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DIREITO CIVIL: AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

PROFESSOR LAURO ESCOBAR

AULA 01
DAS PESSOAS NATURAIS

Itens específicos previstos no último edital da ESAF para o AFRFB e


que serão abordados nesta aula → Pessoa Natural: conceito, capacidade e
incapacidade, começo e fim, direitos da personalidade.

Subitens → Pessoa Natural. Conceito. Existência. Personalidade: Início


(nascituro), Individualização (nome, estado e domicílio civil) e Extinção (morte e
ausência). Direitos da Personalidade. Capacidade: classificação. Incapacidade.
Emancipação. Registro e Averbação.

Legislação a ser consultada → Código Civil: arts. 1° ao 39


(Pessoas
Naturais) e 70 a 78 (Domicílio). ÍNDICE

PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL . ....................................... 02


Início . ............................................................................................ 02
Nascituro . ...................................................................................... 04
Direitos de Personalidade . ............................................................. 07
Individualização . ........................................................................... 12
Nome . ............................................................................................ 12
Estado . ...........................................................................................15
Domicílio . ...................................................................................... 16
Fim da Personalidade . ....................................................................19
Morte Presumida . .......................................................................... 20
Comoriência . .................................................................................. 23
CAPACIDADE CIVIL . ....................................................................... 25
Absolutamente Incapazes . ...................................................... 26
Relativamente Incapazes . ....................................................... 28
Capacidade Plena . ................................................................... 31
EMANCIPAÇÃO . ............................................................................. 32
Registro e Averbação . .................................................................... 35
RESUMO DA AULA . ......................................................................... 37
Bibliografia Básica . ........................................................................ 40
EXERCÍCIOS COMENTADOS . ........................................................... 41

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Meus amigos e alunos.
Após a análise da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (que
não faz parte do Código Civil, mas está previsto em nosso edital), vamos
analisar nesta aula o tema “Pessoas”, que é o primeiro ponto do Código Civil
(Parte Geral). Lembrem-se que estamos às ordens no fórum para esclarecer
eventuais dúvidas. Ok? Vamos então começar...

Genericamente, podemos conceituar pessoa como sendo todo ente


físico ou jurídico, suscetível de direitos e obrigações; é sinônimo de sujeito
de direitos. No Brasil temos duas espécies de pessoas: as naturais e as
jurídicas. Ambas possuem aptidão para adquirir direitos e contrair
obrigações. Veremos hoje as Pessoas Naturais ou Físicas (a expressão
pessoa natural é mais técnica), abordando, basicamente, três aspectos:
personalidade, capacidade e emancipação. Na próxima aula analisaremos as
Pessoas Jurídicas.

PERSONALIDDE DA PESSOA NATURAL

Personalidade é o conjunto de caracteres próprios da pessoa,


reconhecida pela ordem jurídica a alguém, sendo a aptidão para adquirir
direitos e contrair obrigações. É atributo da dignidade do homem. Prevê o art.
1° do Código Civil que: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na
ordem civil”. Assim, o conceito de pessoa inclui homens, mulheres e crianças.
Ou seja, qualquer ser humano sem distinção de idade, saúde mental, sexo,
cor, raça, credo, nacionalidade, etc. Por outro lado exclui os animais (que
gozam de proteção legal, mas não são sujeitos de direito), os seres
inanimados, etc.

Concluindo: pessoa natural (ou física) é o próprio ser humano.

INÍCIO DA PERSONALIDADE
Há muita polêmica doutrinária envolvendo o início da personalidade civil.
São três as principais teorias sobre o tema:
a) Teoria Concepcionista: a personalidade tem início com a concepção;
ou seja, com a própria gravidez (momento em que o óvulo fecundado pelo
espermatozoide se junta à parede do útero).
b) Teoria Natalista: a personalidade se inicia a partir do nascimento da
criança com vida.
c) Teoria da Viabilidade: pressupõe a possibilidade de sobrevivência da
criança. Países que adotam esta teoria entendem que se uma criança nasceu
com uma doença que a levará a morte em poucos dias, não haverá a aquisição
da personalidade.
No Brasil a doutrina se manifesta de forma divergente, pois, se por um
lado a lei estabelece que a personalidade civil tem início com o nascimento

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com vida, o mesmo dispositivo, logo a seguir assegura ao nascituro direitos
desde sua concepção.
No concurso como eu faço? Em uma prova objetiva o aluno deve se
limitar ao texto expresso da lei. Na omissão da banca opte pela teoria
natalista, que ainda é a mais aceita nos concursos. Em um prova dissertativa
cite as três teorias, expondo que no Brasil há ferrenhos defensores da
concepção e da natalidade, abordando os aspectos mais relevantes de cada
uma. Lembrem-se: a tendência atual é proteger, cada vez mais, o nascituro e
seus direitos desde a concepção. As principais bancas examinadoras (ESAF,
FCC e CESPE) já perguntaram em provas se o nascituro possui “personalidade
jurídica material”. E a resposta, pelo gabarito oficial foi negativa... ou seja, o
nascituro possui apenas os requisitos formais da personalidade civil. Os
requisitos materiais são adquiridos somente após o nascimento com vida.
Analisando o texto legal, podemos afirmar que a personalidade da
pessoa natural ou física inicia-se com o nascimento com vida, ainda que por
poucos momentos. Esta é a primeira parte do art. 2° do CC. Se a criança
nascer com vida, ainda que por um instante, já adquire a personalidade.
Ocorre o nascimento quando a criança é separada do ventre materno
(parto natural ou por intervenção cirúrgica), mesmo que ainda não tenha sido
cortado o cordão umbilical. Além disso, é necessário que tenha respirado. Há
nascimento e há parto quando a criança, deixando o útero materno, respira.
Segundo a Resolução n° 01/88 do Conselho Nacional de Saúde, nascer com
vida significa repirar e ter batimentos cardíacos (funcionamento do
aparelho cardiorrespiratório). É nesse momento que a personalidade civil terá
início em sua plenitude, com todos os efeitos subsequentes, conforme
veremos.
E para se saber se nasceu viva e em seguida morreu, ou se já nasceu
morta, é realizado um exame chamado de docimasia hidrostática de Galeno,
que consiste em colocar o pulmão da criança morta em uma solução líquida; se
flutuar é sinal que a criança chegou a dar pelo menos uma inspirada e,
portanto, nasceu com vida; se afundar, é sinal que não chegou a respirar e,
portanto, nasceu morta, não recebendo e nem transmitindo direitos. No
entanto, atualmente a medicina dispõe de técnicas mais modernas e eficazes
para tal constatação.

Não caiam em pegadinhas Apesar de polêmica, esta questão tem sido


muito comum em concursos. Geralmente o examinador coloca uma alternativa
dizendo que a personalidade se inicia somente com a concepção (gravidez) da
mulher. Ou afirmando que a criança deva ter viabilidade (que é a perfeição
orgânica suficiente para continuar com vida, ou seja, que o recém-nascido
tenha perspectiva de sobrevivência). Outra situação que é colocada é a de que
a criança somente teria personalidade se nascer com “forma humana” (ou
seja, não tenha anomalias ou deformidades). E até mesmo que a
personalidade somente teria início com o “corte do cordão umbilical ou quando
desprendida a placenta”. Estas hipóteses não foram aceitas pelo nosso Direito.

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Curiosidade
Vejamos o que diz o art. 29 completo da Resolução n° 01/88 do CNS:
Art. 29 Além dos requisitos éticos genéricos para pesquisa em seres humanos, as
pesquisas em indivíduos abrangidos por este capítulo conforme as definições que se
seguem, devem obedecer as normas contidas no mesmo.
1. Mulheres em idade fértil: do início da puberdade ao inicio da menopausa;
2. Gravidez: período compreendido desde a fecundação do óvulo até a expulsão ou
extração do feto e seus anexos;
3. Embrião: produto da concepção desde a fecundação do óvulo até o final da 12a
semana de gestação;
4. Feto: produto da concepção desde o início da 13a semana de gestação até a
expulsão ou extração;
5. Óbito fetal: morte do feto no útero;
6. Nascimento vivo: é a expulsão ou extração completa do produto da concepção
quando, após a separação, respire e tenha batimentos cardíacos, tendo sido ou não
cortado o cordão, esteja ou não desprendida a placenta;
7. Nascimento morto: é a expulsão ou extração completa do produto da concepção
quando, após a separação, não respire nem tenha batimentos cardíacos, tendo sido
ou não cortado o cordão, esteja ou não desprendida a placenta;
8. Trabalho de parto: período compreendido entre o início das contrações e a
expulsão ou extração do feto e seus anexos;
9. Puerpério: período que se inicia com a expulsão ou extração do feto e seus
anexos até ocorrer a involução das alterações gestacionais (aproximadamente 42
dias);
10. Lactação: fenômeno fisiológico da ocorrência de secreção láctea a partir da
extração do feto e de seus anexos.

NASCITURO
O termo nascituro significa “aquele que há de nascer”. É o ente que já
foi gerado ou concebido, mas ainda não nasceu, embora tenha vida
intrauterina e natureza humana. Tecnicamente (teoria natalista), ele não tem
personalidade, pois ainda não é pessoa sob o ponto de vista jurídico. Mas
apesar de não ter personalidade jurídica, a lei põe a salvo os direitos do
nascituro desde a concepção. Trata-se da segunda parte do art. 2°, CC. Na
realidade o nascituro tem uma expectativa de direito. Ex.: o nascituro tem o
direito de nascer e de viver (o aborto é considerado como crime: arts. 124 a
127 do Código Penal, salvo raríssimas exceções previstas em lei).

Proteção ao nascituro. Ele é titular de direitos personalíssimos: vida,


honra, imagem, etc.; tem direito à filiação, direito de ser contemplado por
doação ou por testamento (legado ou herança), sem prejuízo do recolhimento
do imposto de transmissão, sendo nomeado um curador para a defesa de seus
interesses, etc. Além disso, o art. 8° do Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei n° 8.069/90 – ECA) determina que a gestante tem condições de obter
judicialmente os alimentos para garantia do bom desenvolvimento do feto
(alimentos gravídicos), adequada assistência pré-natal, como consultas
médicas, remédios, etc.
O principal direito do nascituro é o de ter direito à sucessão. Se ele já
foi concebido no momento da abertura da sucessão (morte do de cujus)

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legitima-se a suceder de forma legítima (conferir arts. 1.784 e 1.798, CC).
Também se legitimam a suceder por testamento “os filhos ainda não
concebidos de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-
se a sucessão” (art. 1.799, I, CC).
Por tal motivo, tendo já tantos “direitos”, é que está crescendo a teoria
concepcionista, considerando o nascituro como sendo uma Pessoa Natural.
Justifica-se esta posição porque somente uma pessoa pode ser titular de
direitos... e o art. 2°, CC afirma que o nascituro tem direitos... logo, tendo
direitos, ele já poderia ser considerado como tendo personalidade. A situação
fica ainda mais definida (segundo os seguidores desta teoria) com o art. 542,
CC que estabelece: “A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu
representante legal”. Ainda assim, será uma “doação condicional”, pois
somente se concretizará se o nascituro nascer com vida. Isso ocorrendo,
receberá o direito, no entanto, as obrigações acompanham esse direito. Ou
seja, ficará obrigado ao pagamento de impostos, como o da transmissão do
bem (ITCMD, IPTU, etc.). Assim, mesmo sendo recém-nascido, houve o fato
gerador (transmissão o bem), passando, a partir daí a ser sujeito passivo de
obrigação tributária.
Polêmicas à parte, o que se pode afirmar, sem medo de errar, é que o
nascituro é titular de um direito eventual. Exemplo: homem falece
deixando a esposa grávida. Não se pode concluir o processo de inventário e
partilha enquanto a criança não nascer. O nascituro, nesta hipótese, tem
direito ao resguardo à herança. Os direitos assegurados ao nascituro estão
em estado potencial, sob condição suspensiva: só terão eficácia se nascer
com vida. A representação do nascituro se dá por intermédio de seus pais.
Nascendo com vida, as expectativas de direito se transformam em direitos
subjetivos e a sua existência, no tocante aos seus interesses, retroage ao
momento de sua concepção.

Mas há um problema, de ordem filosófica, religiosa e jurídica envolvendo o


nascituro. Isto devido ao avanço da medicina, com as técnicas de fertilização in
vitro. Indaga-se: qual o momento em que podemos usar o termo nascituro de
uma forma técnica? Uma corrente afirma que a vida tem início legal no
momento da penetração do espermatozoide no óvulo, mesmo que fora do
corpo da mulher. Para outra corrente a vida somente teria início com a
concepção no ventre materno (embora ainda não se possa considerar como
sendo uma pessoa). Isto porque é com a nidação (fixação do óvulo fecundado
no útero) que se garante eventual gestação e o nascimento. Portanto somente
será considerado como nascituro, o óvulo fecundado que for implantado no
útero materno. Assim, o embrião humano congelado não poderia ser tido como
nascituro, embora tenha proteção jurídica como pessoa virtual, com uma carga
genética própria.
Com o objetivo de regulamentar o art. 225, §1°, inciso II da CF/88, foi
editada inicialmente a Lei n° 8.974/95, proibindo e considerando como crime a
manipulação genética de células humanas, a intervenção em material genético
humano e a produção, guarda e manipulação de embriões humanos destinados

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a servir como material biológico disponível. No entanto foi aprovada a Lei n°
11.105/05, dividindo opiniões: trouxe esperança para alguns e indignação para
outros. Pela nova lei é permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização
de células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por
fertilização in vitro, desde que: a) sejam inviáveis, ou estejam congelados há
três anos ou mais; b) haja consentimento dos seus genitores.

Importância de se nascer com vida


Como vimos, o nascituro tem apenas expectativa de v ida e é
importante que nasça vivo, nem que seja por um segundo. Se nascer vivo,
adquire personalidade. Será um sujeito de direitos e obrigações. No entanto,
caso nasça morto, nenhum direito terá adquirido e/ou transmitido. Observem.
Demonstração Ordem de vocação hereditária
1. Descendentes (em concorrência com o
A B cônjuge sobrevivente): filhos, netos, bisnetos,
etc.

X Y 2. Ascendentes (em concorrência com o


cônjuge sobrevivente): pais, avós, bisavós,
etc.
Z 3. Cônjuge sobrevivente.
4. Colaterais até o 4° grau: irmãos, sobrinhos,
tios, primos, etc.
Levando em consideração o quadro demonstrativo acima, suponhamos
que X comprou um apartamento e a seguir se casou com Y pelo regime de
separação parcial de bens. Faleceu um ano depois, deixando v iúva grávida,
pais vivos e apenas aquele apartamento para ser partilhado. Para saber quem
será o proprietário do imóvel devemos aguardar o nascimento de Z. Não se
pode fazer a partilha antes de seu nascimento. Vejamos as situações que
podem ocorrer a partir daí.

Situações
1) Se Z (filho de X - descendente) nascer morto, o apartamento irá para
A e B, que são os pais (ascendentes) de X (observe o quadro da ordem de
vocação hereditária). Neste caso Y (que é o cônjuge sobrevivente) também
terá direitos sucessórios, pois atualmente é considerado herdeiro necessário e
concorre com os ascendentes do falecido.
2) Se Z (descendente) nascer vivo, herdará o imóvel, em concorrência
com sua a mãe Y, pois como vimos atualmente o cônjuge é considerado
herdeiro necessário e também concorre na herança com os descendentes do
falecido. Observem que neste caso os pais de X nada herdarão.
3) Se Z nascer vivo e logo depois morrer, os bens irão todos para sua
mãe. Isto porque inicialmente Z herdará parte dos bens de seu pai; no
instante em que nasceu vivo, ele foi um ‘sujeito de direito’. Morrendo a seguir,
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transmite tudo o que recebeu a seus herdeiros. Como não tinha descendentes
e nem cônjuge (até porque era recém-nascido) e seu pai já havia falecido, seu
único herdeiro será o ascendente remanescente, ou seja, sua mãe. Neste caso
A e B nada herdarão.
É necessário dizer ainda, que todo nascimento deve ser registrado,
mesmo que a criança tenha nascido morta ou morrido durante o parto. Se for
natimorta, o assento será feito no “Livro C Auxiliar". Neste livro irá constar
apenas: “o natimorto de Dona Fulana...”. Ou seja, pela nossa lei não se dá
nome ao natimorto. No entanto, parte da doutrina entende que o “natimorto
tem humanidade” e por isso teria direito a um nome. Sobre o tema, temos o
Enunciado 01 da I Jornada de Direito Civil do STJ: “A proteção que o Código
confere ao nascituro alcança o natimorto, no que concerne aos direito da
personalidade, tais como o nome, imagem e sepultura”.
Por outro lado, é inquestionável que se a criança nasceu viva e logo
depois morreu (chegou a respirar), serão feitos dois registros: o do
nascimento (constando o nome da criança, pois naqueles poucos segundos a
criança teve personalidade) e logo depois o de óbito.

Observações
01) Durante nosso curso, às vezes, vamos mencionar a expressão
“Jornadas do STJ”. Na realidade estas “jornadas” foram encontros de
pessoas ligadas ao Direito Civil, promovidas pelo Centro de Estudos Judiciários
do Conselho da Justiça Federal, sob os auspícios do Superior Tribunal de
Justiça em que foram aprovados alguns enunciados, que têm sido acolhidos
pelo mundo jurídico. Quando nos referirmos a elas, vamos mencionar que
jornada foi essa e o número do enunciado (como fizemos acima).
02) Segundo a doutrina, nascituro é uma expressão mais ampla do que
feto, pois este seria o nascituro somente depois que adquiriu a forma
humana.
03) É importante salientar que a expressão natimorto não é considerada
juridicamente técnica. O vocábulo é composto pelas palavras latinas natus
(nascido) e mortus (morto), não tendo previsão no Código Civil. Possui um
duplo sentido. Os dicionários jurídicos conceituam o natimorto como sendo
"aquele que nasceu sem vida (morreu dentro do útero) OU aquele que veio à
luz, com sinais de vida, mas, logo morreu (morreu durante o parto)". Portanto,
qualquer uma dessas situações está correta para conceituar natimorto.

DIREITOS DE PERSONALIDADE (arts. 11 a 21, CC)


Os direitos de personalidade são atributos inerentes ao ser humano.
Adquirindo personalidade (aptidão para adquirir direitos e contrair
obrigações), o ser humano já adquire os chamados direitos de personalidade,
ou seja, o direito de defender o que lhe é próprio, como sua integridade física
ou corporal (vida, corpo, órgãos, voz, imagem, liberdade, identidade,
alimentos, etc.), intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica,
artística e intelectual, etc.), moral (honra, segredo pessoal ou profissional,

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privacidade, imagem, opção religiosa, sexual, etc.). Os direitos de
personalidade são subjetivos e seu titular pode exigir de todos que tais
direitos lhe sejam respeitados. Por isso dizemos que eles são erga omnes
(extensíveis a todos).
Observem que a relação dos direitos de personalidade não é taxativa,
mas apenas exemplificativa. Lembrem-se: a dignidade é um direito
fundamental, previsto em nossa Constituição, que também prevê que são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurando o direito de indenização pelo dano material ou moral decorrente
dessa violação (confiram também o art. 5°, inciso X, CF/88).
É interessante deixar claro uma leve nuance: os direitos fundamentais
foram criados para proteger os indivíduos do Estado. Já os direitos de
personalidade foram criados para proteger os indivíduos de si mesmos e de
terceiros.
Estabelece o art. 11, CC que com exceção dos casos previstos em lei,
os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Assim, nem mesmo o
agente pode renunciar a estes direitos, colocando-se em uma situação de risco
e renunciando expressamente qualquer indenização futura decorrente de uma
lesão a estes direitos. No entanto neste caso, levando-se em consideração o
art. 945, CC, pode haver uma redução na indenização.
Sobre o tema, vejamos o Enunciado 04 da I Jornada de Direito Civil do
STJ: “Art. 1 1 : o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação
voluntária, desde que não seja permanente nem geral”.
Apesar do Código fazer referência a apenas três características a respeito
do direito de personalidade (intransmissibilidade, irrenunciabilidade e
impossibilidade do seu exercício sofre limitação voluntária) a doutrina lhe dá
maior extensão, afirmando que eles também são:
• Inatos: os direitos de personalidade já nascem com o seu titular e
acompanham até sua morte; alguns direitos ultrapassam o evento morte
(honra, memória, imagem, direitos autorais, etc.).
• Absolutos: são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo
à coletividade o dever de respeitá-los.
• Intransmissíveis: pertencem de forma indissolúvel ao próprio titular.
Neste tópico, cabe uma observação: embora estes direitos sejam
intransmissíveis em sua essência, os efeitos patrimoniais dos direitos de
personalidade podem ser transmitidos. Ex.: a autoria de uma obra
literária é intransmissível; porém podem ser negociados os direitos
autorais sobre esta obra. Outro exemplo: cessão da imagem mediante
retribuição financeira.
• Vitalícios: acompanham a pessoa desde seu nascimento até a morte.
• Indisponíveis: não podem ser cedidos, a título oneroso ou gratuito a
terceiros.

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• Irrenunciáveis: não podem ser abandonados nem abdicados; nem mesmo
o seu titular pode abrir mão deles.
• Imprescritíveis: valem durante toda vida, não correndo os prazos
prescricionais; podem ser reclamados judicialmente a qualquer tempo;
não se extinguem pelo não uso ou inércia de seu titular nem pelo decurso
de tempo.
• Impenhoráveis: se não podem ser objeto de cessão ou venda, também
não pode recair penhora sobre os mesmos.
• Inexpropriáveis: ninguém pode removê-los de uma pessoa, nem ser
objeto de usucapião.

Atenção Já vi provas de concursos em que foram colocadas algumas


das expressões acima nas alternativas e a afirmação foi considerada como
errada. Isto porque apesar de serem consideradas corretas pela doutrina, não
estavam previstas expressamente na lei. Portanto, cuidado... leiam bem o
cabeçalho da questão e comparem bem as alternativas. Se houver
ambiguidade, fique com o texto expresso da lei.

Vamos acompanhar os próximos dispositivos a respeito


O art. 12 e seu parágrafo, CC prevê a possibilidade de exigir que
cesse a ameaça ou a lesão a direito da personalidade, por meio de ação
própria, sem prejuízo da reparação de eventuais danos materiais e
morais suportados pela pessoa. Observem: cessar a ameaça ou lesão e
perdas e danos.
A lei prevê também a possibilidade de defesa do direito do morto, por
meio de ação promovida por seus sucessores, ou seja, pelo cônjuge
sobrevivente (embora não mencionado na lei, estende-se esse direito também
aos companheiros), parentes em linha reta (descendentes ou ascendentes) e
os colaterais até quarto grau (irmãos, tios, sobrinhos, primos, etc.). Perce-
bese, assim, que os direitos de personalidade se estendem desde
a concepção, para além da v ida da pessoa natural, tutelando a
personalidade do morto. Os parentes dele podem pedir indenização em
nome próprio, se provarem que os efeitos do ato ilícito repercutiram também
em suas pessoas. Ou seja, o ato envolve determinada pessoa (que no caso já
faleceu), mas também pode causar sofrimento a outras pessoas a ela ligadas
por estreitos laços de parentesco que não foram diretamente atingidas. É o
que se chama de dano reflexo (ou por ricochete).
O corpo, como projeção física da individualidade humana, é inalienável.
O art. 13 e seu parágrafo único, CC prevê o direito de disposição de partes,
separadas do próprio corpo em vida para fins de transplante, ao prescrever
que, “salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de disposição do
próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes. O ato previsto neste artigo será admitido para
fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial” (conferir com o art.
199, §4°, CF/88). Em hipótese alguma será admitida a disposição onerosa de

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órgãos, partes ou tecido do corpo humano. É possível, também, com objetivo
científico ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte, podendo essa disposição ser revogada a qualquer
momento (art. 14 e seu parágrafo único, CC).

Resumindo. A disposição sobre o próprio corpo: a) é proibida quando


importar diminuição permanente da integridade física (salvo por exigência
médica), ou contrariar os bons costumes; b) é válida com o objetivo científico
ou altruístico, para depois da morte, ou, em vida, para fins de transplante. O
Código Civil adotou o chamado princípio do consenso afirmativo (termo
usado pela doutrina e que caiu em alguns concursos), segundo o qual o titular
do direito pode manifestar sua vontade em ser doador de órgãos, mas a
qualquer tempo pode revogar esta intenção.

OBSERVAÇÃO A Lei 9.434/97 (regulamentada pelo Decreto 2.268/97 e


posteriormente alterada pela Lei 10.211/01) trata do assunto, estabelecendo
as regras para transplantes. Permite-se a doação voluntária nas seguintes
hipóteses: a) órgãos duplos (rins) e b) partes recuperáveis de órgão (fígado)
ou de tecido (pele, medula óssea), sem que sobrevenham mutilações ou
deformações.
O art. 15, CC trata do direito do paciente, proibindo que uma pessoa
seja constrangida a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica. Trata-se do princípio da autonomia do paciente (ou
consentimento esclarecido). Não há mais a chamada supremacia do interesse
médico-científico, que se invocava em nome da coletividade, em face ao
interesse individual. Atribui-se à pessoa a opção ao tratamento médico ou
intervenção cirúrgica para corrigir ou atenuar determinado mal ou doença.
Todo procedimento médico deve ser precedido de esclarecimentos e
concordância do paciente. O direito não pertence ao médico, à ciência, ou à
família, mas, exclusivamente, ao paciente que após ser informado do seu
estado de saúde e das alternativas terapêuticas, decidirá se se submete ou não
ao tratamento ou à intervenção cirúrgica. Mesmo que saiba ou tenha
consciência de que isso abreviará a sua expectativa da vida. Excetuam-se
algumas hipóteses (ex.: a pessoa não consegue expressar a sua vontade) em
que o direito se desloca para a família do enfermo. E em situações extremas, à
presença do estado de necessidade, em evidente risco de vida, pode o médico
realizar a intervenção necessária sem o consentimento de quem de direito.
Notem agora que os artigos de 16 a 19 do Código Civil tutelam o
direito ao nome (falaremos sobre ele logo adiante, em um item especial) e
contra o atentado de terceiros, expondo-o ao desprezo público, ao ridículo,
acarretando dano moral ou patrimonial.
O art. 20, CC tutela, de forma autônoma, o direito à imagem e os
direitos a ele conexos (art. 5°, XXVIII, letra “a”, CF/88). Dividem-se em a)
imagem-retrato: é a representação física da pessoa, implicando o
reconhecimento de seu titular por meio de fotografia, escultura, desenho,
pintura, interpretação dramática, cinematográfica, televisiva, sites, etc.; b)

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imagem-atributo: refere-se ao conjunto de caracteres e qualidades
cultivadas pela pessoa, como a habilidade, competência, lealdade, etc.; é a
repercussão social da imagem. A redação do dispositivo é um pouco confusa. E
os examinadores aproveitam isso para exigir questões sobre o tema. Por isso,
vamos aprofundar.
O direito à imagem se refere ao direito de ninguém ver seu rosto
estampado em público ou comercializado sem seu consenso e o de não ter sua
personalidade alterada, material ou intelectualmente, causando dano à sua
reputação. Como normalmente ocorre, há certas limitações ao direito de
imagem, com dispensa da anuência para sua divulgação. Vejamos algumas
situações: a) pessoas famosas (ex.: artistas, políticos, etc.), pois elas têm
sua imagem divulgada em razão de sua atividade; mas mesmo assim, não
pode haver abusos, pois a sua vida íntima deve ser preservada; b)
necessidade de divulgação da imagem por questões de segurança pública (ex.:
publicação da fotografia de um perigoso marginal procurado pela polícia); c)
quando se obtém uma imagem, mas a pessoa é tão somente parte do cenário,
pois o que se pretende divulgar é o acontecimento em si (ex.: um congresso,
uma exposição de objetos de arte, a inauguração de uma obra pública, um
hotel ou um restaurante, reportagens sobre tumultos, enchentes, shows, etc.).
Há diversas decisões de que não cabe direito de imagem em fotografia de
acontecimento carnavalesco, pois a pessoa que dele participa, de certa forma,
“renuncia a sua privacidade”. Na prática todas estas questões são delicadas.
Caberá ao Juiz, diante de um caso concreto, decidir se houve abuso e se há
direito à indenização. Recomendamos o aluno, para fins de concurso,
novamente se ater ao texto legal.
O titular de um direito de personalidade, quando este for violado,
poderá pleitear reparação de danos morais e patrimoniais. E se ele já for
falecido o direito será exercido pelo cônjuge, ascendente ou descendente
(trata-se do art. 20, parágrafo único, CC). Ficou famoso um caso em que
uma empresa elaborou um “álbum de figurinhas” estampando a fotografia de
jogadores de futebol. Como no caso havia o intuito de lucro da empresa e não
houve o consentimento dos atletas, concluiu-se que foi uma prática ilícita,
sujeita à indenização. A Súmula 221 do STJ estabelece que é cabível a
reparação do dano decorrente de publicação da imprensa, tanto do autor do
escrito, quanto do proprietário do veículo de divulgação.
Finalmente, no art. 21, CC, nossa legislação tutelou o direito à
intimidade (art. 5°, X, CF/88), prescrevendo que a vida privada da pessoa
natural é inviolável (ex.: inviolabilidade de domicílio, de correspondência,
bancário, conversas telefônicas, etc.), prevendo a possibilidade de se requerer
medidas visando a proteção (impedir ou fazer cessar) dessa inviolabilidade.

OBSERVAÇÕES
01) Recomendamos o aluno uma atenção especial comparativa entre os
arts. 12 e 20, CC. Observem que o art. 12 é mais genérico (direitos da
personalidade em geral) e o art. 20 é específico em relação ao direito de
imagem, sendo que neste os colaterais foram excluídos. Além disso, embora o

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dispositivo não especifique, entende a doutrina que o companheiro(a) também
é parte legítima.
02) O Código Civil não exauriu a matéria referente aos direitos de
personalidade. O tratamento é bem genérico e a enumeração exposta é
meramente exemplificativa, deixando margem para que se estenda a
proteção a situações não previstas expressamente, acompanhando, assim, a
rápida evolução dos costumes do mundo atual.
03) Embora agora não seja o momento de aprofundar, mas é
interessante deixar claro que a Pessoa Jurídica também pode ser titular de
direitos de personalidade no tange à honra, imagem e nome, pois o art. 52, CC
estabelece que “aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos
direitos da personalidade”.

INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL


Individualiza-se a pessoa natural de três formas: nome, estado e
domicílio. Vejamos cada um deles.
A) NOME
Desde os primórdios da humanidade, o nome serve como sinal exterior
identificador, pelo qual se designa e se reconhece uma pessoa,
apresentando peculiaridades nos diferentes povos, influenciando diretamente a
vida de cada pessoa desde seu nascimento até o fim da personalidade,
inclusive com reflexos após a morte. É pelo nome que ela fica conhecida no
seio da família e da comunidade em que vive.
Prevê o art. 16, CC que toda pessoa tem o direito ao nome, nele
compreendido o prenome e o sobrenome. Trata-se de direito inalienável (não
pode ser vendido), imprescritível (não correm prazos prescricionais) e
personalíssimo, essencial para o exercício de direitos e cumprimento das
obrigações. Há uma proteção especial da lei em relação ao nome, mediante as
ações judiciais. A lei protege a honra da pessoa, proibindo que o seu nome
seja usado ou empregado em situações agressivas à intimidade de quem se vê
exposto à veiculação pública que provoque depreciação ética, moral ou
jurídica, mesmo que a intenção na publicação ou representação não revele
intuito difamatório (art. 17, CC). O nome é um direito da personalidade,
que também é conferido às pessoas jurídicas, pois estas também têm direito
ao nome. São elementos constitutivos do nome:
• Prenome  é o nome individual, próprio da pessoa, que pode ser simples
(ex.: João, José, Rodrigo, Laura, Aparecida, etc.) ou composto (ex.: José
Carlos, Antônio Pedro, Ana Maria, etc.). Tratando-se de gêmeos com o mesmo
nome, a lei de registros públicos exige que seja um prenome composto
diferenciado.
• Patronímico ou Sobrenome (nome de família ou apelido de família) 
identifica a procedência da pessoa, o tronco familiar do qual provém, indicando
sua filiação ou estirpe, podendo também ser simples ou composto.

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Atualmente, pelo princípio constitucional da igualdade, não há uma ordem
rigorosa na colocação do sobrenome (pode ser primeiro do pai ou da mãe).
• Agnome  é o sinal distintivo entre pessoas da mesma família com
nomes iguais, que se acrescenta ao nome completo (ex.: Júnior, Filho, Neto,
Sobrinho, II, III, etc.).
O pseudônimo (que significa em latim “nome falso”) ou codinome
consiste no nome atrás do qual se abriga um autor de obra cultural ou
artística, para o exercício desta atividade específica (ex: cantor, ator, autor de
um livro, etc.). O exemplo clássico é o de Malba Tahan, famoso escritor de
contos, lendas e costumes árabes. Quem não leu “O Homem que Calculava”? E
as “Lendas do Deserto”? ... Muitos pensavam que ele era árabe de tanto que
conhecia e escrevia sobre o tema. Mas ele foi “brasileiríssimo”, um professor
de matemática chamado Júlio César de Mello e Souza, que usava este
pseudônimo. A lei de direitos autorais já consagrava o pseudônimo como um
direito moral do autor. Agora consta, de forma expressa, como um direito
inerente à personalidade do autor (art. 19, CC), gozando da mesma proteção
que se dá ao nome, quando usado para finalidades lícitas. Lembrando, que
no exercício livre da manifestação do pensamento, veda-se o anonimato (art.
5°, inciso IV da CF/88).
Questão interessando é a do heterônimo. Esta é uma palavra de origem
grega que indica “outros nomes”. Conceitualmente é diferente de pseudônimo,
pois o heterônimo indica diversas personalidades de uma mesma pessoa. O
exemplo clássico é de Fernando Pessoa (Fernando Antônio Nogueira Pessoa),
que usou diversos heterônimos, como Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de
Campos, Alexander Search (que só escrevia em inglês) entre outros, cada um
com uma espécie de abordagem e maneira de escrever, com tendências e
características distintas e peculiares. Ele também chegou a criar semi-
heterônimos (quando o heterônimo tem características semelhantes ao seu
próprio criador) como Bernardo Soares, Barão de Teive, Vicente Guedes, José
Pacheco, Pero Botelho, Antônio Mora, entre outros. Um gênio...
Em relação ao nome há outros elementos facultativos como: a) nome
vocatório: designação pela qual a pessoa é conhecida (ex: Aghata Cristie no
lugar de Dame Agatha Mary Clarissa Miller Cristie Mallowan; Pontes de Miranda
no lugar de Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, etc.); b) axiônimo:
designação que se dá à forma cortês de tratamento ou à expressão de
reverência (ex: Excelentíssimo, Professor, Doutor, ou que representam os
títulos de nobreza ou eclesiásticos: Duque, Visconde, Bispo, Monsenhor, etc.);
c) alcunha (ou epíteto) é o apelido, geralmente tirado de uma particularidade
física, moral ou de uma atividade (ex.: Tiradentes, Zé do Caixão, etc.); d)
hipocorístico: são os diminutivos (ex.: Zezinho, Glorinha, Cidinha, etc.). Não
tenho visto estas expressões caírem em concursos.

Em regra o nome é imutável. No entanto o princípio da inalterabilidade


do nome sofre diversas exceções em casos justificados. A lei e a
jurisprudência admitem a retificação ou a alteração de qualquer dos seus
elementos. No entanto na prática há um maior rigor quanto à modificação do

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prenome e um menor rigor em relação ao sobrenome. A propósito, vejam a
alteração que a Lei n° 9.708/98 fez na Lei de Registros Públicos (LRP – Lei n°
6.015/73), em especial no art. 58: “O prenome será definitivo, admitindo-se,
todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios”. O parágrafo único
deste mesmo dispositivo estabelece outra possibilidade: “A substituição do
prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça
decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em
sentença, de Juiz competente, ouvido o Ministério Público”.
Outro exemplo é o previsto no art. 56 da própria LRP que permite que o
interessado, no primeiro ano, após completar a maioridade civil, altere seu
nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a
alteração que será publicada pela imprensa (trata-se da única hipótese legal
em que a alteração do nome não precisa ser motivada). No entanto o art. 57
determina que qualquer alteração posterior de nome, somente será feita por
exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, e por
sentença do Juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e
publicando-se a alteração na imprensa. Vejamos outras situações:
• quando expuser seu portador ao ridículo ou situações vexatórias.
• quando houver evidente erro gráfico (ex.: Nerson, Osvardo, etc.).
• quando causar embaraços comerciais e/ou morais  trata-se da
homonímia (ou homônimo).
• com uso prolongado e constante de um nome diverso do que figura no
registro  admite-se a alteração do nome adicionando-se o apelido ou
alcunha (ex.: Edson Pelé Arantes do Nascimento, Luiz Inácio Lula da
Silva, etc.).
• com o casamento – atualmente o art. 1.565, §1°, CC permite que
qualquer dos nubentes acrescente ao seu, o sobrenome do outro.
• com a união estável  a lei permite que os conviventes adotem o
patronímico de seus parceiros, desde que haja concordância recíproca.
• acréscimo de sobrenome de padrasto ou madrasta: Lei 11.924/09 (“Lei
Clodovil”), que depende de autorização judicial.
• adoção, reconhecimento de filho, divórcio, serviço de proteção de
vítimas e testemunhas, tradução de nomes estrangeiros, etc.
Um fato muito interessante e atual tem sido o caso do transexual. Uma
pessoa pode ter a forma de um sexo (ex: masculino), mas a mentalidade de
outro (feminino). Notem que esta é uma situação diferente da do
homossexual, pois este se sente atraído pela pessoa do mesmo sexo, mas não
tem intenção de mudar de sexo. A jurisprudência vem acompanhando as
modificações havidas nesta área. Atualmente há a possibilidade de cirurgia
para a mudança de sexo em nosso País. Chama-se de transgenitalização a
cirurgia para adaptar o corpo (sexo biológico) à mente (sexo psíquico) da
pessoa. Atualmente há inúmeras decisões judiciais garantindo o direito dos
transexuais de realizar a cirurgia de transgenitalização pelo SUS

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(Sistema Único de Saúde). O Conselho Federal de Medicina reconhece o
transexualismo como um “transtorno de identidade sexual” e a cirurgia como
uma solução terapêutica. Para tanto, editou a resolução 1652 autorizando as
cirurgias de mudança de sexo, mas isto depende muito de caso para caso e de
um acompanhamento médico e psicológico multidisciplinar. A cirurgia traz
reflexos na possibilidade de retificação do assento de nascimento. Não só no
que diz respeito ao nome (prenome), mas também no que concerne ao sexo
(pois se trata de um estado individual, informado pelo gênero biológico). Em
decisão recente, o Superior Tribunal de Justiça entendeu deve ser expedida
uma nova certidão civil, sem que nela conste qualquer anotação sobre a
decisão judicial e nem mesmo o termo “transexual”. Isto porque tais
observações na certidão significariam na continuidade da exposição da pessoa
a situações constrangedoras e discriminatórias. No entanto, a informação de
que o nome e o sexo foram alterados judicialmente deve ser mantida nos
livros cartorários, para não induzir terceiro de boa-fé em erro quando da
habilitação de eventual e futuro casamento. Há quem sustente que nem esta
informação deve ser mantida. Pergunta-se: e se o transexual casar sem
revelar o fato de ser operado? O casamento será realizado da mesma forma,
mas poderá ocorrer a anulação do casamento em razão do erro quanto à
pessoa. Hipoteticamente falando, teríamos uma possibilidade de caracterização
do erro quanto à pessoa do cônjuge.
A propósito, sobre o tema, recentemente vi cair em um exame da OAB
do Distrito Federal a seguinte assertiva, sendo a mesma considerada como
verdadeira: “aquelas pessoas portadoras de uma incontrolável compulsão pela
amputação de um membro específico de seu corpo, em razão do desconforto
de estarem presos em um corpo que não corresponde à verdadeira identidade
física que gostaria de ter, denominam-se wannabes”. Tenho para mim que esta
expressão deve derivar do inglês “wanna” (to want = querer) e “be” (to be =
ser). Ou seja, querer ser algo que não é. Confesso que nunca tinha visto ou
ouvido esta expressão anteriormente. Aprendi resolvendo a questão. Vivendo e
aprendendo...

B) ESTADO
O estado é definido como sendo o modo particular de existir, ou seja, a
soma de qualificações de uma pessoa na sociedade. Apresenta três aspectos:
Individual (ou físico)  refere-se às características pessoais: idade,
sexo, saúde mental e física, altura, peso, etc.
Familiar  indica a situação que a pessoa ocupa na família: a) quanto
ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, divorciado); b) quanto ao
parentesco consanguíneo (pai, mãe, filho, avô, irmão, primo, tio, etc.);
c) quanto à afinidade (sogro, sogra, genro, nora, cunhado, etc.).
Político  identifica a pessoa a partir do local em que nasceu ou de
sua condição política dentro de um País: nacional (nato ou
naturalizado), estrangeiro, apátrida. Obs.: já vi cair em concurso a
expressão heimatlos (de origem alemã), que significa apátrida.

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O estado é regulado por normas de ordem pública. É irrenunciável, pois
não se pode renunciar aquilo que é uma característica pessoal. É uno e
indivisível, pois ninguém pode ser simultaneamente casado e solteiro; maior e
menor, etc. Por ser um reflexo da personalidade, é inalienável, não podendo
ser objeto de comércio. Trata-se de um direito indisponível (não se transferem
as características pessoais) e imprescritível (o decurso de tempo não faz com
que se percam as qualificações pessoais). As ações tendentes a afirmar, obter
ou negar determinado estado, também chamadas de ações de estado (ex.:
investigação de paternidade, divórcio, etc.). Estas ações são
personalíssimas.

C) DOMICÍLIO
O conceito de domicílio (domus, em latim, significa casa) surge da
necessidade legal que se tem de fixar as pessoas em determinado ponto do
território nacional, onde possam ser encontradas para responder por suas
obrigações. Exemplo: vou ingressar com uma ação judicial! Onde essa ação
será proposta? Resposta: em regra no domicílio do réu. E se uma pessoa
morre, onde deve ser proposta a ação de inventário? Resposta: no último
domicílio do “de cujus” (falecido). E assim por diante... O conceito de domicílio
está sempre presente em nosso dia-a-dia, mesmo que não percebamos.
Inicialmente, devemos fazer a seguinte distinção:
a) Moradia ou habitação: é o local onde a pessoa se estabelece
provisoriamente, sem ânimo de permanecer; é uma relação bem frágil entre
uma pessoa e o local onde ela está (ex: alugar uma casa de praia por um mês,
aluno que ganha uma bolsa de estudos por três meses na França, etc.).
b) Residência: é o lugar em que o indivíduo se estabelece
habitualmente, com a intenção de permanecer, mesmo que dele se ausente
temporariamente; trata-se de uma situação de fato.
c) Domicílio: é a sede da pessoa, tanto física como jurídica, onde se
presume a sua presença para efeitos de direito e onde exerce ou pratica,
habitualmente, seus atos e negócios jurídicos. É o lugar onde a pessoa
estabelece sua residência com ânimo definitivo de permanecer (art. 70,
CC), convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos
ou de sua atividade pessoal; trata-se de um conceito jurídico. Por isso está
previsto em diversos dispositivos esparsos em nossa legislação. Vejamos
alguns:
art. 7°, LINDB: A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e
os direitos de família.
art. 327, CC: o pagamento, de uma forma geral, deve ser feito no
domicílio do devedor (se o contrário não estiver previsto no contrato).
art. 1.785, CC: a sucessão abre-se no lugar do último domicílio do
falecido.

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art. 94, Código de Processo Civil: a ação fundada em direito pessoal e a
ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em
regra, no foro do domicílio do réu.
O domicílio possui dois elementos
a) Objetivo: é o estabelecimento físico da pessoa; a fixação da
residência.
b) Subjetivo: é a intenção, o ânimo de ali permanecer em definitivo (a
doutrina chama isso de animus manendi). Se uma pessoa viajou de
férias para a praia, evidentemente que seu domicílio não foi alterado,
pois falta a intenção de permanecer definitivamente neste local.

Regra Básica: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela


estabelece a residência com ânimo definitivo (art. 70, CC). É também
domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à
profissão, o lugar onde esta é exercida (art. 72, CC).

Outras Regras
A) Uma pessoa pode residir em mais de um local, tomando apenas
um como sendo o centro principal de seus negócios; este local então será o
seu domicílio. Mas se a pessoa tiver várias residências, onde alternadamente
viva, sem que se possa considerar uma delas como sendo o seu centro
principal, o domicílio pode ser qualquer delas → o Brasil adotou o sistema da
pluralidade domiciliar (art. 71, CC).
B) Pode ocorrer que uma pessoa não tenha uma residência habitual; ela
não tem um ponto central de negócios. O exemplo clássico é o dos circenses e
ciganos que a cada momento estão em uma localidade diferente (a doutrina os
chama de adômidas). O domicílio destas pessoas então será o lugar onde elas
forem encontradas (art. 73, CC). É o chamado domicílio aparente ou
ocasional. Trata-se de uma ficção jurídica, uma hipótese de aplicação da
Teoria da Aparência, pois todo sujeito necessita de um local para ser
encontrado e ter um domicílio.
C) Domicílio profissional: o art. 72, CC considera como domicílio apenas
para efeitos profissionais o lugar onde a atividade é desenvolvida: “É também
domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o
lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão
em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que
lhe corresponderem”.
D) Mudança de domicílio: muda-se o domicílio, transferindo a residência,
com a intenção manifesta de o mudar (art. 74, CC).
Espécies de Domicílio
1) Domicílio Voluntário  escolhido livremente pela própria vontade do
indivíduo e por ele pode ser modificado (geral: art. 70, CC) ou estabelecido
conforme interesses das partes em um contrato (especial: art. 78, CC).

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2) Domicílio Legal (ou necessário)  é a lei que determina o domicílio,
em razão da condição ou situação de certas pessoas. Deixa de existir a
liberdade de escolha do domicílio. Observem o art. 76, CC. Assim:
Incapazes (qualquer tipo de incapacidade): os incapazes têm por
domicílio o de seus representantes legais (pais, tutores ou curadores). A
doutrina costuma chamar de domicílio de origem aquele que o filho
adquire ao nascer ou enquanto ele estiver sob o poder familiar.
Servidor Público: seu domicílio é o lugar onde exerce
permanentemente sua função (não se aplica ao servidor público de
função temporária).
Militar em serviço ativo: o domicílio do militar do Exército é o lugar
onde está servindo; o da Marinha ou da Aeronáutica é a sede do
comando a que se encontra imediatamente subordinado. Aplica-se este
dispositivo, por analogia, também aos Policiais Militares estaduais. O
militar reformado (aposentado) não tem mais este domicílio.
Preso: é o lugar onde a pessoa cumpre a sentença (cuidado: não se
aplica ao preso provisório; é necessário que haja uma decisão
condenatória).
Marítimos (são os oficiais e tripulantes da marinha mercante,
chamados de “marinheiros particulares”): marinha mercante é a que se
ocupa do transporte de passageiros e mercadorias. O domicílio legal é
no lugar onde estiver matriculado o navio.

Observação. O art. 77, CC ainda traz uma situação especial para o


Agente Diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alega
extraterritorialidade, sem indicar seu domicílio no país. Neste caso poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no seu último domicílio.
O domicílio voluntário especial merece um destaque à parte.
Segundo a doutrina ele pode ser subdividido: a) domicílio contratual (art.
78, CC): local especificado no contrato para o cumprimento das obrigações
dele resultantes; b) domicílio (ou foro) de eleição ou cláusula de eleição de
foro (previsto no art. 111 do Código de Processo Civil): escolhido pelas partes
para a propositura de ações relativas às obrigações. Quando se tratar de ação
que verse sobre imóveis a competência é a da situação da coisa. Há uma forte
corrente jurisprudencial negando o foro de eleição nos contratos de
adesão, “quando constitui um obstáculo à parte aderente, dificultando-lhe o
comparecimento em juízo”. Trata-se de uma orientação do STJ, que entende
ser cláusula abusiva, pois ela prejudica o consumidor, uma vez que o obriga
a responder ação judicial em local diverso de seu domicílio (“é nula a cláusula
que não fixar o domicílio do consumidor”). Lembrando que contrato de adesão
(ou por adesão) é aquele que já está pronto, elaborado de forma unilateral. Ou
você assina (adere) o contrato da forma como que ele foi redigido ou o mesmo
não sai. Não é possível ficar discutindo cláusulas contratuais. Por tal motivo a
tendência é não ser possível colocar o foro ou domicílio de eleição no contrato
(até porque ele não foi eleito; foi imposto por uma das partes).

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Domicílio Pessoa Natural – Resumo

Regra = lugar onde estabelecer residência com ânimo definitivo


(muda-se o domicílio transferindo a residência).

Quando possui diversas residências = qualquer delas será o domicílio.

Quanto às relações concernentes à profissão = lugar onde a profissão


é exercida.

Quanto às relações concernentes à profissão em lugares diversos =


cada um deles constituirá domicílio.

Sem residência habitual = lugar onde for encontrada.

Agente diplomático do Brasil citado no estrangeiro = poderá ser


demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território
brasileiro onde o teve.

Domicílio Necessário

Incapaz = representante ou assistente.

Servidor público = onde exercer permanentemente suas funções.

Militar (em geral) = onde servir.

Militar da Marinha ou Aeronáutica = sede do comando a que se


encontrar imediatamente subordinado.

Marítimo = onde o navio estiver matriculado.

Preso = onde estiver cumprindo a sentença.

FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL


Como vimos o início da personalidade se dá com o nascimento com vida,
acompanhando o indivíduo durante toda a sua vida. E termina com o fim da
existência da pessoa natural, ou seja, com a morte (art. 6°, CC). Verificada a
morte de uma pessoa, desaparecem, como regra, os direitos e as obrigações
de natureza personalíssima (ex.: dissolução do vínculo matrimonial, relação de
parentesco, etc.). Já os direitos não personalíssimos (em especial os de
natureza patrimonial) são transmitidos aos seus sucessores.
Num sentido genérico podemos dizer que há três espécies de morte:
a) real; b) civil; c) presumida. A doutrina acrescenta também a hipótese da
Lei n° 9.140/95 que reconheceu como mortos, para todos os efeitos legais
(morte legal), os “desaparecidos políticos”.

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MORTE REAL  A personalidade civil termina com a morte física, deixando o
indivíduo de ser sujeito de direitos e obrigações. A morte, portanto, é o
momento extintivo dos direitos da personalidade. A morte real se dá com o
óbito comprovado da pessoa natural. Tradicionalmente isso ocorre com a
parada total do aparelho cardiorrespiratório. No entanto, a comunidade
científica mundial, assim como o Conselho Federal de Medicina tem afirmado
que o marco mais seguro para se aferir a extinção da pessoa física é a morte
encefálica, inclusive para efeito de transplante (Lei n° 9.434/97 – Lei de
Transplantes). Isso porque a morte encefálica é irreversível.
Inicialmente exige-se um atestado de óbito (para isso é necessário o
corpo), que irá comprovar a certeza do evento morte, devendo o mesmo ser
lavrado por profissional registrado no Conselho Regional de Medicina. Na
ausência deste a Lei n° 6.015/73 (Lei de Registros Públicos), permite que a
declaração de óbito possa ser feita por duas testemunhas. Com este
documento é lavrada a certidão de óbito, por ato do oficial do registro civil
de pessoa natural, sendo esta a condição para o sepultamento.
Na falta do corpo, recorre-se aos meios indiretos de comprovação morte
real (também chamada de justificação judicial de morte real). Isto está
disciplinado no art. 88 da Lei n° 6.015/73 (Lei de Registros Públicos): "Poderão
os juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas
desaparecidas em naufrágios, incêndio, terremoto ou outra qualquer
catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não
for possível encontrar o cadáver para exame". Se um avião explode matando
todos os passageiros, há o óbito comprovado de todos; entretanto, pode ser
que não tenhamos os corpos de todos os passageiros. Mesmo assim podemos
dizer que houve a morte real, pela justificação judicial: não foram encontrados
todos os corpos, mas há certeza da morte de todos.

MORTE CIVIL  A morte civil era a perda da personalidade em vida. A pessoa


estava viva, mas era tratada como se estivesse morta. Geralmente era uma
pena aplicada a pessoas condenadas criminalmente, em situações especiais.
Atualmente, pode-se dizer ela não existe mais. No entanto, há resquícios de
morte civil. Ex.: exclusão de herança por indignidade do filho, “como se ele
morto fosse” (vejam esta expressão no art. 1.816, CC); embora viva, a pessoa
é ignorada para efeitos de herança.

MORTE PRESUMIDA  Ocorre quando não se consegue provar que houve a


morte real. O tema é tratado inicialmente pelos arts. 6° e 7°, CC.
• O art. 6°, CC é genérico: trata da morte presumida, “quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
definitiva”.
• O art. 7°, CC é bem específico: citando situações em que se declara a
morte presumida, sem decretação de ausência.

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Vejamos primeiro o art. 6°, CC, que é bem mais complexo, pois exige
a declaração de ausência, que está prevista nos arts. 22 a 39, CC. Ausência é
o desaparecimento de uma pessoa do seu domicílio. A pessoa que deixa de dar
notícias de seu paradeiro por um longo período de tempo, sem deixar um
representante (procurador) para administrar seus bens (art. 22, CC). Os
efeitos da morte presumida são patrimoniais (protege-se o patrimônio do
ausente) e alguns pessoais (ex.: o estado de viuvez do cônjuge do ausente). A
ausência só pode ser reconhecida por meio de um processo judicial
composto de três fases: a) curadoria de ausentes; b) sucessão provisória; c)
sucessão definitiva. Vejamos.

PRIMEIRA FASE: Declaração de Ausência. Art. 22, CC. Ausente uma


pessoa, qualquer interessado na sua sucessão (e até mesmo o Ministério
Público) poderá requerer ao Juiz a declaração de ausência e a nomeação de
um curador, obedecendo a ordem do art. 25, CC. Trata-se da curadoria dos
bens do ausente. Os bens são arrecadados e entregues ao curador apenas
para os mesmos sejam administrados (não há efeitos pessoais). Durante um
ano (no caso do ausente não deixar representante ou procurador) devem-se
expedir editais convocando o ausente para retomar a posse de seus haveres.
Com a sua volta opera-se a cessação da curatela, o mesmo ocorrendo se
houver notícia de seu óbito comprovado. No entanto, se o ausente deixou um
representante para cuidar de seus interesses, aquele prazo (de um ano) eleva-
se para três anos.
SEGUNDA FASE: Sucessão Provisória. Art. 26, CC. Se o ausente não
comparecer no prazo (um ou três anos, dependendo da hipótese), poderá ser
requerida e aberta a sucessão provisória e o início do processo de inventário
e partilha dos bens. No processo de ausência a sentença do Juiz é dada logo
no início do processo, para que se inicie a sucessão provisória. Mas esta
sentença determinando a abertura da sucessão ainda não produz efeitos de
imediato. O art. 28, CC prevê uma cautela a mais. Ou seja, concede um prazo
de mais 180 dias para que o ausente reapareça e tome conhecimento da
sentença que determinou a abertura da sucessão provisória de seus bens.
Assim, a sentença somente irá produzir efeitos 180 dias após sua publicação
na imprensa. Trata-se, digamos, de uma “última chance” que se dá ao
ausente. Após este prazo, a ausência passa a ser presumida. Nesta fase cessa
a curatela dos bens do ausente. É feita a partilha dos bens deixados e agora
são os herdeiros, de forma provisória e condicional (e não mais o curador) que
irão administrar os bens, prestando caução (ou seja, dando garantias de que
os bens serão restituídos no caso do ausente aparecer). No entanto, se estes
herdeiros forem descendentes, ascendentes ou cônjuge do ausente, não
necessitam prestar a caução.
Nesta fase os herdeiros ainda não têm a propriedade; exercem apenas a
posse dos bens do ausente. Apenas se antecipa a sucessão, sem delinear
definitivamente o destino dos bens desaparecido. Por isso os sucessores ainda
não podem vender os bens. Os imóveis somente podem ser vendidos com
autorização judicial. A sucessão provisória é encerrada se o ausente retornar

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ou se comprovar a sua morte real. Convém acrescentar que o descendente, o
ascendente e o cônjuge (herdeiros necessários) que forem sucessores
provisórios do ausente e estiverem na posse dos bens terão direito a todos os
frutos e rendimentos desses bens. Ex.: Uma pessoa foi considerada “ausente”;
era proprietário de duas casas e uma fazenda. Seu filho entrou na posse dos
bens: mora em uma das casas, alugou a outra e tornou a fazenda
extremamente produtiva. Se seu pai retornar posteriormente, o filho não será
obrigado a restituir os aluguéis que recebeu com a casa e nem o que lucrou
explorando a fazenda. Já os demais sucessores (ex.: irmãos, tios, sobrinhos,
etc.) terão direito somente à metade destes frutos ou rendimentos.
TERCEIRA FASE: Sucessão Definitiva. Art. 37, CC. Após 10 (dez)
anos do trânsito em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória,
sem que o ausente apareça, será declarada a morte presumida. Nesta
ocasião converte-se a sucessão provisória em definitiva. Os sucessores
deixam de ser provisórios, adquirindo a propriedade plena (ou o domínio) e a
disposição dos bens recebidos. Porém esta propriedade é considerada
resolúvel. Isto é, se o ausente retornar em até 10 (dez) anos seguintes à
abertura da sucessão definitiva terá direito aos bens, mas no estado em que se
encontrarem. Ou então terá direito ao preço que os herdeiros houverem
recebido com sua venda. Se regressar após esse prazo (portanto após 21 anos
de processo), não terá direito a mais nada.
É interessante acrescentar que o art. 38, CC possibilita se requerer a
sucessão definitiva provando-se que o ausente conta com 80 anos de idade e
que de cinco datam as últimas notícias dele.
É nesta fase (na sucessão definitiva, ou seja, até 10 anos após o trânsito
em julgado da sentença de abertura da sucessão provisória) que também se
dissolve a sociedade conjugal, considerando-se rompido o vínculo
matrimonial. É o que prevê o art. 1.571, §1° do CC. Neste caso o cônjuge
será considerado viúvo (torna-se irreversível a dissolução da sociedade
conjugal), podendo se casar novamente.
No entanto este cônjuge não precisa esperar tanto tempo para se casar
novamente. Mesmo antes de ser considerado viúvo ele pode ingressar com um
pedido de divórcio, atualmente, com a edição da Emenda Constitucional n°
66/2010, muito mais simples e sem necessidade de aguardar prazos.
Divorciada, a pessoa já está livre para convolar novas núpcias.

Resumindo
a) Ausência (curadoria dos bens do ausente): 01 ou 03 anos,
dependendo da hipótese (com ou sem representante), arrecadando-se os
bens que serão administrados por um curador.
b) Sucessão Provisória: é feita a partilha de forma provisória,
aguardando-se 10 anos.
c) Sucessão Definitiva: na abertura já se concede a propriedade plena e
se declara a morte (presumida) do ausente. Seu cônjuge é reputado

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viúvo. Aguardam-se mais dez anos. Se o ausente retorna recebe os bens
existentes no estado em que se acharem (ou o preço em seu lugar).
d) Fim.
Vejamos no gráfico abaixo, a demonstração das fases do processo.

Desaparecimento Início do Processo Morte Presumida Fim

1 ou 3 anos 10 anos 10 anos


Ausência Sucessão Sucessão
Curadoria Provisória Definitiva

A hipótese do art. 7°, CC, é bem mais fácil, pois permite a declaração
da morte presumida sem decretação de ausência. Isto é assim para
melhor viabilizar o registro do óbito, resolver problemas jurídicos e regular a
sucessão causa mortis. Vejamos as duas situações excepcionais:
For extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
Pessoa desapareceu em campanha ou feito prisioneiro e não foi
encontrado até dois anos após o término da guerra.
A declaração de ausência nestes casos somente poderá ser requerida
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar
a data provável do falecimento. Com a declaração de ausência nas hipóteses
previstas, abre-se a sucessão definitiva. O patrimônio do “morto presumido” se
transforma em herança, sendo que os herdeiros já podem ter a posse dos
bens.

