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RASTREAMENTO

➔ Níveis de prevenção
◆ PRIMÁRIO = ação tomada para remover causas e fatores de risco de
um problema de saúde individual ou populacional antes do
desenvolvimento de uma condição clínica​ - promoção da saúde e
proteção específica. EX: imunização
◆ SECUNDÁRIO = ação para detectar problemas de saúde em estágios
iniciais prevenindo o avanço ou prejuízo grande da doença. EX:
diagnóstico precoce e rastreamento
◆ TERCIÁRIO = minimizar prejuízos consequentes a problemas de
saúde já instalados, reduzir prejuízos funcionais. EX: reabilitação (já
tem o problema de saúde)
◆ QUATERNÁRIO = IATROGENIA, detecção de indivíduos em risco de
intervenções, diagnósticas ou terapêutica EXCESSIVAS e
INAPROPRIADAS

➔ Rastreamento do risco cardiovascular
◆ BAIXO/INTERMEDIÁRIO RISCO = tabagismo, hipertensao,
obesidade, sedentarismo, sexomasculino, idade acima de 65 anos,
historia familiar, evento cardiovascular prévio
◆ ALTO RISCO = AVC prévio, IAM prévio, LOA, AIT prévio, HVE,
nefropatia, retinopatia, aneurisma de aorta abdominal, estenose de
carótida sintomática, diabetes

➔ Rastreio de dislipidemias
◆ Colesterol e LDL altos, HDL baixo = risco para doença arterial
coronariana
◆ Homens = Rastrear em homens com 35 anos ou mais - se tiver alto
risco cardiovascular, rastrear a partir dos 20 anos.
◆ Mulheres = a partir dos 45 anos ou mais. Se apresentarem alto risco
cardiovascular realizar a partir dos 20 anos

➔ Rastreio de hipertensão
◆ Adultos acima de 18 anos sem o conhecimento de que sejam
hipertensos

➔ Rastreio de diabetes tipo 2
◆ Todos os adultos asintomáticos com PA sustentada > 135x80 mmHg

➔ Rastreio de obesidade
◆ Todos os pacientes adultos e crianças maiores de seis anos

➔ Rastreio câncer de mama
◆ Rastreio bianual por meio de mamografia em mulheres entre 50 a 69
anos

➔ Rastreio câncer de próstata
◆ Nível de evidência insuficiente para rastreamento em homens
assintomáticos com idade inferior a 75 anos
◆ Teste de PSA - pode identificar o câncer de próstata mas tem
limitações, ae 20% dos homens com câncer de próstata apresentam
PSA normal - não adequado

➔ Rastreio câncer de colo uterino
◆ Mulheres sexualmente ativas dos 25 aos 64 anos e que tenham a
cérvice​uterina

➔ Rastreio de câncer de cólon e reto
◆ Todos os pacientes entre 50 e 75 anos
◆ Pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia ou sigmoidoscopia

SAÚDE DO TRABALHADOR
➔ Muito importante pois confere um determinante social – ambiente de trabalho,
condições de trabalho.
➔ Perguntas a se fazer durante a anamnese:

◆ O que você faz? Em que trabalho? Qual a sua atividade atual?


◆ Há quanto tempo você tem essa ocupação?
◆ Em que local você trabalha?
◆ Como são suas condições de trabalho?
◆ Como você realiza seu trabalho? Instrumentos, materiais, posturas
◆ Você conhece trabalhadores com as mesmas queixas que as suas?
◆ Você está satisfeito com o seu trabalho? O que te incomoda?
◆ Você acha que o seu problema de saúde está relacionado ao seu
trabalho?

➔ Basicamente pedir para o paciente descrever sua rotina diária no trabalho em


um dia típico
➔ Alguns exemplos de condições que podem agravar o adoecimento:

◆ Pressão para atingir metas


◆ Carga horária excessiva, frequente horas extras
◆ Ritmo de trabalho acelerado
◆ Relação interpessoal com patrão e colegas
◆ Aspectos do local de trabalho (onde o mesmo acontece)
◆ Ferramentas, insumos, matérias-primas, materiais, máquinas e
instrumentos manipulados/utilizados

➔ Lembrando que, normalmente, existe uma exposição simultânea a vários


fatores de risco.

