborto espontâneo
grávidas e não percebem a gravidade da exposição a o Baixo peso ao nascer, parto prematuro
agentes teratogênicos o Placenta prévia, descolamento prematuro da
Período fetal placenta
o Rotura prematura das membranas ovulares
• 8 semanas ao parto (RMPO)
• Fase de desenvolvimento do concepto, menos exposta • Efeitos causados → depende da quantidade de cigarro
aos efeitos teratogênicos consumidos por dia
• Se tiver exposição, os efeitos podem ser morfológicos ou o Anomalias congênitas → gastrósquise,
funcionais, de menor dano onfalocele, atresia de intestino delgado, fenda
labial e palatina, hidrocefalia, microcefalia e
Tabela do período crítico
anomalias de mãos
• o tipo de anomalia congênita depende de que órgão está o Efeitos na vida adulta ou na infância tardia →
mais suscetível no momento da ação do teratógeno asma e infecções de repetidão após 2 anos de
vida, dermatite atópica e artrite reumatoide juvenil
o Alterações neurológicas clínicas → cefaleia
crônica, alterações de comportamento
Álcool (categoria X se usada em grande quantidade)

• O consumo moderado e alto de álcool no inicio da


gravidez pode alterar o crescimento e a morfogênese do
embrião ou do feto
• Síndrome fetal do alcoolismo materno → condição
extremamente grave com risco de morte fetal, causam
algumas alterações

• Perturbações ambientais nas 2 primeiras semanas →


podem interferir na clivagem do zigoto e na implantação
do blastocisto → morte e aborto espontâneo embrião
• Período crítico do encéfalo → 3 a 16 semanas → podem
produzir deficiência mental durante o período
embrionário e fetal
• Desenvolvimento dos dentes → pode ser perturbado por
tetraciclinas a partir de 14 semanas até os 8 anos
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
colo uterino, anomalias estruturais do colo uterino
e vagina, defeito nas tubas uterinas
o DES em filhos → hipospadia, criptorquidia,
microfalo e hipoplasia testicular
o Exposição intrauterina a DES → expressão do
gene homeobox HOXA10 é alterada
Prostágenos (contraindicados, categoria X)

• Exposição de progestina no período crítico do


desenvolvimento → associada a malformações
o Defeitos cardiovasculares
o Fetos masculinos → duplica a incidência de
hipospadias da glande
Andrógenos (categoria X)

• Os ovários não secretam andrógenos (testosterona e


derivados).
• De 7 a 20 semanas os tecidos genitais femininos
respondem à exposição de andrógenos e podem levar à
masculinização parcial ou genitália ambígua
• Exposição de andrógenos → masculinização da
genitália feminina e crescimento anormal da genitália
masculina
• Feminino → exposição no 1º trimestre leva à
o Hipertrofia do clítoris, fusão completa ou parcial Tetraciclinas (categoria D)
dos lábios e agenesia (ausência) de vagina
• As tetraciclinas atravessam a membrana placentária e se
depositam nos locais de ativação de calcificação →
ossos e dentes
• 1g de tetraciclina ao dia no 2º e 3º trimestre → pode
provocar descoloração marrom-amarelada dos dentes e
diminuição do crescimento dos ossos longos
• O uso oral ou parenteral deve ser contraindicado no 2º
e 3º trimestre, ou evitado sempre que possível
Estreptomicina (categoria D)

• Foi relatada surdez em bebês de mães tratadas com


altas doses de estreptomicina como antituberculose
• Mais de 30 casos de déficit auditivo e lesão do nervo
vestíbulo coclear
Obs: a penicilina é inofensiva ao embrião e ao feto

Estrógeno

• Dietilestilbestrol (DES) → composto estrogênico não Heparina (categoria C, indicada)


esteroide sintético → categoria X
• É a droga de escolha para a anticoagulação na gestação
• Estrógeno sintético utilizado no passado para a
• É um anticoagulante não teratogênico → tem alto peso
prevenção de problemas reprodutivos, como
molecular → não atravessa a placenta
abortamento, parto prematuro, óbito intra-uterino e pré-
eclâmpsia Varfina (categoria X)
o DES alterações em filhas → malformações de
corpo e do colo uterino, adenose vaginal, • É antagonista da vitamina K → anticoagulante
adenocarcinoma de células claras da vagina e do
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
• É um teratógeno conhecido → causa má formações → Ácido valproico (categoria D)
hipoplasia da cartilagem nasal, epífises pontilhadas e
• Deve ser usada somente se o benefício justificar o
vários defeitos no SNC
risco perinaral
• Período de maior sensibilidade → 6 a 12 semanas após
• O uso do ácido valproico em gestantes provoca um
a fecundação
padrão de defeitos congênitos → defeitos craniofaciais,
• Exposição no 2º e 3º trimestre → deficiência mental,
cardíacos, de membros e retardo do desenvolvimento
atrofia do nervo óptico e microcefalia
cognitivo pós-natal
• O risco de defeitos é potencializado pela deficiência de
folato
• Malformações cardíacas e defeitos faciais são as mais
• Altera a expressão do homeobox genes hox, e essa
comuns
desregulação pode impedir o fechamento normal do
• O mecanismo de teratogênese → efeito direto neuroporo posterior
o na membrana celular
o no acúmulo de radicais livres (que possuem efeito
carcinogênico e mutagênico)
o No metabolismo do folato
o Metabolismo da vitamina K
Trimetadiona (categoria D)

• Contraindicado no 1º trimestre da gestação


• Utilizado para o tratamento de epilepsia
• Síndrome fetal da trimetadiona → retardo do
desenvolvimento, sobrancelhas no formato de V, orelhas
de implantação baixa, fenda no lábio/palato, defeitos
cardíacos, geniturinários e de membros. • Compostos químicos para inibição tumoral → altamente
teratogênicos → inibem a mitose em células de divisão
Fenitoína (grupo D)
rápida
• Deve ser usada somente se o benefício justificar o • Contrários ao ácido fólico (B9) → fundamental para a
risco fetal formação de DNA e RNA e para a duplicação normal das
• Síndrome da fenitoína fetal → caracterizada por RCIU, células
atraso no desenvolvimento, defeitos cardíacos,
Ciclofosfamida (categoria D)
alterações craniofaciais, dismorfismo facial, hipoplasia
de unhas ou falanges distais • Uso contraindicado no 1º trimestre de gestação
• Agente alquelante que inflinge agressão química nos
tecidos fetais em desenvolvimento → morte celular e
alterações no DNA das células sobreviventes
• Anomalias fetais → dedos ausentes, fenda palatina,
artéria coronária única, ânus imperfurado, RCIU com
microcefalia etc
Metotrexato e aminopterina (categoria X)

• São contraindicados
• Medicamentos que alteram o metabolismo do ácido
fólico, essencial para a replicação normal
• Efeitos → restrição de crescimento, diminuição da
ossificação do crânio, baixa implantação das orelhas,
anomalia de membros e retardo mental

• Anti-inflamatórios não devem ser usados nas últimas


semanas de gravidez
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
• Devido aos riscos de hemorragia fetal e fechamento Ergotamina (categoria X)
prematuro do ducto arterioso
• É um medicamento anti-enxaqueca → são
vasoconstritores e apresentam atividade ocitócica
• São contraindicados na gestação
• Categoria D, sendo seu uso desaconselhado
• O uso de doses baixas e esporádicas para a enxaqueca
• A angiotensina é um vasoconstritor mais potentes
não tem problema
• Os inibidores da enzima conversora de angiotensina são
• Uso frequente e em altas doses → teratogênico →
utilizados como anti-hipertensivos arteriais
efeitos de disrupção vascular
• Utilizados no 2º e 3º trimestre → efeitos hipotensor e de
hipoperfusão no feto
• Causando disfunção renal com anúria → oligodrâmnio
• As drogas antitireoidianas interferem na síntese dos
• Hipoplasia pulmonar, restrição de crescimento, membros
hormônios tireoidianos
relativamente curtos e mau desenvolvimento do crânio
• Fazem parte do grupo → propiltiouracila, tiamazol e
carbamizol → categoria D
• Anomalias congênitas foram associadas
Vitamina A (categoria A)

• A vitamina A é um retinoide essencial para o crescimento


normal, a diferenciação dos tecidos, a reprodução e a • Absolutamente contraindicada
visão • Atualmente usada para o tratamento de hanseníase
• O retinol, que é a vitamina A pré-fabricada e uma das • Em 1959 → usada para tratar ansiedade, insônia e
formas dessa vitamina encontrada → altas doses de náusea matutina em gestantes → desastre da talidomida
suplementação com vitamina A → mal formações → exposição fetal resultou em graves defeitos de
• Recomendação → não exceder a dosagem de 5.000 membros e órgãos
UI/dia de vitamina A • Malformações → redução dos membros (amelia,
focomelia, aplasia ou hipoplasia de ossos longos)
Isotretinoína ou ácido retinoico (categoria X)
• Anomalias na orelha externa, surdez, malformação do
• Uso contraindicado na gestação aparelho genitourinário e malformações do sistema
• Substancia ativa do ROACUTAN cardiovascular
• A isotretinoína (ácido retinóico 13-cis) é um isômero da • Período crítico de exposição → 20 a 36 dias após a
vitamina A efetiva no tratamento de acne fecundação
• Utilização no 1º trimestre → associada a alta taxa de
abortamento e mal formação fetal
• Malformações compreendem → anomalias no SNC,
defeitos craniofaciais, defeitos cardiovasculares, defeitos
no timo etc

• Analgésicos são classificados como categoria D


• Aspirina (ácido acetilsalicílico – AAS) e paracet
costumam ser usados na gravidez para alivio da dor →
altas doses são possivelmente lesivas para o
embrião/feto
o Aspirina não é um agente teratogênico, MAS altas
doses devem ser evitadas, especialmente no 1º
trimestre de gestação
o Estudos sugerem associação de AAS com
gastroquise e atresia do intestino delgado quando
utilizado no 1º trimestre
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
• Relatos que lidam com os efeitos pré-natais →
descolamento da placenta, aborto espontâneo,
Benzodiazepínicos (categoria D)
prematuridade, RCIU, microcefalia, anormalidades
• A exposição no 1º trimestre deve ser evitada por causa neurológicas etc
do risco de teratogênese
• O diazepan é a droga mais utilizada pra os fins de
tranquilizantes necessários para tratar mulheres com Mercúrio orgânico
distúrbio de ansiedade ou que se encontram em surtos
• O mercúrio é um metal liquido pesado extremamente
psicóticos
tóxico
• Malformações seriam de extremidades e fenda
• Metilmercúrio em alimentos das mães → bebês com
labiopalatina e alterações faciais
lesão encefálica grave, deficiência mental e cegueira
Antipsicóticos – lítio (categoria D) • Mães que se alimentavam bastante de peixe (predador)
com altos níveis de mercúrio orgânico → doença da
• Lítio é indicado no tratamento de episódios maníacos e
minamata → caracterizada por paralisia cerebral,
transtorno bipolar
microcefalia, retardo mental, cegueira e hipoplasia
• Deveria ser evitada no 1º trimestre → risco de cerebelar
malformações → cardiovasculares, polidrâmnio, bócio e
• A redução da ingestão de peixes carnívoros tem sido
espinha bífida
sugerida a fim de não exceder a exposição máxima
Antidepressivos (categoria C, seguro) permitida

• Essas drogas são inibidores seletivos da recaptura de Chumbo


serotonina (ISRS) → usados para tratar a depressão
• Presente em abundancia nos locais de trabalho e no
durante a gravudez
meio ambiente
• Riscos no 3º trimestre, deve-se lidar com cautela,
• O chumbo atravessa a placenta e se acumula nos
tentando escolher a melhor droga ou reduzir a dose
tecidos embrionários e fetais
• Complicações neonatais por ISRS no 3º tri →
• Exposições a doses muito altas → abortamentos,
hipoglicemia, taquipneia, hipotermia, choro fraco ou anomalias fetais, RCIU, deficiência funcional e atraso no
ausente, síndrome da abstinência
desenvolvimento
• Doses baixas não apresentam efeito teratogênico

Maconha (categoria X) Bifenilas policloradas

• A maconha potencializa o efeito do álcool e pode estar • Outro produto químico que pode contaminar peixes
associada a aumento do risco de defeito no septo • Riscos semelhantes àqueles causados pela
interventricular contaminação com chumbo
• Seu uso isolado não foi relacionado a maldeformações, • Alterações observadas → RCIU, alterações da cor da
entretando, afeta o neurodesenvolvimento na infância e pele, pigmentação da gengiva, hipoplasia de unhas etc
na adolescência → distração, hiperatividade, • Pode estar presente em equipamentos hidráulicos e
impulsividade e delinquência produtos de borracha, plásticos, papeis etc
Metadona (categoria D)

• É um opioide narcótico usado no tratamento de viciados Radiação externa


em heroína
• O termo ‘’rad’’ é usado como unidade da dose de
• Uso em altas doses classifica a categoria D
radiação absorvida pelo tecido
• Disfunção do SNC, menor peso ao nascer, menor
o 5 rad → limite da dose de radiação fetal
circunferência cefálica, risco de trombose
o Acima de 15 rad → a partir disso, o risco de
Cocaína malformação passa a ser aumentado
o A maioria dos exames diagnósticos realizados na
• É a droga ilícita mais utilizada entre as mulheres na idade gestação, a dose de radiação fetal é menor que 5
fértil rad
Esther Santos Fonseca

TeratOgenicos
TERATOGENICOS
• O efeito da radiação ionizante na gestação depende da
idade gestacional e não somente da dose absorvida
o Período mais crítico → período embrionário ao
fetal, principalmente até 15 semanas pós-
concepção
• Quanto maior for a quantidade de radiação no período
crítico, maior será o dano
Efeitos no período mais crítico

