Você está na página 1de 3

ATIVIDADE UC PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA

Como atividade da parte da professora Vanessa Oechsler na UC de Pesquisa e


Prática Pedagógica, você deve elaborar uma narrativa de uma prática sua ou escrever
um caso de ensino que você tenha presenciado.
Para entender o que significam essas modalidades de escrita, leia o capítulo VI
(A formação matemática das professoras polivalentes: algumas perspectivas para
práticas e investigações) do livro “A Matemática nos anos iniciais do ensino
fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender”. Você pode ter acesso ao livro pela
minha biblioteca, pelo link
https://app.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788551301333/pageid/0
Disponibilizei o arquivo escaneado no SIGAA e Moodle também, para facilitar a
leitura.

O texto elaborado por vocês deve ter, no mínimo 1 página (Times 12,
espaçamento 1,5) e máximo de 3 páginas.
Data de entrega: até 14/12 via tarefa no MOODLE

Para auxiliar, posto abaixo um modelo de narrativa e outro de caso de ensino


retirados do livro A Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios
do ensinar e do aprender.

Narrativa:

Narrativa sobre a atividade da cobra


Inicialmente, com o objetivo de trabalhar medidas, confeccionei com os
alunos um painel com a medida da altura de todos da sala. Tal medida foi
dada em centímetros.
Após medir todos os alunos, questionei quais possibilidades podiam ser
dadas à leitura de, por exemplo, 128 cm, com a intenção de que estes
fizessem uma transformação de unidades.
Logo, o aluno Dan disse que também poderia ser lido 1 metro e 28
centímetros.
A partir desta intervenção fui questionando a respeito das demais alturas
escritas no painel, para que, oralmente, fizessem tal transformação.
Em seguida, apresentei a figura, fazendo a seguinte pergunta: “Será que esta
cobra é maior que vocês?”. Em virtude da grande polêmica entre os alunos,
na lousa, fiz uma tabela das respostas dadas, que foram as seguintes:
SIM 19
NÃO 02
Como percebi que os alunos ficaram muito interessados no assunto e, mais
ainda, em descobrir se a cobra era ou não maior do que eles, achei
pertinente, no momento, fazer com eles uma lista das estimativas do
tamanho da cobra segundo o ponto de vista de cada aluno. Aí é que a aula
foi se tornando mais dinâmica e interessante. Todos queriam falar; a sala
ficou toda alvoroçada. Foi muito legal, principalmente, porque todos
sentiram vontade em se expressar, atitude não muito comum nesta turma.
Então surgiram as seguintes estimativas:
2 m; 10 m; 0,5 m; 5 m; 3 m; 30 m; 1,60 m; 1,50 m; 1,40 m; 8 m; 4 m; 2,20
m; 2,10 m; 6 m; 40 m; 2,50 m e 20 m
Foi tudo muito interessante; os alunos ficavam me perguntando qual era a
medida da cobra: “conta, prô!; Ah, prô, mas a que horas você vai contar
quem acertou?”
Logo que cheguei à escola no dia seguinte, a maioria dos alunos já me
esperava no portão e correram ao meu encontro, para me perguntar quem
tinha acertado a tal medida. Pedi para que tivessem um pouco de calma, pois
a atividade ainda teria mais algumas etapas. Levei para a sala a medida da
cobra num pedaço de barbante, e lancei a seguinte pergunta: “Agora vocês
então vendo o tamanho da cobra representado aqui neste pedaço de
barbante. E agora? Vocês acham que a cobra tem a medida que vocês
estimaram ontem?” Alguns alunos demonstraram dúvida, então pensei
“bingo!”, era isso que eu queria. Em virtude da reação deles, comuniquei a
eles que faríamos uma nova lista: agora estimariam o tamanho da cobra a
partir do que estavam vendo. Tamanha foi a minha surpresa quando eles
foram citando, cada um, sua estimativa:
1,5 m; 1,10 m; 0,5 m; 1,40 m; 1,30 m; 1,60 m; 1,25 m; 1,70 m; 1,20 m; 1,78
m; 1,67 m; 1,80 m e 2 m.
Percebi neste momento o quão importante foi para estes alunos o fato de eu
apresentar o barbante com o tamanho real da medida da cobra e como, a
partir deste recurso, eles tiveram percepção de que os valores até então
citados eram muito maiores do que o barbante que eu havia lhes mostrado.
Prova disso foi que, nas novas estimativas, não foram dados, por eles,
valores superiores a 2 m. Diante disso, senti que havia chegado a hora de
revelar a verdadeira medida da cobra, 2m, o que deixou alguns alunos
frustrados: “Ah, prô, eu errei!; Ah, só uma pessoa acertou?”.
Quando os colegas questionaram Lê, como ele sabia que o barbante tinha 2
m, este disse que sempre compra rabiolas para pipa e que estas são vendidas
em pedaços de 2 m; assim, logo percebeu que o barbante também tinha esse
comprimento. (NACARATO; MENGALI; PASSOS, 2011, p. 84-87)

