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MBA EM ERGONOMIA

PROCESSO, PROJETO E PRODUÇÃO

PROJETO DE INTERVENÇÃO
ERGONÔMICA COM FOCO NA
ATIVIDADE
PAULA KARINA HEMBECKER, Dra.
Fisioterapeuta – CREFITO 81.835-9
Ergonomista certificada pela ABERGO
Doutora em Engenharia de Produção – PPGEP/UFSC
PROFESSORA
PAULA KARINA HEMBECKER
Fisioterapeuta (FEPAR - 2005)
Pós-Graduação Latu Sensu em Ergonomia [FEPAR – 2006]
Ergonomista certificada – nível I [ABERGO – 2010]
Mestre em Engenharia de Produção [PPGEP/UFSC – 2010]
Doutora em Engenharia de Produção [PPGEP/UFSC – 2018]
Pós-Doutoranda em Tecnologia em Saúde [PUC/PR – 2019/2020]

paula@phocupacional.com.br

paulahembecker
ESTRUTURAÇÃO DO MÓDULO
1. HISTÓRICO, CONCEITUAÇÃO E
CONTEXTUALIZAÇÃO

2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO


▸Análise da demanda
▸Análise das tarefas
▸Análise das atividades
▸Diagnóstico e recomendações
HISTÓRICO
1949

▸O termo ERGONOMIA foi utilizado oficialmente


na Inglaterra por Hywel Murrell.

▸ O objetivo era denominar as atividades que os


pesquisadores desenvolveram a serviço da Defesa
Nacional Britânica durante a 2a Guerra Mundial.

ERGONOMICS nasce a corrente denominada


[WISNER, 2001]

RESEARCH de fatores humanos


SOCIETY [human factors]
[WISNER, 2001]
HISTÓRICO
anos 50/60

▸Em meados dos anos 50 a ergonomia surgiu na


França.
▸ Em 1954 foi criado o primeiro laboratório na indústria
francesa denominado “estudos fisiológicos”.

▸ Em 1963 foi criada a SELF ⇢ Société d’Ergonomie


de Langue Française.

[WISNER, 2001]
HISTÓRICO
anos 60/70

A ergonomia fracófona construiu Centrada na análise da


progressivamente sua especificidade atividade estudada em
em relação à ergonomia anglo-saxã. situação de trabalho.

*contrainte = Ou seja, a atividade situada em seu


exigência contexto técnico e organizacional e nas
relações entre os constrangimentos* de
produção.

[FALZON, 2007]
HISTÓRICO
enfoques da ergonomia

Inglaterra
objetivo ⇢ adaptar a máquina ao homem
baseada em conceitos positivistas e experimentais

França
objetivo ⇢ adaptar a trabalho ao homem
centrada na análise das atividades ⇢ contribuições essenciais
para a organização do trabalho, definição dos postos de
trabalho, formação, transferência de tecnologia...
[WISNER, 2001]
ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
▸ A característica essencial da AET é de ser um
método destinado a examinar a complexidade,
sem colocar em prova um modelo escolhido a priori
⇢ abordagem bottom up – ascendente.

▸ Abordagem oposta à das ciências aplicadas.


Ensaia em campo os modelos elaborados em
laboratório graças ao método experimental ⇢
abordagem top down – descendente.
[WISNER, 2001]
HISTÓRICO
▸ A AET surgiu com S. Pacaud nas pesquisas sobre carteiros de registro da
Sociedade Nacional de Ferrovias (1946) e sobre as operadoras de informações
telefônicas (1949).
▸ Retomada de maneira mais abrangente por Ombredane e Faverge em 1955.

Suzanne Pacaud André Ombredane Jean-Marie Faverge


(1902-1988) (1898-1958) (1912-1988)
“O homem não se manifesta somente
naquilo que ele faz, mas,
frequentemente e, sobretudo, naquilo
que ele não faz.”
S. PACAUD

CLOT, Yves. A psicologia do trabalho na


França e a perspectiva da clínica da
atividade. Fractal: Revista de Psicologia,
2010, 22.1: 207-234.
▸ A AET foi descrita por Alain Wisner em 1994 ⇢
ferramenta essencial de orientação da intervenção
ergonômica.

▸ médico - fisiologista

▸CNAN - Conservatoire National des Arts et Métiers

▸ Seus estudos começaram em laboratório nos anos 50


⇢ voltados para resolver problemas de conforto na
condução de veículos.

▸ Entretanto, a sua vontade maior estava voltada para a


ALAIN WISNER melhoria do trabalho na fábrica ⇢ não se conformava
[1923-2004] com a possibilidade de um operário ser mutilado por
causa do trabalho.
[SZNELWAR, 2006]
A MACROERGONOMIA

A macroergonomia, criada por Hal Hendrick


em 1987, optou por unir à ergonomia uma
parte da organização do trabalho, ligada à
sociotécnica.

