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ED ICSC

1)Leia o texto e analise as afirmativas a seguir.

O celular se torna uma arma dos cidadãos contra a impunidade


Raquel Seco

A polícia começou dizendo que o tiro que matou Carlos Augusto Braga na quinta-feira passada foi acidental.
Poucas horas depois dos distúrbios no bairro da Lapa (São Paulo), desencadeados por uma operação contra a
pirataria, a polícia se viu obrigada a retificar: o agente disparou contra a cabeça do vendedor ambulante de 30
anos quando este tentou tomar dele um spray de pimenta. Várias pessoas gravaram a cena. Os telefones
celulares tornaram-se uma arma dos brasileiros contra a impunidade, especialmente das forças de segurança. A
ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou 1.890 mortes em operações policiais em 2012, atribuídas
“rotineiramente” a tiroteios com grupos criminosos.
O que aconteceria se ninguém tivesse filmado? Em 2013, 75,5% dos brasileiros com mais de 10 anos de idade
tinham um telefone celular, 5% a mais que no ano anterior, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística.
Em 2012, Paulo Batista do Nascimento, de 25 anos, morreu em São Paulo depois de ser atingido por vários
disparos da polícia. Um vizinho filmou-o sendo retirado de casa sob a acusação de ter participado em um
assalto. Em dado momento, um policial se posiciona para atirar. Ouve-se um disparo e, quando a câmera volta a
mostrar a rua, a viatura está indo embora. Os quatro policiais acusados foram absolvidos no mês passado.
Em fevereiro, o país ficou chocado com a imagem de um adolescente agredido e acorrentado a um poste no Rio
de Janeiro. Alguns vizinhos o castigaram por supostos roubos no bairro e produziram uma imagem
especialmente dolorosa para uma nação que pôs fim à escravidão em 1888. Yvonne Bezerra de Melo, a mulher
de 66 anos que alertou as autoridades, recebeu uma enxurrada de insultos nas redes sociais por ajudar “um
delinquente”.
Cláudia Silva Ferreira, faxineira de 38 anos, morreu em 16 de março deste ano atingida por uma bala perdida
em uma favela do Rio de Janeiro. A viatura policial que a levava para o hospital arrastou seu corpo pendurado
no porta-malas por 250 metros. Um motorista gravou tudo. O escândalo foi enorme. Seis policiais acusados de
matá-la já haviam retornado ao trabalho em julho, embora em funções longe das ruas, de acordo com o jornal O
Globo.
Há algumas semanas, em um centro comercial de São Paulo, a polícia abordou dois jovens negros por suspeitar
que tinham roubado uma loja de roupas. Até chegar o momento em que a dona do comércio defendeu os dois,
confirmando que haviam pagado por tudo o que tinham na sacola. Dezenas de pessoas gravaram a cena para
deixar claro o que estava acontecendo, enquanto uma multidão se reuniu para gritar em defesa dos jovens. Os
garotos e o pai deles denunciaram o comportamento da polícia.
A onda de linchamentos na América Latina também chegou ao Brasil. Em abril, durante a febre de execuções
populares, o sociólogo José de Souza Martins dizia ao EL PAÍS: “Três anos atrás, eram três ou quatro por
semana. Depois das manifestações de junho (de 2013), passaram a uma média de uma tentativa por dia. Hoje
temos mais de uma tentativa por dia”. Um jovem de 24 anos foi espancado até a morte por vizinhos dentro do
hospital onde era examinado para determinar se ele havia estuprado um menor. Uma pessoa filmou dezenas de
pessoas invadindo o centro médico. No total, 24 pessoas estão sendo investigadas.
O presídio do Maranhão, que enfrenta problemas de corrupção, superlotação e insegurança, chamou a atenção
da mídia novamente quando o jornal Folha de S. Paulo publicou o vídeo, extremamente violento, no qual três
prisioneiros apareciam decapitados.
Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/21/sociedad/1411333593_390676.html>. Acesso em: 24
set. 2014.

I De acordo com o texto, as imagens captadas por celulares podem ser uma arma para os cidadãos se
defenderem da arbitrariedade do poder público.
II De acordo com o texto, os celulares têm contribuído para a redução da violência no Brasil.
III As imagens gravadas serviram de prova em 1.890 mortes ocorridas em operações policiais em 2012.