COMORIÊNCIA
Comoriência é o instituto pelo qual se considera que duas ou mais
pessoas morreram simultaneamente, sempre que não se puder averiguar qual
delas pré-morreu, ou seja, quem morreu em primeiro lugar. Art. 8°, CC: “Se
dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos”. Ex.: um avião caiu e todos os passageiros
faleceram no acidente; nesse caso vamos presumir que todos eles morreram
no mesmo momento. Comoriência também é chamada de morte simultânea.
Trata-se de uma presunção relativa (juris tantum), ou seja, que admite
prova em contrário.
Aplica-se o instituto da morte simultânea sempre que houver uma
relação de sucessão hereditária entre os mortos. Se não houver esta
relação também não haverá qualquer interesse jurídico na questão. A
consequência prática é que se os comorientes forem herdeiros uns dos
outros, não haverá transferência de bens e direitos entre eles; um não
sucederá o outro. Abrem-se cadeias sucessórias distintas e autônomas.

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Exemplo: vamos supor que um casal esteja viajando de carro e sofre um


acidente. Eles não têm descendentes e nem ascendentes. Mas cada um tem
um irmão. Se ficar provado que o marido ou a mulher faleceu primeiro no
acidente, não haverá comoriência. No momento da morte do primeiro cônjuge
toda a herança se transmite para o outro cônjuge. E com a morte deste toda a
herança será transmitida somente para o irmão do que morreu por último. Mas
se não se conseguir demonstrar quem morreu primeiro, aplica-se a
comoriência. Neste caso, a herança de ambos é dividida à razão de 50% para
os herdeiros de cada cônjuge (os irmãos), se o regime de bens do casamento
for o da comunhão universal (ou comunhão parcial, mas todos os bens do
casal foram adquiridos na constância do casamento).

Questão Polêmica E se duas pessoas falecerem em locais diferentes, mas


nas mesmas circunstâncias de tempo? Há autores que defendem a posição de que
somente haverá comoriência se as mortes se derem no mesmo acontecimento, lugar
e tempo. Outros (Maria Helena Diniz) afirmam: "Embora o problema da comoriência
tenha começado a ser regulado a propósito de caso de morte conjunta no mesmo
acontecimento, ele se coloca com igual relevância em matéria de efeitos nos
casos de pessoas falecidas em lugares e acontecimentos distintos, mas em datas
e horas simultâneas ou muito próximas. A expressão “na mesma ocasião” não requer
que o evento morte se tenha dado na mesma localidade; basta que haja inviabilidade
na apuração exata da ordem cronológica dos óbitos”.

EFEITOS DO FIM DA PERSONALIDADE


São efeitos do fim da personalidade: dissolução do vínculo conjugal e
do regime matrimonial; extinção do poder familiar; extinção dos contratos
personalíssimos, etc. Outro efeito de suma importância é a extinção da
obrigação de prestar alimentos com o falecimento do credor. Observem que o
credor é a pessoa que estava recebendo a pensão alimentícia; morrendo não
faz mais jus ao benefício e este não se transmite a seus herdeiros. No entanto,
no caso de morte do devedor (que é a pessoa que paga a pensão
alimentícia), os herdeiros deste assumirão a obrigação até as forças da
herança. Trata-se de uma inovação do atual Código, tratada no Direito das
Sucessões.
No entanto, não podemos aplicar o brocardo mors omnia solvit (a
morte dissolve tudo) no Direito Civil. Como vimos, muitos dos direitos de
personalidade se estendem após à morte da pessoa. A vontade do de cujus,
pode sobreviver por meio de um testamento. Ao cadáver é devido respeito.
Os militares e os servidores públicos de uma forma geral podem ser
promovidos post mortem. Alguns direitos ainda permanecem (podendo sofrer
ameaça ou lesão) e devem ser respeitados, sendo tutelados pela lei, como o
direito à imagem, à honra, ao nome, aos direitos autorais, etc.

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CAPACIDADE CIVIL

Embora baste nascer com vida para se adquirir a personalidade, nem


sempre se terá capacidade. Costuma-se dizer que a personalidade é a
potencialidade resultante de um fato natural (nascer com vida); já na
capacidade temos os limites desta potencialidade. Uma frase muito comum na
doutrina (e concursos) é que “a capacidade é a medida da personalidade”. Por
que isso? Como vimos, toda pessoa é capaz de direitos e deveres. Mas em que
medida isso ocorre? A resposta está nas espécies de capacidade. Vejamos.
• Capacidade de direito ou de gozo (ou de aquisição de direito):
própria de todo ser humano; inerente à personalidade. Adquire-se com o
nascimento com vida e extingue-se somente com a morte. É a
capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. "Toda pessoa é
capaz de direitos e deveres na ordem civil" (art. 1°, CC). Nasceu
com vida? Sim! Então tem personalidade. Tem personalidade? Sim!
Então tem capacidade de direito.
• Capacidade de fato ou de exercício da capacidade de direito:
é a capacidade de exercitar pessoalmente (por si mesmo) todos os atos
da vida civil, independentemente de assistência ou representação.

Não caiam em pegadinhas Capacidade de direito (gozo) pressupõe a


capacidade de fato? –Não! Capacidade de fato pode subsistir sem a capacidade
de gozo? –Não!
Resumindo: Toda pessoa natural tem capacidade de direito; é inerente à
personalidade. Quem tem personalidade (está vivo) tem capacidade de direito.
Mas essa pessoa pode não ter a capacidade de fato, pois pode lhe faltar a
plenitude da consciência e da vontade, limitando o exercício (e não o gozo)
dos direitos.

No Brasil não existe a incapacidade de direito.


A capacidade de direito não pode ser negada ao indivíduo, mas pode
sofrer restrições quanto ao seu exercício. Ex.: o “louco”, por ser pessoa
(ele está vivo, possui personalidade), tem capacidade de direito, podendo
receber uma doação; porém não tem capacidade de fato, não podendo vender
o bem que ganhou.
Quem possui as duas espécies de capacidade (de direito e de fato) tem a
chamada capacidade plena. (capacidade plena = capacidade de direito +
capacidade de fato).
Quem só possui a de direito tem a chamada capacidade limitada. A
incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil (em outras
palavras: é uma restrição ao poder de agir). Visa proteger os que são
portadores de alguma deficiência jurídica apreciável, graduando a forma de

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proteção: pode ser absoluta ou relativa. Veremos todas as hipóteses mais
adiante.

Por ora fiquemos com o seguinte resumo:


• Incapacidade Absoluta → Pessoas completamente privadas
(proibição total) de agir na vida civil. A deficiência pode ser suprida (o
ato pode ser praticado) pela representação. Ou seja, os
representantes legais é que vão praticar o ato em nome do incapaz,
pois este não manifesta a sua vontade. A falta de representação no ato
acarreta a nulidade absoluta (ato nulo) do mesmo.
• Incapacidade Relativa → Pessoas relativamente incapazes, ou
seja, que podem atuar na vida civil, embora com restrições. A
deficiência pode ser suprida pela assistência. Ou seja, o próprio
incapaz decide se pratica ou não o ato, manifestando sua vontade. Se
praticar o ato, deve ser assistido por seu representante legal (que
apenas irá presenciar o ato e assinar, junto com o incapaz, a
documentação pertinente). A falta de assistência no ato acarreta a
nulidade relativa (ato anulável) do mesmo.

CAPACIDADE DE FATO
Capacidade é a regra; incapacidade é a exceção. Ou seja, toda
pessoa tem a capacidade de direito (basta estar vivo). E há uma presunção
(relativa) da capacidade de fato, sendo que como a incapacidade é a
exceção, deve ser comprovada. A incapacidade não restringe a personalidade
ou a capacidade de direito; ela apenas limita o exercício pessoal e direto
dos direitos. Sendo uma ressalva ao exercício dos atos da vida civil, a
incapacidade deve ser encarada e interpretada restritivamente, sendo
admitida apenas nas hipóteses previstas expressa e taxativamente na lei
(matéria de ordem pública).

A) ABSOLUTAMENTE INCAPAZES (art. 3°, CC)


Ocorre quando houver proibição total do exercício do direito do incapaz,
acarretando, em caso de violação, a nulidade absoluta do ato jurídico (art.
166, I, CC). Os absolutamente incapazes possuem direitos, mas estes não
podem ser exercidos pessoalmente. Há uma restrição legal ao poder de agir
por si. Por isso estes indivíduos devem ser representadas. São eles:
1) Os menores de 16 (dezesseis) anos (critério etário)  Também
chamados de menores impúberes. Devem ser representados por seus pais
ou, na falta deles, por tutores. O legislador entende que, devido a essa tenra
idade, a pessoa ainda não atingiu o discernimento pleno para distinguir o que
pode ou não fazer.
A venda de um doce para uma criança de 12 anos é um ato válido? Para
alguns autores, rigorosamente, seria um ato nulo, mas tendo-se em vista o
pequeno valor, é socialmente aceito, sendo válido.

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2) Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil  São as
pessoas que, por motivo de ordem patológica ou acidental, congênita ou
adquirida, não estão em condições de reger sua própria pessoa ou administrar
seus bens. Abrange pessoas que têm desequilíbrio mental (ex.: demência,
paranoia, psicopatas, etc.). Para que seja declarada a incapacidade absoluta
neste caso, é necessário um processo de interdição. Trata-se de uma
medida de proteção, em que o Poder Judiciário declara se determinada pessoa
tem ou não a plena capacidade para gerir seus próprios negócios. Pode ser
total ou parcial, dependendo da hipótese concreta. Trata-se de um
procedimento especial de jurisdição voluntária (não há bem uma disputa
entre as partes, porém a intervenção do Juiz é necessária, exercendo-se a
jurisdição no sentido de simples administração). A jurisdição voluntária se
contrapõe à jurisdição contenciosa (que é caracterizada pela disputa entre
duas ou mais partes, que pleiteiam providências opostas ao Juiz). O rito é
previsto pelo Código de Processo Civil e a sentença (de natureza declaratória)
deverá ser registrada no Registro Civil das Pessoas Naturais.
Um ato praticado por uma pessoa portadora de enfermidade mental ainda
não interditada por ser invalidado? Em regra, só depois de decretada a
interdição é que se recusa a capacidade de exercício, sendo nulo qualquer ato
praticado pela pessoa interditada, ainda que a outra pessoa não saiba da
interdição. Isto porque há uma presunção da publicidade da sentença de
interdição e conhecimento geral. Se o ato praticado pelo enfermo mental foi
antes de sua interdição, em regra não se anula o negócio. No entanto,
jurisprudência e a doutrina admitem a produção retroativa dos efeitos da
interdição em hipóteses especiais (requisitos para isso: a) prova da
incapacidade no momento do ato, b) prejuízo ao incapaz, c) má-fé da outra
parte).
Uma vez declarada a incapacidade por sentença, o interditado não
poderá praticar atos jurídicos sem o seu curador. Nosso direito não admite
os chamados “intervalos lúcidos”. Ou seja, se a pessoa praticou o ato após
a sua interdição, este ato é considerado nulo, não se aceitando a
demonstração de que naquele momento, embora interditada, a pessoa estava
lúcida.
3) Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir
sua vontade  O exemplo clássico deste item é o da pessoa que sofreu um
acidente e “está em coma no hospital”. Notem que a previsão legal é genérica
e muito abrangente. Uma hipótese disso é a “intoxicação fortuita”, cujo
exemplo é o famoso golpe “boa noite cinderela”, em que uma pessoa coloca na
bebida de outrem grande porção de substância dopante e aproveita desse
estado para assaltá-la. Lembrando que a intoxicação provocada
voluntariamente não é fundamento para a exclusão da responsabilidade. Em
relação ao surdo-mudo, mesmo não havendo previsão explícita a respeito,
ele está incluído neste inciso, desde que não possa manifestar sua vontade de
forma alguma. O dispositivo pode incluir, também, as pessoas que perderam a
memória, embora de forma transitória e outros casos análogos.

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IMPORTANTE O Código Civil não estende a incapacidade: a) ao


cego, que somente terá restrição aos atos que dependem da visão, como
testemunha ocular de um fato, testemunha em testamentos, etc.; além disso,
o cego somente poderá fazer testamento da forma pública; b) ao analfabeto;
e c) a senilidade ou senectude (pessoa com idade avançada), por si só, não
é causa de restrição da capacidade.

B) RELATIVAMENTE INCAPAZES (art. 4º, CC)


Trata-se de uma situação intermediária entre a incapacidade total e a
capacidade plena. A incapacidade relativa diz respeito àqueles que podem
praticar por si os atos da vida civil, desde que assistidos por seus
representantes legais. O efeito da violação desta norma é gerar a
anulabilidade (ou nulidade relativa) do ato jurídico (art. 171, I, CC),
dependendo da iniciativa do lesado. Certos atos a pessoa já pode praticar sem
assistência e são considerados válidos. Há outras hipóteses em que o ato pode
ser ratificado ou convalidado pelo representante legal, posteriormente. A
grande diferença entre os absolutamente incapazes e os relativamente
incapazes é que no primeiro caso a pessoa não pode praticar o ato, por isso ela
será representada; já na segunda hipótese a pessoa pratica pessoalmente o
ato, sua vontade é levada em conta, mas não pode praticar este ato sozinha,
sendo necessária a assistência. Se houver um conflito de interesses entre o
incapaz e o assistente, o Juiz lhe nomeará um curador especial. São eles:
1) Maiores de 16 anos e menores de 18 anos  Também chamados
de menores púberes. Afirma a doutrina que a sua pouca experiência e
insuficiente desenvolvimento intelectual não lhes possibilitam a plena
participação na vida civil. Eles somente poderão praticar certos atos mediante
assistência de seus representantes, sob pena de anulação. No entanto há
atos que o relativamente incapaz pode praticar mesmo sem assistência. Ex.:
casar (necessitando neste caso apenas de uma autorização de seus pais);
fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único, CC); servir como testemunha
(art. 228, I, CC), inclusive em atos jurídicos e testamentos; aceitar mandato
(ser mandatário); ser eleitor, etc.
O menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, espontaneamente se declarou maior
(art. 180, CC). Explicando: Em um contrato, um rapaz com 17 anos se
passou por maior de 18 anos e assumiu determinada obrigação. Depois, para
não cumprir esta obrigação, alegou ser menor e revelou sua idade verdadeira.
Pela lei o menor não poderá fugir desta obrigação, pois conscientemente
declarou-se maior (não se pode, para eximir de uma obrigação, alegar sua
própria torpeza).
2) Ébrios habituais (alcoólatras), os viciados em tóxicos, e os
que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido  Nestes
casos também deve haver um processo de interdição, onde o Juiz irá
estabelecer os limites da curatela (maior ou menor dependendo do grau de

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comprometimento mental do interditado). A dependência por álcool ou drogas
faz com que a pessoa seja considerada relativamente incapaz. No entanto se o
grau de dependência atingir níveis excepcionais, essa pessoa poderá ser
considerada absolutamente incapaz.
3) Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo  Trata-
se de uma expressão de caráter genérico, abrangendo as pessoas portadoras
de alguma anomalia psíquica que apresentam sinais de desenvolvimento
mental incompleto. Neste caso também é necessário um processo regular de
interdição. O exemplo clássico da doutrina são os portadores da “Síndrome de
Down”.
4) Pródigos  são os que dilapidam os seus bens ou seu patrimônio,
fazendo gastos excessivos e anormais, podendo chegar à miséria. Trata-se de
um desvio de personalidade e não de uma alienação mental propriamente
dita. O exemplo clássico é o da pessoa viciada em jogos de azar, que de forma
compulsiva, dissipa seu patrimônio. Neste caso a pessoa deve ser interditada
para a sua própria proteção, e, em seguida, nomeia-se um curador para
cuidar de seus interesses. O pródigo interditado não pode (sem assistência):
emprestar, transigir, dar quitação, alienar (ou seja, vender, doar, etc.),
hipotecar, agir em juízo (vejam o art. 1.782, CC). Como ele fica privado
somente dos atos que possam comprometer seu patrimônio, ele pode: exercer
atos de mera administração, exercer profissão, etc.
O pródigo pode se casar? Sim ele pode até se casar. O seu curador deve se
manifestar quanto ao regime de bens que será adotado pelo casal, pois a
efeitos patrimoniais, mas não se manifesta sobre a questão meramente
afetiva.

Atenção Índios  O atual Código Civil afirma que a capacidade dos


índios (chamados pela legislação anterior de silvícolas) será regulada por meio
de lei especial (art. 4°, parágrafo único, CC). Portanto, o atual Código não
enquadrou genericamente o índio como absoluta ou relativamente incapaz...
ele será regido por lei especial, que geralmente não está no edital. A Lei n°
6.001/73 (Estatuto do Índio) coloca o índio e sua comunidade, enquanto não
integrado à comunhão nacional, sob o regime tutelar. E o órgão que deve
assisti-los é a FUNAI. Art. 8° São nulos os atos praticados entre o índio não
integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha
havido assistência do órgão tutelar competente. Parágrafo único. Não se aplica a
regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato
praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.

Cuidado com a expressão surdo-mudo. O atual Código não faz menção


expressa a ela. Mas a expressão pode cair... E aí? Como fica a capacidade do
surdo-mudo? –Depende! Se ele tiver discernimento e conseguir expressar sua
vontade, será plenamente capaz. Mas se a questão afirmar que ele não tem
discernimento ou não sabe exprimir sua vontade será absolutamente incapaz.
E se dizer que sua capacidade é reduzida será relativamente incapaz. Assim,
tudo depende do grau de sua expressão. No entanto (por óbvio) eles estão

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impedidos de praticar atos que dependam de audição (ex.: testemunha em
testamento).

TUTELA E CURATELA
A tutela é um instituto de caráter assistencial que tem por finalidade
substituir o poder familiar. Protege o menor (impúbere ou púbere) não
emancipado e seus bens, se seus pais falecerem ou forem suspensos ou
destituídos do poder familiar, dando-lhes representação ou assistência no
plano jurídico. Pode ser oriunda de provimento voluntário, de forma
testamentária, ou em decorrência da lei. Observem que o tutor pode
representar o incapaz (se este for menor de 16 anos) ou assisti-lo (se ele for
maior de 16, porém menor de 18 anos). O tutor pode realizar quase todos os
atos em nome do menor (não poderá emancipá-lo, pois isso depende de
sentença judicial). Observem que poder familiar e tutela são institutos que se
excluem. Somente se o menor não tiver pais é que será nomeado o tutor.
Já a curatela é um encargo público (também chamado de munus)
previsto em lei e que é dado para pessoas maiores, mas que não estão em
condições de realizar os atos da vida civil pessoalmente, geralmente em razão
de alguma enfermidade, deficiência mental ou prodigalidade. O curador além
de administrar os bens do incapaz, deve, também, reger e defender a pessoa.
Decorre de nomeação pelo Juiz em decisão prolatada em processo de
interdição.

Segundo o art. 1.634, V, CC, compete aos pais, quanto à pessoa dos
filhos menores representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento. Segundo o art. 1.747, I, CC, compete ao tutor representar o
menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após essa
idade, nos atos em que for parte. O curador também pode representar ou
assistir o curatelado, dependendo se ele é absoluta (ex.: deficiência mental) ou
relativamente incapaz (pródigo).

Resumindo
• Tutela: amparo a menores órfãos ou com pais suspensos ou
destituídos do poder familiar.
• Curatela: amparo a maiores sem condições de praticar atos da
vida civil.

Capacidade Processual X Capacidade Civil X Legitimação


O art. 7° do Código de Processo Civil prevê que “toda pessoa que se
acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo”. Na
realidade esta capacidade é chamada de genérica e se subdivide em:
a) Capacidade para ser parte em um processo. É inerente a toda
pessoa nascida com vida. Basta ter capacidade de direito para poder ser parte
em um processo.

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b) Capacidade processual. Como vimos, os arts. 3° e 4°, CC enumeram
as pessoas consideradas absoluta e relativamente incapazes (capacidade de
fato). Elas não estão aptas a compreender a dinâmica processual, não podendo
atuar sozinhas nos litígios, ou seja, sem representação ou assistência.
Portanto uma pessoa pode ser parte em um processo e não ter
capacidade processual, pois é absoluta ou relativamente incapaz, devendo ser
representada ou assistida no processo. Ex.: pessoa com 14 anos que pleiteia o
reconhecimento de paternidade. Ela tem a capacidade de ser parte, porém por
ser absolutamente incapaz, não tem capacidade processual, devendo ser
representada por sua mãe no processo.
Assim, quem tem personalidade (e, portanto, capacidade de direito ou de
gozo) pode ser parte em uma demanda judicial, isto é, estar em juízo, integrar
um processo. No entanto, nem toda pessoa que é parte pode praticar os atos
processuais, pois pode lhe faltar a capacidade processual; elas não podem
estar validamente em juízo se não estiverem representadas ou assistidas.
Já legitimação (os examinadores gostam disso para confundir nas
provas) é a aptidão para a prática de determinado ato jurídico, em
virtude de uma situação especial. A falta de legitimação (ou legitimidade)
significa que, mesmo sendo capaz, a pessoa está impedida por lei de praticar
determinado ato. O exemplo clássico e mais simples é o seguinte. Imaginem
um homem casado sob o regime da comunhão de bens que comprou um sítio
quando era solteiro. Após o casamento ele quer vender este sítio. Esse homem
é “absolutamente capaz”. No entanto, mesmo sendo o regime de bens o da
comunhão parcial e ainda que tenha comprado imóvel quando solteiro,
necessitará da chamada outorga conjugal (art. 1.647, I, CC). Somente com
esta outorga é que ocorre a legitimação do negócio. Se ele vender sem a
outorga, o negócio será anulável (art. 1649, CC). Outro exemplo. Imaginem
que esta mesma pessoa tenha três filhos e queira vender o sítio para um
deles. Ele pode fazer isso? Resposta: sim, ele pode... porém, nesse caso ele
necessita do consentimento de todos os demais herdeiros (art. 496, CC). Com
esse consentimento ocorre a legitimação para a venda. Se não houver o
consentimento a venda também poderá ser anulada. Outros exemplos: irmãos,
ainda que capazes, não podem se casar (art. 1.521, IV, CC); o tutor nos pode
adquirir bens do tutelado (art. 1.749, I, CC), pois lhes falta legitimidade..

C) CAPACIDADE PLENA
Cessa a incapacidade ao desaparecerem as causas que a determinaram.
Assim, nos casos de loucura, toxicomania, etc., cessando a enfermidade que a
determinou, pode-se levantar a interdição, cessando a incapacidade. Em
relação à menoridade, a incapacidade cessa no exato dia em que a pessoa
completa 18 anos (art. 5°, caput, CC). Neste momento, desde que possua
capacidade mental para tanto, o indivíduo passará a gerir sozinho todos os
atos da sua vida civil, bem como, poderá ser responsabilizado civilmente pelos
danos causados a terceiros. Finalmente o menor também pode adquirir a
capacidade civil plena pela emancipação, que veremos a seguir.

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Fim da Incapacidade: a) maioridade (18 anos); b) levantamento da
interdição; c) emancipação.

Observação O STJ já pacificou entendimento de que a redução da


maioridade civil não implica cancelamento automático da pensão alimentícia.
Para exonerar-se o pai deve ingressar com ação própria e demonstrar que o
filho tem condições de se sustentar sozinho. Caso contrário tem-se decidido
que a pensão continua até o término da faculdade (em regra aos 24 anos).

Cuidado Não confundir capacidade civil com imputabilidade (ou


responsabilidade) penal, que também se dá aos 18 anos completos. E nem
com a capacidade eleitoral que se inicia, facultativamente, aos 16 anos.

EMANCIPAÇÃO

Emancipação é a aquisição da capacidade plena antes dos 18 anos,


habilitando o indivíduo para todos os atos da vida civil. Permite a antecipação
da capacidade plena
Características: a) pura e simples (não se admitem condições ou termos); b)
irrevogável (uma vez concedida os pais não podem mais revogar); c) definitiva
(se a pessoa se divorciar ela permanece emancipada).

Atenção
01) Em casos raros a emancipação pode ser anulada (ex.: foi baseada
em documentos falsos). Nestes casos, lembrem-se que anular (cancelar ato
inválido) é diferente de revogar (cancelar um ato válido).
02) Emancipar não significa “tornar-se maior”; a emancipação não é
causa de maioridade. Na realidade ela é causa de cessação de
incapacidade ou de antecipação da capacidade de fato (ou de exercício). Por
isso é que se justifica o fato de uma pessoa poder vender sua casa (tem
capacidade para tanto) e não pode tirar carteira de habilitação (o art. 140 do
Código de Trânsito Brasileiro exige que para a condução de veículos
automotores o condutor seja penalmente imputável). O menor, embora
emancipado, continua sendo menor, principalmente para fins penais,
permanecendo como inimputável. Portanto a emancipação não antecipa a
imputabilidade penal (que só ocorre aos 18 anos). No entanto o menor
emancipado pode ser preso civilmente (inadimplemento de pensão
alimentícia).
03) Reforçando: menoridade e incapacidade são conceitos
diferentes. Menoridade é o status da pessoa natural que não conta 18 anos
de vida. Portanto, ser maior ou menor decorre da idade. Já incapacidade é a
restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. Geralmente o menor é
incapaz. Mas pode ocorrer que um menor seja emancipado (é um menor
capaz).

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Adquire-se a emancipação (art. 5°, parágrafo único, CC):
1) Pela concessão dos pais ou apenas de um deles na falta do
outro (emancipação parental ou voluntária)  os pais reconhecem que seu
filho já tem maturidade suficiente para reger sua pessoa e seus bens. Deve ser
concedida pelos pais por instrumento público (escritura) e posteriormente
registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, não sendo
necessária a homologação (validação) pelo Juiz. O menor deve ter, no
mínimo, 16 anos completos. É necessária a anuência de ambos os pais. Na
falta de um deles (morte ou interdição) permite-se que somente o outro
conceda.

Observações
Como este tipo de emancipação é um ato próprio dos pais, desnecessária
a aquiescência do menor para o ato.
O fato de um dos pais deter a guarda judicial do filho não dispensa a
autorização do outro para a emancipação, pois este ainda mantém o
poder familiar sobre o filho, sendo necessário o ato conjunto.
A doutrina e a jurisprudência apontam no sentido de que, para evitar
situações de injustiça, a emancipação voluntária não exclui a
responsabilidade civil dos pais por ilícito cometido pelo menor emancipado
até que ele complete dezoito anos.
Reforço que a emancipação não autoriza que o menor de 18 anos possa
dirigir ou frequentar lugares para maiores de 18 anos.

2) Por Sentença do Juiz  ocorre em duas hipóteses: a) quando um


dos pais não concordar com a emancipação, contrariando a intenção do outro
(conflito de vontades entre os pais); b) quando o menor estiver sob tutela. O
tutor não pode emancipar o menor. Evita-se, assim, a emancipação destinada
apenas para livrar o tutor do encargo. Neste caso a emancipação deve ser feita
pelo Juiz, se o menor tiver 16 anos, ouvido o tutor, com a participação do
Ministério Público, depois de verificada a conveniência para o bem do menor.
3) Pelo casamento  a idade nupcial (ou idade núbil) do homem e da
mulher é de 16 anos. O art. 1.517, CC exige a autorização de ambos os pais,
enquanto não atingida a maioridade. Caso os pais não consintam com o
casamento, ou em havendo divergência entre eles, a autorização poderá ser
suprida pelo Juiz. Após a celebração do casamento, os cônjuges, mesmo que
menores, são considerados emancipados.

Observações
O divórcio, a viuvez e mesmo a anulação do casamento não implicam no
retorno à incapacidade. O casamento nulo pode fazer com que se
retorne à situação de incapaz. Mas ainda assim, se o casamento for
contraído de boa-fé o ato produzirá efeitos de um casamento válido e a
pessoa será considerada emancipada.
somente em casos excepcionais admite-se o casamento de quem ainda
não alcançou a idade núbil (16 anos). Ex.: gravidez. Digamos que uma

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jovem de 15 anos engravidou de seu namorado que tem 23 anos e uma
situação financeira confortável. Eles querem se casar. Mas a jovem ainda
não tem a idade núbil. Neste caso exige-se uma sentença judicial de
suprimento de idade.
A união estável (convivência pública, contínua e duradoura entre homem
e mulher e estabelecida com o objetivo de constituição de família), apesar
de ser reconhecida pela Constituição Federal como entidade familiar e
merecer proteção do Estado e ser equiparada ao casamento em diversos
diplomas legais, não é hipótese de emancipação legal.
4) Pelo exercício de emprego público efetivo  De acordo com a
teoria majoritária a respeito, excluem-se os simples interinos, contratados a
título temporário, diaristas e mensalistas sob o regime da Consolidação da Leis
do Trabalho e os nomeados para cargos em comissão. Também há o
entendimento que deve ser funcionário da administração direta (excluindo-se,
assim, os funcionários de autarquias). Há pouca aplicação prática deste
dispositivo, pois os editais de concursos públicos exigem que o candidato
tenha, no mínimo, 18 anos completos.
5) Pela colação de grau em curso de ensino superior  também há
pouca aplicação prática devido às particularidades de nosso sistema de ensino.
Cuidado com as expressões (erradas): colação em grau em curso de ensino
médio, estar cursando faculdade, etc.
6) Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que em função deles, o menor tenha
economia própria  é necessário que o menor tenha no mínimo 16 anos
completos, pois já revelaria suficiente amadurecimento. Na prática há certa
dificuldade para se provar o que seja "economia própria". Ex.: pessoa que com
16 anos já é um artista, expondo obras em galerias mediante remuneração;
jogador de futebol profissional, etc.