HAL W. HENDRICK
[1933-2011]
HISTÓRICO
a implantação da ergonomia no Brasil

1974 ⇢ realizado o I Seminário


Brasileiro de Ergonomia
1983 ⇢ criada a Associação
Brasileira de Ergonomia - ABERGO

[SOARES, 2005]
A AET está prescrita na NR-17
PORTARIA/MTP Nº 423, DE 7 DE OUTUBRO DE 2021

17.3.2 A organização deve realizar Análise Ergonômica do Trabalho da


situação de trabalho quando:
▸ observada a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da
situação;
▸ identificadas inadequações ou insuficiência das ações adotadas;
▸ sugerida pelo acompanhamento de saúde dos trabalhadores, nos termos
do PCMSO;
▸ indicada causa relacionada às condições de trabalho na análise de
acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, nos termos do PGR
A constatação da ergonomia francófona:
▸ um equipamento pode ter incorporado os melhores conhecimentos
oriundos da Human Factors Science e não permitir um trabalho satisfatório
à população de trabalhadores.
▸ o trabalho real é diferente do trabalho prescrito, ou seja, o conjunto da
situação pode obrigar os trabalhadores a se comportarem de maneira
diferente da prevista.
▸ para conceber um bom dispositivo técnico seria então, necessário,
analisar o trabalho.

[WISNER, 2001]
TRABALHO ▸ Trabalho é termo um descendente direto do
latim Tripalium ⇢ instrumento de tortura
constituído de três estacas de madeira.
Verbo tripaliare ⇢ torturar

▸ Francês do séc. XII ⇢ submeter a padecimentos


físicos ou morais e sofrer terrivelmente.
Vem daí a expressão “trabalho de parto”

▸ Data de 1600 o primeiro registro de travail


como:
“atividade profissional cotidiana necessária à
subsistência”
E O FUTURO DO TRABALHO???
▸ 65% das crianças que ingressaram no
ensino primário [12 anos] irão trabalhar em
empregos que não existem hoje.

▸ Até 2020, serão perdidos 7.1 milhões


de postos de trabalho.

▸ Além dos trabalhos que exigem esforço


físico, devem ser atingidos cargos nas áreas
de educação, treinamento, direito e
operações financeiras.
E O FUTURO DA ERGONOMIA???
As empresas têm empregado os serviços de ergonomistas
para intervir sobre diversos tipos de problemas referentes
ao histórico da empresa [retrospectivos] e à disposição
para mudanças [prospectivos].

Em todo mundo a Ergonomia vem sendo


objeto de uma explosão de demanda, com
número crescente de empresas solicitando
consultorias e criando cargos para
ergonomistas em seus organogramas.
FASE DE DISSEMINAÇÃO
DA ERGONOMIA

Com o crescimento da
formação em quantidade e em
qualidade da produção
acadêmica da área,
atualmente a Ergonomia
encontra-se em fase de ampla
disseminação.
ERGONOMIA
aplicação e prática

▸ Paradoxalmente, um número razoável de


pessoas se confronta com o que se
denomina de voodoo ergonomics. “Esse é um suporte ergonômico para tornozelo
para ajudá-lo a ser mais produ9vo.”

▸ Produção de produtos, ambientes e


processos rotulados como “ergonômicos”
⇢ elaborados por pessoas sem
competência certificada em Ergonomia. HENDRICK, HW. Boa Ergonomia é Boa
Economia. Recife: ABERGO, 2003.
Não há evidência consistente que sustente o uso de cinta
lombar, suporte ou órtese lombar na prevenção primária da
lombalgia ou lesões lombares ocupacionais em trabalhadores.

▸ Ammendolia, C., Kerr, M. S., & Bombardier, C. (2005). Back belt use for prevention of occupational low back pain: a systematic
review. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics, 28(2), 128-134. https://doi.org/10.1016/j.jmpt.2005.01.009
▸ Canadian Centre for Occupational Health & Safety. Back Belts [Internet]. Canadian Centre for Occupational Health & Safety,
2005. Disponível em: https://www.ccohs.ca/oshanswers/ergonomics/back_blt.html
▸ Da Silva, T., Mills, K., Brown, B. T., Herbert, R. D., Maher, C. G., & Hancock, M. J. Risk of recurrence of low back pain: a
systematic review. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 47(5), 305-313,
2017. https://doi.org/10.2519/jospt.2017.7415
▸ Myung, E. et al. Diretriz Técnica da ANAMT (DT 05): prevenção de lombalgia ocupacional por uso de cinta, suporte ou órtese
lombar. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, v. 16, n. 4, p. 524-531, 2018.
▸ National Institute for Occupational Safety and Health. Back Belts: Do They Prevent Injury? [Internet]. National Institute for
Occupational Safety and Health, 1996. Disponível em: https://www.cdc.gov/niosh/docs/94-127/default.html
▸ Steffens, D., Maher, C. G., Pereira, L. S., Stevens, M. L., Oliveira, V. C., Chapple, M., ... & Hancock, M. J. Prevention of low
back pain: a systematic review and meta-analysis. JAMA Internal Medicine, 176(2), 199-20,
2016. https://doi.org/10.1001/jamainternmed.2015.7431
ESTRUTURAÇÃO
1. HISTÓRICO, CONCEITUAÇÃO E
CONTEXTUALIZAÇÃO

2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO


▸Análise da demanda
▸Análise das tarefas
▸Análise das atividades
▸Diagnóstico e recomendações
Em sua atividade o ser humano
interage com diversos componentes
do sistema de trabalho.

Cabe à ergonomia modelar essas


interações e otimizá-las.

Ou seja, buscar formas de adequação


para o desempenho confortável,
eficiente e seguro.

[VIDAL, 2009]
O QUE É SISTEMA?