• Aborto
• Rebaixamento do QI
• Malformações → microcefalia, fenda palatina,
microftalmia, catarata, estrabismo, degenetação na
retina, hipospadia, hipoplasia da genitália, malformações
esquelética
• Comprometimentos no SNC e retardo mental grave
o Mais comum em 3 a 11 semanas pós concepção
• Restrição do crescimento e microcefalia
o 10 a 20 semanas após a concepção
Isótopos radioativos

• Estimar a dose de radioisótopo absorvida e o ano ao


embrião/feto é complexo, porque ele pode se localizar
em órgãos-alvo específicos, podendo ou não atravessar
pela placenta
• O iodo radioativo deve ser evitado na gestação, a menos
que não há outro tratamento e ele tenha que ser usado
como necessidade para a mãe
Efeitos do iodo radioativo

• Risco de disfunção tireoidiana principalmente no período


em que a tiroide começa a concentrar iodo → 10 a 12
semanas de gestação
Ultrassonografia

• É amplamente usada na gravidez para diagnóstico fetal


e cuidados pré-natais
• Uma revisão da USG obstétrica indica que não existem
efeitos nocivos confirmados sobre o feto
Ressonância nuclear magnética

• Estudos epidemiológicos em humanos desmonstraram


que a exposição a ondas de radiofrequência
eletromagnéticas não causa danos ao produto
conceptual
• Entretando, recomensa-se evitar o uso de contraste
paramagnético (gadolínio) → uma vez no
compartimento fetal, esse contraste não consegue ser
excretado pela placenta
Esther Santos Fonseca

Infecções perinatais
o Transfusões de sangue
o Contato com sangue contaminado
O Ministério da Saúde recomenda que sejam realizados os o Transmissão vertical (mãe-filho)
exames sorológicos de triagem para as seguintes doenças:
Transmissão vertical
• Sífilis → orienta realizar VDRL na 1ª consulta e repetir
na 30ª semana • Transmissão via placentária (intrauterina) → rara
• Hepatite B → HBsAg se disponível próximo da 30ª • Transmissão perinatal → momento do parto → principal
semana o Ingestão de material infectante durante o parto
• HIV → teste anti-HIV na 1ª consulta e repetir na 30ª o Exposição das membranas mucosas do feto ao
semana sangue ou fluidos corporais maternos infectados
• Toxoplasmose → pesquisa de IgM na 1ª consulta, sem pelo HBV
recomendação de repetir • Transmissão pela amamentação → comum
• Rubéola (somente quando tiver sintomas sugestivos)
Efeitos no RN

• Na ausência de qualquer profilaxia, os índices de


prevenção vertical em portadoras crônicas de Hepatite B
são de 10 a 20% dos casos
• Os RN podem ser assintomáticos, porém, alguns
desenvolvem doença fulminante
• A maioria dos casos (70 a 90%) tornam-se crônicos, com
risco significativo de desenvolver, no futuro, carcinoma
hepatocelular e/ou cirrose.
Prevenção da transmissão vertical do VHB

• Recomenda-se triagem sorológica durante o pré-natal,


por meio do HbsAg (antígeno de superfície do VHB) →
preferencialmente, próximo a 30ª semana de gestação

• Tratar o RN com imunoglobulina humana e vacina


depois do parto antes de amamentar

• Causada pelo hepadnavírus (vírus DNA) → ou vírus da


hepatite B (VHB) que pode cursar de forma sintomática
ou assintomática
Transmissão

• Altamente infectante e facilmente transmitido através


o Via sexual
Esther Santos Fonseca

Infecções perinatais
É uma infecção parasitária comum → agente Toxoplasma • Deve-se solicitar IgM e IgG, sempre que possível, para
gondii → o gato é o hospedeiro definitivo e os humanos são todas as gestantes, ainda no 1º trimestre de gestação,
os hospedeiros intermediários sem recomendações de repetir depois
Transmissão de toxoplasmose Revisão IgG e IgM
• Via 1 → ingestão de oocitos provenientes do solo, areia, • IgM → anticorpo produzido na fase inicial da infecção,
latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados anticorpo precoce produzido na primeira semana
• Via 2 → ingestão de carne crua e mal cozida infectada • IgG → anticorpo que demora um pouco mais para ser
com cistos, especialmente carne de porco e carneiro produzido, começa a ser produzido na 2ª semana, pode
• Via 3 → infecção transplacentária → ocorrendo em indicar imunidade já.
40% dos fetos de mães infectadas (durante a gestação)
Interpretação de sorologias
Toxoplasmose congênita
• IgG + e IgM –
• Gravidade das manifestações clínicas no feto → o melhor diagnóstico
inversamente proporcional a idade gestacional (IG) o já tiveram contato e não tem risco
o Quanto mais cedo na gestação, pior a gravidade o gestante não suscetível e sem doença atual
o Infecções no 1º e 2 trimestre pode ocasionar • IgG + e IgM +
abortamentos e óbitos fetais o Infecção recente
• Tríade clássica de sintomas da toxoplasmose congênita o Administrar espiramicina imediatamente até o
é caracterizada por diagnostico da infecção fetal
o Coriorretinite o Realizar teste de avidez para saber se tem menos
o Calcificações intracranianas ou mais de 16 semanas que a gestante foi
infectada
o Teste de avidez baixo → contato menos de 16
semanas → tratar a mãe e investigar o feto
o Teste de avidez alto → antigo, tem mais de 16
semanas que foi infectada → segue pré-natal
normalmente e interrompe espiramicina
• IgG – e IgM +
o Infecção aguda
o Gestante deve ser informada sobre os riscos da
infecção para o feto/RN e encaminhada para
o Hidrocefalia serviço de referência
• Infecção no 1º trimestre → é mais grave, embora o Diagnóstico de infecção fetal → amniocentese,
menos frequente → abortamento espontâneo e até a PCR do cordão e USG morfológica
Síndrome da Toxoplasmose Congênita o Comprometimento fetal confirmado → está
o Alterações no SNC (microcefalia, calcificações indicada a terapia tríplice por 3 semanas
cerebrais, retardo mental, convulsões etc) o Afastada infecção fetal → manter o uso de
o Alterações oculares (coriorretinite, microftalmia, espiramicina até o parto e o controle de USG
surdez etc) mensalmente
• Infecção no último trimestre → maior IG → o recém • IgG – e IgM –
nascido pode ser assintomático ou apresentar o Nunca teve contato com o agente toxoplasma
o Ausência de ganho de peso o Deve-se orientar medidas de prevenção
o Hepatite com icterícia o Mãe está suscetível a se infectar
o Anemia
o Plaqueotopeneia
o Coriorretinite
o Pneumonia
o Miocardite
Esther Santos Fonseca

Infecções perinatais
Esther Santos Fonseca

Sífilis congênita
• Causada por uma bactéria chamada Treponema
pallidum → espiroqueta
• Doença infecciosa de caráter sistêmico e de evolução
crônica, sujeita a surtos de agudização e períodos de
latência

