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DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO

ASSUNTO: ATENDIMENTO BANCÁRIO


TEMA: ATENDIMENTO BANCÁRIO. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.
1. Trata-se, originariamente, de Ação Civil Pública que debate o cumprimento de Lei
Municipal acerca de obrigações para bancos (tempo de espera para atendimento, escala
de horário de empregados, atendimento preferencial e vedação à discriminação
entre clientes e não clientes). 2. A sentença de improcedência foi mantida pelo Tribunal
de origem sob o fundamento de que havia decisão eficaz do Tribunal local, em
representação de inconstitucionalidade, que julgou inconstitucional a legislação
municipal por incompetência. Tal decisum foi atacado por Recurso Extraordinário não
admitido. Contudo, o STF deu provimento monocraticamente ao respectivo Agravo
568.674/RJ, em decisão confirmada em Agravo Regimental. 3. A Corte Especial do STJ
entende que o funcionamento interno das agências bancárias e, por conseguinte, as
atividades-meio dessas instituições são questões de interesse local, cuja competência
legislativa é do Município (AI no RMS 28.910/RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves,
Corte Especial, DJe 8.5.2012). Recurso Especial provido para julgar procedente a Ação
Civil Pública. (REsp 1347921/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 07/03/2013, DJe 20/03/2013)

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: CADASTRO RESTRITIVO DE CRÉDITO
TEMA: SISBACEN. NATUREZA. CADASTRO RESTRITIVO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DE PESSOA JURÍDICA NO
CADASTRO DE INADIMPLENTES DO SISBACEN/SCR. DETERMINAÇÃO
JUDICIAL PROFERIDA EM LIMINAR EM AÇÃO REVISIONAL
DETERMINANDO QUE A RÉ SE ABSTIVESSE DE INCLUIR OU MANTER O
NOME DA AUTORA NO ROL DE "QUALQUER ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO
CRÉDITO". ATO ILÍCITO CONFIGURADO. DANO MORAL. RAZOABILIDADE
NA FIXAÇÃO DO QUANTUM. 1. O Sistema de Informações do Banco Central -
Sisbacen, mais precisamente o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central -
SCR, é cadastro público que tem tanto um viés de proteção do interesse público (como
regulador do sistema - supervisão bancária), como de satisfação dos interesses privados
(seja instituições financeiras - gestão das carteiras de crédito -, seja mutuários -
demonstração de seu cadastro positivo). 2. Por óbvio que referido órgão deve ser tratado
de forma diferente dos cadastros de inadimplentes como o Serviço de Proteção ao Crédito
- SPC e o Serasa. Contudo, não se pode olvidar que ele também tem a natureza de cadastro
restritivo de crédito, justamente pelo caráter de suas informações, tal qual os demais
cadastros de proteção, pois visam a diminuir o risco assumido pelas instituições na
decisão de tomada de crédito. 3. Observa-se, pois, que apesar da natureza de cadastro
público, não tem como se desvincular de sua finalidade de legítimo arquivo de consumo
para operações de crédito, voltado principalmente às instituições financeiras para que
melhor avaliem os riscos na sua concessão à determinada pessoa, isto é, o crédito é
justamente o objeto da relação jurídica posta. 4. A Lei n. 12.414/2011, chamada de lei do
"cadastro positivo", apesar de disciplinar a formação e consulta a banco de dados com
informações de adimplemento para histórico de crédito (art. 1°), estabelece que os bancos
de dados de natureza pública terão regramento próprio (parágrafo único do art. 1°), o que,
a contrario sensu, significa dizer que eles também são considerados bancos de dados de
proteção ao crédito, os quais futuramente serão objeto de regulamentação própria. 5. Na
hipótese, a informação do Sisbacen sobre o débito que ainda está em discussão judicial
pode ter sido apta a restringir, de alguma forma, a obtenção de crédito pela recorrida, haja
vista que as instituições financeiras, para a concessão de qualquer empréstimo, exigem
(em regra, via contrato de adesão) a autorização do cliente para acessar o seu histórico
nos arquivos do Bacen. 6. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp
1365284/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Rel. p/ Acórdão Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/09/2014, DJe
21/10/2014)

JURISPRUDÊNCIA EM TESE
16) O Sistema de Informações de Crédito do Banco Central - Sisbacen possui natureza
semelhante aos cadastros de inadimplentes, tendo suas informações potencialidade de
restringir a concessão de crédito ao consumidor.