É correto o que se afirma apenas em:

A) I.
2) Com base no texto a seguir, analise as afirmativas.

O vírus letal da xenofobia


Eliane Brum

Uma epidemia, como Albert Camus sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que
esteve sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua face horrenda. Foi
assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para
exigir o máximo de seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a deformação
causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”,
a “ameaça”, era africano da Guiné, exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada.
O racismo no Brasil não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora, mas
dentro de nós.
Foi ela, a peste dentro de nós, que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava
uma suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu rosto foi exposto. O documento
em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para
essa Oran chamada Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará.
Ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se der negativo ou positivo,
devemos desculpas.
Não sei se há desamparo maior do que alcançar a fronteira de um país distante, nessa solidão abissal. E pedir
refúgio, essa palavra-conceito tão nobre, ao mesmo tempo tão delicada. E então se sentir mal, e cada um há de
saber como a fragilidade da carne nos escava. Corrói mesmo aqueles que têm o melhor plano de saúde num
país desigual. Ele, desabitado da língua, era desterrado também do corpo. Para alcançar o que viveu o homem
desconhecido, porque o que se revelou dele não é ele, mas nós, é preciso vê-lo como um homem, não como um
rato que carrega um vírus. Para alcançá-lo, é preciso vestir o homem. Mas só um humano pode vestir um
humano.
E logo ouviu-se o clamor. Não é hora de fechar as fronteiras?, cobrou-se das autoridades. Que os ratos fiquem
do lado de fora, onde sempre estiveram. Que os ratos apodreçam e morram. Para os ratos não há solidariedade
nem compaixão. Parece que nada se aprendeu com a Aids, com aquele momento de vergonha eterna em que
os gays foram escolhidos como culpados, o preconceito mascarado como necessária medida sanitária.
E quem são os ratos, segundo parte dos brasileiros?
Há sempre muitos, demais, nas redes sociais, dispostos a despejar suas vísceras em praça pública. No
Facebook, desde que a suspeita foi divulgada, comprovou-se que uma das palavras mais associadas ao ebola
era “preto”. “Ebola é coisa de preto”, desmascarou-se um no Twitter. “Alguém me diz por que esses pretos da
África têm que vir para o Brasil com essa desgraça de bactéria (sic) de ebola”, vomitou outro. “Graças ao ebola,
agora eu taco fogo em qualquer preto que passa aqui na frente”, defecou um terceiro. Acreditam falar, nem
percebem que guincham.
“Descrever uma epidemia é uma forma magistral de revelar as diversas formas de totalitarismo que maculam
uma sociedade. Neste quesito, os brasileiros não economizaram. A divulgação, por meios de comunicação que
atingem dezenas de milhões de pessoas, da foto de um homem negro, vindo da África, como suspeito de ebola,
foi a apoteose do fantasma do estrangeiro como portador da doença”, afirmou a esta coluna Deisy Ventura,
professora de direito internacional da Universidade de São Paulo, pesquisadora das relações entre direito e
saúde, autora do livro Direito e Saúde Global – O caso da pandemia de gripe A (H1N1). “Veja que este fantasma
é mobilizado em relação aos pobres, sobretudo negros, nunca em relação aos estrangeiros ricos e brancos. O
escravagismo, terrível doença da sociedade brasileira, associa-se ao desejo conjuntural de dizer: este governo
não deveria ter deixado essas pessoas entrarem. É uma espécie de lamento: tanto se esforçaram as elites para
branquear este país, e agora querem preteá-lo?”
A África desponta, de novo e sempre, como o grande outro. Todo um continente povoado por nuances e
diversidades reduzido à homogeneidade da ignorância – a um fora.
Como disse um imigrante de Burkina Faso à repórter Fabiana Cambricoli, do jornal O Estado de S. Paulo: “Os
brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm ebola. Acham que é tudo a mesma coisa
porque somos negros”.
Ele e dezenas de imigrantes de diversos países da África estão sendo hostilizados e expulsos de lugares
públicos na cidade de Cascavel, no Paraná, onde o primeiro caso suspeito foi identificado. Tornaram-se “os
caras com ebola”, apontados na rua “como os negros que trouxeram o vírus para o Brasil”.
O ebola não parece ser um problema quando está na África, contido entre fronteiras. Lá é destino. O ebola só é
problema, como escreveu o pesquisador francês Bruno Canard, porque o vírus saiu do lugar em que o Ocidente
gostaria que ele ficasse.
“A militarização da resposta ao ebola, que com a anuência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em
setembro último, passou da Organização Mundial da Saúde a uma Missão da ONU, revela que a grande
preocupação da comunidade internacional não é a erradicação da doença, mas a sua contenção geográfica”,
reforça Deisy Ventura.
Para o homem que alcançou o Brasil em busca de refúgio e teve sua dignidade violada na exposição de seu
nome, rosto e documentos, ainda existe a espera de um segundo teste para o vírus do ebola. Não importa se
der negativo ou positivo, devemos desculpas. Devemos reparação, ainda que saibamos que a reparação total é
uma impossibilidade, e que essa marca pública já o assinala. Não é uma oportunidade para ele, é para nós.
É preciso reconhecer o rato que respira em nós para termos alguma chance de nos tornarmos mais parecidos
com um humano.
Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/13/opinion/1413206886_964834.html>. Acesso em: 13
out. 2014.

I Metaforicamente, a xenofobia é uma peste que se espalha na sociedade, alimentada por postagens em redes
sociais.
II No Brasil a xenofobia manifesta-se contra o estrangeiro em geral, pois somos um povo ainda culturalmente
atrasado.
III O ódio e o preconceito são geralmente dirigidos a grupos socialmente excluídos ou desprivilegiados.

De acordo com o texto, é correto o que se afirma em

D)I e III, apenas.

3)Leia o texto a seguir.

Criada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), a tecnologia nomeada
"Ecolágua" utiliza raios ultravioleta (UV) para purificar água de rios e torná-la potável em poucos segundos. A
ideia surgiu após apelo de indígenas, que revelaram mortes por ingestão de água contaminada no interior do
Amazonas. Segundo o desenvolvedor do equipamento, o pesquisador alemão Roland Vetter, a iniciativa para
elaboração da tecnologia veio em forma de apelo. Índios da etnia Deni pediram ajuda para frear a ocorrência de
doenças causadas por água contaminada. “Nós queríamos instalar para eles um secador solar para madeira e
frutas. Eles disseram ‘É muito bom, mas não é disso que precisamos’. Eles estavam morrendo por ingerir água
suja do rio Xeruã”, contou.
Conforme Vetter, 11 índios Deni morreram vítimas de doenças diarreicas causadas por bactérias da espécie
Escherichia coli somente em 2005. O quadro clínico, semelhante ao da cólera, assustou os indígenas.
De acordo com o pesquisador, a desinfecção da água ocorre porque os microrganismos, em contato com os
raios ultravioleta tipo C, perdem a capacidade de se multiplicar. Em termos técnicos, a luz provoca um dano
fotoquímico instantâneo no material genético dos microrganismos, o que causa o efeito desinfetante.
Anteriormente nomeado ‘Água Box’, o equipamento pesa cerca de 15 kg e pode "limpar" facilmente água de
rios, poços e da chuva. De acordo com Vetter, água de rios urbanos, como a Bacia do Turamã, em Manaus, ou
o Rio Tietê, em São Paulo, também pode ser purificada pelo equipamento, que realiza uma filtragem prévia para
conter alguns resíduos sólidos, como areia e outros sedimentos.
A luz do sol é capturada por painéis solares, que mantêm carregada uma bateria dentro do equipamento. Dessa
forma, a tecnologia garante o funcionamento de uma lâmpada ultravioleta, responsável pela destruição dos
microrganismos. Com o processo de filtragem adequado - cujo equipamento específico é anexado ao Ecolágua
-, o pesquisador do Inpa, Ray Cleise, que fez parte da concepção da tecnologia, garante que águas turvas
podem se tornar límpidas.
A máquina garante a eficiência de desinfecção em 99,99%, conforme testes feitos em laboratório. Uma mostra
d'água coletada do Rio Solimões constatou a contaminação por bactérias Escherichia coli, que estão presentes
no intestino humano, além de índices de turbidez superiores ao admissível. Após o tratamento com a tecnologia,
as bactérias foram destruídas e a turvação passou de 27,90 UNT - Unidade Nefelométrica de Turbidez - para
1,64 UNT. O produto começou a ser disponibilizado no mercado há cerca de dois meses, pela empresa Qluz
Ecoenergia. De acordo com o empresário responsável pela venda do produto, Roberto Lavor, a expectativa é de
que a máquina beneficie não só brasileiros, mas também pessoas de todas as regiões do mundo. "Nós temos
um grande potencial de água doce, que não é mais potável, pois está suja e cheia de impurezas. Vivemos na
maior bacia hidrográfica do planeta, mas que não garante aos ribeirinhos o acesso à água potável. O 'Ecolágua'
é um instrumento viável que torna a água potável de forma quase instantânea", explicou Lavor.
Disponível em: <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/11/na-amazonia-tecnologia-usa-raios-uv-e-sol-
para-purificar-agua-de-rios.html>. Acesso em: 12 nov. 2014 (com adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta.

I O raio ultravioleta do tipo C é usado para purificar a água de rios por meio de danos no material genético dos
microrganismos.
II O equipamento desenvolvido pelo Inpa é composto por um conjunto de filtros para redução da turbidez da
água.
III O Ecolágua tem painéis solares que alimentam uma bateria responsável pelo funcionamento de uma lâmpada
ultravioleta cuja função é danificar o material genético dos microrganismos.
IV O Ecolágua tem filtros que, alimentados por uma bateria, são capazes de retirar todo material particulado da
água em tratamento.
V Ray Cleise, que fez parte da concepção do desenvolvimento do equipamento, garante que águas turvas
podem se tornar límpidas apenas pela ação solar.

C)Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

4)Leia o texto a seguir.

Para especialista da OMS, ebola pode ter matado milhares além do oficial.
Especialista diz que famílias podem ter enterrado pessoas em segredo.
Cálculo é baseado em taxa de mortalidade de países mais afetados.
Agência France Presse (AFP)

O número real de vítimas mortais da letal epidemia de ebola provavelmente excederá em milhares as 4.818 do
último balanço, difundido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), advertiu um especialista desta
organização. "Há muitíssimas mortes não registradas nesta epidemia", afirmou à AFP Christopher Dye,
responsável pela Estratégia da OMS, considerando que as vítimas mortais fora do registro oficial podem chegar
a 5 mil.
Para chegar a esse número, ele se baseou na taxa de mortalidade da doença nos países mais afetados (Guiné,
Serra Leoa e Libéria), que é de 70%.
A OMS estimou haver um total de 13.042 casos diagnosticados, o que significa que muitas mortes não foram
comunicadas.
Segundo Dye, uma explicação para essa diferença é que as pessoas teriam enterrado familiares em segredo,
para evitar que autoridades interferissem em seus ritos funerários, que incluem lavar e tocar o morto. O contato
com pessoas portadoras do vírus é o responsável por boa parte dos contágios, razão pela qual as autoridades
sanitárias dos países afetados no oeste da África estão realizando um forte trabalho de conscientização para
que os corpos das pessoas infectadas sejam incinerados.
Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2014/11/para-especialista-da-oms-ebola-pode-ter-
matado-milhares-alem-do-oficial.html>. Acesso em: 07 nov. 2014 (com adaptações).

Com base na leitura e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas.

I Se a taxa de mortalidade é de 70% e o número total de casos é de 13.042, estimam-se mais de 9.000 mortes.
II Segundo o texto, os rituais fúnebres de vários grupos revelam ignorância e atraso cultural e isso explica o fato
de algumas doenças primitivas serem encontradas somente no continente africano.
III Segundo o texto, as pessoas enterram seus familiares em segredo porque as normas para evitar o contágio
impediriam seus rituais.

Está correto o que se afirma em


A)I e III, somente.

6)Leia os quadrinhos e o texto a seguir.


Disponível em: <https://www.facebook.com/tirasarmandinho/photos>. Acesso em: 30 nov. 2014.

O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A República”, no
livro VII. Na alegoria, narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos textos mais lidos no
mundo filosófico.
A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam voltados
para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da parede. Esse era o seu
mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da caverna e logo ficou cego devido
à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com natureza, cores, “imagens” diferentes do que
estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram
nele e revoltados com a “mentira” o mataram.
Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a
inteligível (o mundo das ideias). O primeiro é o mundo da imperfeição e o segundo encontraria toda a verdade
possível para o homem. Assim, o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para que consiga atingir o
bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as cavernas em que nos envolvemos e pensamos ser a
realidade absoluta.
Disponível em: <http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/23/mito-da-caverna-uma-reflexao-atual-
178922-1.asp>. Acesso em: 30 nov. 2014 (com adaptações).

Com base na leitura, analise as afirmativas.

I O personagem da charge afirma que vivemos na caverna de Platão porque ele não tem acesso às modernas
tecnologias.
II A referência ao mito da caverna de Platão alude ao fato de ser intensa a vida virtual nos dias de hoje, graças
aos modernos aparelhos.
III Os quadrinhos enaltecem os aparelhos modernos que são recursos de acesso a informações, uma vez que o
personagem pôde aprender filosofia por meio da internet.
IV Na tirinha a expressão “caverna de Platão” tem sentido positivo e enaltece a sociedade tecnológica
contemporânea.

Está correto o que se afirma somente em:


D) II.

8)Leia o texto e a charge a seguir.

Garotinha de seis anos dá lição de igualdade de gênero para editora de livros infantis

Aos seis anos de idade, a garotinha Parker Danis costumava ser fã da série ‘Biggest, Baddest Book of Bugs’.
Mas quando percebeu que na mensagem da contracapa estava escrito que aquele era um livro “para garotos”,
ela decidiu enviar uma carta com reclamações muito adultas para a editora ABDO.
“Queridos publicadores, eu sou uma garota de seis anos de idade e acabei de ler ‘Biggest, Baddest Book of
Bugs’. Eu realmente gostei da seção dos insetos que brilham no escuro e das questões no fim. Mas quando vi
que a contracapa dizia que aquele era um livro para garotos eu fiquei muito triste. Fiquei chateada por existir
algo como um “livro para garotos”. Vocês deveriam colocar “para meninos e meninas” em vez de “para
meninos”, pois algumas garotas também querem ser entomologistas”.
Enviada no dia 20 de abril, a editora respondeu para a garota 20 dias depois com a seguinte mensagem: “Você
tocou em um ponto muito importante: deveríamos ter feito ‘Biggest, Baddest Book of Bugs’ para todos. Afinal,
garotas podem gostar de ‘coisas de garotos’ também. Nós decidimos levar em conta o seu conselho e na
próxima edição o livro se chamará simplesmente ‘Biggest, Baddest Book of Bugs’”.
Um tempo depois (com Parker completando seus maduros sete anos), a editora enviou a nova edição – já
alterada – para a garota. Em resposta à mudança, Parker disse publicamente: “Se quiserem, meninos podem ter
cabelos grandes e garotas, cabelos curtos”.
Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2014/12/garotinha-de-seis-anos-da-licao-de-
igualdade-de-genero-para-editora-de-livros-infantis.html>. Acesso em: 08 dez. 2014.
Disponível em: <http://gabrielacaldeiraaranhaposusp.blogspot.com.br/2012_11_01_archive.html>. Acesso em:
15 fev. 2015.

Com base nas leituras, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta

I A garota da notícia e a da tirinha assumem posturas distintas, uma vez que a amiga de Calvin defende que há
“coisas de menino e coisas de menina” e, por isso, não quer subir na árvore.
II A crítica da menina na carta à editora fundamenta-se no argumento de que a ciência é algo que interessa aos
dois gêneros, diferentemente de outros assuntos mais específicos.
III Os dois textos posicionam-se contrariamente à discriminação por gênero, que pode se manifestar desde a
infância.

Está correto o que se afirma somente em


C) III.

10)Leia o texto de Antonio Candido e analise as afirmativas a seguir.

Em comparação a eras passadas, chegamos a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a


natureza. Isso permite imaginar a possibilidade de resolver grande número de problemas materiais do homem,
quem sabe inclusive o da alimentação. No entanto, a irracionalidade do comportamento é também máxima,
servida frequentemente pelos mesmos meios que deveriam realizar os desígnios da racionalidade. Assim, com
a energia atômica podemos ao mesmo tempo gerar força criadora e destruir a vida pela guerra; com o incrível
progresso industrial aumentamos o conforto até alcançar níveis nunca sonhados, mas excluímos dele as
grandes massas que condenamos à miséria.
CANDIDO, Antonio. Direito à Literatura in:
Vários Escritos.

I O autor considera irracionais as tecnologias modernas.


II O autor destaca as contradições materiais do nosso tempo, afirmando que a racionalidade técnica não implica
o fim das desigualdades sociais.
III O autor afirma que a racionalidade técnica, com o domínio sobre a natureza, é suficiente para resolver os
problemas da humanidade.
IV O autor enaltece a evolução tecnológica, uma vez que ela melhora as condições de vida da população,
possibilitando confortos nunca antes imaginados.

Está correto o que se afirma somente em


B)II.

11)Leia o texto a seguir.

Vitória sobre infecções

O mundo está às vésperas de uma conquista inédita. Em breve, as doenças infecciosas, que vêm há milênios
dizimando bebês e crianças, podem deixar de ser a principal causa de mortalidade infantil.
Um estudo recente que modelou dados de 194 países mostra que, dos 6,3 milhões de crianças com até cinco
anos de idade que morreram em 2013, 52% faleceram devido a moléstias infecciosas. Três anos antes, eram
64%. A virada está próxima, se é que já não ocorreu.
Isoladamente, a principal causa de óbito é a prematuridade (15,4%), seguida de perto pela pneumonia (14,9%).
Grandes vilões do passado, notadamente as diarreias, mas também sarampo e tétano, já não ocupam as
primeiras posições.
Segundo os autores da pesquisa, publicada no periódico médico britânico "The Lancet", a diminuição das
mortes em 2013 em relação a 2000 pode ser atribuída a ganhos no controle da pneumonia, diarreia e sarampo.
São avanços formidáveis da humanidade.
A partir desse ponto, contudo, melhorias tendem a ficar mais difíceis. Aos poucos, os países esgotam o arsenal
de ações fáceis, capazes de atingir grandes fatias da população - oferecer água tratada e esgoto, fazer
campanhas de vacinação e pelo aleitamento materno.
À medida que se registram reduções nas mortes por infecções, os óbitos neonatais (até o 28º dia de vida)
tendem a ganhar preponderância - e as iniciativas para enfrentá-los se tornam cada vez mais individualizadas e
caras.
Se o quadro global, de todo modo, é bastante positivo, há uma nota negativa para a qual é preciso chamar a
atenção: permanecem abissais as diferenças entre as diversas regiões do planeta.
Enquanto Estados desenvolvidos já baixaram há vários anos a mortalidade infantil para faixas inferiores a 10
óbitos por mil nascimentos com vida e nações emergentes estão chegando lá, países da África subsaariana
continuam mal.
Respondendo por 25% dos nascimentos no mundo e quase 50% dos óbitos de crianças até cinco anos, esse
grupo eleva a taxa média do planeta para 46 óbitos por mil nascimentos com vida.
Um índice bem melhor que os 200 por mil estimados para a Idade Média, mas muito pior do que aquele que
seria possível atingir com o nível de conhecimento médico e avanço tecnológico do mundo.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/12/1555682-editorial-vitoria-sobre-infeccoes.shtml>.
Acesso em: 3 mar. 2015.

Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta

I Em 2013, a pneumonia foi a principal causa de morte de crianças de até cinco anos, superando, pela primeira
vez, o número de óbitos por doenças infecciosas.
II A promoção de água tratada e esgoto, as campanhas de vacinação e o estímulo ao aleitamento materno são
medidas suficientes para erradicar a mortalidade infantil.
III Os dados mostram que o índice de mortalidade de crianças até cinco anos na África subsaariana é cerca de
quatro vezes menor do que o estimado para a Idade Média e mais de quatro vezes maior do que o observado
em Estados desenvolvidos.
IV A queda na taxa de mortalidade de crianças de até cinco anos provocada por doenças infecciosas não é
homogênea no planeta, sendo menor nas regiões menos desenvolvidas.

C) Apenas a afirmativa IV está correta.

12)Leia o texto a seguir.

Importante website de relacionamento caminha para 700 milhões de usuários. Outro conhecido servidor de
microblogging acumula 140 milhões de mensagens ao dia. É como se 75% da população brasileira postassem
um comentário a cada 24 horas. Com as redes sociais cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, é
inevitável que muita gente encontre nelas uma maneira fácil, rápida e abrangente de se manifestar. Uma rede
social de recrutamento revelou que 92% das empresas americanas já usaram ou planejam usar as redes sociais
no processo de contratação. Dessas, 60% assumem que bisbilhotam a vida dos candidatos em websites de
rede social. Realizada por uma agência de recrutamento, uma pesquisa com 2500 executivos brasileiros
mostrou que 44% desclassificariam, no processo de seleção, um candidato por seu comportamento em uma
rede social.
Muitas pessoas já enfrentaram problemas por causa de informações online, tanto no campo pessoal quanto no
profissional. Algumas empresas e instituições, inclusive, já adotaram cartilhas de conduta em redes sociais.
POLONI, G. O lado perigoso das redes sociais. Revista INFO, pp. 70-75, julho 2011 (com adaptações)

De acordo com o texto,


B) empresas e instituições estão atentas ao comportamento de seus funcionários em websites de
redes sociais.