"Um sistema pode ser definido


como um complexo de elementos
em interação.”
Ludwing Von Bertanffy

" Um sistema não é a soma das


partes, é o produto das suas
interações."
Russell Ackoff
COMPONENTES DE UM
SISTEMA

[IIDA, 2005]
ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
▸ A AET é uma metodologia, isto é, modo de refletir e abordar a
realidade do trabalho ⇢ e não receituário de métodos ou
técnicas.
▸ O objeto da AET é a compreensão do trabalho e de seus
determinantes para, responder a uma questão precisa e
orientar-se para a proposição de soluções operatórias.
▸ Característica essencial da AET ⇢ examinar a
complexidade, sem colocar em prova um modelo escolhido a
priori.
[WISNER, 2004]
NR 17 - Ergonomia
PORTARIA/MTP Nº 423, DE 7 DE
OUTUBRO DE 2021

17.3.3 A AET deve abordar as condições de trabalho incluindo as


seguintes etapas:
▸ análise da demanda e, quando aplicável, reformulação do problema;
▸ análise do funcionamento da organização, dos processos, das
situações de trabalho e da atividade;
▸ estabelecimento de diagnóstico;
▸recomendações para as situações de trabalho analisadas.
ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
1. ANÁLISE DA DEMANDA

2. ANÁLISE DA TAREFA

3. ANÁLISE DAS ATIVIDADES

4. DIAGNÓSTICO E RECOMENDAÇÕES
ANÁLISE DA DEMANDA
▸ É o ponto de partida de toda AET.
▸ Como disciplina de ação, a ergonomia
visa tratar um problema, responder a uma
demanda.
▸ Permite compreender a natureza e o
objetivo da solicitação, para definir o
objeto e as possibilidades de ação de
uma intervenção ergonômica.

[DANIELLOU, 2007]
ANÁLISE DA DEMANDA

▸ Os problemas a resolver não são um dado que os ergonomistas


encontrarão já constituído quando sua intervenção é solicitada.

▸ A construção do problema a ser tratado é componente


essencial ⇢ reformular questões colocadas por representantes da
empresa / trabalhadores e considerar os diferentes pontos de
vista sobre o problema.

[DANIELLOU, 2007]
ANÁLISE DA DEMANDA
▸ identificar a história da demanda e o contexto, os atores envolvidos
além do demandante e as tentativas de resposta já realizadas;
▸ identificar os desafios que a questão abrange (econômica, gestão de
RH, saúde...) e as pessoas capazes de tomar a iniciativa para permitir a
intervenção;
▸ recolher informações permitindo objetivar os problemas levantados,
bem como identificar as representações existentes;
▸ permitir ao ergonomista avaliar a viabilidade e a pertinência da sua
intervenção, propor reformulação dos objetivos e modalidades de ação.

[DANIELLOU, 2007]
A DIVERSIDADE DA ORIGEM
DAS DEMANDAS
▸ Direção da empresa
Ex.: interesse em elaborar um procedimento para integrar dados em cada decisão de investimento de peso.

▸ Departamentos técnicos e departamentos de pessoal


Ex.: nível de produção não atingido nos prazos previstos, qualidade do produto insuficiente, taxas de
absenteísmo elevada em um determinado setor.

▸ Dos trabalhadores e seus representantes


Ex.: temores em relação a evoluções da organização prejudiciais à saúde dos trabalhadores, solicitação de
organizações sindicais.

▸ Trabalhistas
Ex.: advindas de uma injunção dos poderes públicos (DRT, MPT)

[GUÉRIN et al., 2001; VIDAL, 2003]


IDENTIFICAÇÃO DOS
ATORES
▸ A análise da demanda pressupõe, em
geral, que o ergonomista se encontre com
uma diversidade de atores ⇢ portadores
de uma parte da história ou dos desafios.

▸ O demandante assinala um problema e


define o ângulo e as modalidades da
abordagem esperada.
IDENTIFICAÇÃO DOS
ATORES
▸ quem originou a demanda;
▸ as pessoas encarregadas das decisões nos
diferentes níveis abrangidos pela intervenção;
▸ quem pode determinar o sucesso da
intervenção;
▸ as forças de negociação existentes
(ex. representantes dos trabalhadores);
▸ os recursos para a concepção ou transformação
das situações de trabalho;
▸ as fontes de informações.
[DANIELLOU, 2007]
IDENTIFICAÇÃO DA REDE DE
CONSTRANGIMENTOS
Procurar identificar o contexto geral da empresa e um conjunto de
determinantes das situações de trabalho envolvidas:
▸ história da empresa e sua estruturação (relação matriz/filial, terceirizações)

▸ contexto econômico, concorrência, mercado, variações sazonais,


exigências dos clientes
▸ contexto regulamentar (segurança, higiene, meio ambiente...)
▸ demografia da empresa (recrutamento, distribuição etária, tempo na empresa,
rotatividade, absenteísmo...)
▸ dados coletivos sobre saúde
▸ processos técnicos, dados da produção e sua organização
[DANIELLOU, 2007]
REFORMULAÇÃO DA DEMANDA
E CONTRATO
▸ O ergonomista procura relacionar uma
diversidade de desafios identificados e
propõe um quadro para sua ação.
▸Escolha de situações a analisar: mais
urgentes, tem consequências graves ou
repercussões...
▸ Definição da missão ⇢ conveniente dar
forma escrita!
DEMANDA SOLICITADA