• Forma adquirida → espiroqueta transmitida


predominantemente por relações sexuais Sífilis latente recente e tardia
• Forma congênita → infecção materno-fetal (vertical)
• Período entre a sífilis 2ª e 3ª
• Não há manifestações clinicas
• Fase assintomática
• Recente → evolução inferior a 1 ano
• Tardia → sífilis com duração superior a 1 ano
Sífilis terciária

• Pode surgir de 2 a 40 anos após o inicio da infecção


• Comprometimento sistêmico
o SNC, cardiovascular (aórtico), ossos (artrite e
Primária osteocondrite)
• Lesões → goma sifilítica
• Desenvolvimento do cancro duro no local de inoculação o Nódulos, tubérculos e placas nódulo ulceradas
da espiroqueta o Assimétricas
o Úlcera indolor, única, bordas endurecidas o Endurecidas com bordas bem marcadas
o Lesão rica em bactérias o Segmento de círculos
• Muitas vezes, passa despercebido pela mulher, pois o
cancro duro pode surgir na vulva, vagina e colo uterino
• Aparece até 21 dias (3 semanas) pós infecção
• Desaparece sozinha, independente do tratamento

• Acompanhamento pré-natal
o Sorologia obrigatória no 1º e 3º trimestre
• O diagnóstico sorológico é feito com testes não
Secundária treponêmicos e treponêmicos
• Manifestações mais dermatológicas VDRL → Teste não treponêmico
• Reaparece em média de 6 a 8 semanas
• Afetará pele e órgãos internos • É o exame mais utilizado para o rastreamento durante o
• Lesões ricas em bactérias pré-natal
• Acometimento das regiões palmares e plantares → • Permite acompanhamento pós tratamento da doença,
exantema maculopapular róseo quando dá negativo
• Também acontece alopecia (queda) de couro cabeludo e • Torna-se reativo a partir da 2ª semana depois do
sobrancelhas aparecimento do cancro
Esther Santos Fonseca

Sífilis congênita
• Teste qualitativo → indica presença ou ausência de o 2 diluições em 3 meses. → ex: era 1/64 e foi pra
anticorpo na amostra 1/16
• Teste quantitativo → permite a titulação (diluído) e o o 4 diluições em 6 meses → ex: era 1/64 foi pra 1/4
resultado é expresso em títulos, como 1:2, 1:4, 1:64 etc
Condições de tratamento adequado em gestantes
o Apresenta títulos elevados quando há infecção
aguda → fase secundária principalmente • Tratei com penicilina e iniciei o tratamento até 30 dias
• Detecta anticorpos específicos anticardiolipina antes do parto
o Cardiolipina → materiais lipídicos liberados por • Documentação em queda de VDRL
células que foram danificadas pelo treponema • Avaliação de risco de reinfecção
o Pode dar falso positivo → doenças autoimunes,
como a lúpus, podem dar falso positivo para sífilis
Testes treponêmicos → FTA-Abs ou TPHA

• Identificam anticorpos específicos contra o treponema


• Maior custo e complexidade
• Limitação → não serve para resposta ao tratamento,
pois, uma vez positivo, sempre positivo
• São utilizados para confirmar o teste do VDRL
• Orientar a abstenção das relações sexuais até a
conclusão do tratamento e desaparecimento dos
sintomas
• Orientar o uso de preservativo, que deve ser mantido,
após o tratamento, em todas as relações sexuais

• Transmitida pela placenta → Treponema pallidum


• Mãe portadora de sífilis pode transmitir para o concepto
em qualquer estágio
• Maior risco → sífilis 1ª e 2ª → alto número de
espiroquetas
• Raro: transmissão pelo contato com a lesão genital ou
mamária
• Não ocorre transmissão pelo leite materno

• Surge até o 2º ano de vida


• 50% das crianças são assintomática ao nascer
• Principais características
• VDRL positivo e teste treponêmico não disponível → o Hepatomegalia
considerar como sífilis latente de duração indeterminada o Rinite sero-sanguinolenta
e efetuar o tratamento da gestante e do parceiro. o Pênfigo palmo-plantar
o Icterícia
o Anemia
• Monitoração com VDLR mensalmente o RCIU, prematuridade
• Avaliação clinica o Baixo peso ao nascer

Cura sorológica

• É considerado cura quando eu tiver → queda nos títulos


de VDRL
Esther Santos Fonseca

Sífilis congênita
• Surge após o 2º ano de vida
• Substituição dos órgãos por tecidos de granulação
sinfilítica
• Principais características
o Retardo mental
o Nariz em sela
o Hidrocefalia
o Surdez congênita
o Dentes de Hutchinson
o Tíbia em sabre
Esther Santos Fonseca

Virus da imunodeficiencia humana - Hiv

• A importância do estudo do HIV na gestação reside no


esforço em reduzir as taxas de transmissão vertical da
doença
• O vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) causa a
síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)

• Durante o trabalho de parto


• Transmissão intrauterina → principalmente nas últimas
semanas de gestação
• Aleitamento materno Resultados não reagentes (negativos)

• Não reagente na etapa 1 → definida como ‘’amostra não


reagente para HIV’’
• Caso exista suspeita de infecção pelo HIV → nova
amostra coletada após 30 dias da data da primeira +
solicitar sorologia anti-HIV no 3º trimestre
Resultados reagentes (positivos)

• O diagnóstico reagente de infecção pelo HIV deve ser


realizado mediante pelo menos 2 etapas de triagem
(etapa 1 e etapa 2)
• Amostra reagente na etapa 1 → solicitar coleta de
segunda amostra pra comprovar a primeira → etapa 2
• Etapa 2 reagente → diagnóstico positivo definido →
encaminhar gestante ao pré-natal de alto risco /
Serviço de Atenção Especializada em DST/AIDS
(SAE) → realiza o aconselhamento e ingressa no serviço
• Iniciar a terapia antirretroviral → TARV
Resultados indeterminados

• A gestante deverá ser encaminhada ao pré-natal de


alto risco/ SAE

• Falha de crescimento
• Microcefalia
• Aspectos craniofaciais específicos

• Mulher iniciou o pré-natal → solicitação de teste anti-HIV


na primeira consulta e repetir no 3º trimestre
gestacional → após consentimento e aconselhamento
pré e pós-teste
Esther Santos Fonseca

Virus da imunodeficiencia humana - Hiv

• Prestar suporte psicológico necessário, informar sobre o


uso da TARV e a necessidade de acompanhamento
médico durante a gestação
• Informar sobre os riscos da transmissão vertical pela
amamentação, orientando sobre como alimentar o bebê
com fórmula infantil
• Informar sobre a contra-indicação do aleitamento
cruzado (amamentação por outra mulher)
• Discutir a necessidade da testagem do parceiro e do uso
de preservativos
• Informar sobre a necessidade de acompanhamento
periódico da criança em serviço especializado de
pediatria para crianças expostas ao HIV
• Continuar o acompanhamento da gestante
encaminhada, com atenção para a adesão às
recomendações/transcrições
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
Recessivo
Genótipo → o genótipo de uma pessoa em um determinado • Quando eu preciso de 2 alelos para expressar o fenótipo
locus é constituindo por ambos os alelos que ocupam aquele • Sempre em homozigose (aa)
locus nos dois cromossomos homólogos. São para os locus
autossômicos e ligados ao X nas mulheres.