13)Leia a charge a seguir.


Disponível em: <http://blogs.odiario.com/wilteixeira/wp-content/uploads/sites/36/2010/08/cartum02blog.jpg>.
Acesso em: 3 ago. 2015.

Com base na leitura, analise as afirmativas.

I O objetivo da charge é enaltecer o modo como a internet contribui para a construção do conhecimento dos
jovens.
II Na charge, sugere-se que o contato com as redes sociais pode, muitas vezes, fazer com que as pessoas
percam o contato com o mundo real.
III O personagem da charge reconhece, no mundo real, aquilo que aprendeu na realidade virtual, o que indica o
papel educativo da internet atualmente.

Está correto o que se afirma somente em


B) II.

14)Leia a reportagem a seguir, publicada na edição nº 428 da Revista Saúde é Vital.

O elo entre zika vírus e microcefalia


Um dos dramas mais recentes na saúde brasileira foi o aparecimento do zika, vírus transmitido pelo mosquito
Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. No Nordeste do país, o ataque do vírus se fez sentir de maneira
ainda mais trágica: ao infectar gestantes, o vírus induziu a malformação do sistema nervoso do feto, provocando
a chamada microcefalia.
Figura central no estabelecimento dessa associação foi a epidemiologista Celina Turchi, da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz). Ela capitaneou o estudo de caso, inédito no planeta, que confirmou as suspeitas de que o zika, e
não outros fatores, era responsável por alterações fisiológicas e estruturais no sistema nervoso dos bebês em
desenvolvimento. Estava batido o martelo: o vírus era o causador dos casos de microcefalia.

Disponível em: <https://saude.abril.com.br/medicina/amamentacao-hpv-e-zika-protagonizam-premiacao-


nacional/>. Acesso em: 08 mai. 2018.

Com base na leitura, analise as afirmativas.

I A pesquisa da Fiocruz foi realizada com 32 crianças com microcefalia e 64 crianças sem microcefalia, ou seja,
50% das crianças estudadas eram portadoras da doença.
II De acordo com os estudos liderados por Celina Turchi, o vírus zika, disseminado principalmente pela picada
do mosquito Aedes aegypti, é o causador dos casos de microcefalia, e essa doença é da mesma família da
dengue e da febre amarela.
III Pela reportagem, estima-se que mais de 20% dos casos de infecção por zika no mundo ocorreram no Brasil.

É correto o que se afirma apenas em


C) III.

15)Leia a charge a seguir.


Disponível em: <https://musicaeinclusao.wordpress.com/2014/10/13/para-refletirmos/>. Acesso em: 30 jun.
2017.

É correto dizer que a charge


A)faz crítica a um tipo de sistema de ensino que não visa a desenvolver o pensamento criativo dos
estudantes.

16)(Enade 2017 – Adaptado). Os britânicos decidiram sair da União Europeia (UE). A decisão do referendo
abalou os mercados financeiros em meio às incertezas sobre os possíveis impactos dessa saída. Os gráficos a
seguir apresentam, respectivamente, as contribuições dos países integrantes do bloco para a UE, em 2014, que
somam €144,9 bilhões, e a comparação entre a contribuição do Reino Unido para a UE e a contrapartida dos
gastos da UE com o Reino Unido.

Disponível em: <http://www.g1.globo.com>. Acesso em: 06 set. 2017. (Adaptado).

Considerando o texto e as informações apresentadas nos gráficos acima, assinale a opção correta.

C)A diferença entre a contribuição do Reino Unido com a UE e o gasto da UE com o Reino Unido
representa 38,9% da contribuição do Reino Unido com a UE.

