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Publico aqui um artigo da autoria de Ignacio Gómez Romero no qual o autor explica por
que um número cada vez maior de pessoas tem aderido a causas “progressistas” que
se apresentam como humanitárias.
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20/06/2022 00:59 A Janela de Overton: entenda como você pode ser manipulado pela esquerda
Como afirma Peter Senge em seu livro A Quinta Disciplina, somos vítimas da parábola
da rã cozida, pois estamos presos em tantas mudanças, que terminamos nos perdendo
de vista. Senge pede que imaginemos o seguinte: estamos segurando com cuidado
uma rã e em seguida a depositamos em uma vasilha com água fervente e a soltamos.
A reação imediata dessa rã será sair da vasilha custe o que custar. Mas se, em vez
disso, a depositarmos com cuidado na vasilha com a água em temperatura ambiente,
ela não oferecerá resistência e começará a nadar. Em seguida, após acendermos o
fogareiro a temperatura da água subirá lenta e constantemente até que atinja o ponto
de ebulição. Como a rã foi se acostumando à temperatura da água, não resistirá e, sem
se dar conta, morrerá na água fervente.
Essa técnica é conhecida como “Janela de Overton”, e recebeu esse nome em honra
ao seu criador Joseph P. Overton, ex-vice-presidente do Centro Mackinac de políticas
públicas. Ela consiste em uma sequência concreta de ações com o fim de alcançar uma
mudança radical em relação a determinados temas, e possui cinco etapas:
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20/06/2022 00:59 A Janela de Overton: entenda como você pode ser manipulado pela esquerda
Evgueni Gorzhaltsán foi um dos primeiros a explicar esse tema e mostra como aqueles
que se defrontam com a Janela de Overton sofrem mudanças radicais em sua maneira
de pensar sobre determinados temas. Não se trata de uma lavagem cerebral, mas de
uma exposição à racionalidade e à tolerância de algo que, em princípio, é inaceitável,
mas depois de um determinado processo termina sendo totalmente aceito.
Primeira etapa (do impensável ao radical): o canibalismo é uma prática rechaçada por
todos atualmente e sua legalização é inaceitável. Para mudar essa percepção, um
grupo de pessoas recorre ao pretexto da liberdade de ação e de expressão, dando
razões antropológicas e culturais e exemplos de como isso é normal em algumas
comunidades. Começam a reunir declarações “autorizadas” sobre o canibalismo,
garantindo, com isso, a transição de uma atitude negativa e intransigente a uma atitude
mais positiva ou mesmo neutra da sociedade em relação ao tema.
Terceira etapa (do aceitável ao sensato): aqui é importante promover ideias como “o
desejo de comer pessoas está geneticamente justificado”, “às vezes uma pessoa tem
de recorrer a isso, casa haja circunstâncias urgentes” ou “um homem livre tem o direito
de decidir o que come”. Especialistas e jornalistas passam a demonstrar que, durante a
história da humanidade, sempre houve ocasiões nas quais as pessoas praticaram o
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20/06/2022 00:59 A Janela de Overton: entenda como você pode ser manipulado pela esquerda
canibalismo e que isso era algo normal. Isso é dito para diminuir a pressão das pessoas
que não estão de acordo com o tema, as quais sempre serão tratadas como
intolerantes e irracionais.
Quarta etapa (do sensato ao popular): aqui os meios de comunicação, com a ajuda de
pessoas conhecidas e políticos que sempre querem ficar bem com todos, já falam
abertamente da antropofilia. O termo começa a aparecer em filmes, letras de canções
populares e vídeos. São contadas histórias verdadeiras ou inventadas de personagens
históricos que praticavam a antropofilia, procurando dar um toque humano e
sentimental a essa atividade.
Quinta etapa (do popular ao político): neste momento a pressão já é tanta nos meios de
comunicação e nas redes sociais, que começam a ser preparadas iniciativas de lei para
legalizar o fenômeno. Os grupos de pressão se consolidam no poder e publicam
pesquisas que supostamente confirmam uma elevada porcentagem de partidários da
legalização do canibalismo na sociedade. A partir desse ponto um novo dogma é
estabelecido na consciência pública: “A proibição de comer pessoas está proibida.”
Como podemos ver, a Janela de Overton tem um sem número de aplicações para
conseguir realizar a mudança de paradigmas em temas impensáveis, como a
legalização do aborto, que ignora os direitos de um bebê indefeso, a legalização da
maconha para fins “recreativos” ou o tema da família, que, sendo a base da sociedade,
agora pode ser rebaixada e comparada a um simples contrato de convivência, como
pretendem os promotores da agenda LGBT.
Com certeza todos os seres humanos têm direitos, mas o meu direito, assim como o
dos demais, termina onde inicia o direito do meu próximo, e não posso alegar que o
meu direito seja prioritário ou passe por cima do direito dos demais, muito menos do
direito de instituições tão fortes e representativas como a família.
Quando nos perguntamos por que o nosso mundo está virado de pernas para o ar, por
que os valores perderam a relevância, por que as virtudes se tornaram loucas, por que
ocorrem hoje coisas que antes eram impensáveis, a resposta é clara: de modo
inconsciente, fomos expostos à Janela de Overton e como consequência perdemos o
rumo. Seremos suficientemente inteligentes para reagir diante deste fato? Ou nos
deixaremos levar pela mudança e, ao fim e ao cabo, sermos fervidos como a rã da
parábola?
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