Fenótipo → é a expressão do genótipo seja como um traço Penetrância


morfológico, clínico, celular ou bioquímico
• Probabilidade de um ou mais alelos mutantes
expressarem o fenótipo
• Penetrância incompleta → quando alguns dos genes
falham completamente em expressar o genótipo

• Qualitativo: indica presença ou ausência de uma doença.


• Quantitativo: pode ser mensurável, como o peso, IMC ou Expressividade
glicemia.
• Refere-se à diferenças na expressão do fenótipo entre os
indivíduos que tem o mesmo genótipo
Homozigoto → quando a pessoa tem um par te alelos • Podemos ter doenças ou condições clínicas que vão se
idênticos em um locus no DNA. Ex: AA ou aa expressar diferente
• Expressividade variável → quando o mesmo genótipo
Heterozigoto → quando os alelos são diferentes. Ex: Aa
pode conferir fenótipos diferentes
Hemizigoto → quando um homem apresenta um alelo
anormal localizado no cromossomo X e não há outra cópia
do gene (por isso ele não pode ser homo ou hetero)

Dominante

• Quando apenas um alelo já é suficiente para expressar


o fenótipo. Basta ter 1 A
• Homozigoto = AA, heterozigoto = Aa
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
Existem 4 tipos de herança monogênica

• Autossômica dominante
• Autossômica recessiva
• Dominante ligada ao sexo
• Recessiva ligada ao sexo
O padrão de herança visto em distúrbios monogênicos
depende de dois fatores

• Localização cromossômica do locus gênico


o Autossomo (cromossomos 1 ao 22)
o Cromossomo sexual (X e Y)
o Genoma mitocondrial

Identificando no heredograma:

Sei que é autossômica (não tá ligada ao sexo) pois:

• Homens e mulheres são afetados em igual proporção


• Pode ser transmitida diretamente de homem pra homem
A característica é dominante porque:

• Depende do fenótipo • Ocorre em todas as gerações (não há saltos, pelo


o Dominante menos um indivíduo é afetado em cada uma)
o Recessivo HERANÇA AUTOSSÔMICA • Em média, um afetado tem 50 % de chance dos seus
DOMINANTE filhos também serem afetados
• Quando os genes responsáveis estão localizados nos Herança autossômica dominante rara ou herança
autossomos (par 1 ao 22 de cromossomos homólogos). dominante incompleta
• Esse gene se manifesta mesmo em dose simples, ou
seja, basta apenas 1 alelo para eu ter a expressão do • Muitos genes que determinam características
fenótipo dominantes raras são letais em homozigose → o que
• Dominante pode ser explica a raridade desses homozigotos na população
o Heterozigoto = Aa • Na maioria dos casos, os afetados homozigotos são mais
o Homozigoto = AA gravemente afetados do que os heterozigotos.
• Assim, na herança autossômica dominante rara
o A prole afetada nasce, geralmente, de um casal
→ um é heterozigoto (Aa) e o outro é normal (aa)
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
geralmente esses estão na irmandade e não em outro
lugar do heredograma
• probabilidade aumenta em uniões consanguíneas
tipos de união
Casos clínicos
• tipo mais comum → pais heterozigotos normais, não
• Hipercolesterolemia de herança autossômica dominante afetados, só são portadores, assintomáticos
o Homozigotos → colesterol bem mais elevado e o Aa x Aa → 25% de aa
desenvolvimento de doença cardiovascular • contudo, qualquer união na qual cada genitor tenha ao
aterosclerótica na infância menos um alelo recessivo pode produzir uma prole
homozigótica
Acondroplasia – mutação no gene FGFR3

• Displasia esquelética dominante incompleta


• tipo mais comum de nanismo, afeta homens e mulheres
• basta apenas que um alelo esteja alterado para que o
fenótipo já se manifeste
• o casamento entre duas pessoas com acondroplasia são
frequentes

como interpretar o heredograma

• heredograma mostra a união de dois heterozigotos


afetados
• a criança falecida, indivíduo III-3 era homozigoto pra
essa condição e apresentava uma doença muito mais A característica é autossômica porque:
grave que de seus pais, causando sua morte logo depois
do nascimento • aparece igualmente entre homens e mulheres
• nos indivíduos com acondroplasia não necessariamente • pode ser transmitida diretamente de homem pra homem
tem pais afetados
A característica é recessiva porque

• há saltos de gerações
• só ‘’aa’’ é capaz de expressar a doença • os pais, em geral, só são portadores → heterozigotos (pais
• preciso de um indivíduo com os 2 alelos mutados para iguais filhos diferentes)
que ocorra • a característica aparece em irmandades e não nos genitores
• geralmente, o probando pode ser o único membro ou netos dos afetados
afetado da família, mas se houver outros afetados,
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
• os genitores dos afetados frequentemente são
consanguíneos
Agora a alteração está nos cromossomos sexuais, no caso, o
consanguinidade X.

• devido à raridade dos alelos mutantes na população, os Dessa forma, a distribuição agora é desigual para homens e
indivíduos com distúrbio autossômicos recessivos raros são mulheres dentro das famílias.
mais tipicamente heterozigotos compostos (Aa) do que
A herança patrilinear do cromossomo Y é evidente (pois só o
realmente homozigotos
pai pode transferir o Y pro filho homem). Porém, existem
• a presença de consanguinidade entre os genitores de um poucos genes puramente ligados ao Y, a maioria deles estão
paciente com distúrbio genético → forte evidencia (mas não envolvidas na determinação das características sexuais 1ª ou
uma prova) → de que o distúrbio foi herdado de maneira 2ª.
autossômica recessiva, mesmo que as demais informações
no heredograma sejam insuficientes para definir tal padrão de Homens só tem um X → só existem 2 genótipos possíveis
herança para os homens → ou é afetado ou não é afetado

• Lembrando que um homem com o X mutado é


hemizigoto para aquele alelo
Mulheres tem XX → existem 4 possibilidades de carregar
esses alelos mutantes
Exemplo: Xh é o alelo da doença e XH é o alelo normal

Caso clínico

• xeroderma pigmentoso → defeito de reparo de DNA


bastante raro com herança autossômica recessiva, mais
de 20% dos casos ocorrem na prole de casais de primos
em primeiro grau.
• Fibrose cística – mutação no gene CFTR
o Doença que está presente no teste do pezinho Inativação do X e expressão dos genes ligado ao X
o Tem uma expressividade variável → formas
diferentes de se manifestar → podemos ter a • As mulheres inativam um dos X nas células somáticas,
doença → infecções múltiplas nos pulmões e vias um processo fisiológico normal, de modo a igualar a
aéreas, ou uma infecção pancreática ou expressão dos genes ligados ao X em ambos os gêneros
alterações gastrointestinais (porque o homem só tem um X também)

• Essa inativação em doenças ligadas ao X rem uma


profunda importância clinica → faz com que as mulheres
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
tenham duas populações celulares que expressão os
genes de um ou de outro cromossomo X

Exemplo: Distrofia muscular de Duchenne


Interpretação do heredograma
• Distúrbio hereditário de fraqueza muscular progressiva
• Dependendo do padrão de inativação aleatória do X nos
dois cromossomos X, duas mulheres heterozigotas para
uma doença ligada ao X podem ter apresentações
clinicas bastante distintas → devido a diferença de
proporção de células que têm o alelo mutante no X ativo
em um tecido relevante
FIGURA 711 Imunomarcação da distrofina em amostras
musculares.