◆ RISCOS FÍSICOS (mais frequentes): ruídos (surdez, zumbidos,


gastrite, insônia, estresse), temperaturas extremas (desidratação,
câimbras, fadiga, alergia respiratória, sinusite, resfriados), iluminação
(problemas de visão, dor de cabeça, acidentes), radiações ionizantes e
não ionizantes (câncer de pele, anemia aplásica, leucemia, catarata).
◆ RISCOS QUÍMICOS: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores. Manifestações = queimaduras, náusea, vômito, cefaleia,
alergia, asma, câncer, doenças gástricas e intestinais, neurológicas,
hepáticas.
◆ RISCOS MECÂNICOS / ACIDENTES: uso de máquinas sem proteção,
calandras e cilindros, guilhotinas, prensas, instrumentos cortantes ou
perfurantes. Manifestações = acidentes diversos, quedas, fraturas,
esmagamento, amputação, traumatismos.
◆ RISCOS BIOLÓGICOS: microrganismos, doenças contagiosas
(hepatite, tuberculose, tétano, pneumonia), envenenamento por picada
de cobra ou escorpião.
◆ RISCOS PSICOSSOCIAIS / ERGONÔMICOS: longas jornadas de
trabalho, esforços físicos exagerados com posturas forçadas,
carregamento de peso, ritmo acelerado, trabalha repetitivo e
monótono, trabalho em turnos noturnos, desemprego, vínculos
precários e ausência de vínculo trabalhista.
● Doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho = DORT
(problemas na coluna, dores musculares e articulares)
● Sofrimento mental = insegurança, desmotivação e depressão

➔ Quando existir ação direta do agente como desencadeante de uma lesão ou
uma doença = NEXO CAUSAL
➔ Esse nexo também é caracterizado quando o agente não for a causa
necessária para o estabelecimento do dano, mas que contribua para seu
aparecimento ou agravamento = NEXO DE CONCAUSALIDADE

➔ Uma vez identificado ou diagnosticado um agravo (acidente ou doença) ou


uma situação de exposição ocupacional a um fator de risco para a saúde,
reconhecidamente perigoso por seu potencial de dano, o cuidado ao
trabalhador deve contemplar ações no nível individual e coletivo - orientações
e encaminhamentos trabalhistas e previdenciários.
➔ AFASTAMENTO DO TRABALHO => feito através do atestado médico.
Possibilita a justificativa de afastamento por até 15 dias sob responsabilidade
do empregador, se o afastamento for superior deverá ser encaminhado ao
INSS para avaliação do médico pericial - remuneração pelo INSS.

➔ Definição de ACIDENTE DE TRABALHO - evento súbito ou agudo ocorrido


no exercício de atividade laboral, que pode ter como consequência a perda
de tempo, dano material e/ou lesões ao trabalhador. Lesão corporal ou
perturbação funcional que pode causar morte ou perda e/ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
◆ Eventos provavelmente preveníveis e previsíveis!

➔ Os seguintes agravos relacionados à saúde do trabalhador devem ser


notificados no SISTEMA DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN)

◆ Acidente de Trabalho Grave


● Acidente de trabalho fatal (imediatamente ou até 12 horas
após), acidente de trabalho com mutilações (politrauma,
amputações, asfixia…) e acidente de trabalho com menores de
idade (<18 anos)
◆ CA Relacionado ao Trabalho
◆ Dermatoses Ocupacionais
◆ Exposição a Material Biológico
◆ Lesão por esforço repetitivo (LER) / Doenças osteomusculares
relacionadas ao trabalho (DORT)
◆ Perda auditiva induzida por ruído ocupacional (PAIR)
◆ Pneumoconiose
◆ DRT Transtorno Mental
◆ Não específicos da saúde do trabalhador: intoxicações exógenas e
acidentes com animais peçonhentos

➔ Profissionais designados pelas esferas federal, estadual e municipal que


participam direta ou indiretamente na notificação e investigação de casos de
doenças e agravos, e hospitais privados e/ou consultórios particulares podem
utilizar o SINAN.