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: CONTRATOS
TEMA: COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. CUMULAÇÃO COM OUTROS
ENCARGOS MORATÓRIOS OU REMUNERATÓRIOS. POSSIBILIDADE?
1. A eg. Segunda Seção desta Corte pacificou a orientação no sentido de ser admitida, no
período de inadimplemento contratual, a comissão de permanência, à taxa média do
mercado apurada pelo Banco Central do Brasil e limitada à taxa do contrato, desde que
não esteja cumulada com correção monetária (Súmula 30/STJ), com juros remuneratórios
(Súmula 296/STJ), com juros moratórios nem com multa contratual. 2. Agravo interno a
que se nega provimento. (AgInt no AREsp 1414652/GO, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 06/08/2019, DJe 19/08/2019)

JURISPRUDÊNCIA EM TESE
14) É possível a cobrança de comissão de permanência durante o período da
inadimplência, à taxa média de juros do mercado, limitada ao percentual previsto no
contrato, e desde que não cumulada com outros encargos moratórios. (Súmula n.
472/STJ)(Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - Tema 52)

Súmula 30 - A comissão de permanência e a correção monetária são inacumuláveis.


(Súmula 30, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/10/1991, DJ 18/10/1991)

Súmula 296 - Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de permanência,


são devidos no período de inadimplência, à taxa média de mercado estipulada pelo Banco
Central do Brasil, limitada ao percentual contratado. (Súmula 296, SEGUNDA SEÇÃO,
julgado em 12/05/2004, DJ 09/09/2004 p. 149)
Súmula 472 - A cobrança de comissão de permanência - cujo valor não pode ultrapassar
a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato - exclui a
exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual. (Súmula 472,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/06/2012, DJe 19/06/2012)

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: CONTRATOS
TEMA: CONTRATO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS.
TAXA ANUAL SUPERIOR AO DUODÉCUPLO MENSAL.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA SOBRE BEM IMÓVEL. DESVIO DE FINALIDADE. AUSÊNCIA.
EXISTÊNCIA DE PACTO DE CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. 1. É legítima a
celebração de contrato de alienação fiduciária de imóvel como garantia de toda e qualquer
obrigação pecuniária, podendo inclusive ser prestada por terceiros, não havendo que se
cogitar de desvio de finalidade. 2. O Tribunal de origem julgou nos moldes da
jurisprudência desta Corte. Incidente, portanto, o enunciado n. 83 da Súmula do STJ. 3.
Não cabe, em recurso especial, reexaminar matéria fático-probatória e a interpretação de
cláusulas contratuais (Súmulas 5 e 7/STJ).
4. É permitida a capitalização de juros em periodicidade inferior à anual desde que
expressamente pactuada, sendo suficiente para a sua cobrança a previsão de taxa de juros
anual superior ao duodécuplo da mensal (Súmulas 539 e 541/STJ). Precedentes. 5.
Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no AREsp 1303606/MS, Rel. Ministra
MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 20/02/2020, DJe
03/03/2020)

JURISPRUDÊNCIA EM TESE
8) O simples fato de os juros remuneratórios contratados serem superiores à taxa média
de mercado, por si só, não configura abusividade.

