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Curso: Direito

Semestralidade: 1º
Semestre: 1º/2022
Disciplina: Metodologia da Construção do Conhecimento Jurídico
Créditos: 4
Carga Horária: 60
Docente: Me. Oswaldo Ponce Álvares
Turma: Única

PLANO DE ENSINO

I. Ementa
Metodologia [Lógica da Pesquisa]; Metodologia (da Pesquisa) Jurídica;
Metodologia (da Pesquisa Forense); Lógica Clássica; Teoria da Argumentação;
Teoria das Falácias.

II. Objetivos
1. Objetivo Geral
– Estabelecer os fundamentos e a modelação da pesquisa do fenômeno jurídico na
investigação da teoricidade da Doutrina Jurídica e da argumentatividade das peças
forenses.
2. Objetivos Específicos
– Caracterizar o estatuto da Metodologia como ramo da Lógica aplicada à pesquisa.
– Diferenciar o estatuto do métodos científico e metafísicos.
– Analisar as possibilidades do método em Doutrina Jurídica.
– Estabelecer o estatuto da Lógica Clássica e sua instanciação jurídica.
– Formalizar o construto da Argumentação Jurídica resolvida nas peças forenses.
– Aplicar exemplificativamente os procedimentos de pesquisa às diversas áreas do
Direito.
– Discutir dialogicamente os principais institutos e conceitos, apresentando as
tensões entre o plano jurídico-normativo e a aplicabilidade no plano das relações
jurídicas.
– Proporcionar uma imersão discente na disciplina de maneira articulada com os
demais ramos do Direito prestigiando a interdisciplinaridade como vetor de
capacitação acadêmica e profissional.

III. Conteúdo Programático


1. O status de MCCJ no Curso de Direito.
2. Metodologia:
a. Uso terminológico impróprio;
b. Conceituação: estatuto lógico e estatuto epistemológico.
3. Estatuto da MCCJ:
a. Natureza: metodologia aplicada (meta-teoria);
b. Objeto: doutrina jurídica, peças forenses;
c. Método: analítico;
d. Escopo: modelação da forma estrutural de verdade necessária, isomorfismo
declarativo.
4. Modelação metodológica teórica:
a. Teoria: conceituação epistemológica (natureza, objeto, método, escopo),
conceituação lógica (classe de enunciados hipotéticos probatórios);
b. Fisiologia: conceituação, instâncias estruturais (elementos componentes, extensão);
c. Biblioteca mental: conceituação e extensão, marco teórico;
d. Método fenomênico: fenômenos, aspectos fenomênicos, observação, descrição;
e. Regras epistemológicas: relevância, substituição, regras cartesianas (simplicidade,
analiticidade, sinteticidade, recursividade), navalha de Ockham (princípio de
economia)
f. Problema: natureza, função;
g. Método analítico: conjectura, hipótese (principal, auxiliares), árvore hipotética;
h. Elementos de Lógica Clássica: estatuto (natureza, objeto, método, escopo),
princípios (identidade, não-contradição, terceiro excluso), regras lógicas (dedução,
indução, abdução, analogia), sistema axiomático: axioma e teorema;
i. Método experimental: regras lógicas (indução científica, modus tollendo tollens),
estrutura experimental (enunciado protocolar, experimento);
j. Solução metodológica: status teórico (verificação, refutação), prova teórica e
probabilidade probatória.
5. Problemas da modelação metodológica da doutrina jurídica:
a. Elementos de Teoria das Falácias: conceituação de falácia, tipos de falácias
(relevância, raciocínio circular, semânticas, indutivas, formais, premissas falsas);
b. Limites da modelagem: epistemológico e lógicos;
c. Contexto de descoberta (quid facti) e contexto de justificativa (quid juris);
d. Enfraquecimento dos critérios de verificabilidade e refutabilidade;
e. Quase-teoria.
6. Modelação metodológica forense:
a. Taxonomia a quo (fundamentais): Peças autorais (petição vestibular, denúncia),
peça ré (contestação), peça judicial (sentença);
b. Elementos de Teoria da Argumentação: argumento (conceituação, elementos,
critérios, adaptabilidade contextual), argumentos jurídicos;
c. Peças autorais: biblioteca mental e marco teórico, fisiologia (dos fatos, do direito,
do pedido), árvore argumentativa;
d. Peça ré: biblioteca mental e marco teórico, fisiologia (relatório, das preliminares, do
mérito, do pedido), árvore argumentativa;
e. Peça judicial: biblioteca mental e marco teórico, fisiologia (dos fatos, da
fundamentação – das preliminares, do mérito –, da decisão ou do dispositivo),
árvore argumentativa.