➔ COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT) => documento


emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem
como uma doença ocupacional. Esse documento deve ser preenchido, em
sua primeira parte, pela empresa - se não houver comunicação por parte da
mesma, o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical, o
médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública.
RESUMO = identificar riscos e perigos -> diagnosticar corretamente ->
estabelecer nexo causal (agravo/doença e trabalho) -> informar trabalhador sobre
as causas e evolução de seu adoecimento, assim como a prevenção -> orientar
sobre direitos trabalhistas, previdenciários e à saúde -> NOTIFICAR

SAÚDE DOS GRUPOS VULNERÁVEIS


➔ VULNERABILIDADE = grupos ou indivíduos fragilizados, jurídica ou
politicamente, na promoção, proteção ou garantia de seus direitos de
cidadania
◆ Exemplos: mulher, criança, adolescente, idoso, população LGBTQ+,
população indígena, privados de liberdade, pessoas com deficiência e
em reabilitação, população em situação de rua…
➔ EXCLUSÃO SOCIAL = violência, desemprego, abandono da escola,
dificuldade de acesso a moradia, alimentação, lazer, cultura e serviços de
saúde. Lembrando do conceito AMPLIADO de saúde - não se limita apenas
ao acesso aos serviços! Todas as formas de discriminação deve ser
consideradas na determinação social de sofrimento e de doença.
➔ Seccionalidade de opressões: formas de discriminação que se somam. EX:
machismo, racismo, LGBTfobia…
➔ Existem alguns órgãos conhecidos como espaços de apoio intersetorial da
APS, entre eles estão:
◆ Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)
◆ Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)
◆ Outros (IML, Conselho Tutelar, Ministério Público)

POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA (PSR)

➔ Grupo heterogêneo caracterizado por:


◆ Condição de pobreza extrema
◆ Interrupção ou fragilidade dos vínculos familiares
◆ Falta de moradia convencional regular
➔ INEXISTÊNCIA DE GARANTIA DE ACESSO À MORADIA
➔ Um dos serviços de saúde criados com o objetivo de atender esse grupo
foram os Consultórios de/na Rua (CnaR)
➔ Existe ainda um grande DESPREPARO PROFISSIONAL e muitos estigmas
em relação a PSR nos serviços de saúde - frequente relato de discriminação
social. Assim, a maioria desses indivíduos chegam à atenção primária com
sintomas agudos ou graves (normalmente como todos os grupos
vulneráveis).
➔ Necessita-se de estratégias específicas e serviços preparados para as
peculiaridades de seu modo de vida - porém, esses indivíduos costumam
apresentar ansiedade pela sua rápida resolução de problemas
➔ Insegurança alimentar, aglomerações e falta de prevenção são fatores de
agravo à saúde desses indivíduos - não têm acesso a rastreamento ou
investigações diagnósticas.
➔ Situações comuns na PSR:
◆ Tosse - tabagismo, drogas inalatórias, tuberculose, infecções, busca
ativa de sintomáticos respiratórios
◆ Saúde mental - população com alto risco para sofrimento mental,
estigma
◆ Álcool e outras drogas - abstinência total (cuidados ambulatoriais e
internações de curto, médio e longo prazo - até 9 meses) ou redução
de danos
◆ Mulheres em situação de rua - violência física, sexual, sintomas
depressivos, sustentação de relacionamentos abusivos e muito
agressivos
➔ PRECONIZAR O TRATAMENTO DIRETAMENTE OBSERVADO (TDO)
NESSA POPULAÇÃO

➔ REDE INTERSETORIAL = prestação de assistência integral


◆ Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): pessoas com sofrimento ou
transtorno mental, e viciados
◆ CREAs
◆ Centros de acolhida e albergues (Centros POP - especializado para
PSR)

POPULAÇÃO LGBTQIA+

➔ DIVERSIDADE SEXUAL = toda diversidade de sexos biológicos, orientações


sexuais, de identidade e expressões de gênero
◆ Identidade de gênero - é como você, na sua cabeça, pensa sobre si
mesmo, como se sente, como se enxerga
◆ Orientação sexual - refere-se ao seu desejo, por quem você se sente
atraído sexualmente
◆ Sexo biológico - refere-se ao órgão genital, cromossomos e hormônios
◆ Expressão de gênero - é como você demonstra seu gênero pela sua
forma de agir, se vestir e se expressar

➔ CISGÊNERO - pessoa cuja identidade de gênero corresponde ao


gênero/sexo que lhe foi atribuído ao nascimento
➔ TRANSGÊNERO - pessoa cuja identidade de gênero é diferente do
gênero/sexo atribuído ao nascimento. Inclui os não binários. O Brasil tem o
maior número de assassinatos de transgêneros no mundo.
◆ Garantir acesso ao processo transexualizador na rede SUS
◆ Atenção ao uso prolongado de hormônios
◆ Garantir uso do nome social

➔ Lembrando que a única forma de saber a identidade de gênero e a
orientação sexual é PERGUNTANDO à pessoa!
➔ Problematizações importantes relacionadas a essa população vulnerável:
◆ Sociedade heteronormativa = patriarcado, construções sociais,
preconceito e discriminação
◆ Sofrimento = abuso de substâncias, distúrbios alimentares, depressão
e ansiedade, maior risco de suicídio, violência de parceria íntima
◆ Barreiras no sistema de saúde = não se é perguntado sobre gênero e
orientação sexual, medo/percepção de comportamento
preconceituoso, reações negativas e despreparo dos profissionais de
saúde, e exame físico inadequado e doloroso.