9) A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da


mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada. (Súmula n.
541/STJ)(Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMAS 246 e 247)

SÚMULA 541 - A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao


duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual
contratada. (Súmula 541, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/06/2015, DJe 15/06/2015)

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: CONTRATOS
TEMA: CONTRATO BANCÁRIO. JUROS REMUNERATÓRIOS. FALTA DE
PREVISÃO: TAXA APLICÁVEL.
OPERAÇÕES DA MESMA ESPÉCIE. CONTRATO DE CHEQUE ESPECIAL.
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO STF.
LIMITAÇÃO IGUALITÁRIA DAS DUAS ESPÉCIES DE CONTRATO. NÃO
OCORRÊNCIA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. De acordo com o
entendimento desta Corte, na ausência de pactuação expressa da taxa de juros
remuneratórios, eles devem ser cobrados à taxa média de mercado divulgada pelo Banco
Central nas operações da mesma espécie. Precedentes. 2. No caso, o Tribunal de origem,
em harmonia com o entendimento desta Corte, determinou a aplicação da taxa de juros
remuneratórios, de acordo com "a taxa média de mercado divulgada pelo Banco Central
nas operações da mesma espécie, nos contratos de cheque especial e cartão de crédito",
sendo certo que não houve debate no sentido de que, na presente demanda, discute-se tão
somente contrato de cartão de crédito. Desse modo, a ausência de prequestionamento
impede o conhecimento do recurso especial, ante o óbice contido nas Súmulas 282 e 356
do STF. 3. Ademais, a Corte de origem não limitou, de forma igualitária, os juros em
contratos de cartão de crédito e de "cheque especial", porquanto consignou que deve ser
utilizada a taxa média divulgada pelo Banco Central "nas operações da mesma espécie".
4. Agravo interno não provido. (AgInt nos EDcl no REsp 1688649/CE, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe
28/06/2019)

JURISPRUDÊNCIA EM TESE
2) Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente
contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos
-, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da
mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. (Súmula n.
530/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 233)

SÚMULA 530
Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetivamente
contratada - por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos
-, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da
mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor. (Súmula 530,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/05/2015, DJe 18/05/2015)

DISCIPLINA: DIRETO BANCÁRIO


ASSUNTO: CONTRATOS
TEMA: CONTRATO DE MÚTUO OU FINANCIAMENTO BANCÁRIO. AÇÃO
DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. DEVEDOR: INTERESSE DE AGIR?
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS.
CONTRATOS DE MÚTUO E FINANCIAMENTO. INTERESSE DE AGIR.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC, firma-se a
seguinte tese: "Nos contratos de mútuo e financiamento, o devedor não possui interesse
de agir para a ação de prestação de contas." 2. No caso concreto, recurso especial não
provido. (REsp 1293558/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 11/03/2015, DJe 25/03/2015)
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 1.
SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESCABIMENTO. 2. PRESTAÇÃO DE CONTAS.
CONTRATO DE FINANCIAMENTO. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. 1. A
jurisprudência desta Corte Superior firmou-se no sentido de que o comando legal que
determina a suspensão do julgamento dos recursos repetitivos, nos termos do art. 543-C,
do CPC, somente é dirigido aos Tribunais de segunda instância, e não abrange os recursos
especiais já encaminhados ao STJ (AgRg nos EAg n. 1.210.136/AL, Relator o Ministro
Sidnei Beneti, Corte Especial, DJe de 10/5/2013). 2. O devedor de contrato de
financiamento bancário não tem interesse de agir para ingressar com pedido de prestação
de contas referente a débitos sucessivos lançados ao longo da relação contratual, haja
vista que nessa modalidade de contratação, não há a entrega de recursos do
consumidor ao banco, para que ele os mantenha em depósito e administre, efetuando
pagamentos, mediante débitos em conta corrente. Diversamente, a instituição financeira
entrega os recursos ao tomador do empréstimo, segundo o valor estipulado no contrato,
cabendo ao financiado restituir a quantia emprestada, com os encargos e na forma
previamente pactuados (REsp n. 1.201.662/PR, Relatora a Ministra Maria Isabel Gallotti,
DJe de 4/12/2012). 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 574.316/PR, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
14/10/2014, DJe 20/10/2014)

