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ESTADO DE ________.
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ANA MARIA CLARA, (nacionalidade), (estado civil), (profissã o), portadora do RG nº _____,
devidamente inscrita no CPF sob o nº _____, residente e domiciliada na Rua ______, nº ______,
Bairro _______, CEP: _______, Cidade _________, Estado __________, com endereço eletrô nico
registrado como _______, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face de LOJAS 100% BARATA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº ___________, com sede na Rua _______, nº _____, Bairro ____, CEP: ____, Cidade _____, Estado
______, com endereço eletrô nico registrado como ________, pelos motivos de fato e de direito a
seguir aduzidos.
1. DOS FATOS
Em 11/01/2020, por volta das 14h25, a Autora, juntamente com sua mã e, entrou na loja
Ré, que vende roupas e sapatos, para efetuar a troca de um vestido que havia ganhado de
presente de natal e nã o serviu.
Contudo, ao olhar as outras peças da loja, no intuito de ver qual mais lhe agradava, a Autora
deparou-se com olhares estranhos de três dos seguranças do local, mas continuou olhando
as peças.
Ao escolher outro vestido, dirigiu-se ao caixa e efetuou a troca. Ocorre que, ao sair da loja
Ré, um dos seguranças, de nome Fernando, abordou-lhe e disse que precisava verificar o
interior de sua bolsa, pois estava com atitude suspeita.
Imediatamente a Autora ficou sem reaçã o e ficou com muita vergonha diante daquele
situaçã o humilhante. Naquele momento, as aproximadas 30 pessoas que estavam no
interior da loja, olharam-lhe estranho e o clima só foi piorando.
A Autora insistiu que nã o havia pegado qualquer produto, e inclusive, o alarme sequer
havia apitado. Mesmo assim, o segurança determinou que abrisse a bolsa, pois caso
contrá rio, usaria força física para fazê-lo.
Naquele momento, a mã e da Autora, pessoa idosa, ficou com falta de ar e sua pressã o caiu
diante da situaçã o, mas o estabelecimento sequer ofereceu um copo de á gua ou um banco
para sentar para se acalmar.
Apó s ser coagida a abrir a bolsa, obviamente nada foi encontrado, e a Autora foi liberada da
loja, com todos a volta lhe observando fixamente. O segurança Fernando ainda lhe disse:
"fica esperta, porque se tentar roubar de novo, você dança, você e sua mãe que finge estar
passando mal", sendo que a Autora jamais cometeu qualquer ilícito.
Assim, inconformada com a situaçã o, a Autora busca a reparaçã o moral pelos sérios e
gravíssimos danos que sofreu, diante da violaçã o à sua dignidade.
2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
a) DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DA INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA
Ao ser aplicado o CDC, fato é que estamos diante da situaçã o disposta em seu artigo 14, que
menciona, in verbis:
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido."
Ou seja, trata-se aqui de uma responsabilidade civil objetiva, que independe de culpa para
sua caracterizaçã o.
Assim sendo, pleiteia a Autora pela incidência do Có digo de Defesa e inversã o do ô nus da
prova, por ser a parte mais vulnerá vel na relaçã o de consumo.
b) DA NECESSÁRIA REPARAÇÃO MORAL - SITUAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO E
HUMILHAÇÃO QUE EXCEDE O MERO DISSABOR
No caso em tela, a Autora foi acusada de um crime que nã o cometeu, tendo sua imagem e
honra abalados na frente de aproximadamente 30 pessoas. Inclusive, foi obrigada a abrir
a bolsa na frente da loja toda, sem que o alarme tivesse apitado e sem que fosse
levada a local reservado.
Como se nã o bastasse, a mã e da Autora quase desmaiou diante de sua pressã o que caiu
pelo ocorrido e a loja nem ao menos ofereceu socorro e ainda debochou, dizendo que esta
"fingia estar passando mal", como pode ser escutado nas câ meras de segurança com som
que há no interior da loja Ré.
Ora, a Constituiçã o Federal de 1988 é bastante clara ao tratar como direito fundamental, a
proteçã o do patrimô nio moral, vejamos:
"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
V - e assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;"
Assim sendo, faz jus à Autora à reparaçã o moral pelo ocorrido, em, no mínimo, R$ 7.000,00
(sete mil reais), conforme julgados acima.
3. DA JUSTIÇA GRATUITA
A Autora é pessoa pobre na acepçã o jurídica do termo. Inclusive, mantém sua família
alimentada com o salá rio de R$ 1.100,00 que recebe mensalmente do emprego de
empregada doméstica, sendo parte deste dinheiro (R$ 500,00), destinado ao pagamento de
aluguel.
Assim, nã o possui condiçõ es financeiras de arcar com o pagamento das custas e despesas
processuais, sem prejuízo do pró prio sustento e de sua família. Diante disto, o artigo 98 do
Có digo de Processo Civil é bem claro que:
"Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas,
as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei."
Além do mais, junta a Autora, neste ato, declaraçã o de hipossuficiência e comprovante de
renda, conforme determinaçã o do artigo 99 do Có digo de Processo Civil, para fazer jus à
gratuidade processual:
"Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça."
Portanto, requer a Autora o deferimento da justiça gratuita, com base nos artigos acima e
no artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal de 1988, que garante o acesso de todos à
justiça.
4. DOS PEDIDOS
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
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