DEMANDA GERENCIAL

ANÁLISE GLOBAL E AMPLIAÇÃO

RECONSTRUÇÃO MÚTUA DA DEMANDA

DEMANDA ERGONÔMICA
[VIDAL, 2003]
A PROPOSTA DA AÇÃO
ERGONÔMICA
▸ Em função da análise da demanda, aceita-se
ou não empreender o estudo:
⇢ Expor os motivos da recusa. Em certas
condições pode até levar a uma nova demanda.
⇢ Se a resposta for positiva deve direcionar a um
contrato.
▸ Esse contrato faz referência às primeiras
hipóteses que condicionam o desenvolvimento
do estudo.
A PROPOSTA DA AÇÃO
ERGONÔMICA
O contrato define em particular:
▸ A demanda reformulada (local/problema/objetivos)
▸ Os prazos
▸ A natureza das contribuições que se esperam do ergonomista e grau de
precisão
▸ As condições de sucesso da intervenção (acesso às situações, documentos
e pessoas) e modalidades de difusão dos resultados dentro e fora da empresa
▸ Os meios financeiros e materiais colocados à disposição do ergonomista.

[DANIELLOU, 2007]
COMEÇANDO O TRABALHO...
▸ É importante captar a percepção dos problemas pela
pessoa de contato.
▸ Estratégia presencial durante a(s) visita(s):
⇢ lembrar de que você está ali para falar pouco;
⇢ anotar nome e cargo das pessoas com quem
conversou;
⇢ se apresentar a cada vez que alguém novo aparece na
cena;
⇢ produzir um relatório após a(s) visita(s).

[VIDAL, 2004]
Perguntas-base para orientar a instrução da demanda:

▸ Já aconteceram outras intervenções ergonômicas nessa empresa?


Existem projetos anteriores de melhorias no ambiente de trabalho?
▸ Qual o grau de urgência das mudanças?
▸ Qual a principal motivação da intervenção (saúde, absenteísmos,
notificação, indenizações)?
▸ Está prevista alguma verba para a intervenção?
▸ Qual a expectativa de prazo de entrega do relatório final? Qual o
formato é mais adequado? Você deseja um relatório global ou
resumido?
▸ Como você julga ser possível mensurar a eficácia desse projeto
para a empresa?
[VIDAL, 2004]
ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
1. ANÁLISE DA DEMANDA

2. ANÁLISE DA TAREFA

3. ANÁLISE DAS ATIVIDADES

4. DIAGNÓSTICO E RECOMENDAÇÕES
ANÁLISE DA TAREFA
▸ Tarefa é um conjunto de objetivos prescritos que os trabalhadores devem
cumprir ⇢ corresponde a um planejamento do trabalho, documentos formais,
descrição de cargos e funções.

▸ A tarefa não é o trabalho, mas o que é prescrito pela empresa ao operador.

[GUÉRIN, 1997]
ANÁLISE DA TAREFA
▸ É fundamental conhecer como o trabalho é organizado e prescrito
pela organização ⇢ compreensão precisa do processo técnico e das
prescrições formais que regem a organização.

COLETA DE INFORMAÇÕES:
⇢ base em documentos técnicos gerais e internos da empresa:
maior número de informações sobre o trabalho prescrito, permite
identificar os principais aspectos formais do trabalho.
⇢ entrevistas: discussões dirigidas junto a todas as equipes
responsáveis e participantes.
[GUÉRIN, 1997]
ANÁLISE DA TAREFA
coleta de dados
▸ processo técnico e a organização
▸ constrangimentos físicos do trabalho
arranjo e dimensionamento do posto de objetivos, missão, regras e normas, entradas e
trabalho, acessibilidades, ruído, vibrações, saídas do sistema
iluminação, ambiente térmico
▸ procedimentos
▸ coletivo métodos de trabalho, instruções, exigências de
hierarquia, modalidades de comunicação segurança
▸ características sociais do trabalho ▸ constrangimentos de tempo
modo de remuneração, controle, sanção horários, turnos, cadências, sazonalidade,
▸ resultados do trabalho prazos
qualidade, quantidade, modos de controle ▸ os meios postos à disposição
documentação, materiais, máquinas
[FALZON, 2007]
ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
1. ANÁLISE DA DEMANDA

2. ANÁLISE DA TAREFA

3. ANÁLISE DAS ATIVIDADES

4. DIAGNÓSTICO E RECOMENDAÇÕES
ANÁLISE DAS ATIVIDADES
▸ É o que o trabalhador efetivamente realiza para executar a
tarefa ⇢ a maneira como o trabalhador procede para alcançar os
objetivos que lhe foram atribuídos.

[GUÉRIN, 1997]
ANÁLISE DAS ATIVIDADES
O trabalho prescrito e a atividade

▸ A atividade de trabalho é uma estratégia de


adaptação à situação real de trabalho.
▸ A análise ergonômica da atividade é a análise das
estratégias utilizadas pelo trabalhador para administrar a
distância entre o trabalho prescrito e o real.

[DANIELLOU et al., 1983]


[GUÉRIN, 1997]
TAREFA E ATIVIDADE
Conhecer a atividade real não é uma tarefa trivial.
É preciso passar por essa porta do visível
(aparente) para alcançar a sua essência:

▸ O que o trabalhador faz (o objeto);


▸ Como (o modo operatório adotado);
▸ Quando (em que quadro temporal);
▸ Com quem (divisão de trabalho);
▸ As regras, que instrumentos e conceitos usa;
▸ E os resultados obtidos.
[GUÉRIN, 1997 FERREIRA, 2016]
SAÚDE E CARGA DE TRABALHO
Os modos operatórios adotados pelos operadores são resultado
de um conjunto de compromissos que leva em conta:

▸ Os objetivos exigidos
▸ Os meios de trabalho
▸ Os resultados produzidos ou, ao
menos, a informação de que dispõe o
trabalhador sobre eles.
▸O seu estado interno.