DISCIPLINA: DIRETO BANCÁRIO


ASSUNTO: CONTRATOS
TEMA: COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. CONTRATO DE
FINANCIAMENTO. ACESSORIEDADE ENTRE OS CONTRATOS?
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE COMPRA E
VENDA DE LANCHA. RESCISÃO CONTRATUAL POR INADIMPLEMENTO DO
VENDEDOR. INEXISTÊNCIA DE CARÁTER ACESSÓRIO ENTRE OS
CONTRATOS DE COMPRA E VENDA E DE FINANCIAMENTO. AFASTAMENTO
DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
AGRAVO INTERNO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Não existe, em regra,
caráter acessório entre os contratos de compra e venda de bem de consumo e o de
financiamento bancário com arrendamento mercantil destinado a viabilizar a aquisição
do mesmo bem, de maneira que a instituição financeira não pode ser responsabilizada
solidariamente pelo inadimplemento do vendedor. 2. "A jurisprudência desta Corte
reconhece a autonomia entre os contratos de compra e venda de veículo e de
financiamento concedido por instituição financeira para sua aquisição, motivo pelo qual
o cancelamento do primeiro não impede a exigibilidade das obrigações assumidas pelo
consumidor perante a instituição financeira" (AgInt nos EDcl no REsp 1.292.147/SP, Rel.
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, DJe de 02/06/2017). 3.
Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1351672/RJ, Rel. Ministro
RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 14/05/2019, DJe 24/05/2019)
RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO
PRODUTO. VEÍCULO NOVO DEFEITUOSO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
DO "BANCO DA MONTADORA" INTEGRANTE DA CADEIA DE CONSUMO.
APLICAÇÃO DO ART. 18 DO CDC. VOTOS VENCIDOS.
1 - Demanda movida por consumidor postulando a rescisão de contrato de compra e venda
de um automóvel (Golf) em razão de vício de qualidade, bem como de arrendamento
mercantil firmado com o "banco da montadora" para financiamento do veículo. 2 -
Responsabilidade solidária da instituição financeira vinculada à concessionária do
veículo ("banco da montadora"), pois parte integrante da cadeia de consumo. 3 -
Distinção em relação às instituições financeiras que atuam como "banco de varejo",
apenas concedendo financiamento ao consumidor para aquisição de um veículo novo ou
usado sem vinculação direta com o fabricante. 4 - Aplicação do art. 18 do CDC. 5 -
RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO POR MAIORIA, COM
DOIS VOTOS VENCIDOS. (REsp 1379839/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
Rel. p/ Acórdão Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 11/11/2014, DJe 15/12/2014)

JURISPRUDÊNCIA EM TESES - EDIÇÃO N. 83


6) Não há relação de acessoriedade entre o contrato de compra e venda de bem de
consumo e o de financiamento bancário com alienação fiduciária destinado a viabilizar a
aquisição do bem.

DISCIPLINA: DIRETO BANCÁRIO


ASSUNTO: CONTRATOS
TEMA: INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. JUROS REMUNERATÓRIOS.
LIMITAÇÃO.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO
REVISIONAL - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO
RECLAMO. INSURGÊNCIA DA PARTE AGRAVANTE.
1. A Segunda Seção do STJ, ao julgar o Recurso Especial Repetitivo n. 1.061.530/RS, no
tocante aos juros remuneratórios, consignou o seguinte: "a) As instituições financeiras
não se sujeitam à limitação dos juros remuneratórios estipulada na Lei de Usura (Decreto
22.626/33), Súmula 596/STF; b) A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12%
ao ano, por si só, não indica abusividade; c) São inaplicáveis aos juros remuneratórios
dos contratos de mútuo bancário as disposições do art. 591 c/c o art. 406 do CC/02; d) É
admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde
que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o
consumidor em desvantagem exagerada art. 51, §1º, do CDC) fique cabalmente
demonstrada, ante às peculiaridades do julgamento em concreto" (REsp 1061530/RS,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/10/2008, DJe
10/03/2009). 1.1 Reformar o acórdão recorrido, no tocante à existência de abusividade da
taxa de juros remuneratórios pactuada, demandaria o necessário reexame de fatos e
provas, bem como a interpretação de cláusulas contratuais, práticas vedadas nesta sede
especial a teor das Súmulas 5 e 7 do STJ. 2. A comissão de permanência, cujo valor não
pode ser maior do que a soma dos encargos remuneratórios e moratórios, exclui a
possibilidade de cobrança de outros encargos da mora no período de inadimplência
contratual. Incidência do enunciado contido na Súmula 83/STJ. 3. Conforme
entendimento jurisprudencial consolidado por este Superior Tribunal de Justiça, o
reconhecimento da abusividade dos encargos cobrados no período da normalidade
contratual traz, como consectário lógico, a descaracterização da mora do devedor.
Incidência do enunciado contido na Súmula 83/STJ. 4. Agravo interno desprovido. (AgInt
no AREsp 1447398/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
12/08/2019, DJe 15/08/2019)