IV. Procedimentos Áulicos


O conteúdo disciplinar será desenvolvido por meio de aulas expositivas dialogadas,
debates, estudos de caso e atividades. Leituras prévias seguidas de discussão e debate.
Registros escritos dos encaminhamentos assumidos nas leituras e atividades.
A prática procedimental se desenvolverá 18 encontros de 3h/a cada caracterizados por
quatro momentos:
1. 1º momento: apresentação expositiva discente de texto relativo ao tema do encontro.
“O aluno será responsável por parte da apresentação, aos demais estudantes do
conteúdo a ser ministrado na aula (no máximo de 30% do tempo), sob a supervisão
do professor, que corrigirá o que estiver errado e complementará o conteúdo faltante
quanto ao ponto designado para tal atividade” (Avaliação por Apresentação Oral
Obrigatória – OAOO – PPC-Direito, Tópico 7, pp. 106, 109-110);
2. 2º momento: apresentação docente do tema referente ao encontro;
3. 3º momento: debate sobre o(s) texto(s) complementares referente ao tema do
encontro;
4. 4o momento: atividades de fixação e ampliação de conteúdo referente a textos
complementares.
NOTA: O docente reserva o direito por liberdade de cátedra, consoante interesse,
conveniência e oportunidade, de alterar as disposições do conteúdo programático
visando a melhor adequação áulica.

V. Recursos Didáticos
Os recursos didáticos possíveis de serem utilizados durante o momento áulico insertam-
se na seguinte taxonomia:
1. Quadro branco,
2. Projeção e modelos computacionais,
3. Grupos de estudos e modelos de participação intersubjetivos de aprendizagem com
base em feedback e retro-introjecção.

VI. Avaliação
É regida cap. V do Regimento Interno da Faculdade FILOS (RI-FILOS) e tópico 7 do
PPC-Direito, pp. 109-110.
1. Frequência (Cf. art. 69 do RI-FILOS e pelo tópico 7 do PPC-Direito, pp. 109-110)
a. Duas chamadas serão efetuadas por encontro áulico, uma no começo e outra ao
final das atividades; sendo que haverá tolerância de 15 (quinze) minutos no início
da primeira aula do encontro áulico.
b. Porcentagem mínima: Exige-se do discente o comparecimento ao mínimo de 75%
das 60h/a disciplinares. Ou seja, o aluno reserva-se o direito faltar a 15h/a máximas
sem incidir em reprovação por faltas
c. Justificativas serão regidas somente pelo instituto do Regime de Exercício
Domiciliar (RED), por exceção determinada por instância superior diretora do
Curso de Direito ou por Lei e admitidas via requerimento impetrado na Secretaria
do Curso de Direito.
d. Abono: É defeso ao docente abonar faltas sob quaisquer pretextos. Portanto,
“abono” não é sinônimo de “justificação”. Essa é uma concessão institucional.
Aquele, pessoal do professor.
2. Verificação de rendimento (Cf. arts. 70, 71 do RI-FILOS e tópico 7 do PPC-
Direito, pp. 109-110)
a. Avaliações de conteúdo regimentais: Em número de três abordarão extensiva e
intensivamente os conteúdos temáticos da disciplina incidentes nos textos e
comentários áulicos em tela.
i. Natureza: dividem-se em duas provas regulares semestrais (N1 e N2) de caráter
obrigatório e duas provas extra-semestrais (N3 e N4) de caráter facultativo.
i. Função
N1 e N2 avaliam o conteúdo regular semestral.
N3 substitui ou N1 ou N2 perdida pelo discente.
N4 recupera a nota final.
ii. Conteúdo
N1 versará sobre a matéria do primeiro bimestre (fevereiro a abril)
N2 versará sobre a matéria do segundo bimestre (maio e junho)
N3 (Segunda Chamada): matéria do semestre in totu.
N4) (Recuperação): matéria do semestre in totu.
iii. Valoração
N1 – 0 (zero) mínimo a 7,0 máximos.
N2 – 0 (zero) mínimo a 7,0 máximos.
N3 (Segunda Chamada) – 0 (zero) mínimo a 7,0 máximos.
N4 (Recuperação) – Valor numérico componível com a nota final (NF) para atingir
o mínimo aprobatório de 6,0.
Nota: integra as notas das avaliações a quantificação frações até segunda decimal,
inclusa a nota final.
iv. Datas: Serão aplicadas nas datas determinadas pelo cronograma da Semana de
Avaliações comum aos departamentos da FacFILOS constantes no Calendário
Acadêmico 2022.1º (Portaria nº 002/2020, de 26 de novembro de 2020).
v. Restrições
N3 substitui N1 ou N2 mas não ambas independentemente de falta ser ou não
justificada.
N4 – somente em caso de NF variar no intervalo numérico 3,0 e 5,9.
b. Atividades
i. Natureza
Apresentação Oral Obrigatória (AAOO) apresenta caráter obrigatório.
Trabalhos (T) em caráter incidental regem-se pela discricionariedade do docente em
consonância com a oportunidade e a conveniência para desenvolvimento do
conteúdo áulico
ii. Função: Compor com a avaliação regimental bimestral a nota parcial referida por
esta.
iii. Conteúdo: Do bimestre no qual se insere a atividade.
iv. Valor:
AAOO (somente) – 3,0 pontos máximos
AAOO – 2,0 pontos máximos e T – 1,0 ponto máximo.
3. Parâmetros de aprovação e reprovação
a) Cálculo da nota final (NF)

