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Transtorno da Alimentação
PEMBA, 2022
Celestina Felisberto Naitiniane
Transtorno da Alimentação
Docente:
Jorge Daniel Araújo Cofe
PEMBA, 2022
Índice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.....................................................................................1
1.1. Contextualização.....................................................................................................1
1.2. Objectivos...............................................................................................................1
2.1.1. Causas..................................................................................................................2
2.1.3. Classificação........................................................................................................4
2.1.4. Diagnostico..........................................................................................................6
2.1.6. Tratamento...........................................................................................................7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................9
CAPITULO I: INTRODUÇÃO
Transtornos alimentares descrevem doenças que são caracterizadas por hábitos
alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação com o peso ou a forma do
corpo. Perturbação do desenvolvimento caracterizada por anomalias nos hábitos
alimentares que afetam negativamente a saúde física e emocional da pessoa.
1.1. Contextualização
1.2. Objectivos
1.2.
1
CAPITULO II: REVISÃO LITERATURA
2.1. Transtorno de alimentação
2
Experiência sexual traumática;
Certos traços de personalidade (Baixa autoestima, Introversão, Perfeccionismo
(Anorexia), Impulsividade (Bulimia), Instabilidade afetiva, evitativo, ansioso
(TCAP)...);
Fazer alguma dieta.
É frequente a comorbidade de transtornos alimentares (TAs) com transtornos de humor,
transtornos de ansiedade e dependência química. Sendo assim esses transtornos são
considerados factores de risco para anorexia, bulimia, hiperfagia e vigorexia.
Transtornos psiquiátricos de membros da família de primeiro grau (geralmente a figura
materna) estão entre os principais factores correlacionados com os TAs. Parentes de
primeiro grau de pessoas com anorexia tem 11 vezes mais chance de desenvolverem
esse transtorno que o normal enquanto parentes de bulímicos tem 4 vezes mais chance.
Mães com anorexia tem 75%-80% de chance de transferirem a anorexia para um ou
mais filhos e mães com bulimia têm 45% a 55%. Acredita-se que existe um predomínio
dos factores ambientais sobre os genéticos nessa transferência pois existe uma
correlação positiva entre a convivência com a mãe e a transmissão dos transtornos e a
terapia comportamental é mais eficaz que a medicamentos nesses transtornos.
Alguns remédios podem alterar o padrão alimentar diminuindo ou eliminando a
sensação de fome. Nesse caso não se trata de um transtorno psicológico e sim de um
efeito colateral conhecido como anorexia medicamentosa.
2.1.2. Tipos de Transtornos Alimentares
Existe um número diversificado de transtornos alimentares dependendo da fonte. Os
mais conhecidos são a anorexia e a bulimia, porém existem vários outros segundo as
pesquisas:
Anorexia
Bulimia
Hiperfagia
Ortorexia
Pica
Síndrome de Prader-Willi
Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)
Transtorno obsessivo compulsivo por alimentos
Transtorno de ruminação
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Vigorexia
Transtorno alimentar não especificado.
2.1.3. Classificação
Anorexia
Anoréxicos atingem uma grande perda de massa, de modo que o seu Índice de Massa
Corporal se reduza a valores inferiores a 17,5 kg/m². A perda de peso pode ser efetivada
por estrita restrição dietética, em adição a exercícios físicos excessivos; outros, em
conjunção a esses métodos, também podem abusar de técnicas purgativas (provocar-se
vômitos, abusar de laxantes ou diuréticos, etc.) que acreditam resultar em perda das
calorias, sem necessariamente, como no caso da bulimia, ter antes havido períodos de
comilança desenfreada.
Bulimia
Por definição, bulímicos passam por episódios (pelo menos duas vezes por semana) de
comilança desenfreada que resultam num consumo de calorias muito superior ao de uma
pessoa normal no mesmo período. Seguidos desses episódios, são por eles empregados
vários hábitos que visam compensar o ganho calórico, entre os quais os mais usados são
as técnicas purgativas; em uma pequena minoria dos casos, porém, bulímicos limitam-
se a se exercitar rigorosamente e/ou jejuar por longos períodos, sem provocar a
purgação da comida. A bulimia se distingue do tipo purgativo da anorexia, por não
haver, no caso do primeiro transtorno, o emagrecimento extremo visto no segundo.