Vamos agora fornecer alguns conceitos rápidos e quadrinhos para


melhor fixar a matéria
Pessoa: é o ente físico ou jurídico suscetível de direitos e obrigações.
Pessoa natural (ou física): é o ser humano, considerado como sujeito de
direitos e obrigações.
Personalidade Jurídica: aptidão genérica para adquirir direitos e
contrair obrigações.
Direitos da Personalidade: direitos subjetivos da pessoa de defender o
que lhe é próprio
Capacidade: medida jurídica da personalidade; maior ou menor extensão
dos direito de uma pessoa.
Incapacidade: restrição legal ao exercício de atos da vida civil. Divide-se
em absoluta e relativa

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Cessação da Incapacidade: quando o menor atinge 18 anos e pela
emancipação.
Emancipação: formas de se adquirir a capacidade civil plena antes da
maioridade.
INCAPACIDADE

ABSOLUTA (art. 3°, CC) RELATIVA (art. 4°, CC)

1. Menores de 16 anos. 1. Maiores de 16 e menores de 18


anos.
2. Enfermidade ou deficiência mental
sem discernimento para a prática de 2. Ébrios habituais, viciados em
atos. tóxico e deficiência mental
(discernimento reduzido).
3. Não puderem exprimir a vontade,
mesmo que por causa transitória. 3. Excepcionais, sem
desenvolvimento mental completo.
4. Pródigos.

EMANCIPAÇÃO (art. 5°, parágrafo único, CC)

1. Concessão dos pais (na falta de um, só a do outro), por instrumento


público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz,
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
2. Casamento.
3. Exercício de emprego público efetivo.
4. Colação de grau em curso de ensino superior.
5. Estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.

REGISTRO e AVERBAÇÃO

O último tópico desta aula diz respeito ao registro. Ele é o meio técnico
de prova legal do estado da pessoa (registro das pessoas) ou da situação dos
bens (registro imobiliário). O registro civil é a instituição que tem por objetivo
imediato a publicidade dos fatos de interesse das pessoas e da sociedade. Sua
função é dar autenticidade, segurança e eficácia aos fatos jurídicos de maior
relevância para a vida e aos sujeitos de direito. Serve para preservar eventual
direito de terceiros; para que estes saibam com quem estão se relacionando
(se a pessoa é solteira ou casada; incapaz e interditada ou plenamente capaz,
etc.). Na realidade, o registro das pessoas naturais é um resumo de toda
nossa vida, espelhando os fatos jurídicos relativos à vida em sua dinâmica.

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Segundo o art. 9°, CC devem ser registrados no Registro Público:
• nascimentos, casamentos e óbitos.
• emancipação por outorga dos pais ou por sentença do Juiz.
• interdição por incapacidade absoluta ou relativa.
• sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

A lei também prevê a averbação de outros fatos importantes no Registro


Público. Trata-se do art. 10, CC. Lembrando que averbação, nestes casos,
apenas esclarece alguma eventual modificação ou complemento no estado
de uma pessoa. Vejamos as hipóteses:
• sentenças que decretam a nulidade ou anulação do casamento,
bem como separação judicial, restabelecimento da sociedade
conjugal (entende parte da doutrina que estes dois últimos itens
estariam revogados em virtude da EC n° 66/2010; de qualquer
forma não se exige mais a separação para a efetivação do divórcio)
e divórcio.
• atos judiciais ou extrajudiciais que declaram ou reconhecem a
filiação.
Obs.: o dispositivo ainda tinha mais um inciso, que tratava sobre a adoção. Ou
seja, a adoção era averbada no registro de nascimento. No entanto este item
foi revogado, pois a adoção agora é regulada pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), sendo que não é mais feita a averbação, mas sim o
cancelamento do registro anterior e a abertura de um novo registro. Os dados
sobre o processo de adoção mantém-se sob sigilo, mas ficam armazenados,
sendo que só o adotado poderá ter acesso aos mesmos.

Vamos dar um exemplo para deixar bem clara a distinção entre


registro e averbação. Duas pessoas se casam. Pelo art. 9°, CC deve ser
lavrado o registro, ou seja, a certidão de casamento. Posteriormente estas
pessoas se divorciam. Pelo art. 10, CC esta situação deve ser averbada no
próprio registro de casamento, pois modifica o registro anterior. Como regra o
registro é o ato principal e a averbação representa um ato secundário que
modificou o principal.

Meus Amigos e Alunos. Após apresentar a matéria em aula, sempre faço um


quadro sinótico que é o resumo da matéria dada. Este é um “esqueleto da
matéria”. Tem a função de ajudar o aluno a melhor assimilar os conceitos
dados em aula. A experiência nos mostra que este quadro é de suma
importância, pois se aluno conseguir memorizar este quadro, saberá situar a
matéria e completá-la de uma forma lógica e sequencial. Portanto após ler
todo o ponto, o quadrinho de resumo deve ser também lido e relido, mesmo
que o aluno tenha entendido a matéria dada. Esta é mais uma forma de
fixação da aula. Além disso, é ótimo para uma rápida revisão da matéria às
vésperas de uma prova.

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SÓ PARA LEMBRAR... De acordo com o cronograma, nossas aulas serão
postadas quinzenalmente. Como ainda não foi publicado o edital, não é
necessária uma correria nas aulas. Leiam sem pressa, façam os exercícios e
tirem suas dúvidas no fórum. Nossa próxima aula será no dia 07 de
março. Até lá...

RESUMO DA AULA
PESSOA. Todo ente físico ou jurídico suscetível de direitos e obrigações. No Brasil
temos duas espécies: naturais e jurídicas. Ambas possuem aptidão para adquirir
direitos e contrair obrigações (sujeito de direitos).

PESSOAS NATURAIS (FÍSICAS)


CONCEITO: é o ser humano considerado como sujeito de obrigações e direitos, sem
qualquer distinção. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (art. 1°,
CC). Compõe: a) personalidade; b) capacidade; c) emancipação.

I. PERSONALIDADE: conjunto de caracteres próprios da pessoa, reconhecida pela


ordem jurídica a alguém; aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações na ordem
civil.
A) Início da Personalidade: nascimento com vida (teoria natalista); mas a lei
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (o que está por
nascer): art. 2°, CC. O nascituro não tem personalidade jurídica, pois
juridicamente ainda não é pessoa. Ele possui expectativa de direito (titula de
direito eventual). Cuidado com a expressão natimorto, pois o vocábulo possui
duplo sentido: aquele que nasceu sem vida OU aquele que veio à luz, com sinais
de vida, mas, logo morreu.
B) Individualização (atributos da personalidade)
1. Nome: sinal exterior pelo qual se designa e se reconhece uma pessoa
perante a sociedade (arts. 16 a 19 do CC). Características: inalienável,
imprescritível e personalíssimo. Elementos: prenome, patronímico
(sobrenome) e agnome (Júnior, Neto, etc.). A lei protege de forma expressa
o pseudônimo. Em princípio o nome é imutável, mas a lei permite inúmeras
exceções (ex.: situações vexatórias, erro gráfico, homônimo, casamento,
etc.).
2. Estado: soma das qualificações de uma pessoa na sociedade. Estado
individual (idade, sexo, saúde mental e física, altura, peso, etc.); Estado
político (brasileiro nato, naturalizado, estrangeiro, etc.); Estado familiar:
quanto ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, etc.), quanto ao parentesco
(pai, mãe, filho, avô irmão, etc.).
3. Domicílio (arts. 70 a 78 do CC). Regra básica: local onde a pessoa se
presume presente para efeitos de direito. Lugar onde se estabelece a
residência com ânimo definitivo (art. 70, CC). É domicílio também, quanto
às relações concernentes à profissão, onde esta é exercida (art. 72, CC).
Elementos: a) objetivo (estabelecimento físico); b) subjetivo (intenção de
ali permanecer). Outras regras: a) pluralidade domiciliar: pessoa com
diversas residências onde alternadamente viva → domicílio será qualquer
delas (art. 71, CC); b) pessoa sem residência habitual → domicílio será o

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local onde for encontrada (art. 73, CC). Domicílio legal ou necessário:
incapaz (absoluta ou relativamente), servidor público, militar, preso e
marítimo (art. 76, CC). Domicílio voluntário especial: a) domicílio
contratual (art. 78, CC) que é o local especificado no contrato para o
cumprimento das obrigações dele resultantes; b) domicílio (ou foro) de
eleição ou cláusula de eleição de foro (previsto no art. 111 do Código de
Processo Civil), que é o escolhido pelas partes para a propositura de ações
relativas às obrigações. Jurisprudência → não se admite o foro de eleição
nos contratos por adesão quando dificultar os direitos do aderente em
comparecer em juízo; considera-se como sendo uma cláusula abusiva e, por
isso, nula. Situação especial: agente diplomático do Brasil citado no
estrangeiro poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto
do território brasileiro onde o teve.
C) Direitos da Personalidade: são os direitos subjetivos da pessoa de
controlar o uso de seu corpo, nome, imagem, aparência ou quaisquer outros
aspectos constitutivos da sua identidade. Com exceção das hipóteses previstas
em lei são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária. Estão previstos nos arts. 11 a 21, que não exaurem a
matéria (são exemplificativos). Direito ao corpo: arts. 13/15, CC; direito ao
nome: arts. 16 a 19, CC; direito à imagem: art. 20, CC; direito à privacidade:
art. 21, CC. A duas formas de proteção: a) preventiva; b) reparatória.
D) Fim da Personalidade
1. Morte Real com corpo (certidão de óbito) ou sem corpo (justificação
judicial: art. 88 da Lei n° 6.015/73 – Lei de Registros Públicos).
2. Morte Civil: não existe mais. Deixou resquícios no Direito das
Sucessões. Ex.: indignidade (art. 1.816, CC)
3. Morte Presumida: efeitos patrimoniais e pessoais. Depende de
processo judicial:
a) Sem decretação de ausência (art. 7°, CC): a) for extremamente
provável a morte de quem estava em perigo de vida; b) pessoa
desapareceu em campanha ou feito prisioneiro e não foi encontrado até
dois anos após o término da guerra.
b) Com decretação de ausência (art. 6°, CC): processo passa por três
fases (arts. 22 a 39, CC): a) Ausência (curadoria dos bens do ausente):
01 ou 03 anos, arrecada-se os bens que serão administrados por um
curador; b) Sucessão Provisória: feita a partilha de forma provisória;
os herdeiros se imitem na posse dos bens do ausente; aguardam-se 10
anos o retorno do ausente; c) Sucessão Definitiva: na abertura já se
concede a propriedade plena dos bens e se declara a morte (presumida)
do ausente. Seu cônjuge é reputado viúvo. Aguardam-se mais dez anos;
d) Fim: após o decurso deste prazo, encerra-se o processo e o ausente,
se retornar, não terá direito a nada.
4. Efeitos da Morte: dissolução do vínculo conjugal e do regime
matrimonial; extinção do poder familiar; extinção da obrigação de prestar
alimentos com o falecimento do credor; extinção dos contratos
personalíssimos, etc. Por outro lado a vontade do de cujus (falecido) pode
sobreviver por meio de um testamento. Além disso, ao cadáver é devido
respeito; os militares e os servidores públicos de uma forma geral podem

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ser promovidos post mortem; permanece o direito à imagem, à honra,
aos direitos autorais, etc.
E) Comoriência: presunção relativa (juris tantum: que admite prova em
contrário) de morte simultânea de duas ou mais pessoas, sempre que não se
puder averiguar quem faleceu em primeiro lugar (art. 8°, CC). Aplica-se o
instituto sempre que houver uma relação de sucessão hereditária. A
consequência prática é que os comorientes não herdam entre si; não há
transferência de bens e direitos entre eles; um não sucede o outro.

II. CAPACIDADE. Aptidão da pessoa para exercer direitos e assumir obrigações, ou


seja, de atuar sozinha perante o complexo das relações jurídicas. Espécies:
Capacidade de Direito e Capacidade de Fato. Quem tem as duas espécies de
capacidade tem a capacidade plena. Incapacidade é a restrição legal ao exercício
dos atos da vida civil.
A) Capacidade de Direito (ou de gozo): própria de todo ser humano; quem
tem personalidade (está vivo) possui capacidade de direito.
B) Capacidade de Fato (ou de exercício): aptidão para exercer por si,
validamente, os atos da vida civil. Subdivide-se em:
1. Absolutamente Incapazes (art. 3°, CC): proibição total de exercício dos
direitos pelo incapaz:
a) menores de 16 anos.
b) enfermidade ou deficiência mental sem discernimento.
c) mesmo por causa transitória, não puderem exprimir a vontade.
2. Relativamente Incapazes (art. 4°, CC): possibilidade de prática
dos atos da vida civil com assistência:
a) maiores de 16 e menores de 18 anos.
b) ébrios habituais, viciados em tóxico e os que por deficiência men-
tal tenham discernimento reduzido.
c) excepcionais, sem desenvolvimento completo.
d) pródigos (os que dissipam seus bens).
3. Cessação da Incapacidade (capacidade plena): maioridade (18 anos -
art. 5°, caput, CC), levantamento da interdição, ou emancipação (art. 5°,
parágrafo único, CC).
Obs. 1: Absolutamente incapazes devem ser representados por seus pais, tutores
ou curadores, que irão praticar o ato em nome do incapaz. Caso o ato seja
praticado sem a devida representação, será considerado nulo.
Obs. 2: Relativamente serão assistidos por seus pais, tutores ou curadores, que
irão assisti-los nos atos da vida civil. Caso o ato seja praticado sem assistência,
será considerado anulável.
Obs. 3: Os índios são regulados por legislação especial (Lei n° 6.001/73 –
Estatuto do Índio). Os surdos-mudos podem ser plenamente capazes, absoluta ou
relativamente incapazes, dependendo da redação da questão quanto à possibilidade
de discernimento e de conseguir se expressar.

III. EMANCIPAÇÃO: aquisição da capacidade plena antes dos 18 anos, habilitando o


indivíduo para todos os atos da vida civil. Definitiva e irrevogável. Art. 5°, parágrafo
único, CC:

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a) voluntária: concessão dos pais (na falta de um deles, apenas a do outro), por
instrumento público (e não particular), independentemente de homologação
judicial, idade mínima: 16 anos.
b) sentença judicial: conflito de vontades entre os pais; menor sob tutela.
c) casamento – idade núbil (homens e mulheres) → 16 anos.
d) exercício de emprego público efetivo.
e) colação de grau em curso de ensino superior.
f) estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego,
com economia própria → 16 anos.

IV. Devem ser registrados (art. 9°, CC):


• nascimentos, casamentos e óbitos.
• emancipação por outorga dos pais ou por sentença do Juiz.
• interdição por incapacidade absoluta ou relativa.
• sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

V. Devem ser averbados (art. 10, CC):


• sentenças que decretam a nulidade ou anulação do casamento, bem como
separação judicial, restabelecimento da sociedade conjugal (não se exige mais
a separação para a efetivação do divórcio - EC n° 66/2010) e divórcio.
• atos judiciais ou extrajudiciais que declaram ou reconhecem a filiação.

BIBLIOGRAFIA-BASE
Para a elaboração desta aula foram consultadas as seguintes obras:
DINIZ, Maria Helena – Curso de Direito Civil Brasileiro. Ed. Saraiva. DIN-
IZ, Maria Helena – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Interpretada. Ed. Saraiva.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA, Rodolfo Filho – Novo Curso de Direito
Civil. Ed Saraiva.
GOMES, Orlando – Direito Civil. Ed Forense.
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro. Ed. Saraiva. MON-
TEIRO, Washington de Barros – Curso de Direito Civil. Ed. Saraiva. NERY,
Nelson Jr. e Rosa Maria de Andrade – Código Civil Comentado. Ed.
Revista dos Tribunais.
PEREIRA, Caio Mário da Silva – Instituições de Direito Civil. Ed. Forense.
RODRIGUES, Silvio – Direito Civil. Ed. Saraiva.
SERPA LOPES, Miguel Maria de – Curso de Direito Civil. Ed. Freitas Bastos.
SILVA, De Plácido e – Vocabulário Jurídico. Ed. Forense.
VENOSA, Silvio de Salvo – Direito Civil. Ed Atlas.

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EXERCÍCIOS COMENTADOS ESPECÍFICOS DA ESAF

ESAF.01) (ESAF – AFRFB – Auditor-Fiscal – 2009) Se uma pessoa, que


participava de operações bélicas, não for encontrada até dois anos
após o término da guerra, configurada está a:
a) declaração judicial de morte presumida, sem decretação de ausência.
b) comoriência.
c) morte civil.
d) morte presumida pela declaração judicial de ausência.
e) morte real.
COMENTÁRIOS. O art. 7°, inciso II, CC determina que “pode ser declarada a
morte presumida, sem decretação de ausência de pessoa desaparecida em
campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra”. Gabarito: letra “A”.

ESAF.02) (ESAF - Advogado da IRB – Brasil Resseguros – 2008)


Assinale a opção FALSA:
a) o direito à personalidade é o direito da pessoa defender o que lhe é
próprio, como a vida, a identidade, a liberdade, a imagem, a privacidade, a
honra, etc.
b) pessoa idosa poderá sofrer interdição se a senectude originar um estado
patológico, retirando-lhe o necessário discernimento para praticar atos
negociais.
c) o pródigo é considerado, se sofre interdição, relativamente incapaz,
estando privado, sem assistência do curador, da prática de atos que possam
comprometer o seu patrimônio.
d) o direito brasileiro não admite a declaração de morte presumida sem
decretação de ausência, para, em casos excepcionais, viabilizar o registro do
óbito, resolver problemas jurídicos e regular a sucessão causa mortis.
e) o instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de alguma
deficiência jurídica apreciável, graduando a forma de proteção.
COMENTÁRIOS. O que ocorre é exatamente o contrário. O art. 7°, CC admite
a declaração de morte presumida sem decretação de ausência, sempre que for
extremamente provável a morte de alguém que estava em perigo de vida e se
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado
até dois anos após o término da guerra. A alternativa “a” está correta, pois
adquirindo a personalidade, o ser humano adquire o direito de defender o que
lhe é próprio, como sua integridade física (vida, liberdade, identidade,
alimentos, etc.), intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica,
artística e intelectual), moral (honra, segredo pessoal ou profissional,
privacidade, imagem, opção religiosa ou sexual, etc.). É o que se extrai da
Constituição Federal e dos artigos de 11 a 21 do CC. A alternativa “b” está

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correta. A senectude ou senilidade (ou seja, a velhice), por si só, não é causa
de interdição. As pessoas com idade avançada podem realizar os negócios da
vida civil normalmente. No entanto, poderá haver interdição se a velhice
originar de um estado patológico, retirando o discernimento para a prática
desses negócios, como a arteriosclerose, hipótese em que a incapacidade
resulta do estado psíquico e não da velhice propriamente dita. A letra “c” está
correta, pois o pródigo é o que dilapida, dissipa os seus bens ou seu
patrimônio, fazendo gastos excessivos e anormais. Trata-se de um desvio de
personalidade e não de alienação mental. Por isso deve ser interditado,
nomeando-se um curador, que irá assisti-lo, para cuidar de seus bens.
Portanto ele fica privado dos atos que possam comprometer seu patrimônio.
Por fim a letra “e” está exata, quanto à definição de incapacidade, que visa a
proteção, com certa graduação (incapacidade absoluta → art. 3°, CC e
incapacidade relativa → art. 4°, CC). Gabarito: “D”.

ESAF.03) (ESAF – Controladoria Geral da União – Agente de Finanças e


Controle – 2008) Analise os itens a seguir e marque com V a assertiva
verdadeira e F a falsa, assinalando ao final opção correspondente.
( ) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo sofrer exceção e nem o seu exercício sofrer limitação voluntária.
( ) É ampla a permissão do ato de disposição do próprio corpo, inclusive
para fins de transplante, in vida.
( ) O nome da pessoa pode ser empregado por outrem, sem autorização,
em propaganda comercial, desde que não a exponha ao desprezo público.
( ) pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteção que
se dá ao nome.
a) V, V, F, V.
b) F, V, F, V.
c) F, F, V, F.
d) V. F, F, V.
e) F, F, F, F.
COMENTÁRIOS. A afirmação I está errada nos termos do art. 11, CC, pois ele
mesmo admite exceções à regra: com exceção dos casos previstos em lei os
direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo
seu exercício sofrer limitação voluntária. A assertiva II é falsa. Inicialmente
porque a disposição do corpo não é tão ampla com afirma a questão. Os arts.
13 e 14 limitam muito a disposição do próprio corpo. Art. 13. Salvo por
exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons
costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins
de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Art. 14. É válida, com
objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição
pode ser livremente revogado a qualquer tempo. O item III também está

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errado, pois no termos do Código Civil. Confiram os seguintes dispositivos a
respeito: Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda
quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode
usar o nome alheio em propaganda comercial. Finalmente o item IV também é
falso, pois nos termos do art. 19, CC, o pseudônimo adotado para atividades
lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Gabarito: “E” (F,F,F,F).

ESAF.04) (ESAF – Controladoria Geral da União – 2006) Assinale a


opção VERDADEIRA.
a) a capacidade de exercício pressupõe a de gozo e esta não pode subsistir
sem a de fato ou de exercício.
b) artista plástico menor, com 16 anos de idade, que, habitualmente, expõe,
mediante remuneração, numa galeria, não adquire capacidade.
c) a condenação criminal acarreta incapacidade civil.
d) o estado civil é uno e indivisível, pois ninguém pode ser simultaneamente
casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e estrangeiro, salvo nos casos de
dupla nacionalidade.
e) se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra, seus parentes poderão
requerer ao Juiz a declaração de sua ausência e nomeação de curador.
COMENTÁRIOS. O estado de uma pessoa é regulado por normas de ordem
pública, sendo irrenunciável, uno e indivisível, inalienável, indisponível e
imprescritível. A letra “a” está errada, pois afirma que a capacidade de gozo
não pode subsistir sem a capacidade de fato. A situação inversa é a
verdadeira: a capacidade de fato (ou exercício) depende da capacidade de
gozo (ou direito). A letra “b” está errada: a doutrina costuma citar esse
exemplo como causa de emancipação “por estabelecimento civil ou comercial,
ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o
menor com 16 (dezesseis) anos completos tenha economia própria”. A letra “c”
está errada, pois capacidade civil e a criminal são independentes. Finalmente a
letra “e” está errada, pois se alguém desaparecer em campanha ou for feito
prisioneiro, e não for encontrado até dois anos após o termino da guerra, já
pode se declarada a morte presumida sem a declaração de sua ausência (art.
7°, CC). De fato deve haver um requerimento dos interessados (parentes).
Mas não há nomeação de curador, pois esta figura somente aparece na fase de
ausência, fase esta que não existe nesta hipótese. Com a declaração do Juiz,
os bens transmitem-se, de imediato, para os herdeiros. Gabarito: “D”.

ESAF.05) (ESAF – Tribunal de Contas da União – Analista de Controle


Externo – 2006) Aponte a opção FALSA.
a) a capacidade de fato é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil.

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b) o portador de doença neurológica degenerativa progressiva grave, por não
ter discernimento, é tido como absolutamente incapaz, devendo ser
interditado e representado.
c) a capacidade dos índios, pela sua gradativa assimilação à civilização, nos
termos do atual Código Civil, deverá ser regida por leis especiais.
d) admite-se a morte presumida sem decretação de ausência, em casos
excepcionais (ex.: naufrágio), para viabilizar o registro de óbito, resolver
problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e regular a sucessão
causa mortis.
e) a curatela é um instituto de interesse público, ou melhor, é um munus
público, cometido por lei a alguém somente para administrar os bens de
pessoa maior que, por si só, não está em condições de fazê-lo, em razão de
enfermidade mental ou de prodigalidade.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta, pois capacidade de fato é a aptidão
de exercer por si os atos da vida civil. A letra “b” está correta, pois neste caso
a pessoa não tem discernimento. A letra “c” está correta (art. 4°, parágrafo
único, CC). A letra “d” está correta (art. 7°, CC). A letra “e” está errada. E o
erro da questão está na expressão “somente”. O curador deve, além de
administrar os bens do incapaz, também reger e defender esta pessoa e
praticar todos os atos da vida civil enquanto durar a incapacidade. Gabarito:
“E”.

ESAF.06) (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – Área de


Prevenção da Corrupção e Ouvidoria – 2012) Quanto à pessoa natural,
personalidade, capacidade e direitos da personalidade, é CORRETO
afirmar que
a) a menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil, cessando a incapacidade,
para os menores que estiverem cursando o nível superior.
b) denomina-se comoriência a presunção simultânea de morte, se dois ou
mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se
algum precedeu aos outros.
c) paciente com risco de vida, mesmo consciente, não pode se negar a
tratamento médico, mas pode se negar a intervenção cirúrgica.
d) são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil
os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os deficientes mentais.
e) é válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, não podendo ser
revogada.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois cessa a incapacidade pela
colação de grau em curso superior (art. 5°, parágrafo único, IV, CC). A letra
“b” está correta nos termos do art. 8°, CC. A letra “c” está errada, nos termos
do art. 15, CC: Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de

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vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. A letra “d” está errada,
pois os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os deficientes mentais, com
discernimento reduzido são relativamente incapazes (art. 4°, II, CC).
Finalmente a letra “e” está errada, pois o parágrafo único do art. 14, CC dispõe
que ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Gabarito: “B”.

ESAF.07) (ESAF – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) Assinale a
opção incorreta.
a) o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
b) o domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão,
será considerado o lugar onde esta é exercida.
c) nos contratos escritos, não poderão os contratantes especificar como
domicílio o lugar onde exerçam e cumpram os direitos e obrigações deles
resultantes.
d) tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicilio para os atos nele praticados.
e) quanto às pessoas jurídicas, o domicílio do município é o lugar onde
funcione a administração municipal.
COMENTÁRIOS. A alternativa “a” está correta nos termos do art. 70, CC. A
letra “b” está correta nos termos do art. 72, CC. A letra “c” está errada nos
termos do art. 78, CC. A alternativa “d” está certa conforme o disposto no art.
75, §1°, CC. Finalmente a alternativa “e” está correta segundo o art. 75, III,
CC. Gabarito: “C”.

ESAF.08) (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – Correição –


2012) O domicílio é um atributo fundamental para a caracterização da
pessoa natural e jurídica. Nesse sentido, assinale a assertiva CORRETA
a respeito do domicílio, consoante o Código Civil vigente.
a) o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
b) o domicílio do incapaz estudante é o local onde ele estuda.
c) o domicílio da União é a Vara Federal onde ocorre a demanda judicial.
d) o domicílio do Estado do Piauí é a sede da Justiça Federal no Estado.
e) o domicílio do preso é o local no qual sua família reside.
COMENTÁRIOS. A alternativa “a” está correta nos termos do art. 70, CC. A
letra “b” está errada, pois não há previsão legal para o “incapaz estudante”; o
domicílio dos incapazes é o mesmo de seus representantes ou assistentes (art.
76, parágrafo único, CC). A letra “c” está errada, pois o domicílio da União é o
Distrito Federal (art. 75, I, CC). A alternativa “d” está errada, pois o domicílio
dos Estados é a sua respectiva capital (no caso é Teresina, nome dado em
homenagem à imperatriz Teresa Cristina de Bourbon, esposa de D. Pedro II,

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sendo a única capital do nordeste que não se localiza no Oceano Atlântico).
Finalmente a letra “e” está errada, pois o domicílio do preso é o local onde
cumpre a sentença. Gabarito: “A”.

ESAF.09) (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – Correição –


2012) Consoante o disposto no Código Civil vigente, a incapacidade
para os menores cessará
a) por concessão do genitor, independente da anuência da genitora.
b) pelo casamento.
c) pelo exercício da atividade eleitoral de votar.
d) pela colação de grau em curso de nível médio técnico.
e) pelo estabelecimento civil de menor de 14 anos.
COMENTÁRIOS. Art. 5°, parágrafo único, V, CC. Gabarito: “B”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS DE BANCAS VARIADAS


(MAIS ATUAIS)
Observação: como nesta aula tratamos sobre diversos assuntos, tentei
separar os próximos exercícios por tema (personalidade, capacidade,
domicílio e emancipação), situando a matéria de forma mais didática e
evitando que fique “misturada”. Vamos a eles:

A) PERSONALIDADE
A.01) (FCC – TRT/23ª Região/MT – Analista Judiciário – 2011) De
acordo com o Código Civil, os direitos inerentes à dignidade da pessoa
humana são:
a) absolutos, intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados e imprescritíveis.
b) relativos, transmissíveis, renunciáveis, limitados.
c) absolutos, transmissíveis, imprescritíveis, ilimitados, renunciáveis,
impenhoráveis.
d) inatos, absolutos, intransmissíveis, renunciáveis em determinadas
situações, limitados e imprescritíveis.
e) absolutos, intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados e penhoráveis.
COMENTÁRIOS. Nascendo uma pessoa com vida adquire ela a personalidade,
que é a aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações. Desta forma uma
pessoa, embora recém nascida, pode receber uma herança, uma doação, etc.
Adquirindo a personalidade, o ser humano adquire o direito de defender o que
lhe é próprio, como sua integridade física (vida, liberdade, identidade,
alimentos, etc.), intelectual (liberdade de pensamento, autoria científica,
artística e intelectual), moral (honra, segredo pessoal ou profissional,
privacidade, imagem, opção religiosa, sexual, etc.). Lembrem-se: a
dignidade é um direito fundamental, previsto em nossa Constituição,
que também prevê que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e

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a imagem das pessoas, assegurando o direito de indenização pelo dano
material ou moral decorrente dessa violação. Os direitos da personalidade são
direitos que existem para garantir a manifestação da personalidade humana; é
o direito subjetivo ao respeito ao conjunto de características personalíssimas
denominado "personalidade". O art. 11, CC prescreve: “Com exceção dos
casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Os
direitos referentes à personalidade (arts. 11 a 21, CC), portanto, não permitem
que o seu exercício sofra limitação voluntária. Em outras palavras, mesmo que
a pessoa queira, não pode assinar um contrato abrindo mão de sua vida, da
sua integridade física ou moral, etc. Mas em alguns casos expressamente
previstos em lei é possível esta limitação. Exemplo: eu não posso vender a
autoria de um livro; porém eu posso ceder os direitos autorais referentes a
este livro. Apesar do Código Civil se referir apenas a algumas características, a
doutrina costuma relacionar outros exemplos. No caso concreto, a questão
teve um cunho doutrinário. Portanto, podemos arrolar, de uma forma
completa, que os direitos de personalidade são: inatos (ou seja, o direito já
nasce com o indivíduo), absolutos (ou seja, podem ser opostos contra todos,
impondo à coletividade o dever de respeitá-los – costumamos dizer “oponível
erga omnes”), intransmissíveis (não se transmitem – por exemplo – pela
sucessão), indisponíveis (nem mesmo o seu titular pode desprezá-los ou deles
dispor de forma onerosa ou gratuita), irrenunciáveis (que não se pode abrir
mão), imprescritíveis (não correm os prazos prescricionais, podem ser
reclamados judicialmente a qualquer tempo; no entanto não se deve confundir
imprescritibilidade da lesão do direito de personalidade – o exercício do direito
da personalidade é imprescritível – com a prescritibilidade da pretensão
indenizatória de eventual dano decorrente da violação do direito de
personalidade – este prescreve em três anos conforme o art. 206, §3o, V, CC),
impenhoráveis (se não pode ser objeto de cessão, muito menos de penhora) e
inexpropriáveis (ninguém pode removê-los de uma pessoa). Observem que o
art. 11, CC não utiliza a expressão “ilimitados”. Isto é fruto de uma construção
doutrinária. Este termo se refere à impossibilidade de se imaginar um número
fechado de direitos. O que se quer dizer é que não existe um número certo,
determinado ou limitado de direitos. Eles não se resumem ao que está na lei.
Podem existir direitos de personalidade que não estejam previstos
expressamente na lei. A expressão não se refere à extensão do direito
propriamente dito (pois na realidade todos os direitos possuem certos limites...
Costumo sempre citar a seguinte expressão: "o seu direito termina quando
começa o direito de seu próximo"), mas sim à possibilidade de existirem outros
direitos de personalidade que não estejam previstos na lei. Notem que nas
demais alternativas há sempre pelo menos uma palavra errada: a letra “b”
todas as palavras estão erradas; na “c” estão erradas as palavras
‘transmissíveis’ e ‘renunciáveis’; na “d” renunciáveis e limitados e finalmente
na letra “e” penhoráveis. Gabarito: “A”.