NF = N1 + (N2+AAOO)
2
Ou

NF = N1 + [N2+(AAOO + T)]
2

Nota: N3 substitui N1 ou N2 mas não ambas na fórmula.


b) Cálculo da nota final recuperada (NFR)

NFR = NF + N4
2
=
c) Conversão nota para menção (Cf. Tópico 7, PPC-Direito, p.110)
A equivalência nota e menção resolve-se na seguinte tabela:
Abreviatur Status
Nome da Menção Intervalo de Notas
a Acadêmico
Superior SS 9,0 a 10,0 Aprovação
Média Superior MS 7,0 a 8,9 Aprovação
Média MM 6,0 a 6,9 Aprovação
Média Inferior MI 3,0 a 5,9 Reprovação
Inferior II 0,1 a 2,9 Reprovação
Sem Rendimento SR 0,0 Reprovação
Reprovação Por Faltas RF Total de Faltas > 15h/a Reprovação

d) Status acadêmico (Cf. art. 72 do RI-FILOS e tópico 7 do PPC-Direito, p.110)


i) Aprovação por aproveitamento: Fará jus à conclusão satisfatória na disciplina o
discente que obtiver a menção nota final igual ou maior a mínima 6,0 (MM).
ii) Reprovação por aproveitamento: Concluirá insatisfatoriamente a disciplina o
discente que obtiver menção nota final menor que mínima 6,0 (MM).
iii)Reprovação por frequência: O discente será reprovado sumariamente se a totalização
de faltas superar 25 % máximos ou 15h/a (mutatis mutandi a totalização de presença
for inferior a 75% mínimos ou 45h/a). A reprovação se efetuará independente de o
discente obtiver aproveitamento material aprobatório.
4. Participação do discente: Em conformidade com o tópico 7 do PPC-Direito que reza
“o processo avaliativo de aprendizagem” perfaz “todos os aspectos que integram seu
[do aluno] desenvolvimento”(pp. 105-106, cf. art. 70, I do RI-FILOS) – compondo-
se dos critérios objetivos: presença e assiduidade e do critério subjetivo: debate sobre
o tema e textos em tela –, será utilizada para ponderar única e exclusivamente as
menções notas finais aprovativas com o fim de as majorar nos liames mensurativos
sob o regime de discricionariedade docente. Portanto, notas finais reprovativas não
sofrerão a incidência da avaliação por participação.
5. Revisão
a) De notas em caso de pretenso erro formal atribuído ao instrumento de avaliação
(provas ou atividades) tais como computação incorreta de elementos mensurativos,
indicação incorreta de nota, etc., serão aceitas em interposição informal. Em caso de
pretenso erro material, a discussão será aceita exclusivamente por interposição de
instrumento jurídico, i. e., ação de revisão de menção via requerimento formulado
para a Coordenação do Curso de Direito (Cf. art. 72, § 2º do RI-FILOS).
b) De frequência será aceita exclusivamente por interposição de instrumento
jurídico, i. e., ação de revisão de menção via requerimento formulado para a
Coordenação do Curso de Direito (Cf. art. 72, § 2º do RI-FILOS per analogiam).

VII.Bibliografia
1. Básica
GRECO, J., SOSA, E. Compêndio de epistemologia. São Paulo: Loyola, 2008.
HEGENBERG, L. Etapas da investigação científica. São Paulo: EPU/EdUSP, 1976.
KERLINGER, F. N. Metodologia da pesquisa em ciências sociais: um tratamento
conceitual. São Paulo: EPU, s/d.
NOLT, J., ROHATYN, D. Lógica. São Paulo: MacGrow-Hill, 1991.
2. Complementar
BUNGE, Mario. Epistemologia. São Paulo: EDUSP, 1984.
COPY, I. M. Introdução à lógica. São Paulo: Mestre Jou, 1978.
HEGENBERG, L. Explicações científicas. São Paulo: EPU/EdUSP, 1973.
HEMPEL, C. G. Filosofia da ciência natural. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.
POPPER, K. R. Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1984.
RUDNER, R. S. Filosofia da ciência social. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
WEBER, M. Metodologia das ciências sociais. São Paulo/Campinas: Cortez/Unicamp,
1993, pts. 1, 2.

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