Hiperfagia
A hiperfagia, também chamada de polifagia, consiste em uma grave desordem
alimentar, caracterizada pela exacerbada ingestão de alimentos, ultrapassando o
necessário para atender a demanda energética do organismo.
Ortorexia
É a obsessão por alimentos saudáveis e nutritivos excluindo uma grande quantidade de
alimentos, principalmente os mais industrializados, dessa dieta. Quase sempre ocorre
em países desenvolvidos.
Pica
É o impulso de comer objetos não nutritivos nem cuja ingestão é aceita socialmente.
Mais comum em crianças e mulheres grávidas. Seu nome é baseado no nome latim de
um corvo famoso por comer de tudo.
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Síndrome de Prader-Willi
Afeta crianças independentemente do sexo, raça ou condição social. De natureza
genética, mais frequente em quem possui baixa estatura e peso, geralmente envolve
retardo mental ou transtornos de aprendizagem e desenvolvimento sexual incompleto se
trata de uma necessidade involuntária de comer constantemente, o que quase resulta em
outros problemas de saúde como obesidade e problemas cardíacos. Leva a morte caso
não tratado. Antidepressivos ISRS têm se mostrado eficaz restringindo os danos, porém
essa síndrome ainda não tem cura.
Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)
Conhecido em inglês por binge eating disorder, é uma classificação relativamente
recente para a compulsão por comer, característica da bulimia que não envolve o uso de
métodos extremos de perda de peso como vômito, anfetaminas e laxantes. 30% dos
obesos possuem esse transtorno e sua prevalência na população gira em torno de 2%.
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) por alimentos
Semelhante aos outros transtornos obsessivos compulsivos, envolve pensamentos
incontroláveis, repetitivos e persistentes, que só são aliviados enquanto o indivíduo se
alimenta. Enquanto não se alimentar seguindo suas crenças o indivíduo sofre de uma
ansiedade crescente e pensamentos constantes até ceder e é imediatamente reforçado\
reforço positivamente (com o prazer de comer) e negativamente (com o alívio da
ansiedade) enquanto estiver comendo. Mesmo que esteja ciente de que seus
pensamentos são prejudiciais a si mesmo, irrealísticos e inapropriados o indivíduo não
consegue controlálos.
Ao contrário dos outros transtornos alimentares os antidepressivos são bastante eficazes
no tratamento do TOC.
Transtorno de ruminação
Mais frequente em crianças pequenas é caracterizado pela regurgitação ou remastigação
repetida que não podem ser explicados por nenhuma condição médica. Podem resultar
em desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e
até morte.
Vigorexia
É a obsessão por um corpo musculoso e atraente, quase sempre em homens. Envolve
um treinamento muscular obsessivo e alimentação voltada para a manutenção desse
corpo com uso frequente de anabolizantes. É classificada junto com os transtornos
alimentares por envolver um disformismo corporal reforçado pelo culto a imagem, o
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desenvolvimento de uma alimentação restritos e hábitos patológicos com causas,
consequências e tratamento semelhantes ao da anorexia e bulimia.
Outros transtornos alimentares não especificados
Cerca de um terço dos diagnósticos feitos usando o DSM IV são classificados como não
especificados por não possuírem um ou mais critérios essenciais para a classificação em
outro transtorno. Por volta da metade desses transtornos parciais se tornam transtornos
completos caso não sejam tratados adequadamente preventivamente.
2.1.4. Diagnostico
Existem alguns testes psicológicos desenvolvidos especialmente para o diagnóstico de
transtornos alimentares gerais como o Teste de Atitudes Alimentares (EAT 26) ou
específicos como o Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP)[25] O
diagnóstico geralmente é feito seguindo os critérios do CID-10 ou do DSM IV tanto por
médicos, psicólogos ou nutricionistas.
O teste de atitudes alimentares (EAT-26) foi desenvolvido por Garner e Garfinkel,
originalmente usado apenas para anorexia mas revisado para identificar outros
transtornos alimentares, usa 14 critérios e é voltado especialmente para identificar riscos
de saúde. Já está adaptado ao português e é aprovado pela APA.
No caso específico da anorexia nervosa os critérios basicamente envolvem:
Comportamentos visando a perda de peso e sua manutenção abaixo do normal;
Medo mórbido de engordar;
Distúrbio de imagem corporal; e
Distúrbio endócrino (ex: amenorreia).