A característica é ligada ao sexo porque:

• Não se distribui igualmente nos dois sexos


• Não há transmissão direta de homem para homem
(justamente porque o alelo é o X e não o Y)
A característica é recessiva porque:

• Há mais homens afetados do que mulheres afetadas (pois


nos homens basta ter um X alterado)
• A → Uma mulher normal → coloração cria sinais
• O homem transmite por intermédio das suas filhas, ou seja
brilhantes
→ suas filhas vão ser portadoras → mas os filhos delas
• B → Um homem com distrofia muscular de Duchenne (netos dele) vão ter maior chance de manifestar o fenótipo
(DMD) → músculos sem coloração novamente
• C → Uma mulher portadora (tem o gene no X) • Homens afetados geralmente tem filhos e filhas normais
o O músculo de portadoras para DMD mostra áreas
positivas e negativas para imunomarcação da
distrofina, representando fibras tanto com o alelo
normal quanto com o alelo mutante no
cromossomo X ativo

• Padrão definido e fácil de reconhecer → a mutação se


expressa em todos os homens que a recebem,
consequentemente → distúrbios ligados ao X são
restritos aos homens.
• Os homens → hemizigotos
• Mulheres → homozigotas ou heterozigotas
• Recessivo → preciso do alelo afetado no cromossomo X
para que o fenótipo acabe se manifestando
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
Ex. clinico → hemofilia A – mutação no gene F8 o Pai nunca passa para filhos homens, pois o
pai passa o cromossomo Y
• Há falha na coagulação sanguínea devido à deficiência
o Basta a mulher ter um alelo afetado que ela já vai
do fator VIII, uma proteína da cascata da coagulação
manifestar a doença
• Doença tendenciosa a sangramentos e alterações
hematológicas
• Os homens são afetados pela forma grave → herança
ligada ao X recessivo
• Filhas de homens afetados e mães normais →
portadoras obrigatórias, não vão ter distúrbios
sanguíneos, mas → seus filhos tem grande chance de
ter

• Cada criança de mulher afetada tem 50% de chance de


herdar a característica, seja qual for o gênero → filho
homem ou mulher tem 50% de chance de adquirir a
característica
o Como é visto em mulheres heterozigotas, ou a
mãe passa o alelo mutante ou não passa

• Um fenótipo ligado ao X pode ser dominante se tiver


expressão regular em heterozigotas
• Homem com X dominante → hemizigoto
• Apenas 1 cópia do alelo doente no cromossomo X é
necessário para uma mulher ser afetada
• As mulheres são mais afetadas
Diferença de X dominante para autossômica dominante
Características
• Elas são muito semelhantes em diversos aspectos, mas
• A expressão em mulheres heterozigotas é mais o que diferencia mesmo é:
atenuada ➔ Na do X dominante eu tenho ausência de transmissão
o Porque o alelo mutante localizado no X é inativo homem-homem
em algumas células, desse modo, a maioria dos ➔ É impossível de ocorrer porque os homens transferem
distúrbios dominantes ligados ao X é dominante o cromossomo Y para os filhos
incompleta, como ocorre na maioria dos ➔ Todas as filhas de homens afetados são afetadas
distúrbios autossômicos dominantes o Porque só basta a menina ter um alelo mutado
• Expressa em todos os homens que apresentam o (que veio do pai) para manifestar a doença
alelo mutado → hemizigotos ➔ Nenhum filho de homem afetado é afetado
• Os homens só vão ser afetados se receberem o alelo
mutante da mãe
• Homens afetados só podem transmitir a doença para
suas filhas mulheres
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
Interpretação de heredograma

Caso clínico → Síndrome de Rett


A característica é dominante porque: • Mutação no gene MECP2
• Meninas com alterações no neurodesenvolvimento
• Há mais mulheres afetadas do que homens afetados
• Costumam ter dificuldade no aprendizado
• TODAS as filhas de pais afetados → expressão a doença,
são afetadas • Ocorre quase exclusivamente em mulheres
• TODOS os filhos de homens afetados → são normais, não • Os homens com o X afetado morrem, é letal
expressam a doença • As meninas que tem o outro X normal ainda são
compatíveis com a vida (um X veio da mãe afetada e o
A característica é ligada ao sexo porque: outro X veio de um pai normal)
• Não se distribui igualmente entre os sexos
• Não há transmissão direta de homem pra homem

Caso clínico → raquitismo hipofosfatemico Caso clínico → incontinência pigmentar

• Mutação no gene PHEX • Mutação no gene IKBKG


• Doença em que os ossos ficam fracos, além de ter pouca • As meninas afetadas, em geral heterozigotas,
quantidade de fosfato no organismo apresentam lesões de pele vesiculares eritematosas
inflamatórias ao nascer
• Gene localizado no cromossomo X dominante
• Aparecem pigmentações escuras, chamadas de ‘’bolo de
• Basta ter apenas um alelo afetado para termos as
mármore’’
manifestações
o As melaninas se depositam nas camadas mais
profundas da pele e reflete o padrão de inativação
do X normal → a pele com o pigmento normal não
é produzida
o Onde o padrão é reproduzido, pelo X doente, o
pigmento produzido é escuro

• Essas doenças ligadas ao X dominante são quase


exclusivamente acometidas em mulheres porque nos
homens afetados a doença é muito letal, causando a
morte deles
• Não se vê homens afetados pela alta taxa de letalidade
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
• Também pode ocorrer queda de cabelo, anomalias • É herdada exclusivamente da mãe, pois, apenas as
dentárias (ausência de alguns dentes e dentes conoides mulheres transmitem o DNA mitocondrial para filhos e
– menores que o normal) e convulsões filhas, não há participação do pai

• Os distúrbios causados por mutação no DNA


mitocondrial têm vários aspectos incomuns
• a mitocôndria é a moeda energética da célula, portanto,
perturbações na produção de energia devido a mutações
• Os homens com a condição são tão gravemente afetados
no mtDNA (DNA mitocondrial) resultam em distúrbios
que morrem ainda no útero
graves
Distúrbios dominantes ligados ao X que poupam os o comprometimento no SNC e musculoesquelético
homens o quanto mais o tecido/órgão precisar de energia,
mais ele será afetado
• Os homens hemizigotos são amplamente poupados das • exemplo: epilepsia mioclônica com fibras rotas
consequências da mutação que carregam vermelhas
Caso clínico → Epilepsia com comprometimento