JURISPRUDÊNCIA EM TESES - EDIÇÃO N. 83


1) As instituições financeiras não se sujeitam à limitação dos juros remuneratórios
estipulada na Lei de Usura (Decreto n. 22.626/33). (Tese julgada sob o rito do art. 543-C
do CPC/73 - TEMA 24).

SÚMULA 596 DO STF - As disposições do Decreto 22.626/1933 não se aplicam às


taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições
públicas ou privadas, que integram o Sistema Financeiro Nacional.

SÚMULA 283 DO STJ - As empresas administradoras de cartão de crédito são


instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem
as limitações da Lei de Usura.

DISCIPLINA: DIRETO BANCÁRIO


ASSUNTO: DIREITOS DO CONSUMIDOR
TEMA: EXIBIÇÃO DE EXTRATOS BANCÁRIOS. INVERSÃO DO ÔNUS
PROBATÓRIO.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CAUTELAR DE
EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL.
DECLARAÇÃO. POSSIBILIDADE. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.1. Esta
Corte pacificou o entendimento segundo o qual "... é cabível a inversão do ônus da
prova em favor do consumidor para o fim de determinar às instituições financeiras a
exibição de extratos bancários, enquanto não estiver prescrita a eventual ação sobre
eles, tratando-se de obrigação decorrente de lei e de integração contratual compulsória,
não sujeita à recusa ou condicionantes, tais como o adiantamento dos custos da
operação pelo correntista e a prévia recusa administrativa da instituição financeira em
exibir os documentos, com a ressalva de que ao correntista, autor da ação, incumbe a
demonstração da plausibilidade da relação jurídica alegada, com indícios mínimos
capazes de comprovar a existência da contratação, devendo, ainda, especificar, de
modo preciso, os períodos em que pretenda ver exibidos os extratos" (REsp
1.133.872/PB, Segunda Seção, Rel. Min. Massami Uyeda, DJe de 28/3/2012). 2. No caso,
uma vez constatada a ocorrência da prescrição da pretensão principal, esta pode ser
reconhecida no bojo do procedimento cautelar preparatório. 3. Agravo interno a que se
nega provimento. (AgInt no AREsp 1276368/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 12/02/2019, REPDJe 26/02/2019, DJe 25/02/2019).

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO
TEMA: FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO. INDENIZAÇÃO. LIMITE DA
GARANTIA.
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. FUNDO GARANTIDOR DE
CRÉDITOS. LIMITE DE GARANTIA. VALOR AUMENTADO POR RESOLUÇÃO
DO CMN APÓS A INTERVENÇÃO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E ANTES DO
PAGAMENTO. PRECEDENTES DA CORTE.
1. A jurisprudência desta Corte já decidiu que a indenização devida pelo Fundo
Garantidor de Crédito é a vigente no momento da indisponibilidade do capital
investido, com a liquidação ou a intervenção da instituição financeira, o que ocorrer
primeiro. 2. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1692109/SP, Rel.
Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 03/05/2018,
DJe 09/05/2018)