Enquanto os da bulimia nervosa se caracterizam por:
Impulso irresistível de comer excessivamente;
Evitação do ganho de peso pela indução de vômitos e/ou abuso de purgativos; e
Medo mórbido de engordar.
Para o diagnóstico específico da bulimia existe o Bulimic Investigatory Test Edinburgh
(BITE) e para o diagnóstico de distorção corporal existe o Body Image Test (BIT).
Já os critérios diagnósticos dos outros transtornos ainda são controversos e estão sendo
discutidos. Critérios importantes como a quantidade de episódios de compulsão
alimentar necessários para caracterizar um TCAP ainda não estão definidos, mas estão
em torno de duas vezes por semana.
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2.1.5. Sintomas e outros Sinais de Alerta
Emagrecimentos
Cuidado excessivos com a alimentação
Desculpas para não comer sozinha
Isolamento, alterações de humor e agressividade
Excesso de exercício físico
Vômitos e uso de laxantes
Atitude demasiado crítica quanto à sua imagem
Perda de apetite
2.1.6. Tratamento
O tratamento mais eficaz deve ser multidisciplinar, com acompanhamento médico,
nutricional e psicológico, para que se possa alcançar um peso mais saudável, diminuir a
influência dos fatores psicológicos mantenedores desse comportamento, medicar com
psicotrópicos como antidepressivos e topiramato, acompanhar a evolução dos sintomas
e prevenir ou conter as possíveis patologias associadas. Em casos graves, quando o peso
corporal está a mais de 25% abaixo do mínimo ideal (por exemplo abaixo de 45kg
quando o ideal é 60 kg), pode ser necessária hospitalização. Em caso de obesidade
mórbida pode ser feita uma cirurgia bariátrica.
As psicoterapias mais recomendadas são a Terapia analítico-comportamental e Terapia
cognitivo-comportamental (39% de desaparecimento de sintomas a curto prazo). Os
remédios psiquiátricos por outro lado tem tido eficácia significantemente menor (20%
de desaparecimento de sintomas), tornando os psicotrópicos coadjuvantes dos
tratamentos psicológico e nutricional mais voltados para tratar as comorbidades (como
depressão e ansiedade) do que o transtorno alimentar em si. Os antidepressivos tem
efeito melhor que o placebo apenas em 60% dos casos, podem ter como efeitos
colaterais causar perda ou ganho de peso e tem 35% de abandono. Todos tratamentos
juntos levam ao desaparecimento de sintomas em 49% dos casos.
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CAPITULO III: CONCLUSÃO
A causa dos transtornos alimentares não é clara. Tanto os factores biológicos como
ambientais parecem contribuir para a doença. O ideal cultural de magreza pode afetar o
indivíduo por influência social e cultural acabando por atuar na etiologia desta condição
médica. Os transtornos alimentares afetam cerca de 12% dos dançarinos. As vítimas de
abuso sexual estão também mais predispostos a desenvolver a doença. Alguns
transtornos, tais como a pica e o transtorno de ruminação ocorrem mais frequentemente
em pessoas com deficiência intelectual. Um distúrbio alimentar pode ser diagnosticado
apenas uma vez num determinado momento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. American Psychiatry Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders 5th ed. Arlington: American Psychiatric Publishing. pp. 329–
354.
2. Arcelus, J; Witcomb, GL; Mitchell, A (Março de 2014). «Prevalence of eating
disorders amongst dancers: a systemic review and meta-analysis.». European
Eating Disorders Review. 22 (2): 92–101.
3. Smink, FR; van Hoeken, D; Hoek, HW (Novembro de 2013). «Epidemiology,
course, and outcome of eating disorders.». Current Opinion in Psychiatry.
4. MORGAN, Christina M; VECCHIATTI, Ilka Ramalho and NEGRAO, André
Brooking. Etiologia dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos
e sócio-culturais. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2002, vol.24, suppl.3 [cited 2011-
02-19], pp. 18-23.
5. Appolinário JC, Silva JAZ. Farmacoterapia dos transtornos alimentares. In: Nunes
MA, Appolinário JC, Abuchaim ALA, Coutinho W. Transtornos alimentar e
obesidade. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998. p. 164-70.