A.02) (MPE/SP – Promotor de Justiça – 2012) Por se tratar de direito


da personalidade, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,

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quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes, salvo na seguinte hipótese:
a) em vida, com objetivo científico ou altruístico e de forma gratuita.
b) para se submeter, mediante exigência da família e com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
c) mediante escritura pública irrevogável.
d) independentemente de exigência médica, visando salvar a vida de
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão.
e) para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
COMENTÁRIOS. Segundo o art. 13, CC salvo por exigência médica, é defeso
o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente
da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato
previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial. Gabarito: “E”.

A.03) (OAB/SP – 2009) Os direitos da personalidade são


irrenunciáveis e ...
a) disponíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b) transmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
c) transmissíveis, podendo o seu exercício sofrer, parcialmente, limitação
voluntária.
d) intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária,
salvo exceções previstas em lei.
COMENTÁRIOS. Os direitos da personalidade decorrem da própria pessoa
natural, que compreende, entre outros, o direito à vida, à liberdade, à
privacidade, à intimidade, à honra, ao nome, à integridade física, etc. Com
fundamento no art. 11, CC tais direitos são irrenunciáveis e intransmissíveis,
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária, salvo algumas
exceções previstas na própria lei. O titular do direito pode ceder o exercício (e
não a titularidade) de alguns dos direitos de personalidade (ex.: o direito de
imagem pode ser cedido, a título gratuito ou oneroso durante certo lapso de
tempo). Gabarito: “D”.

A.04) (OAB/SP – 2009) Sobre tutela dos direitos da personalidade


assinale a alternativa CORRETA:
a) falecida a pessoa, cessa a possibilidade de tutela desses direitos.
b) é vedada à pessoa a disposição gratuita do próprio corpo.
c) no ordenamento jurídico brasileiro, não se admite a possibilidade de
alteração do sobrenome.
d) para a manutenção da ordem pública, o Código Civil admite a exposição
da imagem da pessoa sem sua autorização.
e) uma pessoa pode ser constrangida a submeter-se a uma intervenção
cirúrgica, mesmo que esta exponha o paciente a risco de vida.

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COMENTÁRIOS. O direito à imagem é o de não ver a sua efígie exposta em
público ou comercializada sem a sua autorização. Ele é um direito autônomo,
isto é, não precisa, necessariamente, estar ligado a outro direito como a
identidade, honra, etc. (embora muitas vezes estejam ligados entre si). No
entanto em hipóteses especiais a lei permite a exposição da imagem sem
autorização. O art. 20, CC prevê que “salvo se autorizadas ou se necessárias à
administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de
escrito, a transmissão da palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização
da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas a seu requerimento e sem
prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”. A letra “a” está
errada, pois embora o art. 11, CC diga que os direitos personalíssimos sejam
intransmissíveis, há ressalva de “exceções previstas na lei”. Assim, alguns
direitos podem se transmitem com a morte da pessoa (ex.: direitos autorais),
havendo ainda a proteção (ou tutela) dos mesmos. As pessoas que podem
requerer a proteção destes direitos são: os cônjuges, os ascendentes ou os
descendentes (art. 20, parágrafo único, CC). A letra “b” também está errada,
pois o art. 14, CC permite a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou
em parte, com o objetivo científico ou altruístico. Como vimos o nome
(incluindo o prenome e o sobrenome) da pessoa natural pode ser alterado em
diversas situações (alternativa “c” está errada, portanto). Finalmente a letra
“e” está errada, pois o art. 15, CC prevê que ninguém pode ser constrangido a
submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
cirúrgica. Gabarito: “D”.

A.05) (CESPE/UnB – OAB/SP – 2008) Não é própria aos direitos da


personalidade a qualidade de:
a) imprescritibilidade.
b) irrenunciabilidade.
c) disponibilidade.
d) efeitos erga omnes.
e) impenhorabilidade.
COMENTÁRIOS. Cuidado com a forma desta elaboração da questão. O “não”
do cabeçalho pode confundir. Na verdade a questão quer saber qual a
alternativa errada. Como vimos os direitos de personalidade, salvo as exceções
previstas em lei, entre outras características, são imprescritíveis,
irrenunciáveis, possuem efeitos erga omnes (extensíveis a todos) e
impenhoráveis. Portanto não é própria aos direitos de personalidade a
disponibilidade (ou seja, em regra eles são indisponíveis). Gabarito: “C”.

A.06) (FCC – DPE/CE – Defensor Público – 2009) O envelhecimento é


um direito personalíssimo e sua proteção um direito social, razão pela
qual fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos,
urbanos e semiurbanos, a toda pessoa com mais de:
a) 65 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares.

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b) 60 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares.
c) 65 anos, incluindo-se os serviços seletivos e especiais, ainda que
prestados paralelamente aos serviços regulares.
d) 70 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares.
e) 65 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, mesmo quando inexistir
serviços regulares.
COMENTÁRIOS. Esta matéria está prevista na Lei n° 10.741/03 (Estatuto do
Idoso). Ela apenas complementa o Código Civil. Não faz parte da aula, embora
caia em alguns concursos, que exige a lei de forma expressa. Selecionamos
esta questão devido à curiosidade do tema. Estabelece a lei: Art. 39. Aos maiores
de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos
urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares. §1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. §2o Nos veículos de
transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos
assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos. §3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre
60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as
condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste
artigo. Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da
legislação específica: I. a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com
renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; II. desconto de 50% (cinquenta por cento),
no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com
renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos. Parágrafo único. Caberá aos órgãos
competentes definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos
incisos I e II. Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5%
(cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser
posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso. Art. 42. É assegurada a
prioridade do idoso no embarque no sistema de transporte coletivo. Gabarito: “A”.

A.07) (Advogado Contencioso do BNDES – 2009) Desaparecendo


alguém em uma catástrofe, provada a sua presença no local do
acidente e não sendo encontrado o cadáver para exame:
a) será declarado morto à vista após a confecção do Boletim de Ocorrência
registrando o sinistro e de sua apresentação no Cartório de Pessoas Naturais.
b) somente será considerado morto vinte anos depois de passada em julgado
a sentença de abertura da sucessão provisória.
c) se o ausente contar com 70 anos e decorrendo cinco anos de suas últimas
notícias, será declarado morto.
d) poderão os juízes togados, mediante justificação, determinar a lavratura
do assento de óbito.
e) será declarado morto apenas depois de contar oitenta anos de idade e
haverem decorrido cinco anos de suas últimas notícias.

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DIREITO CIVIL: AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
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COMENTÁRIOS. Trata-se da justificação judicial, disciplinada no art. 88 da Lei
n° 6.015/73 (Lei de Registros Públicos). Lembrando que “juiz togado” é uma
expressão da própria lei referindo-se ao Juiz graduado em Direito, aprovado
em concurso de provas e títulos para o ingresso na Magistratura. Toga é o
vestuário especial que o Juiz usa nas audiências (eu, particularmente, costumo
usar nas audiências de julgamento). Gabarito: “D”.

A.08) (CESPE/UnB – FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos –


Analista Jurídico – 2009) Pedro, seu filho Paulo, dez outras pessoas, o piloto
e o copiloto viajavam de avião quando sofreram grave acidente aéreo. Após
vinte dias, a equipe de resgate havia encontrado apenas 10 corpos, em grande
parte, carbonizados, fato que dificultou a identificação, e encerrou as buscas.
Nove corpos foram identificados e nenhum era de Pedro ou de Paulo. A perícia
concluiu pela impossibilidade de haver sobrevivente. Considerando essa
situação hipotética, assinale a opção CORRETA.
a) essa situação configura típico caso de morte civil, que a lei considera
como fato extintivo da pessoa natural.
b) trata-se de morte presumida,
sem decretação de ausência.
c) nessa situação, deve ser declarada a ausência, somente podendo ser
considerado como morto presumido nos casos em que a lei autoriza a
abertura da sucessão definitiva.
d) nesse caso, não há de se falar em comoriência, por tratar-se
de circunstância vedada na legislação vigente.
e) o desaparecimento de Pedro e Paulo impõe preliminarmente a nomeação
de curador para administrar os bens dos ausentes, se houver, devendo o juiz,
de ofício, declarar ambos como ausentes e promover, em seguida a sucessão
provisória.
COMENTÁRIOS. Pessoalmente entendo que o mais fácil seria entrar com
pedido de justificação judicial, nos termos da LRP. No entanto, diante das
alternativas apresentadas a única correta é a letra “b”, nos termos do art. 7°,
CC (morte presumida, sem decretação de ausência). Gabarito: “B”.

A.09) (CESPE/UnB – TRT/1ª Região – Analista Judiciário – 2008)


Antônia, esposa de Fernando, requereu ao juiz competente para tanto que este
declarasse a morte presumida de seu marido, fundamentando seu pedido na
única afirmação de que recebeu a notícia do desaparecimento daquele em
naufrágio de embarcação pequena, ocorrido durante tempestade em alto-mar.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção CORRETA.
a) o pedido deverá ser julgado procedente, visto que a lei prevê a declaração
de morte presumida quando esta for extremamente provável para quem
estava em perigo de morte.
b) a morte presumida só será declarada se Fernando não houver deixado
procurador a quem caiba a administração de seus bens ou, caso tenha
deixado procurador, este não queira continuar exercendo sua obrigação.

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DIREITO CIVIL: AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
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c) a lei só ressalva a possibilidade da declaração de morte presumida para as
situações de desaparecidos em campanha ou prisioneiros que não forem
encontrados até 2 anos após o término de uma guerra.
d) no caso, a consequência do provimento do pedido será a arrecadação de
bens e nomeação de curador, após o que, com o decurso de um ano, será
declarada a morte presumida de Fernando.
e) o pedido não deverá ser provido porque a autora da ação apenas
comprovou a extrema probabilidade de morte e a situação de perigo à vida,
sem, no entanto, ter fundado seu pedido, também, no esgotamento das
buscas e averiguações levadas a cabo para encontrar o desaparecido.
COMENTÁRIOS. O art. 7°, I, CC prevê que poderá ser declarada a morte
presumida, sem decretação de ausência se for extremamente provável a morte
de quem estava em perigo de vida (situação exposta na questão). Porém,
completa o parágrafo único do dispositivo que neste caso a declaração de
morte presumida somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas
e averiguações. Observem que a questão fala que a “única informação” foi o
desaparecimento de Fernando em naufrágio de embarcação ocorrido durante
tempestade em alto-mar. Gabarito: “E”.

A.10) (VUNESP – Magistratura do Estado do Rio de Janeiro – 2011)


Considerando a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de
Justiça, assinale a alternativa correta quanto ao direito de ser
reconhecido como filho, mediante a ação própria de investigação de
paternidade.
a) é imprescritível, por se tratar de direito personalíssimo.
b) prescreve em quatro anos, a contar da maioridade ou emancipação do
filho.
c) somente pode ser intentada após a ação de anulação de registro.
d) somente pode ser proposta se vivo o pai.
COMENTÁRIOS. O direito de ser reconhecido como filho, descobrindo-se sua
origem genética, é um dos direitos da personalidade, de natureza vitalícia, que
não se submete a qualquer prazo prescricional ou decadencial. Gabarito: “A”.

A.11) (FUMARC – TJ/MG – Técnico Judiciário – 2012) Em se tratando


dos bens do ausente, relativamente à sucessão provisória, apenas uma
alternativa é CORRETA. Assinale-a:
a) o excluído da posse provisória, em razão de não ter possibilidade de
prestar caução ou garantias para assegurar a si o exercício da posse do
quinhão que lhe tocaria por sucessão do ausente, poderá, justificando falta
dos respectivos meios, requerer seja-lhe entregue a terça parte dos
respectivos rendimentos desse quinhão.
b) se o ausente retornar, e ficar provado que a sua ausência foi voluntária e
injustificada, perderá ele, em favor do sucessor que foi imitido
provisoriamente na posse do respectivo quinhão, a sua parte nos frutos e
rendimentos.

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c) antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão
dos bens imóveis em títulos garantidos pela União, não havendo consenso
entre os herdeiros para efeito de sua divisão.
d) se durante a posse provisória surgir elementos que indiquem a época
provável do falecimento do ausente, considerar-se-á, a partir de então,
aberta a sucessão em favor dos herdeiros que o eram àquele tempo.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois o art. 34, CC prevê que o
excluído da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe
seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria. A letra “b”
está correta, nos termos do art. 33, parágrafo único, CC. A letra “c” está
errada, pois determina o art. 29, CC que antes da partilha, o juiz, quando
julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a
deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. A
letra “d” está errada, pois prevê o art. 35, CC que se durante a posse
provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á,
nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele
tempo. Gabarito: “B”.

A.12) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2012) Assinale a assertiva CORRETA, segundo o que estabelece o
Código Civil para as situações mencionadas:
a) cessará, para os menores a incapacidade, pela existência de relação de
emprego, desde que, em função desta, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.
b) são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil
os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
c) pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência se
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado
até um ano após o término da guerra.
d) pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei,
sendo que em tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta, ou colateral até o terceiro grau.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta nos termos do parágrafo único do
art. 5°, V, CC. A letra “b” está errada, pois os excepcionais, sem
desenvolvimento mental completo são relativamente e não absolutamente
incapazes (art. 4°, III, CC). A letra “c” está errada, pois o prazo é de dois anos
e não um (art. 7°, II, CC). A letra “d” está errada, pois têm legitimação para
requerer a medida os parentes até o quarto grau (art. 12, parágrafo único,
CC). Gabarito: “A”.

A.13) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros –


2012) O Código Civil, no art. 5°, prevê que o casamento civil faz cessar
para os menores a incapacidade. Portanto:

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I. O menor de 18 anos casado e que não tenha filhos poderá realizar o
divórcio consensual através de escritura pública independentemente da
autorização dos seus pais.
II. Se realizado o divórcio antes de completar 18 anos, o divorciado voltará
a ser incapaz até que complete aquela idade.
III. A união estável também faz cessar a incapacidade do menor de 18
anos.
IV. O casamento do menor de 18 anos pode ser anulado diretamente no
cartório enquanto não completar aquela idade.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) estão corretas as assertivas I, III e IV.
b) todas as assertivas estão corretas.
c) estão corretas as assertivas I, II e III.
d) está correta a assertiva I.
COMENTÁRIOS. Normalmente o fim da incapacidade se opera aos 18 anos,
quando a pessoa se torna apta a praticar todos os atos e negócios da vida
jurídica. Outra forma é a emancipação. E uma das formas de emancipação
(antecipando-se a capacidade plena antes dos 18 anos) é o casamento (art.
5°, II, CC). Com a autorização dos pais, o menor poderá casar-se antes dos 18
e depois dos 16, emancipando-se. A assertiva I está correta, pois o menor de
18 anos, se estiver casado estará emancipado. Por tal motivo poderá divorciar-
se por meio de escritura pública (caso não tenha filhos menores)
independentemente de autorização de seus pais, pois passou a ser responsável
por todos os atos da vida civil. A assertiva II está errada, pois o divórcio não
faz com que a pessoa retorne ao estado de relativamente incapaz. A afirmativa
III está errada, pois não há previsão legal de emancipação do menor pela
união estável; o rol do parágrafo único do art. 5°, CC é taxativo. Finalmente o
item IV está errado, pois a anulação de um casamento somente pode ser
realizada judicialmente, ainda que a pessoa não tenha completado a
maioridade. O art. 10, I estabelece que as sentenças que decretam a nulidade
ou anulação do casamento (...) serão averbadas em registro público.
Gabarito: “D” (somente o item I está correto).

B) CAPACIDADE
B.01) São consideradas absolutamente incapazes pela atual legislação
civil:
I. Os menores de 16 anos.
II. Os maiores de 80 anos.
III. Os silvícolas.
IV. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o
necessário discernimento para a prática desses atos.
V. Os que, por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

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ASSINALE:
a) os itens I, II e IV são considerados corretos.
b) somente o item I está correto.
c) os itens I, IV e V estão corretos.
d) somente o item V está incorreto.
e) todas as alternativas estão corretas.
COMENTÁRIOS. O art. 3°, CC arrola as pessoas que são absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I. os menores de
dezesseis anos; II. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem
o necessário discernimento para a prática desses atos; III. os que, mesmo por
causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Portanto as afirmações
I, IV e V estão corretas. O maior de 80 anos, por si só não é incapaz. A
velhice (senilidade ou senectude), por si só não limita a capacidade da Pessoa
Natural. Esta somente será considerada incapaz se a velhice originar um
estado patológico, uma doença (esclerose mental), hipótese em que a
incapacidade resulta do estado psíquico e não da velhice propriamente dita
(item II errada). A palavra “silvícola” não consta mais do Código Civil. O
Código anterior dizia que o silvícola era relativamente incapaz. O atual, além
de não usar mais este termo, determina que a capacidade do índio será
regulada pela legislação especial (Estatuto do Índio), portanto o item III
também está errado. Gabarito: “C”.

B.02) São absolutamente incapazes os menores de:


a) 16 anos; os que somente não puderem exprimir sua vontade, em razão e
por causa permanente.
b) 18 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; os excepcionais sem
desenvolvimento mental completo.
c) 16 anos; os que por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; os que mesmo por causa
transitória, não puderem exprimir sua vontade.
d) 16 anos; os ébrios habituais; os pródigos; os toxicômanos.
e) 16 anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; os pródigos.
COMENTÁRIOS. Esta alternativa está completa, pois contempla todas as
hipóteses do art. 3°, CC, que trata dos absolutamente incapazes. A alternativa
“a” esta errada, pois fala daqueles que não podem expressar ou exprimir a
vontade somente por causa permanente, no entanto o inciso III do art. 5° fala
em “mesmo por causa transitória não puderem exprimir a sua vontade”. A
letra “b” está errada quanto à idade (o correto seria 16 anos) e no tópico “os
excepcionais sem desenvolvimento mental completo” (pois esta é uma causa
de incapacidade relativa). A letra “d” também está errada, pois os ébrios
habituais, os pródigos e os toxicômanos são causas de incapacidade relativa.

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Finalmente a alternativa “e” também está errada, pois menciona o pródigo,
que é relativamente incapaz. Gabarito: “C”.

B.03) É INCORRETO afirmar que são incapazes, relativamente a certos


atos ou à maneira de exercê-los:
a) os ébrios habituais e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido.
b) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
c) os maiores de 14 e menores de 18 anos.
d) os pródigos.
e) os viciados em tóxicos que por este motivo tenham o discernimento
reduzido.
COMENTÁRIOS. São relativamente incapazes (art. 4°, CC) os: maiores de 16,
mas menores de 18 anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os
excepcionais, sem desenvolvimento mental completo e os pródigos. Portanto o
critério etário (relativo à idade) apontado na questão (entre 14 e 18 anos) está
errado. Observem que todas as demais alternativas estão previstas no
mencionado dispositivo e, portanto, corretas. Gabarito: “C”.

B.04) Uma pessoa com dezenove anos de idade, que sempre trabalhou
na roça, sendo que por esse motivo não teve o seu registro de
nascimento realizado:
a) por não ter sido registrada ainda, não existe juridicamente como pessoa
natural.
b) é pessoa plenamente capaz.
c) é pessoa relativamente incapaz.
d) é pessoa absolutamente incapaz.
e) não será considerada pessoa, nem mesmo se for registrada, pois não há
registro retroativo.
COMENTÁRIOS. O início da personalidade civil da pessoa natural ou física se
dá com o nascimento com vida (art. 2°, CC). E não com o efetivo registro do
nascimento. Para a pessoa física o registro é um ato declaratório, isto é, a
certidão de nascimento somente vai declarar uma situação que já ocorreu (o
próprio nascimento). Veremos na aula sobre pessoas jurídicas que o registro
delas é um ato constitutivo, ou seja, é o registro da pessoa jurídica que faz
com que ela “nasça”. No teste em análise, a pessoa tem 19 anos e não há
nada que limite a sua capacidade. Portanto ela é absolutamente capaz. No
entanto, apesar disso, na prática terá muitos problemas pela falta de registro
(ou certidão de nascimento). Gabarito: “B”.

B.05) (Magistratura – São Paulo – Concurso 171) O Código Civil exige,


para a validade na realização de um ato jurídico, que o agente seja
capaz. Tal disposição legal configura a exigência de que o agente:

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a) tenha capacidade de gozo ou de direito.
b) tenha capacidade de fato ou exercício.
c) seja pessoa física, dotado de personalidade jurídica.
c) somente tenha sempre mais de 18 anos.
d) mesmo menor de 16 anos, seja assistido por seu representante legal.
COMENTÁRIOS. Embora baste nascer com vida para se adquirir a
personalidade, nem sempre se terá capacidade. A capacidade pode ser
classificada em: a) de direito ou de gozo, que é própria de todo ser humano,
inerente à personalidade e que só se perde com a morte. É a capacidade para
adquirir direitos e contrair obrigações; b) de fato ou de exercício que serve
para exercitar por si os atos da vida civil. A capacidade de direito não pode ser
negada ao indivíduo, mas pode sofrer restrições quanto ao seu exercício. A
questão trata da capacidade para os atos jurídicos. Logo está se referindo à
capacidade de fato, ou seja, para exercitar os direitos. Portanto as alternativas
“a” e “c” estão erradas. A alternativa “d” está errada, pois uma pessoa pode
ter mais de 18 anos e ser incapaz (ex.: doente mental); a letra “e” também
está errada, pois o menor de 16 anos deve ser representado (e não assistido)
por seus representantes legais. Gabarito: “B”.

B.06) (FCC – Defensoria Pública do Estado do Ceará – 2009) A


capacidade de fato...
a) da pessoa natural inicia-se com o nascimento com vida, mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
b) da pessoa moral inicia-se com o nascimento com vida, mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
c) é relativa entre os dezesseis e vinte e um anos de idade e absoluta a partir
de então.
d) será absoluta a partir dos dezoito anos incompletos e não é perdida em
razão do envelhecimento.
e) não se apura exclusivamente com base no critério etário.
COMENTÁRIOS. A capacidade de fato realmente não é apurada
exclusivamente com base no critério etário, ou seja, relativo à idade. Há outros
fatores que também são levados em conta (arts. 3° e 4° do CC) como: a
enfermidade ou deficiência mental, impossibilidade (mesmo que transitória) de
expressar a vontade, alcoolismo ou vício em drogas, prodigalidade, etc. A letra
“a” está errada, pois se refere à personalidade e consequentemente à
capacidade de direito (e não de fato ou exercício). A letra “b” está errada, pois
a pessoa moral é a pessoa jurídica, e a personalidade desta tem início com a
inscrição de seu ato constitutivo no respectivo registro (art. 45, CC). A letra “c”
está errada, pois a capacidade relativa é entre os 16 e 18 anos (e não 21 como
na questão), A letra “d” está errada, pois a partir dos 18 anos completos (e
não incompletos) a pessoa passa a ser absolutamente capaz. Gabarito: “E”.

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B.07) (MPE/SP – Promotor de Justiça – 2012) São absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I. Os menores de 16 (dezesseis) anos.
II. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos.
III. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
IV. Os idosos internados em instituição de longa permanência.
V. Os presos, em regime prisional fechado, após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e V.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, II, IV e V.
COMENTÁRIOS. Art. 3°, CC: São absolutamente incapazes de exercer
pessoalmente os atos da vida civil: I. os menores de dezesseis anos;
II. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos; III. os que, mesmo por causa
transitória, não puderem exprimir sua vontade. O idosos (ainda que internados
em instituição de longa permanência) e os presos (ainda que em regime
fechado e após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória) não
perdem a capacidade por estes motivos. Gabarito “B”.

B.08) (FCC – Magistratura do Trabalho – 20ª Região/SE – 2012) Alberto


é viúvo e possui dois filhos, Bernardo de 14 anos e Raul de 20 anos. Com o
casamento de Raul em vista, Alberto pretende vender-lhe um imóvel de sua
propriedade. Em relação a tal venda, é correto afirmar que:
a) o absolutamente incapaz pode ser assistido pelo pai no ato de prestar
anuência à venda.
b) a celebração de venda depende de anuência pessoal do filho menor, sem
necessidade de que seja representado, porque seus interesses são colidentes
com os do pai.
c) tal venda é nula pode determinação expressa da lei.
d) o absolutamente incapaz deverá anuir à venda para que essa seja válida,
representado por curador especial, uma vez que há conflito de interesses.
e) a venda é plenamente válida, desde sua celebração, bastando a aceitação
apenas do filho comprador.
COMENTÁRIOS. A questão é interessante, pois envolve vários aspectos da
capacidade, sendo estes relacionados com o contrato de compra e venda de
imóvel. Inicialmente é de se esclarecer que não é proibida a venda de
ascendentes para descendentes. No entanto, para que este contrato seja

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plenamente válido, é necessário que o cônjuge do alienante (vendedor) e os
demais filhos consintam com tal negócio. Isso para que não sejam
prejudicados na sua futura parte da herança e para que o negócio não traga de
forma disfarçada uma doação. Se esta cautela (anuência de todos) não for
tomada, o negócio é anulável, nos termos do art. 496, CC. No caso concreto
como o problema diz que Alberto é viúvo, bastaria a anuência do outro irmão
(Bernardo). No entanto há um problema, pois Bernardo tem apenas 14 anos (é
absolutamente incapaz). Neste caso, como pode haver um conflito de
interesses entre Bernardo e seu irmão Raul (comprador), bem como seu pai
Alberto (vendedor), para que esta venda seja considerada válida, será
necessária a intervenção de um curador especial, nomeado pelo Juiz, para
representar Bernardo quando da realização do negócio. É o que determina o
art. 1.692, CC, bem como o art. 9°, I, CPC. Geralmente esta nomeação recai
sobre um Advogado de confiança do Juiz. Além disso, haverá a fiscalização do
Ministério Público no ato. Não é necessária a prova de que o pai e o irmão
desejam prejudicar o menor; basta a aparência do conflito de interesses.
Portanto a alternativa correta é a letra “d”. Vejamos as demais. A letra “a” está
errada, pois os absolutamente incapazes não são assistidos, mas
representados por seus representantes legais (art. 1.634, V, CC). A letra “b”
também está errada: exatamente por serem os interesses do menor colidentes
com os de seu pai que ele será representado no ato. A letra “c” está errada,
pois não há determinação expressa no sentido de ser nula tal venda. E a letra
“e” está errada, pois o filho comprador é o maior interessado nesta venda, não
bastando apenas a sua anuência para tornar o negócio válido; é necessário
proteger os interesses do filho menor, com a nomeação de um curador
especial para ele. Gabarito: “D”.

C) DOMICÍLIO
C.01) (FCC – TRT/16a Região/MA – Analista Judiciário – 2009) Pessoa
que seja possuidora de duas residências regulares. O seu domicílio
poderá ser:
a) a localidade em que por último passou a residir.
b) o local de sua propriedade em que começou a residir em primeiro lugar.
c) qualquer das residências.
d) o local onde estiver residindo há mais tempo.
e) somente se o imóvel for de sua propriedade.
COMENTÁRIOS. Qualquer das residências, nos termos do art. 71, CC.
Gabarito: “C”.

C.02) (CESPE/UnB – TJ/RO – Analista Judiciário – Oficial de Justiça –


2012) Assinale a opção CORRETA acerca do domicílio.
a) caso uma pessoa tome posse em cargo público, após aprovação em
concurso, ela não perderá automaticamente o domicílio que antes possuía.
b) o domicílio da pessoa natural que não possui residência determinada ou
cuja residência seja de difícil identificação é determinado por eleição.

