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conservador
Guilherme de Carvalho
Grupos conservadores negam o consenso científico sobre a participação humana nas mudanças
Mas para que isso aconteça não basta o lado “positivo” da coisa – a
capacidade de cooperação, solidariedade e a abertura para o
aprendizado mútuo. A questão, segundo esses cientistas cognitivos,
é que temos um tipo particular de viés cognitivo que nos impede de
traçar “uma linha divisória acurada entre o que está dentro e o que
está fora de nossas cabeças”. Quando estamos com pessoas com as
quais estamos cooperando, assumimos o saber delas como se fosse
“nosso”, e nossos cérebros escondem de nós, por assim dizer, que
:
nós mesmos somos ignorantes a respeito daquilo. Experimentos
psicológicos mostram que a participação em um grupo no qual
algumas pessoas sabem algo nos faz ter segurança sobre a
veracidade e confiabilidade desse saber, mesmo quando não temos
a menor capacidade de articular claramente esses saberes. Essa
seria a ilusão do conhecimento. Novamente Sloman e Fernbach:
Mas vamos examinar mais de perto o retruco natural: “não seria esse
o caso, sem tirar nem pôr, dos consensos como o do IPCC?” Não, e
o parágrafo acima já mostra onde está a gritante diferença. É claro
que há interesses econômicos e políticos alimentando-se da
:
climatologia moderna. Mas o modo de combater tais interesses,
quando são perigosos ou moralmente doentes, não será pela
negação da melhor ciência, mas de um melhor uso político dela. Não
é apropriado que comunidades políticas, éticas, religiosas, artísticas
ou econômicas formem consensos paralelos negando a autoridade e
os procedimentos de comunidades profissionais e científicas nos
assuntos que pertencem a essas esferas. Diz Michael Polanyi: