Prótese Laboratorial

Aula 5 – Moldagem em prótese fixa

Introdução  Término liso, polido e bem

A moldagem é definida como um
conjunto de procedimentos clínicos
usados para a reprodução negativa dos
preparos dentários e das regiões
adjacentes por meio de materiais e
técnicas adequadas. Após a Periodonto sadio – coroas
polimerização do material e a remoção
da moldeira da boca, tem -se o molde,
que é vazado em gesso para a obtenção
do modelo de trabalho.
 Moldagem – ato de obtenção
do molde
 Molde – cópia em negativo
 Modelagem – ato de obtenção
do modelo
 Modelo – cópia em positivo
 Troquel – modelo de um único
dente/sem a margens
Importância da moldagem
 Boa moldagem – maior nível de
adaptação da peça
 Correta indicação dos materiais
e das técnicas
 Reabilitação com mais
longevidade funcional e
estética.
Condições clínicas para
moldagem
 Periodonto sadio
 Preparos biomecanicamente
aceitáveis
definido
 Afastamento gengival
 Material e técnica indicados
provisórias adequadas
 Respeito às distâncias biológicas
 Posicionamento das margens de
acordo com a indicação do caso
Preparos –
biomecanicamente
aceitáveis
 Respeito aos princípios
biológicos, mecânicos e
estéticos
Término
 Liso, polido e bem definido
Afastamento gengival
1. Método mecânico
Até o aparecimento dos materiais de
moldagem à base de borracha, meios
mecânicos de retração como guta -
percha, anéis de couro e de cobre,
grampos para dique de borracha e
coroas provisórias cimentadas sem
remoção dos excessos foram usados
indiscriminadamente, causando
grandes danos ao tecido periodontal.
Na década de 1960, surgiram as
técnicas de afastamento gengival com
fios de algodão e casquetes de resina,
que causavam menor trauma do que as
técnicas utilizadas até então.
2. Método químico
Com o objetivo de eliminar a iatrogenia
causada pelos fios, os meios mecânicos
de afastamento foram substituídos por
meios químicos, como o uso de cloreto
de zinco de 2 a 40%, alúmen e até ácido
sulfúrico diluído, entre outros. Essas
substâncias também causavam sérios
traumatismos ao tecido gengival, como
proliferação e descamação epitelial,
hiperemia, necrose do epitélio sulcular
e recessão gengival, sendo tão ou mais
traumáticos que os meios mecânicos.
3. Método mecânico-
químico
Para contornar os problemas causados
ao tecido gengival pelos meios
mecânicos e químicos, foram
desenvolvidos fios de algodão
impregnados com substâncias químicas
vasoconstritoras para promover o
afastamento gengival e controlar a
umidade e o sangramento no sulco
gengival. Esse método de retração
gengival mecânico -químico é remoção e não afastam o tecido
conhecido como técnica de retração
gengival com fios retratores, e as
substâncias químicas utilizadas nos fios
são epinefrina, sulfato de alumínio,
cloreto de alumínio e sulfato férrico.
 Epinefrina: disponível em
soluções a 0,1 e 8%, é a
substância encontrada na
maioria dos fios retratores. A
concentração varia de 0,2 a 1
mg de epinefrina racêmica por
polegada de fio, dependendo do
diâmetro e da marca. A dose
máxima por sessão
recomendada é de 0,2
mg/polegada para pacientes
saudáveis e 0,04 mg para
pacientes cardiopatas, o que
corresponde a 10 e 2 tubetes de
anestésico com epinefrina
1/100, respectivamente. Desse
modo, pode -se verificar que 1
polegada (2,54 cm) desse fio
contém mais do que a dose
máxima recomendada para um
paciente saudável e 12 vezes
mais do que a dose
recomendada a um paciente
cardiopata.
 Adstringentes: os mais usados
em fios retratores são sulfato de
alumínio, cloreto de alumínio e
sulfato férrico. Em relação à
epinefrina, os adstringentes
apresentam algumas vantagens,
pois podem ser usados em
tecidos ulcerados, são mais
hemostáticos e não causam
distúrbios em pacientes com
problemas sistêmicos. Contudo,
podem deixar resíduos presos
aos dentes durante sua
gengival tão bem quanto os fios
impregnados com epinefrina.
4. Método cirúrgico
 Uso de bistúri eletrônico
 Indicado na remoção de
hiperplasias
Moldeiras de estoque

Materiais de moldagem
1. Propriedades ideais
 Biocompatível
 Fácil manuseio
 Reprodução dos detalhes
 Recuperação elástica
 Estabilidade dimensional
 Desinfecção
 Compatibilidade com
modelos
2. Classificação – ser vazados imediatamente.
Anaelásticos e elásticos
 Anaelásticos – Gesso tipo I,
Godiva e Pasta OZE
 Elásticos – elastômeros, alginato
e ágar
3. Classificação
Irreversíveis
reversíveis
 Irreversíveis – Elastômeros,
Gesso tipo I, Pasta OZE,
Alginato.
 Reversíveis – Godiva e Ágar
Hidrocolóides
 Géis coloidais
 Fase dispersa + dispersante
(água)
 Reação de geleificação
 Sol > Gel
 Propriedades elásticas
Hidrocolóide reversível -
Ágar
Seus principais componentes são água
(80 a 86%) e um coloide hidrofílico
orgânico de polissacarídeo chamado de
ágar -ágar (8 a 15%). Os hidrocoloides
são apresentados em bisnagas para uso
em moldeiras e em seringas. À
temperatura ambiente, o hidrocoloide
encontra -se na fase gel e precisa ser
transformado na fase sol, por meio de
um aparelho especial chamado de
condicionador de hidrocoloide. Como os
hidrocoloides podem perder água por
evaporação muito facilmente através do
processo conhecido por sinérese, o que
os alteraria significativamente sua
estabilidade dimensional, os moldes devem
Hidrocolóide irreversível
– Alginato
 Reação de geleificação (Sol >
Gel)
–  Processo químico
e  Tipo I – presa rápida (1,5 a
3min)
 Tipo II – presa normal (3 a
4,5min)
Vantagens:
 Moldagem em campo úmido
 Sabor agradável
 Hidrofílico
 Baixo custo
 Vida útil longa
Desvantagens:
 Menos preciso
 Rasgamento
 Vazamento imediato
 Pode retardar a presa do gesso
Desinfecção de suas vantagens é o tempo de
trabalho, pois sua polimerização final
1. Lavagem com água ocorre em cerca de 9 minutos.
2. Hipoclorito de sódio 10% ou
1. Desinfecção
Glutaraldeido a 2%.
 Lavagem com água
3. Água
 Hipoclorito de sódio 10% e
Vazar Glutaraldeido 2% (Imersão por
10min)
 Imediatamente  Água
 Até 2h umidificador 2. Vazar
 Até 1h
Elastômeros 3. Vantagens
 Polissulfeto  Baixo custo
 Poliéter  Vida útil longa
 Silicone de condensação  Tempo de trabalho longo
 Silicone de adição  Boa reprodução de detalhes (20
 µm)
Polissulfetos  Alta resistência ao rasgamento
4. Desvantagens
Conhecidos também como
 Odor desagradável
mercaptanas, os polissulfetos
 Vazamento imediato (até 1h)
apresentam uma reação de
 Tempo de presa longa
polimerização que ocasiona aumento
 Menor recuperação elástica
de viscosidade, quando então ganham
(97,9%)
propriedades tixotrópicas.
 Alta contração volumétrica
São apresentados em duas versões: (0,5%)
pasta base e pasta catalisadora. A pasta  Não é hidrofílico
base é composta de um polímero de
polissulfeto, agentes de carga (dióxido Silicone de condensação
de titânio e sílica) e plastificantes, que
A formação do elastômero ocorre por
controlam sua viscosidade. Já a pasta
meio de uma reação cruzada entre o
catalizadora é composta de dióxido de
polímero de silicona (grupamentos
chumbo, enxofre e óleo de rícino.
terminais) e um silicato alquílico. O
Como todo material de borracha, sua
subprduto dessa reação é o álcool
embalagem inclui um adesivo especial
etílico, que, ao evaporar -se, confere ao
composto de borracha butílica ou
material maior alteração dimensional. É
estireno diluído em acetona, que
encontrada na forma de uma pasta
promove a união entre material e
base e de um catalisador de baixa
moldeira.
viscosidade, que pode ser líquido ou
Os polissulfetos podem ser pastoso.
encontrados nas consistências pesada,
regular e leve, sendo cada uma Silicone de adição
indicada para diferentes técnicas. Uma
A ligação cruzada ocorre por meio de  Não pode usar luva com látex
uma reação de adição sem a formação
de subprodutos, graças ao equilíbrio de Poliéter
reação entre as siliconas vinílica e
É encontrado comercialmente em
híbrida, o que lhe confere uma
bisnagas. A pasta base contém um
excelente estabilidade dimensional.
polímero de poliéter, sílica coloidal
Essa reação continua ocorrendo mesmo
como agente de carga e um
após a remoção do molde da boca, por
plastificante, que pode ser um éter
isso deve -se esperar pelo menos 1
glicólico ou um ftalato. A pasta
hora para o seu vazamento; do
catalisadora é composta pelos mesmos
contrário, podem ocorrer alterações na
agentes de carga e plastificantes,
textura superficial do gesso e formação
somados a um sulfonato alquílico
de bolhas na superfície do modelo.
aromático. A mistura das duas pastas
Desinfecção não forma sub produtos voláteis, o que
dá a esse material uma excelente
1. Lavagem com água
estabilidade dimensional (0,15%
2. Hipoclorito de sódio 10% e
durante sua polimerização e de 0,3 a
Gutaraldeido 2% (imersão por
0,4% nas primeiras 24 horas).
10min)
3. Lavagem com água Desinfecção

Vazar 1. Lavagem com água

2. Hipoclorito de sódio 10%
1. 1h até 7dias
(imersão por 10min)
Vantagens 3. Lavagem com água

 Odor agradável Vazar

 Auto mistura
1. Até 7 dias
 Baixa contração volumétrica
(0,05%) Vantagens
 Tempo de trabalho e presa  Odor agradável
adequados
 Vida útil longa
 Excelente recuperação elástica
 Tempo de presa curto
(99,7%)
 Baixa contração volumétrica
 Boa reprodução de detalhes (20
(0,15%)
µm)
 Boa recuperação elástica
 Adequada resistência ao
(98,9%)
rasgamento
 Boa reprodução de detalhes (20
 Hidrofílico
µm)
 Múltiplos vazamentos
 Alta resistência ao rasgamento
Desvantagens  Hidrofílico
 Múltiplos vazamentos
 Alto custo
 Vida útil curta
 Aguardar 1h para vazamento
Desvantagens Fio grosso

 Alto custo  Fio de entrada horizontal; deve

 Difícil remoção (molde da boca ficar parcialmente dentro do
e modelo do molde) sulco por 7 min, afastando
 Elastômero menos lateralmente a gengiva;
biocompatível selecionado de acordo com a
 Tempo de trabalho curto profundidade do sulco; é
removido antes da moldagem
Moldagem em PPF com a pasta leve.
Inicial ou de estudo Técnica do
 Analisar situação inicial reembasamento
(disposição, inclinação, espaço
protético)  Moldeira de aço
 Verificar necessidade de ajuste  Duas moldagens com material
de contatos e plano oclusal pesado e leve
 Modelos montados em RC  Um operador e maior tempo
clínico
Final de trabalho

 Observar cópia fiel dos dentes Técnica do casquete

preparados individual
 Verificar fácil acesso ao término
cervical dos preparos  Previsível
 Economia de material
Moldagem de trabalho –  Maior tempo clínico

Afastamento gengival Modelagem para obter o

Com fio retrator modelo
 Técnica do reembasamento Tipos de gesso
 Dupla mistura simultânea
 Tipo I – moldagem
Com casquete  Tipo II – gesso comum tipo paris
 Moldagem dupla  Tipo III – gesso pedra
 Tipo IV – gesso pedra
Técnica do fio duplo modificado
 Tipo V – gesso pedra modificado
Fio fino

 Fio de entrada vertical; facilita a

inserção do fio grosso e impede 1. Gesso tipo I
a saída de fluido gengival
quando na remoção do fio Indicação
grosso  Moldagem
  Pacientes desdentados
área retentiva
 Prótese bucomaxilofacial
Característica
sem  Tipo II – 45 a 50ml
 Tipo III – 25 a 30ml
 Tipo IV – 22 a 24ml
 Tipo V – 15 a 22ml

 Tempo de presa mais rápido Qual técnica usar?

Unitária ou PPF 3 elementos

2. Gesso tipo II  Fio retrator + silicone de

condensação/adição
Indicação
Reabilitação oral / Coroas totais
 Modelos de estudo
 Casquete + poliéter
 Fio retrator + silicone de adição

3. Gesso tipo III Laminados cerâmicos

Indicação  Fio retrator + silicone adição

 Modelos de estudo Inlay/onlay cerâmicos

 Modelos antagônicos  Fio retrator + silicone
 Próteses totais condensação/adição

4. Gesso tipo IV
Indicação

 Modelos de trabalho
 Próteses fixas ou removíveis
 Troquel

5. Gesso tipo V
Indicação

 Fundição metálica com ligas que

apresentam alta contração de
solidificação

Relação água x pó
Para 100g de pó – 18ml participa da
reação

 Tipo I – 40 a 75ml