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c) considera-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece foro de eleição
em contratos de adesão celebrados por consumidor que seja pessoa física.
d) o domicílio da pessoa jurídica que possui estabelecimentos em cidades
diferentes corresponde à localidade onde funciona a administração.
e) o domicílio da pessoa natural que possui diversas residências onde vive
alternadamente corresponde ao centro de ocupação habitual.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta, pois em primeiro lugar o domicílio
necessário se dá com o exercício (e não posse) em cargo público; além disso,
não há a perda automática do domicílio anterior. A letra “b” está errada, pois o
domicílio da pessoa natural que não possui residência determinada é o local
onde ela for encontrada (art. 73, CC). Não é em qualquer hipótese que a
cláusula que estabelece o foro de eleição nos contratos de adesão é nula de
pleno direito; isso somente ocorre quando constitui um obstáculo à parte
aderente, dificultando-lhe o comparecimento em juízo. A letra “d” está errada,
pois se a pessoa jurídica tiver diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, cada uma deles será considerado seu domicílio. Gabarito: “A”.

C.03) (CESPE – Defensor Público Estadual/PI – 2009) A respeito do


domicílio civil, julgue os itens seguintes.
I. Se alguém puder ser encontrado habitualmente em determinado
endereço, no qual se sabe que pernoita, este será seu domicílio.
II. Ao estabelecer os requisitos para determinação do domicílio civil,
afastando-o do conceito de residência, a lei civil optou por acolher a
unidade de domicílio em oposição à pluralidade adotada em outros
ordenamentos.
III. Pessoa que tenha diversas moradas, sem que se consiga detectar
qualquer habitualidade na sua permanência em qualquer uma delas, pode
ser demandada onde se encontre, conforme a teoria do domicílio aparente.
IV. O domicílio do servidor público é o local onde ele exerce suas funções
com caráter de permanência, de modo que o exercício de cargo de
confiança em caráter transitório não modifica o domicílio original.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS. O gabarito oficial afirmou que somente as afirmativas III e
IV estariam corretas. De fato, o item III está certo, pois se a pessoa não tem
residência, então o seu domicílio será considerado o local onde for encontrada
(art. 73, CC). E o item IV também está correto, pois o art. 76, parágrafo único
estabelece como domicílio necessário do servidor público o lugar onde exercer
permanentemente suas funções; no caso o servidor era em caráter transitório,
não alterando o domicílio original. O item II realmente está errado, pois nosso

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ordenamento admite a pluralidade domiciliar. No entanto, no caso do item I,
tenho minhas dúvidas. Houve uma tentativa para anular a questão sendo que
a banca alegou que no exemplo dado, nos termos do art. 70, CC, o domicílio
da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo
definitivo. Na questão faltou esse “ânimo definitivo”. E o fato de a pessoa
apenas pernoitar em determinado lugar não caracteriza o ânimo definitivo em
residir. Discordo desse entendimento. O art. 73, CC é muito claro no sentido
de que não tendo residência habitual o domicílio da pessoa será no local onde
for encontrada. Ora, se ela pernoita habitualmente em um determinado lugar
conhecido, este poderá ser sim o seu domicílio. Exercícios como esse servem
para demonstrar que nem sempre as provas são “redondinhas”... Gabarito
oficial: “C”.

C.04) (CESPE/UnB – TRT/1ª Região – Analista Judiciário – Execução


de Mandados – 2008) Com base no que determina o CC, julgue os itens
a seguir, acerca do domicílio das pessoas naturais.
I. Considere que Maurício, mesmo mantendo mais de uma residência,
passe dois finais de semana por mês naquela em que vive com sua família.
Nessa situação, o único domicílio de Maurício é a casa em que vive com a
família.
II. Suponha que Renato, advogado, pretenda ajuizar ação com o objetivo
de ver declarada a nulidade de uma cláusula da convenção de condomínio
do prédio em que mora. Nessa situação, Renato pode declarar como
domicílio o seu domicílio profissional, pois é advogado e atuará em causa
própria.
III. A mudança de domicílio é determinada pela transferência de residência
com a intenção manifesta de mudar-se, o que se pode demonstrar tanto
pelas circunstâncias da própria alteração de endereço como por declarações
feitas à municipalidade dos lugares.
IV. A pessoa natural que possui mais de um domicílio profissional pode ser
demandada em qualquer um desses locais, independentemente de haver
correspondência entre a relação profissional e os diversos lugares onde se
exerce a profissão.
V. A pessoa natural que não possuir residência habitual, pode ser
demandada no domicílio de seus pais, se lá for encontrada.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) II e V.
e) III e V.
COMENTÁRIOS. A assertiva I está errada. Se Maurício mantém mais de uma
residência onde alternadamente vive, considera-se domicílio qualquer delas,
nos termos do art. 71, CC. O item II está errado e é bem mais complexo, pois
mistura o conceito de domicilio profissional com o voluntário. De fato, além do

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domicílio escolhido livremente pela pessoa, nosso Código possibilita uma
pessoa ter como domicílio o local relacionado com o seu trabalho. Ocorre que
na afirmação não se cuida de uma situação referente à profissão de Renato
(advocacia, ainda que em causa própria), mas sim uma situação pessoal
(discussão de validade cláusula da convenção de condomínio do prédio em que
mora). Portanto, uma coisa é o local onde Renato irá receber as notificações
referentes à ação que irá propor (vejam o art. 39, I, do Código de Processo
Civil). Outra coisa é o local de seu domicílio pessoal, em que será discutida
eventual nulidade de cláusula condominial. Assim, nos termos do art. 72, CC o
domicílio fixado pelo local de exercício de uma profissão está adstrito às
atividades concernentes a esta profissão (o que não é o caso do enunciado). A
assertiva III está correta nos exatos termos do art. 74 e seu parágrafo único,
CC. A afirmação IV está errada. O art. 72, CC estabelece que é domicílio da
pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta
é exercida. Completa o parágrafo único no sentido de que se ela exercitar
profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as
relações que lhe corresponderem. Portanto a expressão “independentemente”
tornou a questão errada. Finalmente o item V está correto nos termos do art.
73, CC. Concluindo: estão corretos apenas os itens III e V. Gabarito: “E”.

D) EMANCIPAÇÃO
D.01) (ISAE – Procurador da Assembleia Legislativa do Estado do
Amazonas – 2012) Osdro, com dezesseis anos de idade, dirige-se ao Banco
OG S/A, com o intuito de efetuar contrato de conta-corrente, vez que pretende
estabelecer-se como empresário no ramo de vestuário. É surpreendido com a
informação do gerente do Banco de que somente poderia realizar o ato, caso
comparecessem ao local seus pais ou, na ausência deles, os seus
representantes legais. Aduziu Osdro ser órfão de pai e mãe, estando sob a
guarda de sua tia Elena, sua tutora. Diante de tal enunciado, analise as
afirmativas a seguir.
I. Pessoas com dezesseis anos de idade podem praticar atos bancários sem
a representação ou assistência dos seus representantes legais.
II. Havendo guarda judicial, o tutor deve assistir a pessoa protegida, em
atos negociais.
III. Caso fosse realizado o contrato de abertura de conta-corrente, haveria
emancipação do menor.
IV. Somente após caracterizados os atos como empresário é que ocorreria
a emancipação.
V. Aos menores são permitidos alguns atos civis autonomamente, como
aquisição de bens de pequeno valor.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I for verdadeira.
b) se somente as afirmativas III e IV forem verdadeiras.

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c) se somente as afirmativas I, II e III forem verdadeiras.
d) se somente as afirmativas II, IV e V forem verdadeiras.
e) se todas as afirmativas forem verdadeiras.
COMENTÁRIOS. A afirmação I está errada, pois pessoas com 16 anos são
consideradas relativamente incapazes para o exercício de certos atos e a
abertura de conta bancária é uma delas. A assertiva II está correta, pois
Osdro necessitará da assistência de sua tutora para prática de atos negociais.
O item III está errado, pois “abertura de conta corrente” não é uma das
hipóteses de emancipação previstas no art. 5 parágrafo único, CC. A afirmação
IV está certo, pois a emancipação neste caso somente ocorre com a prática de
determinados atos como empresário. Finalmente o item V está correto.
Embora não especificado na lei, não teria cabimento exigir-se a capacidade
plena de uma pessoa para adquirir, digamos, um doce ou um saquinho de
pipoca. Segundo a doutrina trata-se de um fato socialmente aceito, sendo
válido. Direito também é bom senso... Gabarito: “D” (estão corretas as
afirmativas II, IV e V).

D.02) (FCC – TRF/1ª Região – Analista Judiciário – 2008) Maria,


Mariana e Mônica são menores de idade. Considerando-se que Maria
contraiu matrimônio com João; Mariana exerceu emprego público
transitório e Mônica colou grau em curso de ensino médio, cessou a
incapacidade para os atos da vida civil para:
a) Maria e Mônica.
b) Maria e Mariana.
c) Maria, Mariana e Mônica.
d) Mônica.
e) Maria.
COMENTÁRIOS. A questão trata da emancipação da Pessoa Natural, prevista
no art. 5°, CC: A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único.
Cessará, para os menores, a incapacidade pelo(a): I. concessão dos pais, ou
de um deles na falta do outro, mediante instrumento público,
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do Juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II. casamento; III. exercício
de emprego público efetivo; IV. colação de grau em curso de ensino superior;
V. estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria. Somente no caso de Maria é que realmente houve a
cessação da incapacidade para os atos da vida civil. Notem que Maria se casou
e o casamento é uma modalidade de emancipação (inciso II). Mariana exerceu
emprego público transitório, sendo que apenas o emprego público efetivo é
causa de emancipação (inciso III). Já Mônica colou grau em curso de ensino
médio. Mas apenas o curso superior é causa de emancipação (inciso IV).
Gabarito: “E”.

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D.03) É considerado como uma das formas de emancipação:
a) o contrato de trabalho.
b) o ingresso em curso superior.
c) o exercício do direito ao voto.
d) o casamento.
e) o consentimento do tutor mediante instrumento público.
COMENTÁRIOS. O art. 5°, parágrafo único do CC, arrola as hipóteses de
emancipação, sendo certo que o casamento é uma delas. Um contrato de
trabalho (letra “a”) por si só, não emancipa ninguém. Veja a “pegadinha” da
letra “b”: é a colação de grau em ensino superior que emancipa uma pessoa
natural. E não o seu ingresso em curso superior. Por isso que eu sempre digo
que as questões não podem ser lidas de forma afoita. Tenha calma: leia o
cabeçalho com atenção e a seguir todas as alternativas; vá eliminando as mais
absurdas e somente ao final da leitura atenta de todas as alternativas assinale
a que entenda como correta. Continuando: quanto ao exercício do direito de
voto não há previsão legal relacionado com a capacidade civil; logo está
errada. Finalmente deve ser esclarecido que o tutor não pode emancipar seu
representado, pois desta forma ele estaria se livrando de uma obrigação legal
(de um encargo, um munus). Neste caso a emancipação é feita pelo Juiz, se o
menor tiver 16 anos, ouvido o tutor, depois de verificada a conveniência para o
bem do menor. Assim quem emancipa é o Juiz e o tutor deve ser apenas
consultado sobre a possibilidade. Gabarito: “D”.

D.04) Flávia, divorciada, com dezessete anos de idade, celebra um


contrato de locação de um imóvel de sua propriedade, sem a
assistência de seus pais. Pode-se afirmar que o contrato é:
a) nulo em virtude da incapacidade de Flávia, já que com o divórcio a
emancipação perdeu seus efeitos.
b) anulável em virtude da incapacidade de Flávia, já que com o divórcio a
emancipação perdeu seus efeitos.
c) nulo, pois Flávia não atingiu a maioridade.
d) válido, pois Flávia está emancipada.
e) válido, pois em qualquer locação de imóvel basta a idade de dezesseis
anos do locador para sua validade.
COMENTÁRIOS. Apesar de possuir 17 anos e ter celebrado um contrato sem
a assistência de seus, Flávia é divorciada. Logo foi casada. E o casamento é
uma forma de emancipação (art. 5°, parágrafo único, II do CC); o divórcio não
faz com que se perca a emancipação. Logo o negócio é plenamente válido por
ter sido realizado por pessoa emancipada. Gabarito: “D”.

D.05) Assinale a alternativa INCORRETA:

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a) a incapacidade relativa, ao contrário da incapacidade absoluta, não afeta a
aptidão para o gozo de direitos, uma vez que o exercício será sempre
possível com a representação.
b) a emancipação do menor pode ser obtida com a relação de emprego que
proporcione economia própria, desde que tenha 16 anos completos.
c) pode ser declarada a morte presumida, sem decretação da ausência se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
d) a mulher pode casar-se com 16 anos, desde que com autorização dos pais
ou responsáveis.
e) os viciados em tóxicos e os alcoólatras são considerados como
relativamente incapazes.
COMENTÁRIOS. A questão trata de temas variados desta aula. E observem
que a questão pede que seja assinalada a alternativa incorreta. A letra “a”,
realmente está errada, pois a incapacidade relativa é suprida pela assistência
e não pela representação. Além disso, tanto a incapacidade absoluta como a
relativa (espécies de capacidade de fato ou exercício), não afetam a aptidão
para o gozo de direitos (capacidade de direito). A alternativa “b” está correta,
pois o art. 5°, parágrafo único, inciso V do CC permite a emancipação pela
existência de emprego, desde que tenha 16 anos completos. A letra “c”
também está correta, pois o art. 7°, CC permite a declaração de morte
presumida sem decretação de ausência na hipótese narrada na questão. A
letra “d” também está correta, pois tanto a mulher como o homem podem se
casar aos 16 anos, necessitando, para tanto, de autorização dos pais. Trata-se
de um dispositivo referente ao Direito de Família (art. 1.517, CC: O homem e a
mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os
pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade
civil). Acrescente-se que celebrado o casamento de uma pessoa com 16 anos
ocorre a emancipação, cessando a incapacidade e ficando o menor habilitado
para a prática de todos os atos na vida civil (arts. 5° e 1.511, CC). A letra “e”
está correta, pois o art. 4°, II, CC prevê que os ébrios habituais, os viciados
em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido
são relativamente incapazes. Gabarito: “A”.

D.06) Assinale, considerando as normas do Código Civil em vigor,


entre as alternativas seguintes, a CORRETA.
a) a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
provisória.
b) a emancipação pode se dar com a concessão dos pais, com a sentença do
Juiz, ouvido o tutor, nos casos em que não há poder familiar; com o
casamento; com emprego público efetivo, com a colação de grau superior e
com o estabelecimento civil ou comercial com economia própria.
c) o embrião fecundado in vitro e não implantado no útero materno é sujeito
de direito, equiparado ao nascituro, de acordo com a legislação em vigor.

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d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmo não se
dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas.
e) se dois indivíduos falecerem na mesma ocasião, ocorreu o instituto da
comociência em que se presume que a pessoa mais velha morreu primeiro.
COMENTÁRIOS. A alternativa correta trata da leitura atenta do art. 5° e seu
parágrafo único do CC, ou seja, as hipóteses de emancipação. No entanto a
questão como um todo, pode ser considerada perigosa! A letra “a” está errada.
Trata-se de um erro sutil, pois o art. 6°, CC fala em abertura da sucessão
definitiva (e não provisória, como na questão). A letra “c” está incorreta, pois
em que pese algumas posições doutrinárias divergentes, devemos nos ater ao
que diz o texto de nosso Código Civil. O art. 2°, CC prevê que a lei põe a salvo
os direitos do nascituro, nada mencionando sobre embriões e a hipótese da
fecundação in vitro. Portanto não há esta equiparação pela lei. Isto ainda pode
mudar no futuro. Mas atualmente não há equiparação do embrião fecundado in
vitro e ainda não implantado no útero materno com o nascituro propriamente
dito. Além disso, o nascituro não é um sujeito de direitos, pois ainda não
nasceu. A alternativa “d” também está incorreta, pois o art. 19, CC equipara o
pseudônimo ao nome para fins de proteção civil, principalmente sendo a
atividade lícita. A letra “e” está errada, pois o instituto é da comoriência (e não
comociência). Além disso, a presunção (que é relativa, ou seja, admite prova
em contrário) é de que ambos morreram simultaneamente (art. 8°, CC).
Gabarito: “B”.

D.07) (Magistratura do Trabalho – 8a Região/PA – 2011) Diz a lei que


são hipóteses em que cessa a incapacidade dos menores, EXCETO:
a) pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial.
b) pelo casamento.
c) pelo exercício de emprego público efetivo.
d) pela colação de grau em curso de ensino superior.
e) pela existência de relação de emprego, desde que, em função dela, o
menor com quinze anos completos detenha economia própria.
COMENTÁRIOS. O art. 5°, parágrafo único, V, CC determina que a
emancipação, neste caso, se dá se o menor tiver dezesseis anos completos. As
demais alternativas estão previstas no dispositivo citado. Gabarito: “E”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS DE BANCAS VARIADAS


(MAIS ANTIGOS OU ELABORADOS PELO PROFESSOR)

ANTIGAS.01) Sobre os direitos de personalidade, pode-se afirmar que:


a) a pessoa jurídica não é titular de tais direitos, por não ser detentora de
honra.
b) são renunciáveis, podendo seu exercício sofrer limitação voluntária.

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c) é permitida a disposição livre e onerosa do próprio corpo, para quaisquer
fins.
d) embora eles sejam intransmissíveis, o direito de exigir sua reparação
transmite-se aos sucessores.
e) caracterizam-se por serem apenas extrapatrimoniais.
COMENTÁRIOS. Notem, mais uma vez, que o art. 11, CC prescreve que os
direitos de personalidade são intransmissíveis. Mas este próprio artigo faz a
ressalva: “com exceção dos casos previstos em lei”. Vejam como o examinador
gosta das “exceções”. Para a resposta ficar completa e bem fundamentada,
devemos combinar este artigo com o art. 943, CC que prescreve que “o direito
de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança”.
Por isso esta alternativa acabou ficando certa. A letra “a” está totalmente
errada, pois o art. 52, CC assegura às pessoas jurídicas a mesma proteção
cabível para a proteção da personalidade, no que lhes couber. A letra “b” está
errada, pois os direitos da personalidade, como vimos, são irrenunciáveis. A
letra “c” também está errada. Os arts. 13 e 14, CC regulam o tema; observem
o que dispõe o art. 14: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a
disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da
morte”. Assim a disposição do próprio corpo deve ser gratuita e para fins
específicos (e não qualquer finalidade, como ficou na questão). Finalmente a
letra “e” também está errada, não só pela expressão “apenas”, mas porque os
direitos da personalidade podem ser patrimoniais em algumas hipóteses.
Gabarito: “D”.

ANTIGAS.02) (Procurador do Distrito Federal – 2005) Quanto aos


direitos de personalidade, pode-se afirmar:
a) é vedado, seja qual for a hipótese, à pessoa juridicamente capaz, dispor
gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo, pois os direitos
de personalidade, entre os quais se pode citar a integridade física, são
irrenunciáveis.
b) é viável a utilização, por terceiro, da imagem de uma pessoa, desde que
tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, nem se
destine a fins comerciais.
c) pelo Código Civil os direitos de personalidade são irrenunciáveis, porém
são admitidas diversas limitações voluntárias.
d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmo não se
dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas.
e) apenas o titular do direito de personalidade pode exigir que cesse a
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, sendo vedado a qualquer
outra pessoa levar a efeito tais medidas, ainda que o titular do direito de
personalidade já tenha falecido.
COMENTÁRIOS. O art. 5°, XXVIII, “a”, CF/88, combinado com o art. 20, CC
tutelam o direito à imagem, porém não proíbem o seu uso por terceiros se isto

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não atingir a honra, a boa fama, a respeitabilidade, nem se destine a fins
comerciais. A letra “a” está errada, pois o art. 14, CC permite a disposição
gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Já o art.
13 e o seu parágrafo único, CC permite a disposição do próprio corpo, mesmo
estando a pessoa viva, desde que para fins de transplante e desde que não
importe em diminuição permanente da integridade física ou contrarie os bons
costumes. A letra “c” é a mais sutil: ela está errada, pois o art. 11, CC não
admite limitação voluntária ao direito de personalidade; eventuais exceções
são raras e devem estar expressamente prevista na lei. A letra “d” está errada,
pois o art. 19, CC equipara o pseudônimo ao nome para fins de proteção civil.
A letra “d” está errada, uma vez que o pseudônimo, utilizado para atividades
lícitas tem a mesma proteção jurídica que se dá ao nome (art. 19, CC). A letra
“e” está errada, pois o art. 12, parágrafo único do CC prevê que em se
tratando de pessoa falecida, terá legitimidade para proteger sua personalidade
o cônjuge ou qualquer parente em linha reta (que são os descendentes ou
ascendentes) ou colaterais até quarto grau (que são os irmãos, tios, sobrinhos,
primos, etc.), portanto não é só apenas o titular do direito que pode mover
ações judiciais. Gabarito: “B”.

ANTIGAS.03) (FCC – TRF/1a Região – Técnico Administrativo – 2006)


Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de personalidade
são:
a) irrenunciáveis, mas transmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
b) renunciáveis e transmissíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
c) irrenunciáveis e intransmissíveis, mas pode o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
d) renunciáveis e transmissíveis, mas não pode o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
e) irrenunciáveis e intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
COMENTÁRIOS. Trata-se, mais uma vez, do texto literal do art. 11, CC. O
examinador apenas deseja que se complete o texto do cabeçalho com a
alternativa que esteja exatamente de acordo com o dispositivo legal.
Gabarito: “E”.

ANTIGAS.04) (Magistratura do Trabalho – 8a Região/PA – 2007)


Assinale a alternativa CORRETA da disciplina do Código Civil sobre os
direitos de personalidade:
a) os direitos de personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b) é sempre defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes;

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todavia é válida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte,
para depois da morte, com objetivo altruístico ou científico.
c) com a finalidade de preservação do direito à integridade física é possível,
mediante determinação judicial, a adoção coativa de tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica.
d) o nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, desde que presente a
intenção difamatória, bem como, sem autorização, não será utilizado em
propaganda comercial.
e) o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
COMENTÁRIOS. A alternativa “a” está errada por causa da expressão
“sempre”. Notem que o art. 11, CC prevê inicialmente que: “com exceção dos
casos previstos em lei, os direitos de personalidade são intransmissíveis...”. A
letra “b” está errada. Trata-se do mesmo problema da alternativa anterior: a
expressão sempre. Isto porque o art. 13 inicia sua redação prevendo que
“salvo por exigência médica...”. A letra “c” está errada, pois o art. 15, CC
determina que ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Portanto, não há mais a
chamada supremacia do interesse médico-científico, que se invocava em nome
da coletividade. Atualmente adotou-se o Princípio da Autonomia do Paciente. A
alternativa “d” também está errada por uma sutileza. A alternativa utiliza a
expressão “desde que presente a intenção difamatória”. No entanto o art. 17,
CC prevê o direito ao nome, “ainda quando não haja a intenção difamatória”. A
alternativa “e” está correta, pois se trata do texto exato previsto no art. 19,
CC. Gabarito: “E”.

ANTIGAS.05) (OAB/RS – 2006) Em se tratando de direitos da


personalidade, assinale a alternativa CORRETA.
a) na hipótese de manutenção da ordem pública, a lei civil autoriza a
divulgação da imagem da pessoa sem a sua devida e prévia autorização.
b) os direitos da personalidade se enquadram no campo dos direitos
eminentemente relativos.
c) ocorrendo a morte da pessoa, cessa a tutela sobre sua personalidade.
d) não há previsão legal que regule a possibilidade de alteração do
sobrenome da pessoa.
e) o elemento que permite integrar o nome, objetivando distinguir pessoas
de uma mesma família com nomes iguais denomina-se codinome.
COMENTÁRIOS. O art. 20, CC determina que “salvo se autorizadas, ou se
necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins

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comerciais”. Portanto é possível, em casos especiais, a divulgação da imagem
da pessoa sem a sua devida e prévia autorização. A letra “b” está errada, pois
segundo a doutrina tais direitos são absolutos, ou seja, podem ser opostos
contra todos. A letra “c” está errada, pois tanto o parágrafo único do art. 12,
CC, como o parágrafo único do art. 20, CC, preveem que ao morto também há
proteção dos direitos de personalidade e atribuem legitimidade ao cônjuge
sobrevivente ou a seus parentes para a propositura de ações pertinentes.
Quanto à possibilidade de alteração do nome, a Lei de Registros Públicos
(6.015/73) prevê expressamente inúmeras hipóteses em que isso é possível.
Já a letra “e” não estava na prova original. Caiu em outro exame do Distrito
Federal. Mas acrescentei nesta questão para ficar mais completa. A alternativa
está errada, pois este sinal distintivo se refere ao agnome (Júnior, Neto,
Sobrinho, etc.) e não ao codinome. A doutrina se refere a este termo (não está
previsto na lei) como sinônimo de “apelido”, ou seja, para identificar uma
pessoa informalmente, vulgarmente. Quem não se lembra da música
“Codinome Beija-flor” do Cazuza? Gabarito: “A”.

ANTIGAS.06) (OAB/MG – 2007) Assinale a afirmativa CORRETA:


a) a publicação, exposição ou utilização da imagem da pessoa é, de maneira
geral, permitida, sendo necessária sua autorização se lhe atingir a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinar a fins comerciais.
b) a existência legal da pessoa natural se dá a partir do registro no Cartório
Civil das Pessoas Naturais.
c) o nome da pessoa natural é protegido contra qualquer divulgação ou
publicação não autorizada pelo titular, podendo este obter judicialmente a
cessação da divulgação ou publicação ou, ainda, indenização pelas perdas e
danos daí decorrentes.
d) havendo alguma lesão ao direito de personalidade, o interessado tem
direito de reclamar somente as eventuais perdas e danos desta lesão.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta nos termos do art. 20, CC: Salvo se
autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se
lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a
fins comerciais. A letra “b” está errada, pois a existência legal da pessoa
natural se dá com o nascimento com vida (art. 2°, CC), e não com o registro.
A letra “c” está errada e o erro é sutil, pois embora o nome da pessoa seja
protegido, esta proteção não é contra qualquer divulgação como mencionado
na alternativa, mas apenas em publicações ou representações que a exponham
ao desprezo público, conforme o art. 17, CC. Também não se pode usar o
nome alheio, sem autorização, em propaganda comercial (art. 18, CC). A letra
“d” está errada, pois o interessado pode, além de reclamar perdas e danos,
exigir também que cesse a ameaça ou lesão a direito de personalidade, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei. Gabarito: “A”.

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ANTIGAS.07) (Delegado de Polícia Civil do Estado de Goiás – 2003) O
Código Civil preceitua que “se pode exigir que cesse a ameaça ou a
lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei”. Em caso de morte, tem
legitimação para requerer a medida prevista no artigo citado:
a) o cônjuge sobrevivente e os demais descendentes.
b) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o
terceiro grau.
c) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o
quarto grau.
d) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o
segundo grau.
e) o cônjuge sobrevivente, os descendentes e os colaterais até o quarto grau.
COMENTÁRIOS. Trata-se do texto literal previsto no parágrafo único do art.
12, CC. Observem que a diferença entre as alternativas é muito sutil.
Gabarito: “C”.

ANTIGAS.08) (OAB/RS – 2006) Quanto à capacidade civil, podemos


afirmar que:
a) os menores de 18 anos são absolutamente incapazes para exercer
pessoalmente qualquer ato da vida civil.
b) são relativamente incapazes os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
c) os menores de 16 anos já podem contratar, sem haja vício de vontade.
d) os pródigos são incapazes relativamente a certos atos.
COMENTÁRIOS. Capacidade é a aptidão para exercer, por si só, os atos da
vida civil. Trata-se da capacidade de fato (ou capacidade para exercício do
direito). Segundo o art. 4°, IV, CC os pródigos são incapazes, relativamente a
certos atos, ou à maneira de exercê-los. O pródigo (pessoa que de forma
compulsiva dissipa seu patrimônio) pode praticar, por si só e de forma válida
os atos da vida civil que não envolvam e nem comprometam seu patrimônio.
Não pode emprestar, dar quitação, alienar, hipotecar, etc. Ele será interditado
e o seu representante legal irá assisti-lo nos atos. A letra “a” está errada, pois
a incapacidade absoluta neste caso seria para os menores de 16 anos. A letra
“b” está errada, pois as pessoas que mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade são absolutamente incapazes (art., 3°, III, CC).
A letra “c” está errada, pois os menores de 16 anos são absolutamente
incapazes e não podem realizar os negócios da vida civil, entre eles o de
contratar, sob pena de nulidade, portanto há vício de vontade. Gabarito: “D”.

ANTIGAS.09) A venda de um imóvel por um menor, com dezessete


anos de idade, sem ter sido assistido, mas após sua aprovação no
concurso vestibular, do qual participou pagando a inscrição com suas
próprias economias, será:

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DIREITO CIVIL: AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
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a) inexistente, porque o menor não foi emancipado.
b) ineficaz, porque o agente não foi assistido nem representado.
c) anulável, porque o agente é relativamente incapaz.
d) anulável, porque o agente é absolutamente incapaz.
COMENTÁRIOS. Como vimos anteriormente, o menor, entre 16 e 18 anos, é
considerado relativamente incapaz. Logo, para realizar um negócio jurídico
válido (ex.: a compra e venda de um imóvel), seria necessário ser assistido
pelos seus representantes legais, sob pena de anulação deste negócio (se
fosse menor de 16 anos, seria considerado absolutamente incapaz e o negócio
seria reputado como nulo). O fato de ter ingressado em uma faculdade não o
emancipa, pois a causa de emancipação é o fato ter colado grau em curso de
ensino superior. Da mesma forma, o fato de ter pago sua inscrição com
economia própria não o emancipa, pois a causa legal de emancipação é “pelo
estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia
própria”. Gabarito: “C”.