[GUÉRIN, 1997]
OS MODOS OPERATÓRIOS
Em situações sem constrangimentos: Em situações de constrangimento:

Ação possível sobre os Desempenho ob5do às custas ao


objetivos e os meios estado interno
ANÁLISE DAS ATIVIDADES

▸ A apreensão da atividade de trabalho


implica na coleta de informações no
momento do exercício efetivo dessa
atividade ⇢ presença do ergonomista no
local e durante a realização do trabalho.

[DANIELLOU, 2007]
OS PRIMEIROS CONTATOS COM
OS OPERADORES
▸ Os primeiros contatos são essenciais ⇢ esclarecer os objetivos a alcançar e
a maneira como será conduzida a ação ergonômica.
▸Apresentar informações essenciais a todo o grupo de trabalho. A função do
ergonomista nem sempre é bem identificada ⇢ pode-se julgar que vem para
controlar o trabalho ou que só vai se interessar pelo ambiente (iluminação, ruído...).
▸ Uma comunicação oral ou por escrito por parte da direção e/ou dos
representantes dos trabalhadores podem ser úteis.
▸ Se necessário, prever um tempo em que os operadores serão liberados de seu
trabalho e dispor de um local ⇢ definir providências com a supervisão/responsável.
[GUÉRIN, 1997]
ATENÇÃO ESPECIAL AOS
ASPECTOS ÉTICOS
▸ clareza quanto aos objetivos, métodos e ferramentas mobilizados, modalidades
de restituição da intervenção;
▸ concordância dos operadores para toda observação ou medida que os envolva;
▸ ausência da utilização de métodos invasivos ou traumatizantes;
▸ retorno prioritário aos operadores observados das constatações realizadas
sobre sua atividade e sua concordância antes de divulgar na empresa;
▸ discrição quanto às informações de natureza pessoal colhidas;
▸ respeito ao segredo industrial negociado;
▸ obrigação de informar ao SESMET/empregador dos riscos graves para a saúde
identificados no decorrer de uma intervenção.
[DANIELLOU, 2007]
ABORDAGEM
DA SITUAÇÃO
DE TRABALHO
“A característica essencial da
análise do trabalho é a
observação direta e exaustiva
da realidade das atividades
do homem no trabalho.”
A. WISNER, 2004
AS PRIMEIRAS INVESTIGAÇÕES
▸ Funcionamento do processo técnico e organização
do trabalho;
▸ Constrangimentos temporais (horários, cadências,
COLETA DE períodos de afluência diária ou sazonais, efeitos temporais das
INFORMAÇÕES: dependências a montante e a jusante);
entrevistas, observações ▸Constrangimentos físicos (espaços, acessibilidades, ruídos,
livres e consulta de vibrações, tóxicos, poeira, iluminação, ambiente térmico);
documentos. ▸Circulação das informações entre os operadores e com
os outros setores;
▸ O resultado do trabalho (qualidade, quantidade e modos
de controle);
▸ Modalidades de manutenção e reparo do materiais,
máquinas e ferramentas.
[GUÉRIN, 1997]
A OBSERVAÇÃO
COMO TÉCNICA
PRINCIPAL
O QUE, QUANDO E COMO
OBSERVAR?
▸ Análise prévia do problema estudado ⇢ a
demanda guiará a exploração do ergonomista
tendo em vista da formulação de um diagnóstico.

▸ Observações devem ser realizadas em


diferentes momentos ⇢ da jornada, da
semana ou até da temporada.

[DANIELLOU, 2007; FERREIRA, 2015]


A OBSERVAÇÃO COMO
TÉCNICA PRINCIPAL
1.OBSERVAÇÕES
LIVRES
2. OBSERVAÇÕES
SISTEMÁTICAS
OBSERVAÇÕES LIVRES
▸ Observar a situação de trabalho em sua globalidade e
conversar com os operadores ⇢ está a procura de diferenças
entre as descrições e o que se constata na realidade.

▸ O ergonomista relaciona os determinantes da atividade, suas


características e alguns de seus resultados ou efeitos ⇢ enunciar
um pré-diagnóstico.

▸ O pré-diagnóstico formaliza a compreensão pessoal do


ergonomista num dado momento ⇢ abre pistas para a ação.

[DANIELLOU, 2007]
OBSERVAÇÕES SISTEMÁTICAS
▸ A partir das hipóteses emitidas no pré-diagnóstico ⇢ focalizar as
observações com o intuito de validá-las.

▸ Coleta de categorias de informações com objetivos precisos,


considerando as necessidades da ação ⇢ escolher observáveis.

▸ As observações sistemáticas e sua validação permite que o pré-


diagnóstico se torne diagnóstico.

[DANIELLOU, 2007]
ALGUMAS
CATEGORIAS DE
OBSERVÁVEIS
COMUNICAÇÕES
VERBAIS E
GESTUAIS
O uso da linguagem pode ser
indispensável para compreender bem
as coordenações e o funcionamento
dos ambientes coletivos de trabalho ⇢
cooperação, direção, interação.

[GUÉRIN, 1997]
DESLOCAMENTOS
▸ Meio de avaliar a disposição dos
equipamentos e materiais num local em
função do trabalho a realizar.

▸ Frequentes idas e vindas entre duas


áreas afastadas entre si podem
significar a necessidade de agir ou de
tomar informações simultaneamente
nesses lugares.

[GUÉRIN, 1997]
DIREÇÃO DO OLHAR
▸ Registrar em qual parte do sistema
técnico ou do ambiente de trabalho o
operador retira informações visuais.

▸ Relevante como meio de avaliação das


fontes de informações usadas pelos
operadores.

▸ Também, podem ser utilizadas como


indicador da exigência visual da tarefa.

[GUÉRIN, 1997]
POSTURAS
▸ Indicador complexo da atividade e dos
constrangimentos que pesam sobre ela.

▸ As posturas informam sobre o estado


fisiológico do operador e são
influenciadas pela relação antropométrica
entre o operador e seu posto de trabalho
e/ou espaços onde sua atividade se
desenvolve.

[GUÉRIN, 1997]
PERGUNTA – CHAVE:
O que o estudo da postura
acrescentará na AET?
A CADEIROLOGIA E O MITO DA
POSTURA CORRETA
▸ A postura assumida por um trabalhador nunca é somente o resultado
de suas características pessoais, mas é determinada pela inter-relação
complexa dos múltiplos fatores constituintes da situação de trabalho.

▸ Recomenda-se avaliar onde o corpo está


agindo, os equipamentos, os instrumentos e
os objetos manipulados, a variabilidade do
estado do trabalhador (idade, experiência...) ASSUNÇÃO, Ada A. A cadeirologia e o
mito da postura correta. Revista
Brasileira Saúde Ocupacional, v. 29,
n. 110, p. 41-55, 2004.
REGISTRO DE DADOS

▸ As observações simples na base do


papel e da prancheta são ainda o maior
recurso do analista do trabalho ⇢
importante nas fases iniciais e podem ser
empregados em análises sistemáticas.
REGISTRO DE DADOS
▸ Protocolos de observação ⇢ OWAS, RULA,
REBA, OCRA, MOORE E GARG, S. RODGERS
etc...

▸ Com o advento de recursos informatizados ⇢


possível agilizar a coleta e tratamento de dados.

▸ Levantamento de dados com utilização de


suportes de gravação (áudio, vídeo, multimídia)
apresentam vantagens pela possibilidade de
reconstituição da situação, da cronometragem e
autoconfrontação.
COMO DESCREVER A ATIVIDADE
OBSERVADA???
ANÁLISE DAS ATIVIDADES
▸ Os dados devem ser tratados ⇢ agrupados e organizados
em função da contribuição que podem dar à argumentação.
▸ O uso de gráficos é infinitamente superior a apresentação
de tabelas e números.
▸ Os resultados das análises devem figurar com destaque nas
apresentações.
▸ Dados qualitativos requerem um tratamento diferenciado ⇢
modelos funcionais, construção de mapa de riscos, modelo de
árvore de causas.
[VIDAL, 2003]
INDICADORES
ESTATÍSTICOS
Expressar de maneira sintética o desenvolvimento
temporal de uma atividade:
▸ as ocorrências de eventos
ex. operador realizou 7 ajustes na máquina
▸ a duração das categorias de observáveis
ex. operador passou 15 min – 25% do ciclo - regulando a
máquina
▸ as sequências de categorias de observáveis ou
eventos
ex. os ajustes de mais de 5 min são realizados após a cada
mudança de lote de matérias-primas
[SZNELWAR, Laerte Idal et al. Análise do trabalho e serviço de limpeza hospitalar: contribuições da ergonomia e da psicodinâmica
do trabalho. Revista Produção, v. 14, n. 3, p. 45-57, 2004.]
DESCRIÇÕES
CRONOLÓGICAS
Expressar de maneira sintética o desenvolvimento
temporal de uma atividade:

▸ gráficos do desenvolvimento
temporal das variáveis observadas;
▸ descrições narrativas.
[VILELA, R. A. G. et al. Pressão por produção e produção de riscos: a “maratona” perigosa do corte manual da cana-de-
açúcar. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 40, n. 131, p. 30-48, 2015.]
[SZNELWAR, Laerte Idal et al. Análise do trabalho e serviço de limpeza hospitalar: contribuições da ergonomia e da psicodinâmica do
trabalho. Revista Produção, v. 14, n. 3, p. 45-57, 2004.]
AS
VERBALIZAÇÕES

O que diz o operador sobre o seu


trabalho é de importância considerável
na análise da atividade.
AS VERBALIZAÇÕES
▸A atividade não pode ser reduzida ao observável ⇢ os raciocínios, o
tratamento das informações, o planejamento das ações só podem ser
realmente apreendidos por meio das explicações dos operadores.
▸ As observações e medidas são sempre limitadas em sua duração ⇢
situar as observações num quadro mais geral.
▸ Nem todas as consequências do trabalho são aparentes ⇢ fadiga,
eventuais distúrbios.
▸ As verbalizações levam, às vezes, os operadores a descobrir a
complexidade do que fazem e suas consequências.

[GUÉRIN, 1997]
AS MODALIDADES DE
QUESTIONAMENTO

▸ ENTREVISTAS
▸ VERBALIZAÇÕES SIMULTÂNEAS
▸ QUESTIONÁRIOS
ALGUMAS QUESTÕES
GERAIS
▸ O que você está fazendo nesse momento?
▸ Como faz isso?
▸ O que leva a...?
▸ O que você procura fazer?