CASO DE ENSINO
Raquel é professora de educação infantil e leciona numa escola municipal
na cidade de Jundiaí. Sua classe é de Pré (Grupo 5/6 anos), sendo composta
por 27 alunos, e a maioria já tem seis anos completos. Durante o decorrer do
ano letivo, Raquel explorou com seus alunos o conteúdo de resolução de
problemas. Como possuía vários materiais e jogos ilustrativos, sempre
trabalhou com seus alunos de maneira lúdica e criativa. A cada dia
estimulava mais cada criança a pensar e refletir em como poderiam resolver
tais problemas, explorar suas estratégias e seu cálculo mental.
Um dia aplicou na sua classe um problema matemático que resultou num
questionamento da professora. O problema era “aberto”, ou seja, não
precisava apresentar apenas uma resposta correta. Com isso lançou aos seus
alunos o seguinte problema: “Este é um Cérbero (um animal com 3
cabeças). Um dia ele ficou com dor de cabeça e as suas três cabeças
começaram a doer. Para cada cabeça, seria necessário tomar 3 comprimidos.
Porém duas cabeças tomaram os comprimidos e uma ficou sem tomar.
Quantos comprimidos havia no frasco?”.
Quando Raquel leu esse problema aos seus alunos, relacionou esse animal
com o do filme do Harry Potter. Com isso puderam compreender de uma
maneira divertida e criativa, obtendo assim a participação dos alunos na
explicação. Quando a professora pediu para que pensassem e resolvesSem
quantos comprimidos havia no frasco, foi algo muito imediato, sendo que
alguns alunos já responderam: “Ah! Tem 8 comprimidos!”. E foram falando
o porquê de terem chegado a essa conclusão. Raquel notou que
conseguiram, sem nenhuma dificuldade, chegar a essa resposta, porém não
conseguiram registrar. Conseguiam explicar falando, mas não pensaram que
poderiam também escrever, desenhar, colocar números etc.
Com isso, após alguns alunos conseguirem fazer alguns registros usando
desenhos e números, os outros também faziam igual para não deixar a
atividade em branco. Depois que entregaram a atividade, a professora reuniu
todos em roda e começaram a conversar sobre o problema. Raquel começou
a questioná-los, perguntando se tinham achado difícil ou fácil, por que
tinham chegado àquela resposta. Nisso um aluno perguntou como seria o
problema se, ao invés de o Cérbero ter 3 cabeças, ele tivesse 4. Ou se
tivessem 9 comprimidos no frasco? Foi nesse momento que Raquel notou
que eles poderiam ir além do problema e deixou que eles resolvessem.
Como será que eles chegariam a tal resposta? Quais meios utilizariam?
Raquel também refletiu sobre a importância de trabalhar o registro com as
crianças, mesmo com o cálculo mental. Ensiná-los a expressar e escrever
como chegaram à res-posta. (Cib, 2005) (NACARATO; MENGALI;
PASSOS, 2011, p. 136-137)

Você também pode gostar