ANTIGAS.10) Assinale a alternativa CORRETA:


a) a incapacidade será absoluta, quando houver proibição total do exercício
do direito pelo incapaz, acarretando, em caso de violação do preceito, a
possibilidade de decretação da anulação do ato.
b) os menores somente são capazes de direitos e obrigações, quando
representados ou assistidos.
c) os menores relativamente incapazes, independente da presença de
assistente, podem ser testemunhas em atos jurídicos e elaborar o seu próprio
testamento.
d) nosso Código Civil trata do instituto da comoriência, no livro do Direito das
Sucessões, em razão de sua relevância para esse ramo do Direito Civil, que
trata sobre a presunção absoluta de morte simultânea.
COMENTÁRIOS. Observem como uma questão relativamente fácil pode se
tornar um pouco mais difícil pela redação das alternativas. O examinador
redigiu as alternativas de uma maneira em que o candidato deve pensar um
pouco mais ao analisá-las. Além disso, exige conhecimentos específicos da
parte especial do Código. De fato, a letra “c” está correta, pois um menor,
entre 16 e 18 anos, já pode praticar alguns atos, mesmo sem assistência, tais
como: casar (embora necessite para tanto de autorização dos pais – art. 1517,
CC), fazer testamento (art. 1.860, parágrafo único, CC), servir como
testemunha em contratos (art. 228, I, CC), celebrar contrato de trabalho, ser
eleitor, receber poderes no contrato de mandato (art. 666, CC), etc. A
alternativa “a” está errada, pois menciona que a incapacidade absoluta gera a
anulação do ato. Na verdade a incapacidade absoluta gera a nulidade absoluta
do ato; ou seja, o ato é nulo de pleno direito. O problema da nulidade ou
anulabilidade será visto mais adiante, com maior profundidade, quando
tratarmos do tema Negócio Jurídico. A “b” também está errada, pois uma

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pessoa, mesmo menor pode ser considerada capaz, se for emancipada; além
disso, os menores possuem capacidade de direito ou gozo (que é inerente à
personalidade). Portanto a expressão ‘somente’ está errada. Já a letra “d”
também está errada, pois a comoriência é tratada na Parte Geral do Código e
trata da presunção relativa de morte simultânea. Gabarito: “C”.

ANTIGAS.11) (FCC – Analista Judiciário/4a Região – 2005) A respeito


das pessoas naturais, é CERTO que:
a) os ébrios habituais, os viciados em tóxico e os pródigos são absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.
b) a personalidade civil da pessoa começa com a concepção e termina com a
morte, ainda que presumida, com ou sem declaração de ausência.
c) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo são incapazes,
relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer.
d) a menoridade cessa aos 21 anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
e) a declaração da morte presumida só poderá ser requerida se alguém,
desaparecido em campanha, não for encontrado até 02 (dois) anos após o
término da guerra.
COMENTÁRIOS. Esta alternativa está certa, pois traz o texto expresso do art.
4°, III, CC. A alternativa “a” está errada, pois de acordo com o art. 4°, CC as
pessoas nele arroladas são relativamente incapazes. A alternativa “b” está
errada, pois o Brasil (art. 2°, CC) adotou a Teoria Natalista; ou seja, inicia-se a
personalidade com o nascimento com vida, e não com a concepção (embora a
lei ponha a salvo os direitos do nascituro). A segunda parte da alternativa está
correta, pois o art. 6°, CC prevê que a existência da pessoa natural termina
com a morte, ainda que presumida e o art. 7°, CC permite, em circunstâncias
especiais a declaração de morte presumida sem a decretação de ausência,
como veremos na análise da alternativa “e”. A letra “d” está errada, pois o art.
5°, CC determina que a menoridade cessa aos 18 anos completos. A letra “e”
também está errada; embora ela traga um exemplo de morte presumida sem
declaração de ausência, não é apenas esta hipótese que autoriza a declaração
da morte presumida. Outro exemplo é o caso em que “for extremamente
provável a morte de quem estava em perigo de vida” (art. 7°, II, CC). Portanto
a expressão “só” tornou a alternativa errada. Gabarito: “C”.

ANTIGAS.12) (Procurador do Banco Central – 2005) São relativamente


incapazes:
a) os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da vida civil.
b) os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um anos).
c) os ébrios habituais e os viciados em tóxicos que tenham o discernimento
reduzido.
d) os que, por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

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e) os menores de 16 (dezesseis) anos.
COMENTÁRIOS. Embora a alternativa apontada como correta não esteja
completa, isto é, não traga todas as hipóteses do rol dos relativamente
incapazes (art. 4°, CC), é a única que não contém erros. Observem que as
letras “a”, “d” e “e” trazem hipóteses de absolutamente incapazes (art. 3°,
CC). A letra “b” também está errada, pois a pessoa natural (ou física) quando
completa 18 anos já é considerada absolutamente capaz. Gabarito: “C”.

ANTIGAS.13) (Procurador do Banco Central – 2005) A existência da


pessoa natural termina com a morte,
a) a qual pode ser declarada, pelo Juiz, sem decretação de ausência, se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
b) presumindo-se a morte quanto aos ausentes, desde que aberta a sua
sucessão provisória.
c) a qual nunca pode ser presumida.
d) e o ausente será presumido morto somente depois de contar 80 (oitenta)
anos de idade e de 05 (cinco) anos antes forem suas últimas notícias.
e) e o ausente será considerado presumidamente morto depois de 10 (dez)
anos do pedido de sucessão definitiva.
COMENTÁRIOS. De fato, o art. 6°, CC determina que a existência da pessoa
natural termina com a morte, presumindo-se esta, quanto aos ausentes, nos
casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. No entanto o art.
7°, I, CC permite a declaração de morte presumida sem a declaração de
ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
vida. A letra “b” está errada, pois como vimos da leitura do art. 6°, CC a
presunção da morte se dá nos casos em que a lei autoriza a abertura da
sucessão definitiva (e não provisória, como na questão). A letra “c” está
errada, pois afirma que a morte nunca poderia ser presumida, o que vai de
encontro com os artigos mencionados. A letra “d” está errada, pois o art. 38,
CC prevê que se pode requerer a sucessão definitiva, também, provando-se
que o ausente conta com 80 (oitenta) anos de idade e que de 05 (cinco) datam
as últimas notícias dele. Trata-se, portanto, de uma hipótese a mais de
presunção de morte e não ‘somente’ esta hipótese (como afirmado na
questão). Finalmente a letra “e” está errada, pois afirma que o ausente será
presumido morto depois de 10 (dez) anos do pedido de sucessão definitiva,
quando o correto seria 10 (dez) anos depois do trânsito em julgado da
sentença que concedeu a abertura da sucessão provisória (art. 37, CC).
Gabarito: “A”.

ANTIGAS.14) (FCC – TRF/1a Região – Analista Judiciário – 2006)


Considere as seguintes assertivas a respeito do domicílio:
I. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente,
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
II. O domicílio do marítimo é, em regra, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado.

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III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde residam seus ascendentes e, na falta deles, onde
residam os descendentes.
IV. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está CORRETO o que se afirma
SOMENTE em:
a) I e III.
b) I e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
COMENTÁRIOS. A questão trata do Domicílio da pessoa física ou natural,
que é o lugar onde a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
A afirmativa I está correta, pois o art. 71, CC determina que se uma pessoa
natural tiver diversas residências, onde, alternadamente viva, considera-se
domicílio qualquer uma delas. Conclui-se que nosso legislador adotou o
princípio da pluralidade domiciliar. A afirmativa IV também está correta, pois
prevê o art. 76, CC que têm domicílio necessário: o incapaz (seja absoluta ou
relativamente), o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Completa o
parágrafo único deste dispositivo afirmando: o domicílio do incapaz é o do seu
representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer
permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha
ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o
lugar em que cumprir a sentença. A afirmativa II está errada, pois o domicílio
do marítimo é o lugar onde o navio estiver matriculado (parte final do
parágrafo único do art. 76, CC). A afirmativa III também está errada, pois
quando uma pessoa não tem uma residência habitual seu domicílio é o lugar
onde ela for encontrada (art. 73, CC) e não o lugar onde residem seus
ascendentes ou descendentes. Gabarito: “B” (somente as alternativas I e IV
estão corretas).

ANTIGAS.15) Assinale a alternativa CORRETA de acordo com as


normas do Código Civil em vigor. Possui(em) domicílio necessário:
a) o servidor público.
b) apenas o preso e o militar.
c) somente o marítimo, o militar e o incapaz.
d) o militar da ativa ou da reserva.
e) as pessoas casadas.
COMENTÁRIOS. Esta questão está prevista no art. 76, CC. A letra “b” está
errada por causa da palavra ‘apenas’; o mesmo se diga em relação à
expressão ‘somente’ da alternativa “c”. A letra “d” está errada, pois o militar
da reserva (em outras palavras, o aposentado) não possui domicílio

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necessário. As pessoas casadas atualmente também não possuem domicílio
casado (a título de curiosidade citamos que pelo Código anterior a mulher
casada tinha domicílio necessário: era o de seu marido... mas isso já está
totalmente ultrapassado). Gabarito: “A”.

ANTIGAS.16) O domicílio, como consagrado pelo Código Civil,


a) é único e consiste no local em que a pessoa estabelece residência com
ânimo definitivo.
b) é único e consiste no centro de ocupação habitual da pessoa natural.
c) é considerado o local onde a pessoa exerce sua profissão. Se a pessoa
exercer a profissão em locais diversos, deverá indicar um local específico
para todas as relações correspondentes.
d) pode ser plural, desde que a pessoa natural tenha diversas residências
onde alternadamente viva.
COMENTÁRIOS. Já vimos que a lei brasileira prevê a possibilidade da
pluralidade domiciliar (art. 71, CC). Observem que o parágrafo único do art.
72, CC não traz o dever de se indicar um local específico para as relações
correspondentes. Daí estar a letra “c” errada. Gabarito: “D”.

ANTIGAS.17) (OAB/MG 2007) Sobre domicílio, assinale a alternativa


INCORRETA:
a) o domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente.
b) o domicílio do preso é o lugar onde foi processado.
c) o domicílio do militar é o lugar onde servir.
d) o domicílio do servidor público é o lugar em que exerce permanentemente
suas funções.
e) o domicílio do marítimo é o do lugar onde o navio estiver matriculado
COMENTÁRIOS. Na realidade o domicílio do preso é o local onde ele cumpre a
sentença (e não onde foi processado), conforme o art. 76, parágrafo único do
CC. Notem que a lei menciona “sentença”. Não está errado. No entanto, para
ser mais técnico, é interessante deixar claro que sentença é a decisão do Juiz
de primeiro grau. Se houver recurso desta sentença o processo será
encaminhado para o Tribunal de Justiça. A decisão do Tribunal é chamada de
Acórdão (e não sentença). Por isso costumo dizer que o domicílio do preso é o
local onde cumpre a decisão (termo que abrange tanto a sentença como o
acórdão) condenatória. Gabarito: “B”.

ANTIGAS.18) (Procurador do Banco Central – 2005) Considera-se


domicílio da Pessoa Natural, quanto às relações concernentes à
profissão:
a) somente o lugar em que a pessoa natural estabelecer a sua residência
com ânimo definitivo.

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b) o lugar onde esta é exercida, e se exercitar a profissão em lugares
diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe
corresponderem.
c) o lugar em que for encontrada em dia útil.
d) somente um único lugar onde esta é exercida em caráter permanente e
principal, desconsiderando-se qualquer outra localidade onde também a
exerça, ainda que com habitualidade.
e) apenas o lugar para o qual estiver inscrita em caráter permanente no
órgão de classe correspondente, independentemente de exercê-la com
habitualidade em outro local.
COMENTÁRIOS. De uma forma geral, domicílio da pessoa natural é o lugar
onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo (art. 70, CC). No
entanto é também domicílio, quanto às relações concernentes à profissão, o
lugar onde ela é exercida. Observem que se a pessoa exercitar profissão em
lugares diversos, cada uma deles constituirá domicílio para as relações que lhe
corresponderem (art. 72 e parágrafo único do CC). Gabarito: “B”.

ANTIGAS.19) (Controladoria Geral da União – 2006) Os marítimos têm


por domicílio o local onde estiver matriculado o navio. Tal domicílio é:
a) voluntário geral.
b) aparente.
c) legal.
d) ocasional.
e) voluntário especial.
COMENTÁRIOS. A doutrina costuma classificar o domicílio em: a) voluntário
(geral ou especial) e b) legal (ou necessário). O art. 76, CC enumera as
hipóteses de domicílio necessário. Entre eles está o domicílio dos marítimos
(oficiais e tripulantes da marinha mercante). Gabarito: “C”.

ANTIGAS.20) (FCC – TJ/PE – Técnico Judiciário – 2007) Considere as


afirmativas abaixo sobre domicílio civil.
I. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada.
II. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, apenas sua sede será considerada domicílio para quaisquer atos
praticados.
III. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
IV. Nos contratos escritos, o domicílio deve ser necessariamente o local da
residência dos contraentes.
É correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e II.
(B) I, II e III.

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(C) I e III.
(D) II e III.
(E) III e IV.
COMENTÁRIOS. A afirmação I está correta (art. 73, CC); a afirmação II está
errada (art. 75, §1°, CC); a afirmação III está correta (art. 76); a afirmação IV
está errada (art. 78, CC). Gabarito: “C”.

ANTIGAS.21) (Auditor Fiscal do Estado da Paraíba – ICMS/PB – 2006)


O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo, porém
a) quanto às relações concernentes à profissão também será domiciliada onde
a profissão for exercida.
b) o preso em cumprimento de sentença, ainda que a pena seja elevada, não
perde o seu domicílio, que será considerado o local de sua última residência.
c) o itinerante não tem domicílio.
d) se tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domiciliada no local em que primeiro houver estabelecido residência.
e) o domicílio do diplomata será, sempre, o Distrito Federal, enquanto servir
no estrangeiro.
COMENTÁRIOS. Nos termos do art. 72, CC. Lembrando apenas que o no caso
do diplomata o domicílio será o Distrito Federal ou no último ponto do território
nacional onde o teve (art. 77, CC). Gabarito: “A”.

ANTIGAS.22) (Advogado do BNDES – Banco Nacional de


Desenvolvimento Econômico e Social – 2006) A respeito do domicílio,
marque a afirmação CORRETA:
a) o conceito de domicílio confunde-se com o de residência, nos inovadores
termos do Código Civil de 2002.
b) as pessoas jurídicas estatais – União, Estados e Municípios – não possuem
um domicílio.
c) como vigora em nosso sistema o princípio da unicidade de domicílio, é
vedado ao particular possuir domicílio.
d) havendo pluralidade de residências, cabe à autoridade pública indicar o
domicílio da pessoa natural, a qual não terá direito de opção.
e) é instituto caracterizado por um elemento objetivo, qual seja, o
estabelecimento físico da pessoa e outro subjetivo, configurado pela intenção
(animus) de permanência definitiva.
COMENTÁRIOS. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece
residência em um estabelecimento físico (elemento objetivo) com ânimo
definitivo (elemento subjetivo) conforme o art. 70, CC. No entanto existem
várias exceções a este princípio (arts. 71 a 73, CC). A letra “a” está errada,
pois mesmo nos dias atuais o conceito de residência (lugar em que o indivíduo

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habita com a intenção de permanecer, mesmo que dele se ausente
temporariamente, sendo uma situação de fato) é diferente do domicílio, que é
uma situação jurídica. A alternativa “b” está errada, pois as Pessoas Jurídicas,
inclusive as estatais (ou seja, as de Direito Público), possuem domicílio, sendo
que o art. 75, CC aponta quais são estes domicílios. As alternativas “c” e “d”
estão erradas, pois nossa legislação adotou o princípio da pluralidade domiciliar
(art. 71, CC), quando a pessoa tiver mais de uma residência, sendo que será
domicílio qualquer uma delas, a sua escolha. Gabarito: “E”.

ANTIGAS.23) (Ordem dos Advogados do Brasil/MG – 2007) A


incapacidade cessará para os menores:
a) pelo ingresso em curso de ensino superior.
b) pela aprovação em concurso público.
c) pela existência de relação de emprego, desde que, em função dela, o
menor, com dezesseis anos completos, tenha economia própria.
d) por sentença do Juiz, ouvidos os pais, ainda que o menor não tenha
dezesseis anos completos.
COMENTÁRIOS. Trata-se da aplicação do art. 5°, parágrafo único, V, CC. A
letra “a” está errada, pois a emancipação se dá com a colação de grau (e não
com o ingresso) em ensino superior; a letra “b” está errada, pois é pelo
exercício de emprego público efetivo (e não pela simples aprovação em
concurso); a letra “d” está errada, pois a emancipação será concedida pelo
Juiz, ouvido o tutor (e não os pais), desde que o menor tenha 16 anos
completos. Gabarito: “C”.

ANTIGAS.24) Assinale a alternativa CORRETA:


a) são considerados relativamente capazes os maiores de dezoito e menores
de vinte e um anos.
b) os absolutamente incapazes, desde que assistidos pelos pais, estão aptos
a praticar os atos da vida civil.
c) os pródigos são considerados absolutamente incapazes.
d) para os menores a incapacidade poderá cessar com o casamento.
e) o tutor pode emancipar o relativamente incapaz.
COMENTÁRIOS. O casamento é uma das hipóteses de emancipação, por isso
é uma das causa em que a incapacidade poderá cessar. A letra “a” está errada,
pois os relativamente capazes (embora este termo não esteja errado, é mais
técnico usar a expressão “relativamente incapazes”) são as pessoas maiores
de dezesseis e menores de dezoito anos. A letra “b” também está errada, pois
os absolutamente incapazes devem ser representados (e não assistidos) por
seus representantes legais. Os pródigos são considerados relativamente
incapazes (letra “c” errada). Finalmente vimos que o tutor não pode emancipar
o menor. Se este não tiver pais a emancipação deve ser concedida pelo Juiz,
que irá apenas consultar o tutor a respeito (letra “e” errada). Gabarito: “D”.

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ANTIGAS.25) A emancipação do menor estará CORRETA, se:
a) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, automaticamente.
b) por concessão dos pais, ao menor de 16 (dezesseis) anos completos, por
instrumento público, homologado judicialmente.
c) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, concedida por seus pais por
instrumento público, independentemente de homologação judicial.
d) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, por sentença do Juiz,
independentemente de ser ouvido o tutor.
e) se o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos qualquer um dos pais
poderá emancipá-lo, mas em havendo um conflito de interesses entre ambos
o juiz nomeará um tutor para a emancipação.
COMENTÁRIOS. A emancipação do menor de 18, mas maior de 16 anos se
dará por concessão de ambos os pais (na falta de um o outro), por meio de
instrumento público, independentemente de homologação judicial (alternativa
“b” errada). Se houver um conflito entre os pais o próprio Juiz é quem decidirá
pela emancipação (ou não) do menor, tendo-se em vista o que será melhor
para o menor (alternativa “e” errada). Vejam que se o aluno for afoito, pode
assinalar a alternativa “a” como correta, mas ela está incompleta, pois não
basta somente ter 16 anos; alcançada esta idade não há emancipação
automática. A letra “d” também está errada, pois se o menor não estiver sob o
poder familiar por algum motivo, será nomeado um tutor; mas este não
poderá emancipar o menor; a emancipação neste caso será feita pelo Juiz,
através de uma sentença, sendo que no processo o tutor será apenas
consultado sobre a possibilidade de emancipação. Gabarito: “C”.

LISTA DE EXERCÍCIOS DA ESAF SEM COMENTÁRIOS


ESAF.01) (ESAF – AFRFB – Auditor-Fiscal – 2009) Se uma pessoa, que
participava de operações bélicas, não for encontrada até dois anos
após o término da guerra, configurada está a:
a) declaração judicial de morte presumida, sem decretação de ausência.
b) comoriência.
c) morte civil.
d) morte presumida pela declaração judicial de ausência.
e) morte real.

ESAF.02) (ESAF - Advogado da IRB – Brasil Resseguros – 2008)


Assinale a opção FALSA:
a) o direito à personalidade é o direito da pessoa defender o que lhe é
próprio, como a vida, a identidade, a liberdade, a imagem, a privacidade, a
honra, etc.

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b) pessoa idosa poderá sofrer interdição se a senectude originar um estado
patológico, retirando-lhe o necessário discernimento para praticar atos
negociais.
c) o pródigo é considerado, se sofre interdição, relativamente incapaz,
estando privado, sem assistência do curador, da prática de atos que possam
comprometer o seu patrimônio.
d) o direito brasileiro não admite a declaração de morte presumida sem
decretação de ausência, para, em casos excepcionais, viabilizar o registro do
óbito, resolver problemas jurídicos e regular a sucessão causa mortis.
e) o instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de alguma
deficiência jurídica apreciável, graduando a forma de proteção.

ESAF.03) (ESAF – Controladoria Geral da União – AFC – 2008) Analise


os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e F a falsa,
assinalando ao final opção correspondente.
( ) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo sofrer exceção e nem o seu exercício sofrer limitação voluntária.
( ) É ampla a permissão do ato de disposição do próprio corpo, inclusive
para fins de transplante, in vida.
( ) O nome da pessoa pode ser empregado por outrem, sem autorização,
em propaganda comercial, desde que não a exponha ao desprezo público.
( ) pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteção que
se dá ao nome.
a) V, V, F, V.
b) F, V, F, V.
c) F, F, V, F.
d) V. F, F, V.
e) F, F, F, F.

ESAF.04) (ESAF – Controladoria Geral da União – 2006) Assinale a


opção VERDADEIRA.
a) a capacidade de exercício pressupõe a de gozo e esta não pode subsistir
sem a de fato ou de exercício.
b) artista plástico menor, com 16 anos de idade, que, habitualmente, expõe,
mediante remuneração, numa galeria, não adquire capacidade.
c) a condenação criminal acarreta incapacidade civil.
d) o estado civil é uno e indivisível, pois ninguém pode ser simultaneamente
casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e estrangeiro, salvo nos casos de
dupla nacionalidade.
e) se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra, seus parentes poderão
requerer ao Juiz a declaração de sua ausência e nomeação de curador.

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ESAF.05) (ESAF – Tribunal de Contas da União – Analista de Controle
Externo – 2006) Aponte a opção FALSA.
a) a capacidade de fato é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil.
b) o portador de doença neurológica degenerativa progressiva grave, por não
ter discernimento, é tido como absolutamente incapaz, devendo ser
interditado e representado.
c) a capacidade dos índios, pela sua gradativa assimilação à civilização, nos
termos do atual Código Civil, deverá ser regida por leis especiais.
d) admite-se a morte presumida sem decretação de ausência, em casos
excepcionais (ex.: naufrágio), para viabilizar o registro de óbito, resolver
problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e regular a sucessão
causa mortis.
e) a curatela é um instituto de interesse público, ou melhor, é um munus
público, cometido por lei a alguém somente para administrar os bens de
pessoa maior que, por si só, não está em condições de fazê-lo, em razão de
enfermidade mental ou de prodigalidade.

ESAF.06) (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – Área de


Prevenção da Corrupção e Ouvidoria – 2012) Quanto à pessoa natural,
personalidade, capacidade e direitos da personalidade, é CORRETO
afirmar que
a) a menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil, cessando a incapacidade,
para os menores que estiverem cursando o nível superior.
b) denomina-se comoriência a presunção simultânea de morte, se dois ou
mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se
algum precedeu aos outros.
c) paciente com risco de vida, mesmo consciente, não pode se negar a
tratamento médico, mas pode se negar a intervenção cirúrgica.
d) são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil
os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os deficientes mentais.
e) é válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, não podendo ser
revogada.

ESAF.07) (ESAF – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) Assinale a
opção incorreta.
a) o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
b) o domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão,
será considerado o lugar onde esta é exercida.

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c) nos contratos escritos, não poderão os contratantes especificar como
domicílio o lugar onde exerçam e cumpram os direitos e obrigações deles
resultantes.
d) tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicilio para os atos nele praticados.
e) quanto às pessoas jurídicas, o domicílio do município é o lugar onde
funcione a administração municipal.

ESAF.08) (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – Correição –


2012) O domicílio é um atributo fundamental para a caracterização da
pessoa natural e jurídica. Nesse sentido, assinale a assertiva CORRETA
a respeito do domicílio, consoante o Código Civil vigente.
a) o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
b) o domicílio do incapaz estudante é o local onde ele estuda.
c) o domicílio da União é a Vara Federal onde ocorre a demanda judicial.
d) o domicílio do Estado do Piauí é a sede da Justiça Federal no Estado.
e) o domicílio do preso é o local no qual sua família reside.

ESAF.09) (ESAF – CGU – Analista de Finanças e Controle – Correição –


2012) Consoante o disposto no Código Civil vigente, a incapacidade
para os menores cessará
a) por concessão do genitor, independente da anuência da genitora.
b) pelo casamento.
c) pelo exercício da atividade eleitoral de votar.
d) pela colação de grau em curso de nível médio técnico.
e) pelo estabelecimento civil de menor de 14 anos.

LISTA DE EXERCÍCIOS DE BANCAS VARIADAS


(MAIS ATUAIS)

A) PERSONALIDADE
A.01) (FCC – TRT/23ª Região/MT – Analista Judiciário – 2011) De
acordo com o Código Civil, os direitos inerentes à dignidade da pessoa
humana são:
a) absolutos, intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados e imprescritíveis.
b) relativos, transmissíveis, renunciáveis, limitados.
c) absolutos, transmissíveis, imprescritíveis, ilimitados, renunciáveis,
impenhoráveis.
d) inatos, absolutos, intransmissíveis, renunciáveis em determinadas
situações, limitados e imprescritíveis.
e) absolutos, intransmissíveis, irrenunciáveis, ilimitados e penhoráveis.

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A.02) (MPE/SP – Promotor de Justiça – 2012) Por se tratar de direito
da personalidade, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes, salvo na seguinte hipótese:
a) em vida, com objetivo científico ou altruístico e de forma gratuita.
b) para se submeter, mediante exigência da família e com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
c) mediante escritura pública irrevogável.
d) independentemente de exigência médica, visando salvar a vida de
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão.
e) para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

A.03) (OAB/SP – 2009) Os direitos da personalidade são


irrenunciáveis e ...
a) disponíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b) transmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
c) transmissíveis, podendo o seu exercício sofrer, parcialmente, limitação
voluntária.
d) intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária,
salvo exceções previstas em lei.

A.04) (OAB/SP – 2009) Sobre tutela dos direitos da personalidade


assinale a alternativa CORRETA:
a) falecida a pessoa, cessa a possibilidade de tutela desses direitos.
b) é vedada à pessoa a disposição gratuita do próprio corpo.
c) no ordenamento jurídico brasileiro, não se admite a possibilidade de
alteração do sobrenome.
d) para a manutenção da ordem pública, o Código Civil admite a exposição
da imagem da pessoa sem sua autorização.
e) uma pessoa pode ser constrangida a submeter-se a uma intervenção
cirúrgica, mesmo que esta exponha o paciente a risco de vida.

A.05) (CESPE/UnB – OAB/SP – 2008) Não é própria aos direitos da


personalidade a qualidade de:
a) imprescritibilidade.
b) irrenunciabilidade.
c) disponibilidade.
d) efeitos erga omnes.
e) impenhorabilidade.

A.06) (FCC – DPE/CE – Defensor Público – 2009) O envelhecimento é


um direito personalíssimo e sua proteção um direito social, razão pela

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qual fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos,
urbanos e semiurbanos, a toda pessoa com mais de:
a) 65 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares.
b) 60 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando presta-
dos paralelamente aos serviços regulares.
c) 65 anos, incluindo-se os serviços seletivos e especiais, ainda
que prestados paralelamente aos serviços regulares.
d) 70 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando presta-
dos paralelamente aos serviços regulares.
e) 65 anos, exceto nos serviços seletivos e especiais, mesmo quando inexi-
stir serviços regulares.

A.07) (Advogado Contencioso do BNDES – 2009) Desaparecendo


alguém em uma catástrofe, provada a sua presença no local do
acidente e não sendo encontrado o cadáver para exame:
a) será declarado morto à vista após a confecção do Boletim de Ocorrência
registrando o sinistro e de sua apresentação no Cartório de Pessoas Naturais.
b) somente será considerado morto vinte anos depois de passada em
julgado a sentença de abertura da sucessão provisória.
c) se o ausente contar com 70 anos e decorrendo cinco anos de suas últi-
mas notícias, será declarado morto.
d) poderão os juízes togados, mediante justificação, determinar a
lavratura do assento de óbito.
e) será declarado morto apenas depois de contar oitenta anos de idade
e haverem decorrido cinco anos de suas últimas notícias.

A.08) (CESPE/UnB – FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos –


Analista Jurídico – 2009) Pedro, seu filho Paulo, dez outras pessoas, o piloto
e o copiloto viajavam de avião quando sofreram grave acidente aéreo. Após
vinte dias, a equipe de resgate havia encontrado apenas 10 corpos, em grande
parte, carbonizados, fato que dificultou a identificação, e encerrou as buscas.
Nove corpos foram identificados e nenhum era de Pedro ou de Paulo. A perícia
concluiu pela impossibilidade de haver sobrevivente. Considerando essa
situação hipotética, assinale a opção CORRETA.
a) essa situação configura típico caso de morte civil, que a lei considera
como fato extintivo da pessoa natural.
b) trata-se de morte presumida,
sem decretação de ausência.
c) nessa situação, deve ser declarada a ausência, somente podendo ser
considerado como morto presumido nos casos em que a lei autoriza a
abertura da sucessão definitiva.

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d) nesse caso, não há de se falar em comoriência, por tratar-se de
circunstância vedada na legislação vigente.
e) o desaparecimento de Pedro e Paulo impõe preliminarmente a nomeação
de curador para administrar os bens dos ausentes, se houver, devendo o juiz,
de ofício, declarar ambos como ausentes e promover, em seguida a sucessão
provisória.

A.09) (CESPE/UnB – TRT/1ª Região – Analista Judiciário – 2008)


Antônia, esposa de Fernando, requereu ao juiz competente para tanto que este
declarasse a morte presumida de seu marido, fundamentando seu pedido na
única afirmação de que recebeu a notícia do desaparecimento daquele em
naufrágio de embarcação pequena, ocorrido durante tempestade em alto-mar.
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção CORRETA.
a) o pedido deverá ser julgado procedente, visto que a lei prevê a declaração
de morte presumida quando esta for extremamente provável para quem
estava em perigo de morte.
b) a morte presumida só será declarada se Fernando não houver deixado
procurador a quem caiba a administração de seus bens ou, caso tenha
deixado procurador, este não queira continuar exercendo sua obrigação.
c) a lei só ressalva a possibilidade da declaração de morte presumida para as
situações de desaparecidos em campanha ou prisioneiros que não forem
encontrados até 2 anos após o término de uma guerra.
d) no caso, a consequência do provimento do pedido será a arrecadação de
bens e nomeação de curador, após o que, com o decurso de um ano, será
declarada a morte presumida de Fernando.
e) o pedido não deverá ser provido porque a autora da ação apenas
comprovou a extrema probabilidade de morte e a situação de perigo à vida,
sem, no entanto, ter fundado seu pedido, também, no esgotamento das
buscas e averiguações levadas a cabo para encontrar o desaparecido.