➔ Como oferecer um atendimento adequado à população LGBTQIA+?


◆ Perguntar e garantir nome social
◆ Usar termos neutros e não julgar
◆ Ambiente acolhedor e respeitoso = respeitar os limites do paciente
◆ Abordar parcerias e práticas sexuais
◆ Estudar e conhecer a diversidade sexual e suas particularidades
◆ Notificar casos de violência (SINAN) - interpessoal e autoprovocada,
notificação imediata
◆ Reforçar redes de apoio
◆ Atentar e evitar reproduzir opressões

SAÚDE DO HOMEM
➔ Homens demoram mais para procurar atendimento médico por motivos
como: estereótipos de gênero, pensamento mágico de que nunca vão
adoecer e não se cuidam, papel de provedor e medo de descobrir doenças e
outros
➔ Existem 5 eixos principais quando trata-se de saúde do homem:
◆ Acesso e acolhimento
◆ Paternidade e cuidado
◆ Saúde sexual e reprodutiva (PRINCIPAL!)
◆ Cuidado às doenças prevalentes na população masculina
◆ Prevenção de violências e acidentes

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

➔ Elementos a serem perguntados na anamnese mais focada: idade, existência


ou não de parceira estável, presença ou não de fatores de risco para
disfunção sexual, histórico de ISTs, antecedentes de violência sexual, idade
das poluções noturnas (derramamento involuntário de esperma), primeiras
experiências sexuais, relacionamentos atuais e ciclo de resposta sexual

➔ DISFUNÇÃO SEXUAL = incapacidade de participar do ato, impedimento do
ciclo de resposta com êxito. Em homens, a mais frequente é a disfunção
erétil seguida de ejaculação precoce.
➔ Possíveis causas: violência, conflitos psicológicos relacionados a identidade,
preferência e orientação sexual, crises conjugais, ciclo de vida, desemprego,
orgânicos e outros.

➔ Pode-se seguir um roteiro para melhor investigação desses pacientes:
◆ Queixas = descrição, desenvolvimento segundo o paciente, tentativas
de resolução, expectativas
◆ História pregressa = doenças e condições médicas, alterações no
desejo e na excitação, orgasmo e ejaculação, função erétil e relação
sexuais
◆ Exame físico = pulsos periféricos, edemas de MMII (investigação de
arteriopatias periféricas), distribuição de pelos (genética e endócrina) e
exame do pênis (fimose, ISTs, traumas)
◆ Investigação laboratorial = testosterona total e livre, prolactina, FSH,
LH, SHBG (proteína de ligação dos hormônios sexuais), perfil lipídico,
DHEA, glicemia em jejum, hemoglobina glicada, perfil tireoidiano e HC
◆ Avaliação da saúde mental, do estilo de vida, história psicossexual e
fatores ambientais.

➔ O próximo passo nesse caso é a INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA.
◆ Técnicas comportamentais
◆ Psicoterapia (medicamentos não descartam esse passo)
◆ Tratamento medicamentoso = resgata a fisiologia do ciclo de resposta
sexual
● Disfunção erétil -> inibidores da fosfodiesterase 5, que
recuperam e mantém a resposta erétil frente ao estímulo sexual
● Impulso sexual excessivo -> ISRS e tricíclicos
● Baixos níveis de testosterona, baixo libido -> tratamento
hormonal
● Falta de excitação ou inibição do desejo sexual -> inibidores de
recaptação de dopamina

➔ DICAS!
◆ Perguntar a todos os adolescentes, adultos e idosos sobre a
satisfação com a sua vida sexual
◆ Espaço de maior privacidade
◆ Envolver o parceiro sempre que o paciente desejar ou consentir
◆ Garantir sigilo das informações
◆ ENCAMINHAR quando for um problema sexual de longa data ou
presente ao longo de toda vida, falha no aconselhamento a curto prazo
e doença orgânica grave