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. FUNDO


GARANTIDOR DE CRÉDITO. 1. PAGAMENTO DE GARANTIA. VALOR DEVIDO.
OBSERVÂNCIA DA RESOLUÇÃO DO CMN VIGENTE À ÉPOCA DA
INTERVENÇÃO NA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PELO BANCO CENTRAL.
DATA DA EFETIVA PRIVAÇÃO DO ATIVO FINANCEIRO. PRETENSÃO DE
RECEBIMENTO DA DIFERENÇA EM RAZÃO DE NOVA RESOLUÇÃO VIGENTE
À ÉPOCA DA LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. 2. AGRAVO
INTERNO IMPROVIDO. 1. A Terceira Turma desta Corte decidiu recentemente que
o montante da indenização devido pelo Fundo Garantidor de Créditos deve observar
a limitação imposta na norma do Conselho Monetário Nacional vigente à data da
intervenção ou da liquidação na instituição financeira, o que ocorrer primeiro. No
presente caso, a intervenção do Banco BVA S.A. ocorreu em 19/10/2012, quando em
vigor a Resolução 4.087/2012 do Conselho Monetário Nacional, que estipulava a garantia
de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) aos depósitos existentes no banco. Assim, não cabe a
complementação do novo valor, previsto pela Resolução 4.222/2013 do CMN.
Precedentes. 2. Agravo interno improvido. (AgInt no REsp 1648681/SP, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/06/2018, DJe
15/06/2018)

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: RESPONSABILIDADE CIVIL
TEMA: RESPONSABILIDADE CIVIL. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CARTÃO
ORIGINAL E SENHA PESSOAL.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO
PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO
MONOCRÁTICA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. EMPRÉSTIMOS EFETUADOS COM
CARTÃO DE CHIP E USO MEDIANTE SENHA. PERÍCIA CONCLUSIVA QUANTO
À SEGURANÇA DO CARTÃO E À INVIOLABILIDADE DO CHIP. LAUDO
PERICIAL. AGRAVO CONHECIDO PARA DAR PROVIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL. 1. Decisão agravada reconsiderada. Novo exame do agravo em recurso
especial. 2. "De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a
responsabilidade da instituição financeira deve ser afastada quando o evento danoso
decorre de transações que, embora contestadas, são realizadas com a apresentação
física do cartão original e mediante uso de senha pessoal do correntista" (REsp
1.633.785/SP, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em
24/10/2017, DJe de 30/10/2017). 3. No caso, inexistem os alegados danos morais em
razão de cobrança oriunda de empréstimo bancário que a perícia comprovou ter sido
realizado mediante o cartão com chip e senha pessoal do correntista, o qual, por sua vez,
reconhece que os valores foram depositados em sua conta bancária. 4. Agravo interno
provido para reconsiderar a decisão agravada e, em novo exame, conhecer do agravo para
dar provimento ao recurso especial. (AgInt no AREsp 1305380/RJ, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 18/02/2020, DJe 13/03/2020)

ACÓRDÃO ESTADUAL QUE DECIDIU COM BASE NAS PROVAS DOS AUTOS
ALINHADO À JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS
NºS 7 E 83 DO STJ. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Tribunal local que, com
amparo nos elementos de convicção dos autos, entendeu não estar provado o fato
constitutivo do direito da autora, decidindo pela ausência dos requisitos ensejadores da
reparação civil. O uso do cartão magnético com sua respectiva senha é exclusivo do
correntista e, portanto, eventuais saques irregulares na conta somente geram
responsabilidade para o Banco se provado ter agido com negligência, imperícia ou
imprudência na entrega do numerário, o que não ocorreu na espécie. 2.
Impossibilidade de reexame de fatos e provas. Incidência do óbice da súmula 7/STJ no
tocante à tese de reconhecimento da responsabilidade civil. 3. Ademais, é firme a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a presunção de
veracidade dos fatos alegados pelo autor em razão da ocorrência da revelia é relativa,
sendo que para o pedido ser julgado procedente o juiz deve analisar as alegações do autor
e as provas produzidas. 4. Agravo interno não provido. (AgInt no AREsp 1399771/MG,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/04/2019,
DJe 08/04/2019)

