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CRISTO FACULDADE DO PIAUÍ – CHRISFAPI VALOR: 4,0

NOME: João Samuel Carvalho Dias


DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À PRÁTICA JURÍDICA
PERÍODO/BLOCO: VII-TARDE CURSO: DIREITO
NOTA:
PROFESSOR: DANIEL DA COSTA ARAÚJO
__________
PIRIPIRI (PI), 24 de Março de 2021.
1ª AVALIAÇÃO
LEIA ATENTAMENTE AS REGRAS ANTES DE RESPONDER À PROVA:
 Verifique se este material está completo e preencha corretamente o cabeçalho. Caso contrário, notifique
ao aplicador.
 Esta prova é individual.
 Você tem o prazo de 12h para devolver a avaliação respondida.
 Escreva de forma legível a identificação das atividades e dos itens, bem como as respectivas respostas.
 Para questões objetivas, apresente apenas uma resposta para cada item.
 Pode utilizar consultas a materiais didáticos sem restrições apenas com autorização do professor.
 A interpretação das questões desse instrumento avaliativo faz parte da avaliação do aluno.
 As questões que envolvem cálculo, só serão corrigidas com atribuição de nota, caso venham
acompanhadas dos respectivos cálculos que levaram à resolução da referida questão.
 Alunos que apresentem respostas subjetivas com redação IDÊNTICA, pontuarão nota zero nessas
questões.
 As respostas subjetivas devem ser elaboradas pelo aluno, sem “copia e cola”, de forma assertiva e
pontual.
BOAS ATIVIDADES!
ENUNCIADO: ROBSON DA SILVA, residente na cidade de Piracuruca-PI, estava
andando pela Av. Aderson Ferreira, em Piripiri-PI, quando foi surpreendido por um
pitbull que saiu pelo portão da casa de MARINA. O referido animal, solto, sem corrente,
muito valente, mordeu a perna de ROBSON DA SILVA lhe causando uma lesão
profunda. Diante dessa situação, ROBSON DA SILVA procurou cuidados médicos.
Devido a urgência e o medo de contrair uma moléstia grave, pagou uma consulta
particular no valor de R$ 500,00, bem como comprou o medicamento receitado pelo
médico no valor de R$ 250,00. Apresentando os gastos a MARINA, nada faz, alegando
que o mesmo foi ao médico sem necessidade, por entender que o seu cão não lhe
causara nenhuma lesão, apenas pequenos arranhões.

QUESTÃO: Como advogado(a) de ROBSON DA SILVA, redija a ação processual


cabível para cobrança dos valores devidos, lembrando que existe a necessidade de uma
perícia para comprovar o alegado .

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 3ª
VARA DA COMARCA DE PIRIPIRI-PI

ROBSON DA SILVA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o


nº XXX.XXX.XXX-XX, e no RG sob o nº X.XXX.XXX, com endereço eletrônico
XXX@email.com, residente e domiciliado na rua XXXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade
de Piracuruca-PI, através de seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), vem
mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 936 do Código
Civil de 2002 C/C artigo 319 e ss. Do CPC/15, propor ação de

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS C/C DANOS


MATERIAIS

Em face de MARINA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrita no CPF sob o


nº XXX.XXX.XXX-XX, com endereço eletrônico XXX@email.com, residente e
domiciliada na Av. Aderson Ferreira, nº XXX, Centro, na cidade de Piripiri-PI, pelos
motivos de fatos e direitos expostos a seguir:

I – DOS FATOS

O que ocorreu foi que o Requerente, certo dia, estava andando tranquilamente pela cidade
de Piripiri-PI, em via pública e de constante circulação de pessoas quando, de repente foi
surpreendido por um animal, caracterizado pela raça “Pitbull”, que ao escapar da
residência de sua proprietária foi diretamente ao ataque da parte Autora onde acabou
desferindo mordidas em sua perna, ocasionando lesões profundas. Ao conseguir se
desvencilhar do animal, a Vítima bastante preocupada com o risco de contrair alguma
doença grave se desloca diretamente a uma clínica particular onde realiza exames, que

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constam no valor de R$500,00 (quinhentos reais), bem como adquire medicamentos que
totalizam um montante de R$250,00 (duzentos e cinquenta reais). Portanto, seus gastos
referentes ao trágico fato somam um valor de R$750,00 (setecentos e cinquenta reais), o
qual não estava nos planos de gastos, fator que acabou prejudicando sua situação
financeira.

Infelizmente, mesmo depois de tanta dor de cabeça o Requerente ainda não teve sua paz
restaurada, visto que ao contatar a Requerida, a mesma se recusou a arcar com os custos
efetuados pelo Autor, circunstância em que afirmou que ele obtivera meros arranhões, e
que não houvera lesão praticada por parte de seu animal.

Portanto, diante de todos os fatos e dados apresentados, trata-se de uma breve narrativa
acerca dos fatos, sendo certo que não houve alternativa ao Requerente senão ingressar
com a presente demanda, vide a omissão e negativa da Requerida, que não prestou
qualquer auxílio ao Requerente.

II – DO DIREITO

1. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Vossa Exa., observe que no caso em tela não estão relacionadas nenhuma das causas que
poderiam eximir o dever de indenizar por parte da Requerida.

O Requerente foi atacado abruptamente pelo animal de raça PITBULL, sem chance de
poder se defender de um animal tão feroz. Sendo este de responsabilidade da Requerida,
ainda que esta alegue o contrário, uma vez que se encontrava em sua residência e fora
identificada sua propriedade em relação ao cachorro.

Além da dores físicas, a parte Autora se viu bastante abalada, devido a tantas
intercorrências desnecessárias, situação em que não vislumbrou qualquer auxílio da parte
Ré.

