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Casal ganha na Justiça direito a

indenização por fratura de maxilar de cão


Casal ganha na Justiça direito a

indenização por fratura de maxilar de cão

durante banho em pet shop


Tutores do cachorro Boss receberão R$ 12,6 mil por danos
morais e materiais
01/06/2022 - 09h07minAtualizada em 01/06/2022 - 13h52min
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ADRIANA IRION
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Animal recebeu placas metálicas no


durante banho em pet shop
Tutores do cachorro Boss receberão R$ 12,6 mil por danos
morais e materiais
01/06/2022 - 09h07minAtualizada em 01/06/2022 - 13h52min
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ADRIANA IRION
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Animal recebeu placas metálicas no


maxilarArquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

A Justiça decidiu que os tutores de um cão da raça shih tzu chamado Boss têm direito a

indenização por uma lesão que o animal sofreu enquanto estava sob os cuidados de

uma pet shop, em Porto Alegre.

Enviado por telebusca para um banho, Boss retornou para casa com uma fratura no

maxilar. O animal precisou ser operado e colocar placa de metal. A decisão da Vara

Cível do Foro Regional da Tristeza determinou o pagamento de R$ 12,6 mil por danos

morais e materiais ao casal que ingressou com a ação.


Após o banho na pet, os tutores notaram que Boss estava sem apetite, com dificuldade

para tomar água e com o olho esquerdo avermelhado. Ele foi levado para atendimento

em uma clínica, onde foi constatada a fratura no maxilar.


LEIA MAIS

Cachorro ingressa na Justiça pedindo indenização a pet


shop por danos físicos e psicológicos


Em decisão inédita, Justiça do Paraná dá permissão para
cães serem autores de ações

Quando começou a tramitar, em 2020, o caso chamou a atenção porque o advogado

que representa o casal, Rogério Rammê, tentava garantir que o cachorro também fosse

parte autora da ação. O pedido foi negado em primeiro e em segundo grau. O Tribunal

de Justiça reconheceu que animais são sujeitos de direitos, mas não considerou que o

cão Boss tivesse capacidade processual para ajuizar a ação indenizatória em nome

próprio.

Ficaram como partes autoras os tutores do cão, que hoje está com 13 anos. Na sentença

emitida em 23 de maio, o juiz Vanderlei Deolindo registrou que os "vídeos e laudos

emitidos pelo médico veterinário comprovam que o cão Boss sofreu, de fato, a fratura

no maxilar, sendo necessária a realização de procedimento cirúrgico com a colocação de

placas metálicas".
Primeira cirurgia não deu
certoArquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Na verdade, o cachorro passou por duas cirurgias. Na primeira, a correção do maxilar

não deu certo.

—  Animais de estimação hoje em dia são considerados membros não-humanos das

nossas famílias e a jurisprudência já consolidou o entendimento acerca do direito de

tutores de animais de estimação à reparação por danos materiais ou morais que


decorram de atos dolosos ou culposos praticados por terceiros que prejudiquem o bem-

estar físico ou psicológico dos animais — destacou o advogado Rammê, especialista em

direito ambiental e animal.

Ao comemorar a decisão, o advogado lamentou que Boss não tenha sido reconhecido

como parte autora do processo:

— Com a exclusão do Boss como parte, a reparação se limitou ao danos dos tutores, não

contemplando o dano animal, ou seja, a dor física e psicológica sentida por Boss, ser

senciente e sujeito de direito. Mesmo assim, o caso do Boss contribuiu para o avanço do

Direito Animal no Brasil, pois provocou um amplo debate sobre a condição dos animais

como sujeitos de direito.


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