➔ Uma característica muito importante que deve ser avaliada nesse momento
são as ISTs.
◆ HPV / Hepatite B = prevenível através da imunização
◆ Corrimento Uretral = tratar clamídia e gonococo (ceftriaxona 500mg
IM dose única + azitromicina 500mg, 2 CP, VO dose única)
◆ Sífilis = pode ser dividida em recente (primária, secundária e latente
recente - até 1 ano de evolução) ou tardia (latente tardia e terciária -
mais de 1 ano de evolução)
● Sífilis primária -> úlcera com treponemas, única, indolor, borda
regular, base endurecida e fundo limpo - ocorre no local de
entrada da bactéria, conhecida como “cancro duro”. Cursa com
linfadenopatia regional e apresenta duração variável.
● Sífilis secundária -> de 6 semanas a 6 meses após a
cicatrização do “cancro duro”. Inicia com uma erupção macular
eritematosa pouco visível, no tronco e raiz dos membros.
○ Lesões cutâneas podem progredir para papulosas
eritematosas e acastanhadas (não pruriginosa)
○ Mais adiante, pode apresentar condilomas planos nas
dobras mucosas
○ Podem aparecer sintomas inespecíficos como febre, mal
estar, cefaleia e adinamia
● Sífilis latente -> período sem sinais ou sintomas, - reatividade
dos testes treponêmicos e não treponêmicos = diagnóstico
● Sífilis terciária -> ocorre em 15% a 25% das infecções não
tratadas. Inflamação provoca destruição tecidual com
acometimento do SNC e do ACV. Formam-se gomas sifilíticas
(tumorações com liquefação) nos tecidos. Pode levar à morte
○ Pode ocorrer até 40 anos depois do primeiro contato
◆ HIV = diagnóstico pelo teste rápido (ACONSELHAMENTO PRÉ E PÓS
TESTE), avaliar infecções cruzadas (tuberculose, por exemplo),
● Solicitar hemograma, CD4, TGO, TGP, carga viral, glicemia,
creatinina, colesterol HDL, triglicerídeos, RX de tórax, PPD,
testes rápidos de outras ISTs
● Tratamento na APS: tenofovir e dolutegravir + lamivudina
● Mandar para especialista se CD4 <= 350 OU com sintomas

HIPERTENSÃO
➔ Os principais fatores de risco são:
◆ Modificáveis = sedentarismo, tabagismo, sobrepeso/obesidade,
ingestão de álcool, fatores socioeconômicos, e ingestão de sódio e
potássio
◆ Não-modificáveis = genetica, etnia (negros), sexo (feminino) e idade (>
60 anos)
◆ Lembrando que classificação do risco cardiovascular é muito
importante para complementar esses fatores de risco

➔ O diagnóstico de hipertensão é basicamente feito através de 4 medições em
2 consultas - no início e no final das mesmas.
◆ Se o paciente apresentar uma PA elevada e sustentada, ou seja acima
de 139 mmHg na sistólica e/ou 89 mmHg na diastólica, podemos
considerar o paciente portador de hipertensão
◆ Exceções: o diagnóstico pode ser fechado em algumas situações
apenas com 1 aferição
● PA >ou= a 140x90 mmHg em pacientes com LOA (doença
renal, HVE)
● PA >ou= a 140x90 mmHg em pacientes com alto risco
cardiovascular
● PA >ou= 180x110 mmHg

➔ É possível estratificar o risco de acordo com a situação de cada paciente:
➔ Deve-se solicitar a esse paciente alguns exames complementares de rotina:
◆ EAS - exame de urina (albumina)
◆ Eletrólitos - sódio e potássio
◆ Ácido úrico
◆ Fundoscopia
◆ Eletrocardiograma / ecocardiograma
◆ Colesterol total, triglicerídeos, LDL e HDL
◆ Glicemia de jejum e hemoglobina glicada
◆ Creatinina

➔ O tratamento inicial deve ser através da mudança de estilo de vida (MEV)
por alguns meses - cessação do tabagismo, atividade física, controle da
ingestão de álcool, dieta saudável, perda de peso, reduzir ingesta de sódio e
aumentar a de potássio

➔ Já o tratamento medicamentoso também é estratificado e estabelecido
através de metas:

➔ Existem alguns casos que a hipertensão deve ser tratada e avaliada pela
atenção secundária:
◆ Hipertensão secundária
◆ PA não controlada com pelo menos 3 fármacos, mesmo com adesão
ao tratamento e doses adequadas
◆ Dúvidas quanto a terapêutica no caso do paciente
TUBERCULOSE
➔ Doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (BK) -
BAAR - transmitida através de pacientes com sua versão pulmonar que
dispersão aerossóis (BACILÍFEROS que apresentam baciloscopia positiva de
escarro)

➔ Sinais e sintomas:
◆ Tosse seca ou produtiva por mais de 3 semanas
◆ Febre vespertina
◆ Sudorese noturna
◆ Emagrecimento
◆ Astenia (perda de força)
◆ Cansaço

➔ O diagnóstico bacteriológico pode ser feito de 2 maneiras:
◆ Baciloscopia de escarro = pesquisa de BAAR no escarro (são
coletadas 2 amostras, uma no consultório e uma ao paciente acordar).
◆ Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-BK) = identifica o
DNA da bactéria e também cepas resistentes a rifampicina, mais
sensível que o de cima.

➔ Qual a conduta na SUSPEITA de BK?
◆ Contactante adulto e assintomático = realizar prova tuberculínica (PT)
● PT >= 5mm -> realizar RX de tórax
○ RX sem alteração = tratar ILTB
○ RX com alteração = investigar TB ativa
● PT < 5mm - repetir a PT em 8 semanas
○ Analisar se houve ou não conversão
◆ Contactante adulto sintomático = investigar TB ativa e tratar
◆ Contactante criança assintomático = realizar PT e RX de tórax
● RX com alteração - prosseguir com investigação para TB ativa
● RX sem alteração - olhar PT
○ PT >= 5mm = tratar ILTB
○ PT < 5mm = repetir PT em 8 semanas (analisar se há
conversão ou não)
◆ Contactante criança sintomático = investigar TB ativa e tratar

➔ Algumas alterações que podemos no RX e TC de tórax são: cavitações,
nódulos, consolidações, massas, processos intersticiais (miliar), derrame
pleural e alargamento do mediastino
➔ Lembrar que tuberculose apresenta relação íntima com pacientes
imunossuprimidos como os HIV+ - fazer testagem quando positivar para BK
DIABETES
➔ Doença de curso silencioso, ficar atento a possíveis alterações (acantose
nigricans) e história familiar
➔ O rastreamento do diabetes deve ser feito em pacientes com alto risco de
desenvolvimento dessa doença. Entre eles:

◆ Pacientes com PA >= 135x80 mmHg


◆ Obesidade - IMC < 30
◆ História prévia de diabetes gestacional
◆ História familiar em parentes de 1° grau
◆ Síndrome dos ovários policísticos (SOP)

➔ Para a realização do rastreamento nesses pacientes, vão ser solicitados
exames, como principal solicita-se a glicemia de jejum.
◆ Outras opções de exames são: hemoglobina glicada (HbA1c)e teste
oral de tolerância à glicose (TOTG).

➔ O diagnóstico só é feito quando esses exames forem repetidos e tivermos a
combinação da alteração de dois valores em dois momentos
◆ Repetir os exames de 1 a 3 anos se: glicemia < 110 mg/dl, TOTG <
140 mg/dl e HbA1c < 5,7%
◆ Paciente diabético: glicemia >= 126 mg/dl, TOTG >= 200 mg/dl e
HbA1c >= 6,5 %
◆ OBS: glicemia de jejum, pela OMS, é normal até 110 mg/dl

➔ O tratamento do diabetes mellitus tipo 2 envolve esferas de mudança de
hábitos e de tratamento farmacológico
◆ Mudança de estilo de vida (MEV) = diminui consumo de açúcares,
prática de atividade física, dieta saudável…
◆ Farmacológico = metformina (dose diária única), biguanidas (favorece
perda de peso), sulfonilureias (pode dar hipoglicemia) e insulina
(pacientes com doenças/insuficiência renais)

➔ Por ser uma doença sistêmica, devemos solicitar exames complementares
com o objetivo de avaliar o comprometimento de outros órgãos e a extensão
dessa situação.
◆ Fundoscopia
◆ Função renal (creatinina e ureia)
◆ Exame/avaliação dos pés
◆ Colesterol total, HDL e TG
◆ EAS (proteinúria e microalbuminúria)
◆ ECG

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