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Data: ________________
( ) Aprovada
( ) Reprovada
BANCA AVALIADORA
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Profa. Ms. Jayana Ramalho Ventura
(Orientadora - UNIPÊ)
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Profa. Ms. Silvana Queiroga da Costa Carvalho Ventura
(Membro – UNIPÊ)
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Prof. Esp. Guilherme Jorge Stanford Dantas
(Membro – UNIPÊ)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
Para este estudo, foi utilizado a metodologia de revisão sistemática, que objetiva uma
busca potencializada e organizada, reunindo os estudos selecionados e avaliando-os de forma
crítica, sintetizando e analisando seus resultados de maneira reflexiva e compreensiva
(SAMPAIO; MANCINI, 2007; FERNÁNDEZ-RÍOS; BUELA-CASAL, 2009 apud KOLLER;
COUTO; VON HOHENDORRF, 2014).
A coleta de dados foi realizada em cinco etapas, sendo estas: 1) identificação dos
descritores e bases de dados a serem utilizadas, além dos critérios de inclusão e exclusão que
contemplaram o estudo e período de publicação; 2) leituras dos resumos dos artigos
identificados nas bases de dados para a seleção inicial; 3) leitura dos artigos selecionados com
aplicação dos critérios de inclusão e exclusão e remoção de artigos repetidos para delimitação
da amostra final do estudo; 4) extração e organização dos dados relevantes para o estudo dos
artigos incluídos; 5) análise e síntese dos dados contidos na amostra final.
As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed, BVS, Scielo e LILACS, com
os descritores “(Wechsler Scales) AND ADHD” com período de publicação dos últimos 10
anos (2009 a 2019) e idiomas português, inglês e espanhol. A amostra desejada era de estudos
clínicos realizados em indivíduos com TDAH no qual utilizassem alguma das Escalas Wechsler
de Inteligência. Os critérios de inclusão empregados se deram pelo uso do DSM-IV/V e/ou CID-
10 como base para o diagnóstico do TDAH, enquanto o de exclusão foi a identificação de
artigos revisionistas.
O período de busca ocorreu pelo período de duas semanas (15/09/2019 a 30/09/2019).
Na base PubMED foram utilizados os filtros referentes aos idiomas e período de publicação
citados acima, além do filtro “Article Type”, contendo os tipos de estudo “Case Reports”,
“Clinical Study”, “Clinical Trial” e “Comparative Study”. Na base BVS foram empregados os
filtros de intervalo de ano e tipo de estudo, este que continha os tipos “Estudo de caso e
controle” e “Relato de caso”. Já para as bases Scielo e LILACS, foi necessário apenas o uso
dos descritores para a busca.
3 RESULTADOS
NÃO
SELECIONADOS:
SELECIONADOS:
41 artigos
29 artigos
(PUBMED:19; BVS:18;
LILACS:4)
EXCLUÍDOS:
14 (3 repetidos)
INCLUÍDOS NA AMOSTRA
FINAL:
27 artigos
A maioria dos artigos analisados neste estudo foi publicado no ano de 2011 (n=8;
p=29,63%), enquanto nos anos de 2009 e 2015 não houve nenhum artigo incluído. Os anos de
publicação dos artigos estão dispostos na tabela 1.
Attention Disorders (n=4) enquanto a maioria das outras revistas continha apenas um dos
artigos incluídos, como expostos na Tabela 2.
No que diz respeito aos idiomas dos artigos incluídos, 25 dos estudos estavam na língua
inglesa e 2 na língua portuguesa. Tamanha disparidade também foi vista nos tipos de estudos,
pois enquanto apenas um (3,7%) era do tipo Estudo de caso, todos os outros 26 (96,3%) se
caracterizavam em estudos experimentais clínicos, sendo quatro destes longitudinais (OIE;
SUNDET; RUND, 2010; RINSKY; HINSHAW, 2011; PIRES; SILVA; ASSIS, 2012;
SIMONE et al, 2016).
A amostra clínica usada pelos estudos também se mostrou bastante homogênea, sendo
composta principalmente por crianças (n=20; p=74,04%), enquanto estudos com amostra
exclusivas de adultos tiveram n=4 (p=14,81%) e estudos com amostras mistas de crianças e
adultos apresentaram n=2 (7,4%) e apenas um estudo (3,70%) com amostra mista de crianças
e adolescentes.
Sobre a utilização das Escalas Wechsler de Inteligência, observou-se que a maior parte
da amostra (n=15; p= 55,55%) utilizou a bateria completa de suas respectivas escalas, e que a
escala mais encontrada nos estudos foi a escala WISC-IV (n=9; p=28,12%). Enquanto a parcela
da amostra que utilizou de subtestes específicos (n=12; p=44,44%), o que mais prevaleceu foi
o Dígitos (n=9; p=75%).
As tabelas 3 e 4 apresentam, respectivamente, a distribuição das Escalas Wechsler de
Inteligência encontradas na amostra final por sua frequência e porcentagem e quais os estudos
onde tais escalas foram utilizadas, além de expor quais subtestes de suas respectivas escalas
foram utilizados.