[GUÉRIN, 1997]
ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
1. ANÁLISE DA DEMANDA

2. ANÁLISE DA TAREFA

3. ANÁLISE DAS ATIVIDADES

4. DIAGNÓSTICO E RECOMENDAÇÕES
ESQUEMA
GERAL DA
ABORDAGEM

[GUÉRIN, 1997]
O DIAGNÓSTICO EM ERGONOMIA

▸ No final da análise da atividade, o ergonomista vai propor um


diagnóstico relativo às situações analisadas.
▸ Orientado pelos fatores identificados durante a análise da demanda e
do funcionamento da empresa.
▸ Sintetiza o resultado das observações, das medidas e das
verbalizações dos operadores.

[GUÉRIN, 1997; FALZON, 2007]


O DIAGNÓSTICO EM ERGONOMIA
▸ Aponta osfatores a serem considerados para permitir uma
transformação da situação de trabalho.
▸O ergonomista vai sugerir orientações de possíveis soluções e propor
um acompanhamento do processo de concepção ou de transformação da
situação de trabalho.
▸ Os conhecimentos contidos nos manuais/checklists não são
suficientes para a prática ⇢ conhecimentos adicionais, implícitos são
necessários para que possam ser postos em prática.

[GUÉRIN, 1997; FALZON, 2007]


O DIAGNÓSTICO EM ERGONOMIA
Aponta os fatores a serem considerados para permitir uma transformação
da situação de trabalho:

▸estudos da população de trabalho


▸quadro médico
▸estudos de afastamentos e absenteísmos
▸mapas de variação da produção
▸mapas de risco
▸estudos dos postos
[GUÉRIN, 1997; FALZON, 2007]
O DIAGNÓSTICO E A
TRANSFORMAÇÃO
▸ O ponto de vista proposto pelo ergonomista
não tem a pretensão de ser o único ⇢ outros
pontos de vista são necessários para elaborar
soluções para os problemas encontrados.

▸ Atentar para casos onde uma


transformação rápida da situação de trabalho
é necessária.

[GUÉRIN, 1997]
AS POSSIBILIDADES DE TRANSFORMAÇÃO
▸ concepção dos próprios produtos ⇢ facilitar sua fabricação;
▸ concepção das construções ou de espaços de trabalho;
▸ concepção de máquinas e de ferramentas;
▸ concepção dos sistemas de tratamento de informação;
▸ elaboração de procedimentos de trabalho;
▸ redefinição de serviços de atendimento cliente;
▸ política comercial ⇢ variedade aceita nos pedidos de produtos pelos clientes,
diversidade dos materiais oferecidos pelos fornecedores;
▸ organização geral da empresa ⇢ repartição de missões entre diferentes
departamentos;
▸ organização do trabalho ⇢ distribuição de tarefas;
▸ política de seleção e elaboração de planos de formação.
[GUÉRIN, 1997]
Não é garantido que os
resultados da AET e as
recomendações atinjam
exatamente aqueles que
podem ter um papel
efetivo na transformação
da situação de trabalho.
AS RECOMENDAÇÕES
▸ Toda intervenção ergonômica visa uma transformação ou uma
concepção dos meios de trabalho.
▸ Referem-se às providências que deverão ser tomadas para resolver o
problema diagnosticado;
▸ As recomendações devem ser claramente especificadas,
descrevendo-se todas as etapas necessárias para resolução do
problema;
▸ Devem indicar as responsabilidades e indicação dos respectivos
prazos (ex. imediato, médio e longo prazo).
[GUÉRIN, 1997; IIDA, 2005]
TIPOS DE ESPECIFICAÇÕES
ERGONÔMICAS
▸ relatório da AET: descrição da situação de trabalho com referências
normativas e indicações de mudanças com base em análise global;
▸ projetos de produtos: detalhamento dimensional de elementos de um produto;
▸ projetos de arranjo físico: reorganização espacial da situação de trabalho;
▸ reorganização setorial: reconcepção de um setor de uma unidade produtiva;
▸ treinamentos: concepção de sistemas de simulação para aprendizado de
novos procedimentos.

[VIDAL, 2003]
O MITO DO LAUDO ERGONÔMICO!
Laudo e análise não são a mesma coisa??

Laudo Análise
Substantivo masculino Substantivo feminino
1. Parecer do louvado ou árbitro; louvação, 1. estudo pormenorizado de cada parte de um todo,
louvamento. para conhecer melhor sua natureza, suas funções,
2. Peça escrita, fundamentada, na qual os peritos relações, causas etc.
expõem as observações e estudos que fizeram e 2. avaliação crítica; exame, processo ou método
registram as conclusões da perícia. com que se descreve, caracteriza e compreende
algo (texto, obra de arte etc.).