Importante ainda mencionar que o há a necessidade de um parecer técnico, apontando os


danos estéticos ocasionados pelo acidente, onde culminou algumas deformidades na
perna, não reparável por meios naturais.

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Frequentemente, nos últimos anos, infelizmente passamos a nos deparar com um
crescente número de incidentes envolvendo animais domésticos, por conta da falta de
cautela por parte de seus proprietários ou possuidores. Constantemente saem na mídia
notícias sobre ataques de cães ferozes, mais comumente por raças mais agressivas como
os Pitbulls e Rotweillers, que costumam ocasionar danos mais graves ou até a morte das
vítimas.

A responsabilidade civil dessa situação surge a partir do ato ilícito e, da forma que
dispões o art. 927, do Código Civil:

“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do ano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” (grifo
nosso)

Assim, o art. 186 do CC/02 dispõe:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imperícia, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Ademais, no que se refere à responsabilidade decorrente do fato do animal, a mesma é


objetiva e está consubstanciada dentro do artigo 936, do CC/02, apenas sendo
desconsiderada se for comprovada a culpa da vítima ou força maior.

Sendo assim, neste presente caso se faz necessário mencionar que não há possibilidade de
culpa do Requerente, sendo inconteste que a Requerida, ao deixar o cachorro escapar,
assumiu o risco pelo acidente, deixando evidente que o ataque não se ocasionou por culpa
exclusiva da vítima.

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. FATO DO


ANIMAL. ATAQUE DE CACHORRO. RESPONSABILIDADE

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DO DONO DO ANIMAL. DEVER DE INDENIZAR
CONFIGURADO. Situação dos autos em que os cães de
propriedade do requerido atacaram os demandantes quando
transitavam de motocicleta na frente da residência do demandado,
causando a queda e as lesões corporais. Os donos são responsáveis
pelos danos causados a terceiros por seus animais. No caso sub
judice ficou comprovado que o demandado manteve vigilância
precária em relação aos seus cachorros, descuidando-se do dever
de guarda, mormente porque demonstrado o ataque pelos animais
aos autores fora dos limites da sua propriedade. Dever de
indenizar configurado, uma vez que o demandado não logrou
provar uma das excludentes de responsabilidade prevista no art.
936, do Código Civil. DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. CRITÉRIOS. MANUTENÇÃO. In casu, o
dano é in re ipsa e decorre diretamente do fato,
independentemente, portanto da demonstração pela vítima dos
danos resultantes. Valor da condenação fixado na origem (R$
4.000,00), para cada um dos autores, que se mostra adequado aos
danos suportados pelos lesados, bem como para atender ao caráter
punitivo-pedagógico da condenação. LUCROS CESSANTES.
COMPROVAÇÃO. MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO.
Dever de indenizar os lucros cessantes devidamente comprovados.
DANOS MATERIAIS. DESPESAS COM CONSERTO DA
MOTOCICLETA. AUSÊNCIA DE PROVA DO
DESEMBOLSO. Na espécie não restou comprovado que os
autores sofreram prejuízo econômico, em razão do desembolso de
importância para o conserto da motocicleta. APELO
PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº
70071072003, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Tasso Caubi Soares Delabary, Julgado em 29/03/2017).

Portanto, ora, a responsabilidade pelos danos causados pelo animal é inteiramente de seu
dono, se tratando de uma responsabilidade objetiva, pois decorre do dever de vigilância
que é imposto a ele, estando este obrigado a resguardar a segurança das pessoas ao expor

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seu cachorro ao ambiente dentro e fora de sua residência.

2. DOS DANOS MORAIS E ESTÉTICOS

Esta demanda também tem um fundamento adjetivo nos artigos 319 e ss. Do CPC/15, os
quais regulamentam o procedimento ordinário. Fundamentando também sua pretensão no
artigo 186 do Código Civil, o qual determina que:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência, ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Também se assegura no que dita o artigo 927, do Código Civil, o qual dita que a pessoa
que, por ato ilícito, causar dano a outra pessoa, fica obrigada pela reparação. Dessa
maneira, percebe-se que a Requerida procura de todas as formas se eximir da culpa, ou na
melhor das hipóteses, minimizá-la, contudo, é incontroversa que aquela teve sim
responsabilidade.

Sendo assim, são incontestáveis os danos estéticos sofridos, vide o estrago que fora feito
na perna da Vítima. Assim, a Requerida deve ser condenada no importe de R$ XXX,00
(XXX reais).

3. DOS DANOS MATERIAIS

O dano material, que também é conhecido como dano patrimonial, é aquele que consiste
todos os bens e direitos, onde abrange coisas corpóreas e incorpóreas.

Sendo assim, todos os gastos com remédios, consultas, exames e demais procedimentos
antes apresentados nesta Petição Inicial, devem ser arcados pela Requerida.

III – PEDIDOS

Assim, dando conta do que foi exposto, requer:

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1) Que seja determinada a citação da parte requerida;

2) Seja julgada procedente a presente ação para o fim de condenar a parte Ré pela
indenização moral, estética e material ao Autor no montante de R$ XXX,00 (XXX reais);

3) Seja condenada a parte Ré a pagar das custas e despesas processuais.

4) Requer que haja a produção de todas a provas admitidas em direito, especialmente a


prova pericial e documental. Portanto, requer a designação de perícia médica para
estabelecer os tratamentos médicos, cirúrgicos e de acompanhamento, bem como os
respectivos custos.

Dá-se à causa o valor de XXX,00 (XXX reais).

Piripiri-PI, 25 de Março de 2021.

Advogado
OAB

MISSÃO
“Gerar, sistematizar e socializar o conhecimento e o saber, por meio da oferta de
serviços educacionais de qualidade, comprometendo-se com a sociedade, o meio
ambiente e a cidadania”.

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