• Mutação do gene da protocaderina 19 que codifica uma


molécula de superfície celular expressa em neurônios do
SNC
• Limitada às mulheres, ocorre em mosaico (por causa da
inativação do X)
• As mulheres começam a ter crises convulsivas e
apresentam atraso no desenvolvimento de leve a severo
• Os homens hemizigotos são totalmente
assintomáticos
• Os neurônios dos homens não apresentam essa
proteína de superfície, sendo poupados da doença

existem três tipos


• São padrões que não apresentam aqueles típicos da
herança mendeliana • herança materna
• É a herança de distúrbios codificados por genes contidos • homoplasmia
no DNA mitocondrial • heteroplasmia
Esther Santos Fonseca

Padrões monogenéticos
herança materna do mtDNA

• apenas o mtDNA materno é transmitido para a geração


futura
• mãe com mutação → passa para os filhos que também
irão apresentar a mutação
• homem afetado → só pode ter vindo da mãe afetada
• homem não transmite a doença
• exemplo: neuropatia óptica hereditária de Leber

Homoplasmia e heteroplasmia
Expressividade variável → as mitocôndrias possuem DNA
próprio, o qual se replica normalmente. Assim, algumas
células tem distribuídas aleatoriamente a quantidade de DNA
mutante e DNA normal

• heteroplasmia → vários tipos de mtDNA, mesmo dentro


de uma mesma célula → mistura de mtDNA mutante e
não mutante → fenótipo leve
• homoplasmia → todas as nossas mitocôndrias tem
exatamente o mesmo código genético → DNA
mitocondrial todo igual (ou só com mutante ou só com o
normal → fenótipo mais rigoroso
Esther Santos Fonseca

Heredogramas
O estudo da herança de uma característica é feito pela Obs: deverão ser representados os indivíduos normais,
análise de genealogias ou heredogramas, um método abortos e natimortos. Além daqueles não pertencentes à
abreviado e simples para representar os dados de uma família, mas que, de alguma maneira, estão relacionados
família
Obs: Um aborto espontâneo é a perda de um feto por causas
A montagem é realizada a partir de informações prestadas naturais antes da 20ª semana de gestação. Um
pelo probando, que é o indivíduo (afetado ou não) a partir do concepto natimorto é a perda de um feto por causas naturais
qual a família será estudada pelo profissional. após a 20ª semana de gestação.

Alguns dados sobre as doenças dos membros familiares são


importantes para a construção

• Dados da doença: início, evolução e etc


• Parentes em 1º grau do afetado (pais, filhos e irmãos)
• Consanguinidade
• Origem étnica etc

É importante representar na genealogia indivíduos normais e


afetados, abortos e natimorfos. Mantendo-a sempre
atualizada

1. Colocar todas as pessoas de uma mesma geração na


mesma linha
2. Conectar os cônjuges por uma linha matrimonial
(horizontal)

(a linha deve ser dupla no caso de consanguinidade)

3. Conectar uma linha vertical a partir da linha matrimonial


à linha da irmandade (horizontal e paralela da
matrimonial), a qual se conecta com os filhos do casal
4. Colocar os filhos por ordem decrescente de nascimento,
da esquerda pra direita (do mais novo ao mais velho)
5. Numerar as gerações com algarismos romanos, em
ordem decrescente (da mais remota até a mais recente)
6. Numerar os indivíduos de cada geração acima e à direita
do símbolo, em ordem crescente da esquerda pra direita
7. O probando deve ser assinalado por uma seta
8. Quando for o caso, colocar a idade de cada um abaixo
do símbolo
Gene principal

• São características que são determinadas por vários • Um gene de efeito maior (principal)
genes (genética), com influência ambiental variável representa um pouco mais na quantidade
(ambiente), mas apresentam distribuição descontínua na de influência genética que essa
população característica carrega
• A maioria das características e doenças humanas o Não significa que ela seja dominante
apresenta herança complexa entre as outras
Efeito maior de dois ou mais genes

• Dois genes mais ‘’importantes’’


determinam a expressão da
doença/característica
Exemplo: diabetes melito

• Como as heranças multifatoriais são


causadas por efeitos aditivos de várias
fatores genéricos e ambientais, essas
características tendem a seguir uma
Características distribuição normal, ou ‘’em forma de
sino’’ nas populações.
• Agregação familiar
• Não seguem um padrão mendeliano (leis)
• Grande interação gene-gene
• Enorme interação gene-ambiente

• As características nas quais a variação seja causada por


efeitos combinados de múltiplos genes
• Tenho vários genes atuando ao mesmo tempo
• Nenhum gene é dominante ou recessivo ao outro
• Esses genes podem estar presentes para determinar
uma característica/doença atuam em conjunto de forma
aditiva
Poligênico aditivo • Inúmeras doenças não seguem o padrão de sinos, ao
contrário, elas parecem estar presentes ou ausentes
• Quando determinada doença é expressa por vários genes ao nos indivíduos
mesmo tempo (no caso, ABCDE) • Explicação → é que existe uma distribuição de
• Exemplo: características fisiológicas susceptibilidade para estas doenças na população
como altura • Para as doenças multifatoriais presentes ou ausentes,
acredita-se em um limiar de susceptibilidade precisa
A = pessoa alta, a = pessoa baixa. Não
ser ultrapassado para que se tenha a doença
existe dominância entre eles, então eu
o Abaixo do limiar → pessoa normal
posso ter
o Acima do limiar → pessoa afetada
AA → alto
Caso clínico → esteanose pilórica
Aa → média
• Doença que se caracteriza por estreitamento e obstrução
Aa → intermediária do piloro, a área entre estomago e intestino → vômitos,
perda de peso e desequilíbrio eletrolítico como resultado
• É mais comum em homem do que mulheres
o Acredita-se que essa diferença reflita dois
limiares de distribuição, um mais baixo em
homens e um mais alto em mulheres
• Limiar masculino baixo → quer dizer que eu preciso de
menos fatores para a doença se manifestar
• Limiar feminino alto → precisam ser expostas a mais
fatores causadores da doença para desenvolverem ela
de fato → precisa ter mais fatores genéticos e
ambientais

2) Se a expressão da doença no probando for mais severa,


o risco de recorrência é maior

• Isso porque uma expressão mais severa indica que o


indivíduo afetado está na cauda extrema da
susceptibilidade
• Os seus parentes, então, possuem um risco maior de
herdarem genes de doenças
• Ex: lábio leporino/palato bilateral tem risco de recorrência
maior à família do que a de unilateral por ser mais severo

• Nas doenças monogênicas, eu posso dar um risco de


recorrência de confiança
o Exemplo, 50% de chance para doenças
autossômicas dominantes, 25% para
autossômicas recessivas etc
• Para as doenças multifatoriais → são deduzidos riscos
empíricos baseados em observação direta de dados.
o Riscos empíricos de recorrência para doenças
multifatoriais são baseados em estudos de
grande conjuntos de famílias
o Estes riscos são específicos para uma dada 3) O risco de recorrência é maior se o probando for do sexo
população. Podem ser diferentes entre países, mais comumente afetado
por exemplo. • Isso ocorre porque um indivíduo afetado do sexo menos
susceptível está geralmente na posição mais externa de
distribuição da susceptibilidade → precisa ter mais
fatores genéticos e ambientais para se expor