A.10) (VUNESP – Magistratura do Estado do Rio de Janeiro – 2011)


Considerando a jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de
Justiça, assinale a alternativa correta quanto ao direito de ser
reconhecido como filho, mediante a ação própria de investigação de
paternidade.
a) é imprescritível, por se tratar de direito personalíssimo.
b) prescreve em quatro anos, a contar da maioridade ou emancipação do
filho.
c) somente pode ser intentada após a ação de anulação de registro.
d) somente pode ser proposta se vivo o pai.

A.11) (FUMARC – TJ/MG – Técnico Judiciário – 2012) Em se tratando


dos bens do ausente, relativamente à sucessão provisória, apenas uma
alternativa é CORRETA. Assinale-a:

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a) o excluído da posse provisória, em razão de não ter possibilidade de
prestar caução ou garantias para assegurar a si o exercício da posse do
quinhão que lhe tocaria por sucessão do ausente, poderá, justificando falta
dos respectivos meios, requerer seja-lhe entregue a terça parte dos
respectivos rendimentos desse quinhão.
b) se o ausente retornar, e ficar provado que a sua ausência foi voluntária e
injustificada, perderá ele, em favor do sucessor que foi imitido
provisoriamente na posse do respectivo quinhão, a sua parte nos frutos e
rendimentos.
c) antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão
dos bens imóveis em títulos garantidos pela União, não havendo consenso
entre os herdeiros para efeito de sua divisão.
d) se durante a posse provisória surgir elementos que indiquem a época
provável do falecimento do ausente, considerar-se-á, a partir de então,
aberta a sucessão em favor dos herdeiros que o eram àquele tempo.

A.12) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2012) Assinale a assertiva CORRETA, segundo o que estabelece o
Código Civil para as situações mencionadas:
a) cessará, para os menores a incapacidade, pela existência de relação de
emprego, desde que, em função desta, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.
b) são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil
os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
c) pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência se
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado
até um ano após o término da guerra.
d) pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei,
sendo que em tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta, ou colateral até o terceiro grau.

A.13) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros –


2012) O Código Civil, no art. 5°, prevê que o casamento civil faz cessar
para os menores a incapacidade. Portanto:
I. O menor de 18 anos casado e que não tenha filhos poderá realizar o
divórcio consensual através de escritura pública independentemente da
autorização dos seus pais.
II. Se realizado o divórcio antes de completar 18 anos, o divorciado voltará
a ser incapaz até que complete aquela idade.
III. A união estável também faz cessar a incapacidade do menor de 18
anos.

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IV. O casamento do menor de 18 anos pode ser anulado diretamente no
cartório enquanto não completar aquela idade.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) estão corretas as assertivas I, III e IV.
b) todas as assertivas estão corretas.
c) estão corretas as assertivas I, II e III.
d) está correta a assertiva I.

B) CAPACIDADE
B.01) São consideradas absolutamente incapazes pela atual legislação
civil:
I. Os menores de 16 anos.
II. Os maiores de 80 anos.
III. Os silvícolas.
IV. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o
necessário discernimento para a prática desses atos.
V. Os que, por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
ASSINALE:
a) os itens I, II e IV são considerados corretos.
b) somente o item I está correto.
c) os itens I, IV e V estão corretos.
d) somente o item V está incorreto.
e) todas as alternativas estão corretas.

B.02) São absolutamente incapazes os menores de:


a) 16 anos; os que somente não puderem exprimir sua vontade, em razão e
por causa permanente.
b) 18 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; os excepcionais sem
desenvolvimento mental completo.
c) 16 anos; os que por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; os que mesmo por causa
transitória, não puderem exprimir sua vontade.
d) 16 anos; os ébrios habituais; os pródigos; os toxicômanos.
e) 16 anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para os atos da vida civil; os pródigos.

B.03) É INCORRETO afirmar que são incapazes, relativamente a certos


atos ou à maneira de exercê-los:

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a) os ébrios habituais e os que, por deficiência mental, tenham o
discernimento reduzido.
b) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
c) os maiores de 14 e menores de 18 anos.
d) os pródigos.
e) os viciados em tóxicos que por este motivo tenham o discernimento
reduzido.

B.04) Uma pessoa com dezenove anos de idade, que sempre trabalhou
na roça, sendo que por esse motivo não teve o seu registro de
nascimento realizado:
a) por não ter sido registrada ainda, não existe juridicamente como pessoa
natural.
b) é pessoa plenamente capaz.
c) é pessoa relativamente incapaz.
d) é pessoa absolutamente incapaz.
e) não será considerada pessoa, nem mesmo se for registrada, pois não há
registro retroativo.

B.05) (Magistratura – São Paulo – Concurso 171) O Código Civil exige,


para a validade na realização de um ato jurídico, que o agente seja
capaz. Tal disposição legal configura a exigência de que o agente:
a) tenha capacidade de gozo ou de direito.
b) tenha capacidade de fato ou exercício.
c) seja pessoa física, dotado de personalidade jurídica.
c) somente tenha sempre mais de 18 anos.
d) mesmo menor de 16 anos, seja assistido por seu representante legal.

B.06) (FCC – Defensoria Pública do Estado do Ceará – 2009) A


capacidade de fato...
a) da pessoa natural inicia-se com o nascimento com vida, mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
b) da pessoa moral inicia-se com o nascimento com vida, mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
c) é relativa entre os dezesseis e vinte e um anos de idade e absoluta a partir
de então.
d) será absoluta a partir dos dezoito anos incompletos e não é perdida em
razão do envelhecimento.
e) não se apura exclusivamente com base no critério etário.

B.07) (MPE/SP – Promotor de Justiça – 2012) São absolutamente


incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I. Os menores de 16 (dezesseis) anos.

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II. Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o
necessário discernimento para a prática desses atos.
III. Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
IV. Os idosos internados em instituição de longa permanência.
V. Os presos, em regime prisional fechado, após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e V.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) II, IV e V.
e) I, II, IV e V.

B.08) (FCC – Magistratura do Trabalho – 20ª Região/SE – 2012) Alberto


é viúvo e possui dois filhos, Bernardo de 14 anos e Raul de 20 anos. Com o
casamento de Raul em vista, Alberto pretende vender-lhe um imóvel de sua
propriedade. Em relação a tal venda, é correto afirmar que:
a) o absolutamente incapaz pode ser assistido pelo pai no ato de prestar
anuência à venda.
b) a celebração de venda depende de anuência pessoal do filho menor, sem
necessidade de que seja representado, porque seus interesses são colidentes
com os do pai.
c) tal venda é nula pode determinação expressa da lei.
d) o absolutamente incapaz deverá anuir à venda para que essa seja válida,
representado por curador especial, uma vez que há conflito de interesses.
e) a venda é plenamente válida, desde sua celebração, bastando a aceitação
apenas do filho comprador.

C) DOMICÍLIO
a
C.01) (FCC – TRT/16 Região/MA – Analista Judiciário – 2009) Pessoa
que seja possuidora de duas residências regulares. O seu domicílio
poderá ser:
a) a localidade em que por último passou a residir.
b) o local de sua propriedade em que começou a residir em primeiro lugar.
c) qualquer das residências.
d) o local onde estiver residindo há mais tempo.
e) somente se o imóvel for de sua propriedade.

C.02) (CESPE/UnB – TJ/RO – Analista Judiciário – Oficial de Justiça –


2012) Assinale a opção CORRETA acerca do domicílio.
a) caso uma pessoa tome posse em cargo público, após aprovação em
concurso, ela não perderá automaticamente o domicílio que antes possuía.

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b) o domicílio da pessoa natural que não possui residência determinada ou
cuja residência seja de difícil identificação é determinado por eleição.
c) considera-se nula de pleno direito a cláusula que estabelece foro de eleição
em contratos de adesão celebrados por consumidor que seja pessoa física.
d) o domicílio da pessoa jurídica que possui estabelecimentos em cidades
diferentes corresponde à localidade onde funciona a administração.
e) o domicílio da pessoa natural que possui diversas residências onde vive
alternadamente corresponde ao centro de ocupação habitual.

C.03) (CESPE – Defensor Público Estadual/PI – 2009) A respeito do


domicílio civil, julgue os itens seguintes.
I. Se alguém puder ser encontrado habitualmente em determinado
endereço, no qual se sabe que pernoita, este será seu domicílio.
II. Ao estabelecer os requisitos para determinação do domicílio civil,
afastando-o do conceito de residência, a lei civil optou por acolher a
unidade de domicílio em oposição à pluralidade adotada em outros
ordenamentos.
III. Pessoa que tenha diversas moradas, sem que se consiga detectar
qualquer habitualidade na sua permanência em qualquer uma delas, pode
ser demandada onde se encontre, conforme a teoria do domicílio aparente.
IV. O domicílio do servidor público é o local onde ele exerce suas funções
com caráter de permanência, de modo que o exercício de cargo de
confiança em caráter transitório não modifica o domicílio original.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

C.04) (CESPE/UnB – TRT/1ª Região – Analista Judiciário – Execução


de Mandados – 2008) Com base no que determina o CC, julgue os itens
a seguir, acerca do domicílio das pessoas naturais.
I. Considere que Maurício, mesmo mantendo mais de uma residência,
passe dois finais de semana por mês naquela em que vive com sua família.
Nessa situação, o único domicílio de Maurício é a casa em que vive com a
família.
II. Suponha que Renato, advogado, pretenda ajuizar ação com o objetivo
de ver declarada a nulidade de uma cláusula da convenção de condomínio
do prédio em que mora. Nessa situação, Renato pode declarar como
domicílio o seu domicílio profissional, pois é advogado e atuará em causa
própria.
III. A mudança de domicílio é determinada pela transferência de residência
com a intenção manifesta de mudar-se, o que se pode demonstrar tanto

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pelas circunstâncias da própria alteração de endereço como por declarações
feitas à municipalidade dos lugares.
IV. A pessoa natural que possui mais de um domicílio profissional pode ser
demandada em qualquer um desses locais, independentemente de haver
correspondência entre a relação profissional e os diversos lugares onde se
exerce a profissão.
V. A pessoa natural que não possuir residência habitual, pode ser
demandada no domicílio de seus pais, se lá for encontrada.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) II e V.
e) III e V.

D) EMANCIPAÇÃO
D.01) (ISAE – Procurador da Assembleia Legislativa do Estado do
Amazonas – 2012) Osdro, com dezesseis anos de idade, dirige-se ao Banco
OG S/A, com o intuito de efetuar contrato de conta-corrente, vez que pretende
estabelecer-se como empresário no ramo de vestuário. É surpreendido com a
informação do gerente do Banco de que somente poderia realizar o ato, caso
comparecessem ao local seus pais ou, na ausência deles, os seus
representantes legais. Aduziu Osdro ser órfão de pai e mãe, estando sob a
guarda de sua tia Elena, sua tutora. Diante de tal enunciado, analise as
afirmativas a seguir.
I. Pessoas com dezesseis anos de idade podem praticar atos bancários sem
a representação ou assistência dos seus representantes legais.
II. Havendo guarda judicial, o tutor deve assistir a pessoa protegida, em
atos negociais.
III. Caso fosse realizado o contrato de abertura de conta-corrente, haveria
emancipação do menor.
IV. Somente após caracterizados os atos como empresário é que ocorreria
a emancipação.
V. Aos menores são permitidos alguns atos civis autonomamente, como
aquisição de bens de pequeno valor.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I for verdadeira.
b) se somente as afirmativas III e IV forem verdadeiras.
c) se somente as afirmativas I, II e III forem verdadeiras.
d) se somente as afirmativas II, IV e V forem verdadeiras.
e) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

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D.02) (FCC – TRF/1ª Região – Analista Judiciário – 2008) Maria,
Mariana e Mônica são menores de idade. Considerando-se que Maria
contraiu matrimônio com João; Mariana exerceu emprego público
transitório e Mônica colou grau em curso de ensino médio, cessou a
incapacidade para os atos da vida civil para:
a) Maria e Mônica.
b) Maria e Mariana.
c) Maria, Mariana e Mônica.
d) Mônica.
e) Maria.
D.03) É considerado como uma das formas de emancipação:
a) o contrato de trabalho.
b) o ingresso em curso superior.
c) o exercício do direito ao voto.
d) o casamento.
e) o consentimento do tutor mediante instrumento público.

D.04) Flávia, divorciada, com dezessete anos de idade, celebra um


contrato de locação de um imóvel de sua propriedade, sem a
assistência de seus pais. Pode-se afirmar que o contrato é:
a) nulo em virtude da incapacidade de Flávia, já que com o divórcio a
emancipação perdeu seus efeitos.
b) anulável em virtude da incapacidade de Flávia, já que com o divórcio a
emancipação perdeu seus efeitos.
c) nulo, pois Flávia não atingiu a maioridade.
d) válido, pois Flávia está emancipada.
e) válido, pois em qualquer locação de imóvel basta a idade de dezesseis
anos do locador para sua validade.

D.05) Assinale a alternativa INCORRETA:


a) a incapacidade relativa, ao contrário da incapacidade absoluta, não afeta a
aptidão para o gozo de direitos, uma vez que o exercício será sempre
possível com a representação.
b) a emancipação do menor pode ser obtida com a relação de emprego que
proporcione economia própria, desde que tenha 16 anos completos.
c) pode ser declarada a morte presumida, sem decretação da ausência se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
d) a mulher pode casar-se com 16 anos, desde que com autorização dos pais
ou responsáveis.
e) os viciados em tóxicos e os alcoólatras são considerados como
relativamente incapazes.

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D.06) Assinale, considerando as normas do Código Civil em vigor,
entre as alternativas seguintes, a CORRETA.
a) a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
provisória.
b) a emancipação pode se dar com a concessão dos pais, com a sentença do
Juiz, ouvido o tutor, nos casos em que não há poder familiar; com o
casamento; com emprego público efetivo, com a colação de grau superior e
com o estabelecimento civil ou comercial com economia própria.
c) o embrião fecundado in vitro e não implantado no útero materno é sujeito
de direito, equiparado ao nascituro, de acordo com a legislação em vigor.
d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmo não se
dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas.
e) se dois indivíduos falecerem na mesma ocasião, ocorreu o instituto da
comociência em que se presume que a pessoa mais velha morreu primeiro.
D.07) (Magistratura do Trabalho – 8a Região/PA – 2011) Diz a lei que
são hipóteses em que cessa a incapacidade dos menores, EXCETO:
a) pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial.
b) pelo casamento.
c) pelo exercício de emprego público efetivo.
d) pela colação de grau em curso de ensino superior.
e) pela existência de relação de emprego, desde que, em função dela, o
menor com quinze anos completos detenha economia própria.

LISTA DE EXERCÍCIOS MAIS ANTIGOS


(BANCAS VARIADAS OU ELABORADOS PELO PROFESSOR)
ANTIGAS.01) Sobre os direitos de personalidade, pode-se afirmar que:
a) a pessoa jurídica não é titular de tais direitos, por não ser detentora de
honra.
b) são renunciáveis, podendo seu exercício sofrer limitação voluntária.
c) é permitida a disposição livre e onerosa do próprio corpo, para quaisquer
fins.
d) embora eles sejam intransmissíveis, o direito de exigir sua reparação
transmite-se aos sucessores.
e) caracterizam-se por serem apenas extrapatrimoniais.

ANTIGAS.02) (Procurador do Distrito Federal – 2005) Quanto aos


direitos de personalidade, pode-se afirmar:

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a) é vedado, seja qual for a hipótese, à pessoa juridicamente capaz, dispor
gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo, pois os direitos
de personalidade, entre os quais se pode citar a integridade física, são
irrenunciáveis.
b) é viável a utilização, por terceiro, da imagem de uma pessoa, desde que
tal uso não lhe atinja a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, nem se
destine a fins comerciais.
c) pelo Código Civil os direitos de personalidade são irrenunciáveis, porém
são admitidas diversas limitações voluntárias.
d) embora o nome de uma pessoa goze de proteção legal, o mesmo não se
dá quanto ao pseudônimo utilizado em atividades lícitas.
e) apenas o titular do direito de personalidade pode exigir que cesse a
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, sendo vedado a qualquer
outra pessoa levar a efeito tais medidas, ainda que o titular do direito de
personalidade já tenha falecido.

ANTIGAS.03) (FCC – TRF/1a Região – Técnico Administrativo – 2006)


Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de personalidade
são:
a) irrenunciáveis, mas transmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
b) renunciáveis e transmissíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
c) irrenunciáveis e intransmissíveis, mas pode o seu exercício sofrer limitação
voluntária.
d) renunciáveis e transmissíveis, mas não pode o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
e) irrenunciáveis e intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.

ANTIGAS.04) (Magistratura do Trabalho – 8a Região/PA – 2007)


Assinale a alternativa CORRETA da disciplina do Código Civil sobre os
direitos de personalidade:
a) os direitos de personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b) é sempre defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes;
todavia é válida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte,
para depois da morte, com objetivo altruístico ou científico.
c) com a finalidade de preservação do direito à integridade física é possível,
mediante determinação judicial, a adoção coativa de tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica.

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d) o nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou
representações que a exponham ao desprezo público, desde que presente a
intenção difamatória, bem como, sem autorização, não será utilizado em
propaganda comercial.
e) o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.

ANTIGAS.05) (OAB/RS – 2006) Em se tratando de direitos da


personalidade, assinale a alternativa CORRETA.
a) na hipótese de manutenção da ordem pública, a lei civil autoriza a
divulgação da imagem da pessoa sem a sua devida e prévia autorização.
b) os direitos da personalidade se enquadram no campo dos direitos
eminentemente relativos.
c) ocorrendo a morte da pessoa, cessa a tutela sobre sua personalidade.
d) não há previsão legal que regule a possibilidade de alteração do
sobrenome da pessoa.
e) o elemento que permite integrar o nome, objetivando distinguir pessoas
de uma mesma família com nomes iguais denomina-se codinome.

ANTIGAS.06) (OAB/MG – 2007) Assinale a afirmativa CORRETA:


a) a publicação, exposição ou utilização da imagem da pessoa é, de maneira
geral, permitida, sendo necessária sua autorização se lhe atingir a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se destinar a fins comerciais.
b) a existência legal da pessoa natural se dá a partir do registro no Cartório
Civil das Pessoas Naturais.
c) o nome da pessoa natural é protegido contra qualquer divulgação ou
publicação não autorizada pelo titular, podendo este obter judicialmente a
cessação da divulgação ou publicação ou, ainda, indenização pelas perdas e
danos daí decorrentes.
d) havendo alguma lesão ao direito de personalidade, o interessado tem
direito de reclamar somente as eventuais perdas e danos desta lesão.

ANTIGAS.07) (Delegado de Polícia Civil do Estado de Goiás – 2003) O


Código Civil preceitua que “se pode exigir que cesse a ameaça ou a
lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei”. Em caso de morte, tem
legitimação para requerer a medida prevista no artigo citado:
a) o cônjuge sobrevivente e os demais descendentes.
b) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o
terceiro grau.
c) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o
quarto grau.

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d) o cônjuge sobrevivente, qualquer parente em linha reta e colateral até o
segundo grau.
e) o cônjuge sobrevivente, os descendentes e os colaterais até o quarto grau.

ANTIGAS.08) (OAB/RS – 2006) Quanto à capacidade civil, podemos


afirmar que:
a) os menores de 18 anos são absolutamente incapazes para exercer
pessoalmente qualquer ato da vida civil.
b) são relativamente incapazes os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
c) os menores de 16 anos já podem contratar, sem haja vício de vontade.
d) os pródigos são incapazes relativamente a certos atos.

ANTIGAS.09) A venda de um imóvel por um menor, com dezessete


anos de idade, sem ter sido assistido, mas após sua aprovação no
concurso vestibular, do qual participou pagando a inscrição com suas
próprias economias, será:
a) inexistente, porque o menor não foi emancipado.
b) ineficaz, porque o agente não foi assistido nem representado.
c) anulável, porque o agente é relativamente incapaz.
d) anulável, porque o agente é absolutamente incapaz.

ANTIGAS.10) Assinale a alternativa CORRETA:


a) a incapacidade será absoluta, quando houver proibição total do exercício
do direito pelo incapaz, acarretando, em caso de violação do preceito, a
possibilidade de decretação da anulação do ato.
b) os menores somente são capazes de direitos e obrigações, quando
representados ou assistidos.
c) os menores relativamente incapazes, independente da presença de
assistente, podem ser testemunhas em atos jurídicos e elaborar o seu próprio
testamento.
d) nosso Código Civil trata do instituto da comoriência, no livro do Direito das
Sucessões, em razão de sua relevância para esse ramo do Direito Civil, que
trata sobre a presunção absoluta de morte simultânea.

ANTIGAS.11) (FCC – Analista Judiciário/4a Região – 2005) A respeito


das pessoas naturais, é CERTO que:
a) os ébrios habituais, os viciados em tóxico e os pródigos são absolutamente
incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.
b) a personalidade civil da pessoa começa com a concepção e termina com a
morte, ainda que presumida, com ou sem declaração de ausência.
c) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo são incapazes,
relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer.

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d) a menoridade cessa aos 21 anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
e) a declaração da morte presumida só poderá ser requerida se alguém,
desaparecido em campanha, não for encontrado até 02 (dois) anos após o
término da guerra.

ANTIGAS.12) (Procurador do Banco Central – 2005) São relativamente


incapazes:
a) os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário
discernimento para a prática dos atos da vida civil.
b) os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um anos).
c) os ébrios habituais e os viciados em tóxicos que tenham o discernimento
reduzido.
d) os que, por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
e) os menores de 16 (dezesseis) anos.

ANTIGAS.13) (Procurador do Banco Central – 2005) A existência da


pessoa natural termina com a morte,
a) a qual pode ser declarada, pelo Juiz, sem decretação de ausência, se for
extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
b) presumindo-se a morte quanto aos ausentes, desde que aberta a sua
sucessão provisória.
c) a qual nunca pode ser presumida.
d) e o ausente será presumido morto somente depois de contar 80 (oitenta)
anos de idade e de 05 (cinco) anos antes forem suas últimas notícias.
e) e o ausente será considerado presumidamente morto depois de 10 (dez)
anos do pedido de sucessão definitiva.

ANTIGAS.14) (FCC – TRF/1a Região – Analista Judiciário – 2006)


Considere as seguintes assertivas a respeito do domicílio:
I. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente,
viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
II. O domicílio do marítimo é, em regra, a sede do comando a que se
encontrar imediatamente subordinado.
III. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde residam seus ascendentes e, na falta deles, onde
residam os descendentes.
IV. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está CORRETO o que se afirma
SOMENTE em:
a) I e III.

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b) I e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

ANTIGAS.15) Assinale a alternativa CORRETA de acordo com as


normas do Código Civil em vigor. Possui(em) domicílio necessário:
a) o servidor público.
b) apenas o preso e o militar.
c) somente o marítimo, o militar e o incapaz.
d) o militar da ativa ou da reserva.
e) as pessoas casadas.

ANTIGAS.16) O domicílio, como consagrado pelo Código Civil,


a) é único e consiste no local em que a pessoa estabelece residência com
ânimo definitivo.
b) é único e consiste no centro de ocupação habitual da pessoa natural.
c) é considerado o local onde a pessoa exerce sua profissão. Se a pessoa
exercer a profissão em locais diversos, deverá indicar um local específico
para todas as relações correspondentes.
d) pode ser plural, desde que a pessoa natural tenha diversas residências
onde alternadamente viva.

ANTIGAS.17) (OAB/MG 2007) Sobre domicílio, assinale a alternativa


INCORRETA:
a) o domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente.
b) o domicílio do preso é o lugar onde foi processado.
c) o domicílio do militar é o lugar onde servir.
d) o domicílio do servidor público é o lugar em que exerce permanentemente
suas funções.
e) o domicílio do marítimo é o do lugar onde o navio estiver matriculado

ANTIGAS.18) (Procurador do Banco Central – 2005) Considera-se


domicílio da Pessoa Natural, quanto às relações concernentes à
profissão:
a) somente o lugar em que a pessoa natural estabelecer a sua residência
com ânimo definitivo.
b) o lugar onde esta é exercida, e se exercitar a profissão em lugares
diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe
corresponderem.
c) o lugar em que for encontrada em dia útil.

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d) somente um único lugar onde esta é exercida em caráter permanente e
principal, desconsiderando-se qualquer outra localidade onde também a
exerça, ainda que com habitualidade.
e) apenas o lugar para o qual estiver inscrita em caráter permanente no
órgão de classe correspondente, independentemente de exercê-la com
habitualidade em outro local.

ANTIGAS.19) (Controladoria Geral da União – 2006) Os marítimos têm


por domicílio o local onde estiver matriculado o navio. Tal domicílio é:
a) voluntário geral.
b) aparente.
c) legal.
d) ocasional.
e) voluntário especial.

ANTIGAS.20) (FCC – TJ/PE – Técnico Judiciário – 2007) Considere as


afirmativas abaixo sobre domicílio civil.
I. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência
habitual, o lugar onde for encontrada.
II. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares
diferentes, apenas sua sede será considerada domicílio para quaisquer atos
praticados.
III. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
IV. Nos contratos escritos, o domicílio deve ser necessariamente o local da
residência dos contraentes.
É correto o que se afirma APENAS em:
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) I e III.
(D) II e III.
(E) III e IV.

ANTIGAS.21) (Auditor Fiscal do Estado da Paraíba – ICMS/PB – 2006)


O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo, porém
a) quanto às relações concernentes à profissão também será domiciliada onde
a profissão for exercida.
b) o preso em cumprimento de sentença, ainda que a pena seja elevada, não
perde o seu domicílio, que será considerado o local de sua última residência.
c) o itinerante não tem domicílio.
d) se tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á
domiciliada no local em que primeiro houver estabelecido residência.

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e) o domicílio do diplomata será, sempre, o Distrito Federal, enquanto servir
no estrangeiro.

ANTIGAS.22) (Advogado do BNDES – Banco Nacional de


Desenvolvimento Econômico e Social – 2006) A respeito do domicílio,
marque a afirmação CORRETA:
a) o conceito de domicílio confunde-se com o de residência, nos inovadores
termos do Código Civil de 2002.
b) as pessoas jurídicas estatais – União, Estados e Municípios – não possuem
um domicílio.
c) como vigora em nosso sistema o princípio da unicidade de domicílio, é
vedado ao particular possuir domicílio.
d) havendo pluralidade de residências, cabe à autoridade pública indicar o
domicílio da pessoa natural, a qual não terá direito de opção.
e) é instituto caracterizado por um elemento objetivo, qual seja, o
estabelecimento físico da pessoa e outro subjetivo, configurado pela intenção
(animus) de permanência definitiva.

ANTIGAS.23) (Ordem dos Advogados do Brasil/MG – 2007) A


incapacidade cessará para os menores:
a) pelo ingresso em curso de ensino superior.
b) pela aprovação em concurso público.
c) pela existência de relação de emprego, desde que, em função dela, o
menor, com dezesseis anos completos, tenha economia própria.
d) por sentença do Juiz, ouvidos os pais, ainda que o menor não tenha
dezesseis anos completos.

ANTIGAS.24) Assinale a alternativa CORRETA:


a) são considerados relativamente capazes os maiores de dezoito e menores
de vinte e um anos.
b) os absolutamente incapazes, desde que assistidos pelos pais, estão aptos
a praticar os atos da vida civil.
c) os pródigos são considerados absolutamente incapazes.
d) para os menores a incapacidade poderá cessar com o casamento.
e) o tutor pode emancipar o relativamente incapaz.

ANTIGAS.25) A emancipação do menor estará CORRETA, se:


a) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, automaticamente.
b) por concessão dos pais, ao menor de 16 (dezesseis) anos completos, por
instrumento público, homologado judicialmente.

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c) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, concedida por seus pais por
instrumento público, independentemente de homologação judicial.
d) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, por sentença do Juiz,
independentemente de ser ouvido o tutor.
e) se o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos qualquer um dos pais
poderá emancipá-lo, mas em havendo um conflito de interesses entre ambos
o juiz nomeará um tutor para a emancipação.

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GABARITO “SECO”
ESAF

ESAF.01) A ESAF.06) B
ESAF.02) D ESAF.07) C
ESAF.03) E ESAF.08) A
ESAF.04) D ESAF.09) B
ESAF.05) E

GABARITO “SECO”
(Variadas Mais Atuais)

A.01) A A.10) A B.05) B D.01) D


A.02) E A.11) B B.06) E D.02) E
A.03) D A.12) A B.07) B D.03) D
A.04) D A.13) D B.08) D D.04) D
A.05) C D.05) A
A.06) A B.01) C C.01) C D.06) B
A.07) D B.02) C C.02) A
A.08) B B.03) C C.03) C
A.09) E B.04) B C.04) E

GABARITO “SECO”
(Variadas Mais Antigas)

ANTIGAS.01) D ANTIGAS.10) C ANTIGAS.19) C


ANTIGAS.02) B ANTIGAS.11) C ANTIGAS.20) C
ANTIGAS.03) E ANTIGAS.12) C ANTIGAS.21) A
ANTIGAS.04) E ANTIGAS.13) A ANTIGAS.22) E
ANTIGAS.05) A ANTIGAS.14) B ANTIGAS.23) C
ANTIGAS.06) A ANTIGAS.15) A ANTIGAS.24) D
ANTIGAS.07) C ANTIGAS.16) D ANTIGAS.25) C
ANTIGAS.08) D ANTIGAS.17) B
ANTIGAS.09) C ANTIGAS.18) B

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