DISCIPLINA: DIREITO BANCÁRIO


ASSUNTO: TÍTULOS DE CRÉDITO
TEMA: CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. NATUREZA JURÍDICA
EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. CONTRATOS
BANCÁRIOS. CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO. NÃO PREENCHIMENTO
DOS REQUISITOS ESSENCIAIS. TÍTULOS DE CRÉDITO NÃO CONFIGURADOS.
INEXIGIBILIDADE DOS TÍTULOS RECONHECIDA. JULGAMENTO: CPC/15. 1.
Ação de embargos à execução de título extrajudicial ajuizada em 2012, da qual foi
extraído o presente recurso especial, interposto em 26/06/2017 e atribuído ao gabinete em
25/01/2018. 2. O propósito recursal é dizer se há negativa de prestação jurisdicional; se
os documentos que lastrearam a execução se qualificam como títulos executivos
extrajudiciais; bem como se são exorbitantes os honorários advocatícios arbitrados em
20% do valor da execução. 3. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais
indicados como violados impede o conhecimento do recurso especial (súm. 211/STJ). 4.
A mera referência à existência de omissão ou erro material no acórdão recorrido, sem
demonstrar, concretamente, em que consistiriam tais vícios, não é apta a anulação do
julgamento por negativa de prestação jurisdicional. 5. As cédulas de crédito bancário
(CCBs) constituem títulos de crédito - dotados, pois, de força executiva - mas com
características peculiares, tratando-se de uma promessa de pagamento vinculada a
uma operação de crédito, de qualquer modalidade, realizada com instituição
financeira, com ou sem garantia. 6. Embora subjacente à CCB haja sempre um negócio
jurídico celebrado com a instituição financeira, relativo a uma operação bancária ativa,
que lhe dá causa, nem todo negócio jurídico celebrado com a instituição financeira, ainda
que representante de uma operação bancária ativa, constitui, por si mesmo, uma CCB,
porque se faz necessário, para tanto, o preenchimento de requisitos essenciais, elencados
no art. 29 da Lei 10.931/04. 7. Hipótese em que os contratos de leasing, CDC e Finame,
que lastrearam a presente execução, não podem ser qualificados e tratados juridicamente
como CCBs, porque não preenchem os requisitos essenciais para tanto, tampouco
configuram títulos executivos extrajudiciais, porque não atendem as exigências do art.
585, II, do CPC/73. 8. Extinto o processo de execução em virtude da procedência dos
embargos, mostra-se excessiva a fixação da verba honorária em 20% sobre o valor
executado, devido ao elevado montante deste (R$ 9.525.937,57), sendo razoável,
portanto, sua redução para 10 % sobre o valor da execução. 9. Recurso especial conhecido
em parte e, nessa extensão, parcialmente provido. (REsp 1722631/MA, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/10/2019, DJe 28/10/2019)

TEMA REPETITIVO N. 576:


EMENTA [...] 1. Para fins do art. 543-C do CPC: A Cédula de Crédito Bancário é
título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer
natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito
em conta-corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial. O título de
crédito deve vir acompanhado de claro demonstrativo acerca dos valores utilizados pelo
cliente, trazendo o diploma legal, de maneira taxativa, a relação de exigências que o
credor deverá cumprir, de modo a conferir liquidez e exequibilidade à Cédula (art. 28, §
2º, incisos I e II, da Lei n. 10.931/2004). [...] (REsp 1291575 PR, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/08/2013, DJe 02/09/2013)

JURISPRUDÊNCIA EM TESES (EDIÇÃO N. 83: BANCÁRIO – II):


- A cédula de crédito bancário é título executivo extrajudicial, representativo de operações
de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar
a abertura de crédito em conta-corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque
especial. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 TEMA 576)

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