A NR 17 se refere a análise
ergonômica do trabalho e não a
laudo ergonômico!
RELATÓRIO 1. introdução
FINAL DA AET 2. informações
preliminares

3. resultados
4. encaminhamentos
5. anexos
RELATÓRIO ficha do relatório
▸ título do projeto
▸ nome completo dos integrantes
1. introdução
▸ coordenadas da equipe
▸ supervisão (quando for o caso)
2. informações preliminares
▸ contato na empresa
3. resultados
sumário
4. encaminhamentos ▸ elencar títulos e subtítulos
▸ índice de quadros e figuras
5. anexos ▸ glossário e lista de acrônimos

[VIDAL, 2003]
RELATÓRIO ▸ detalhar os objetivos
▸ frisar a natureza do trabalho
1. introdução ▸ desenvolvimento da análise da
demanda ⇢ passos e entrevistas
realizadas para construir a demanda
2. informações preliminares ergonômica
- porque aquela situação de
3. resultados trabalho foi selecionada?
- quais documentos foram
4. encaminhamentos manuseados?
- que pessoas participaram?
5. anexos
- em que datas foram realizadas?
[VIDAL, 2003]
RELATÓRIO ▸ descrição geral do trabalho
▸caracterização física da situação de
trabalho
1. introdução
▸procedimentos organizacionais
2. informações preliminares ▸ dados e elementos referentes ao
modelo operante:
3. resultados - descrever a atividade e a situação
de trabalho
- caracterizar a carga de trabalho
4. encaminhamentos
- associar a carga de trabalho com
os componentes da situação de
5. anexos
trabalho
[VIDAL, 2003]
ASPECTO DA ATIVIDADE REGISTRO SUGERIDO
Características do posto ▸ denominação do posto
▸descrição da tarefa
▸tempo de trabalho (duração do ciclo, jornada diária, turnos,
pausas, etc)
▸ template do posto
▸ descrição dos materiais, equipamentos e instrumentos
manuseados
▸mapas de risco e outros relatórios de análise global
Registros de análises ▸mensurações fisiológicas
sistematizadas ▸demais relatórios de análises sistemáticas
Estressores ▸repetitividade
(lista de fatores da carga ▸esforços
de trabalho) ▸posturas
▸temperaturas
▸vibrações
Contrantes ▸arranjo físico do local de trabalho
(lista de dificuldades ▸ferramentas manuais
operacionais) ▸interfaces com o equipamento
▸materiais e componentes da tarefa
▸condições ambientais
▸aspectos organizacionais [VIDAL, 2003]
RELATÓRIO
1. introdução
▸ tabular sem interpretar os dados
2. informações preliminares fornecidos pela própria empresa
(ex. estatísticas, estudo da população,
3. resultados resultados anunciados pela empresa).

▸ evitar qualquer tipo de comentário


4. encaminhamentos
adjetivo (bom, mal, ruim, insuficiente).

5. anexos

[VIDAL, 2003]
Uma imagem vale mais
IMAGENS do que mil palavras!

▸ Útil para evidenciar elementos


característicos da situação de trabalho

▸ Tem valor de memória visual para o


ergonomista ⇢ cujo acesso ao local
de trabalho não seja contínuo
(assessoria externa)
RELATÓRIO
▸ contrapor o modelo operante às
1. introdução normas regulamentadoras e de
certificação para fundamentar as
2. informações preliminares indicações de mudanças
▸ as indicações devem ser precisas e
3. resultados tão objetivas quanto possível

4. encaminhamentos

5. anexos

[VIDAL, 2003]
RELATÓRIO
1. introdução
▸esboços e plantas detalhadas da
solução encaminhada
2. informações preliminares
▸ especificação da aparelhagem e
protocolos de mensuração adotados
3. resultados

4. encaminhamentos

5. anexos

[VIDAL, 2003]
▸ Considere a possibilidade de elaborar dois relatórios

RELATÓRIO COMPLETO RELATÓRIO GERENCIAL


AET completa com todos os Síntese da AET dirigido especificamente
comentários, dados e especificações. ao grupo de suporte / direção
CONCLUSÃO
A Análise Ergonômica do Trabalho é uma
ferramenta capaz de permitir uma gestão mais
participativa, contando com a interação dos
diferentes atores envolvidos antes de se tomar
uma decisão ⇢ evitando as grandes diferenças
entre os trabalho prescrito e o real.

Isso resultará numa melhor compatibilidade


entre a saúde dos trabalhadores e a eficácia
dos sistemas de produção.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17. 2 ed.
Brasília: MTE, 2002.
DANIELLOU, F. A Ergonomia em Buscas de seus Princípios Epistemológicos. 1ed. São Paulo: Edgard Blucher,
2004.
FALZON, P. Ergonomia. São Paulo: Blucher, 2007.
FERREIRA, L. L. Análises do Trabalho: escritos escolhidos. São Paulo: Fabrefactum, 2016.
GRANDJEAN, E. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
GUÉRIN, F. et al. Compreender o Trabalho para Transformá-lo: a prática da ergonomia. 1ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 2001.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
MÁSCULO, FS et al. Ergonomia: trabalho adequado e eficiente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
VIDAL, M. Ergonomia na Empresa: Útil, Prática e Aplicada. 2 ed. Rio de Janeiro: Virtual Científica, 2002.
VIDAL, M. Guia para Análise Ergonômica do Trabalho (AET) na Empresa. Rio de Janeiro: Virtual Científica,
2003.
WISNER, A. A Inteligência no Trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo: FUNDACENTRO, 1993.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Compreender o trabalho para
Ergonomia A ergonomia
transformá-lo: a prática da ergonomia
FALZON, P. MONTMOLLIN, M.; DARSES, F.
GUÉRIN, F. et al.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Por dentro do trabalho. A inteligência no trabalho: textos A loucura do trabalho: estudo
Ergonomia: método e técnica. selecionados de ergonomia. de psicopatologia do trabalho.
WISNER, A. WISNER, A. DEJOURS, C.
O olho é sempre o mesmo, mas não a visão.
DE MONTMOLLIN, 1990

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