4 DISCUSSÃO
apesar do TDAH ser aclamado como um dos diagnósticos psiquiátricos mais estudados no
campo neuropsiquiátrico (CALIMAN, 2008).
Em relação às revistas/periódicos nos quais os artigos foram publicados, foi encontrada
uma grande variedade, sendo de maioria internacional e focadas em diversas áreas de estudos,
como a Psiquiatria, Psicofarmacologia, Pediatria, Neurologia e Neuropsicologia, revelando um
interesse multidisciplinar na realização de trabalhos científicos que envolvam o tema abordado
neste estudo.
Pôde-se perceber uma atenção maior por grande parte da amostra no tipo de estudo
experimental, enquanto os demais se dividiram entre um estudo de caso e quatro estudos
observacionais de delineamento longitudinal, o que indica uma tendência na investigação
científica da temática por meio deste tipo de estudo, seja pela vantagens que dispõe ou por se
adequar mais aos objetivos das respectivas pesquisas.
Já no que diz respeito à idade dos indivíduos investigados pelos estudos, a
predominância de amostras compostas apenas por crianças sobre adolescentes, adultos e até
amostras mistas, aponta para um engajamento maior em pesquisas realizadas com o público
infantil, o que pode ser justificado pela prevalência do TDAH ser o dobro em crianças do que
em adultos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al, 2014).
Concordando com a faixa etária mais investigada pelos artigos da amostra, a Escala
Wechsler de Inteligência que se mostrou mais presente no estudo, o WISC-IV, tem como foco
o público infantil, e apesar de não ser a versão da escala mais recente, aparentemente ainda é a
mais utilizada pela literatura científica como ilustrado no recorte realizado neste estudo, já que
não foram incluídos na amostra final nenhum artigo com a utilização do WISC-V, lançado em
2014 (WECHSLER, 2014).
Este dado pode ter sua justificativa em alguns fatores, como o recorte de período de
publicação usado neste estudo, no qual o lançamento do WISC-V se encontra seis anos após o
ano mínimo, dando uma margem de apenas 4 anos para realização de estudos para que fossem
incluídos nesta seleção; adaptação da literatura científica mundial para a utilização do
instrumento, pois dado o quanto é recente a nível mundial, necessita de tempo hábil para que
passe a ser utilizado com mais frequência pela comunidade científica, assim como para que
sejam criadas sua versões padronizadas para países específicos.
Tomando como exemplo suas versões anteriores, o WISC-III e o WISC-IV, foram
publicados respectivamente nos anos de 1991 e 2003, porém suas versões padronizadas para
amostras brasileiras ocorreram respectivamente nos anos de 2002 e 2013.No caso, nota-se que
as versões brasileiras das escalas foram lançadas um ano antes da criação de uma versão mais
15
nova, ilustrando a quantidade de tempo necessária para uma adaptação localizada de uma Escala
Wechsler de Inteligência. (WECHSLER, 2002/2013).
No que concerne a utilização completa ou de subtestes específicos das escalas, os
resultados apontarem para maior utilização das escalas por completo pode indicar uma
preocupação maior na realização de avaliações neuropsicológicas mais profundas para
produção de estudos científicos com indivíduos com TDAH. Além disso somando os dados que
a maioria dos estudos utilizaram as escalas por completo e tiveram criança como sujeitos
investigados, aponta-se para um possível compromisso da comunidade científica com a questão
da avaliação neuropsicológica infantil no TDAH.,
Por fim, dentro da parcela dos estudos que utilizaram subtestes específicos em vez da
escalas completas, o destaque do subteste Dígitos se mostra interessante pois ele se encontra
entre os subtestes que auxiliam na medição do Índice de Memória Operacional, funcionando
através de uma tarefa simples (ordem direta) e outra complexa (ordem reversa), que testam a
amplitude de atenção do indivíduo, tendo assim sua importância dentro da avaliação
neuropsicológica do TDAH (WECHSLER, 2004).
5 CONCLUSÃO
O presente estudo foi realizado com intenção de investigar a utilização das Escalas
Wechsler de Inteligência no TDAH nos últimos 10 anos a partir de uma revisão sistemática de
literatura, utilizando de seu rigor científico e suas etapas para selecionar os estudos, extrair os
dados necessários, agrupá-los e discuti-los.
Desta forma, foi possível obter os resultados desejados pela pesquisa de forma
satisfatória, que apresentou um perfil dos estudos envolvendo Escalas Wechsler de Inteligência
em indivíduos com TDAH através da exposição de diversos dados coletados. Pôde-se descobrir
que dentre as escalas, o WISC-IV foi a mais utilizada; que a maioria dos estudos possuem
crianças como amostra, utilizam as escalas por completo, são do tipo de estudo experimental e
estão na língua inglesa, assim como dentre os estudos que utilizam de subtestes específicos, que
o subteste Dígitos foi o mais utilizado.
Dentre as limitações do estudo, pode-se apontar a quantidade de bases de dados
escolhidas para serem abordadas, pesquisas em idiomas que não se encontravam nos critérios
de inclusão e possíveis estudos que se encaixariam na amostra, porém não foram identificados
pelos descritores nas buscas iniciais.
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