4) O risco de recorrência para a doença geralmente diminui


rapidamente em parentes remotos
• Quanto mais afastado o grau de parentesco, menor o
risco de adquirir a doença

1) O risco de recorrência é maior se mais de um membro


da família é afetado
mais eficiente pela ênfase nas mudanças de estilo de
vida (evitar tabaco)
• Quando uma doença é mais relevante pela
hereditariedade, como o câncer de mama, o exame do
histórico familiar deve ser priorizado em relação às
modificações no estilo de vida.
• estudos de gêmeos e estudos de adoção →
estratégias de pesquisa geralmente utilizadas para
estimar a influencia ambiente x gene

5) Se a prevalência da população é f, o risco da prole e de


irmãos do probando é de aproximadamente raiz de f
• as doenças multifatoriais se dividem em congênitas,
presentes no nascimento, e em doenças na população adulta

• Poucas características são influenciadas exclusivamente


pelos genes ou somente por fatores ambientais. A maioria é • aproximadamente 2% dos recém nascidos apresentam uma
influenciada por ambos má formação congênita, e a maiorias destas condições são
consideradas multifatoriais na etiologia
• é bastante comum as malformações congênitas estarem
associadas a outras doenças
malformações 2ª da espinha bífida → hidrocefalia e o pé torto
malformações 2ª da trissomia do 13 → lábio leporino e palato
fendido
defeitos congênitos associados a trissomia do 13, 18 e 21 →
defeitos congênitos do coração

• Determinação da influencia relativa entre fatores


genéticos e ambientais
o Pode levar ao melhor entendimento da etiologia
da doença
o Pode ajudar no planejamento de estratégias de
saúde pública.
• Uma doença em que a influencia é hereditária é baixa,
como o câncer de pulmão, pode ser evitada de forma
Fatores genéticos associados às malformações congênitas Trombose venosa (trombofilia)
→ ainda não foram identificadas, mas → está sendo feito um
estudo do isolamento de genes únicos que causam → • se formam coágulos venosos ou arteriais de maneira
famílias gênicas HOX, PAX e TBX anormal, com complicações de risco de vida
• genes envolvidos são, em geral, de susceptibilidade e
Fatores ambientais envolvidos → exposição à teratógenos não genes que representam a causa primária do
durante a gestação e hábitos de estilo de vida distúrbio
o foi identificado um locus de suscetibilidade para a
• talidomida → causa focomelia (membros severamente
doença no cromossomo 6p24.1
curtos)
o alelo C do polimorfismo do gene HIVEP1
• ácido retinóico → roacutan → defeitos no coração, ouvido e
• interação gene-gene → precisa de mais de um gene
SNC
necessário para o desenvolvimento da doença
• rubéola → defeitos no coração
o mutação em alguns dos genes dos fatores de
coagulação, anticoagulantes ou trombolíticos
o funcionando isoladamente ou em conjunto com
Hipertensão alterações em outros fatores genéticos
• não é uma doença propriamente dita, pois não apresenta • fatores ambientais → tabagismo e uso de
sintomas clínicos, mas é considerada um fator de risco, contraceptivos orais contendo estrogênio sintético
se não for controlada → pode levar a uma enfermidade aumenta o risco de trombose
grave e incapacitante → problemas cardiovasculares
• pode ser considerado vários fatores →
o genéticos, físicos (idade, raça, obesidade etc),
o psicológicos (estresse),
o ocupação,
o álcool, tabagismo
o e localização geográfica
• fatores genéticos → muitos genes já foram mapeados
como o
o gene da feniletanolamina-N-metiltransferase
(PNMT)
o e o gene prostaciclina-sintase (PRGIS) →
poligênica, vários genes contribuem
• marcadores genéticos para a susceptibilidade à
hipertensão
o anormalidades na função renal
o ou no sistema simpártico
• fatores de risco ambientais causam variações na pressão
sanguínea
o ingestão elevada de sódio,
o diminuição da atividade física,
o estresse e obesidade
Esther Santos Fonseca

Aconselhamento genEtico
aborto espontâneo, filho anterior com malformação ou
problema genético
é uma das bases da medicina fetal, definido pela OMS
• Quando passam por resultados obstétricos
como:
desfavoráveis, os pais manifestam reações de raiva,
‘’ um processo de comunicação que se ocupa com culpa e resolução
problemas genéticos associados ao aparecimento ou risco • Somente após 4 a 6 semanas que o casal começa
de aparecimento de doenças genéticas em uma familia’’ aceitar a situação e ficar mais receptivo ao
aconselhamento.
• Envolve aspectos éticos, psicossociais e médicos
Ético
• A mais comum é a idade avançada
• Os princípios éticos envolvidos fundamentam-se na
autonomia do indivíduo/casal e ao caráter confidencial
das informações (sigilo)

• Em obstetrícia, o aconselhamento genético tem por


objetivo
o Estimar o risco gestacional
o Avaliar a probabilidade de um diagnóstico pré-
natal
o Propor uma eventual terapia intrauterina

• O aconselhamento genético pré-concepcional é o


mais ideal, pois permite que as famílias em risco para
anormalidades congênitas tomem decisões reprodutivas
mais conscientes → ainda dá tempo de estabelecer um
diagnóstico mais preciso antes mesmo da concepção,
realizar exames adicionais e estabelecer o risco de
recorrência

Comunicação • O momento ideal é antes de iniciar a gravidez, o que


possibilita intervenções que venham reduzir o risco de
• Primeiro principio para que haja compreensão por parte acometimento da prole
do paciente/casal • Iniciar com a coleta acurada de informações sobre o
• A comunicação de um resultado anormal é uma das maior número possíveis de membro da família
etapas mais difíceis o Orientação de pelo menos 3 gerações
• Deve-se fazer uma pequena introdução sobre as • A informação deverá ser organizada em forma de
principais anormalidades genéticas heredograma
• Uso de diagramas, tabelas e gráficos para reforçar os • A informação em geral é coletada do membro afetado
conceitos (probando), cujo risco para uma doença genética será
• Disseminar e obter informações da forma mais acurada determinado
possível sobre o diagnóstico • Procura-se anotar
• Conhecer a herança familiar é indispensável para o Nome completo, DN
um bom aconselhamento o Numero de filhos, abortamentos e óbitos fetais
o As patologias presentes na família
Defesa psicológica
o Consanguinidade
• O aconselhamento genético provoca uma defesa
psicológica importante entre os envolvidos
• É muita ansiedade quando o casal procura o
aconselhamento depois de ter quadros repetitivos de
Referências
Fisiologia Humana, uma abordagem integrada – Silverthorn 5ª edição
Biologia celular e molecular – Junqueira & Carneiro 8ª edição
Embriologia Clínica – Keith Moore 8ª edição
Embriologia Médica – Langman 13ª edição
Rotinas em Obstetrícia – 6ª edição

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