18)(Enade 2017) Hidrogéis são materiais poliméricos em forma de pó, grão ou fragmentos semelhantes a
pedaços de plástico maleável. Surgiram nos anos 1950, nos Estados Unidos da América e, desde então, têm
sido usados na agricultura. Os hidrogéis ou polímeros hidrorretentores podem ser criados a partir de polímeros
naturais ou sintetizados em laboratório. Os estudos com polímeros naturais mostram que eles são viáveis
ecologicamente, mas ainda não comercialmente.
No infográfico abaixo, explica-se como os polímeros naturais superabsorventes, quando misturados ao solo,
podem viabilizar culturas agrícolas em regiões áridas.

Por dentro dos hidrogéis


Saiba como funcionam os polímeros superabsorventes que ajudam a reter no solo, por mais tempo, a água da
chuva ou da irrigação.

Disponível em: <http://www.revistapesquisa.fapesp.br>. Acesso em: 18 jul. 2017. (Adaptado)

A partir das informações apresentadas, assinale a opção correta.


C)Os hidrogéis são usados em culturas agrícolas e florestais e em diferentes tipos de solos.

19) (Enade 2017) Leia o texto a seguir.

O sistema de tarifação de energia elétrica funciona com base em três bandeiras. Na bandeira verde as
condições de geração de energia são favoráveis e a tarifa não sofre acréscimo. Na bandeira amarela a tarifa
sofre acréscimo de R$0,020 para cada kWh consumido, e na bandeira vermelha, condição de maior custo de
geração de energia, a tarifa sofre acréscimo de R$0,035 para cada kWh consumido. Assim, para saber o quanto
se gasta com o consumo de energia de cada aparelho, basta multiplicar o consumo em kWh do aparelho pela
tarifa em questão.
Disponível em: <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 17 jul.2017. (Adaptado)

Na tabela a seguir, são apresentados a potência e o tempo de uso diário de alguns aparelhos eletroeletrônicos
usuais em residências.

Disponível em: <https://www.educandoseubolso.blog.br>. Acesso em: 17 jul.2017. (Adaptado)

Considerando as informações do texto, os dados apresentados na tabela, uma tarifa de R$0,50 por kWh em
bandeira verde e um mês de 30 dias, avalie as afirmativas a seguir.
I Em bandeira amarela, o valor mensal da tarifa de energia elétrica para um chuveiro de 3.500W seria de R$1,05
e de R$1,65 para um chuveiro de 5.500W.
II Deixar um carregador de celular e um modem de internet em stand-by conectados na rede de energia durante
24 horas por dia representa um gasto mensal de R$5,40 na tarifa de energia elétrica em bandeira verde, e de
R$5,78, em bandeira amarela.
III Em bandeira verde, o consumidor gastaria mensalmente R$3,90 a mais na tarifa de energia elétrica em
relação a cada lâmpada incandescente usada no lugar de uma lâmpada LED.

É correto o que se afirma em


B)III, apenas.

20)(Enade 2017) Sobre a televisão, considere a tirinha e o texto a seguir.

TEXTO 1

TEXTO 2
A televisão é este contínuo de imagens, em que o telejornal se confunde com o anúncio de pasta de dentes, que
é semelhante à novela, que se mistura com a transmissão de futebol. Os programas mal se distinguem uns dos
outros. O espetáculo consiste na própria sequência, cada vez mais vertiginosa, de imagens. PEIXOTO, N. B. As
imagens de TV têm tempo? In: NOVAES, A. Rede imaginária: televisão e democracia. São Paulo: Companhia
das Letras, 1991. (Adaptado)

Com base nos textos 1 e 2, é correto afirmar que o tempo de recepção típico da televisão como veículo de
comunicação estimula a

B)fragmentação e o excesso de informação, que evidenciam a opacidade do mundo contemporâneo,


cada vez mais impregnado de imagens e informações superficiais.

21)Leia os quadrinhos e o texto do sociólogo Zygmunt Bauman.

Disponível em: <http://agoradopensamento.blogspot.com.br/2015/07/filosofia-em-quadrinhos-mafalda_24.html>.


Acesso em: 30 jun. 2017.

A “sociedade de consumidores” é um tipo de sociedade (recordando um termo, que já foi popular, cunhado por
Althusser) que “interpela” seus membros (ou seja, dirige-se a eles, saúda-os, apela a eles, questiona-os, mas
também os interrompe e “irrompe sobre” eles) basicamente na condição de consumidores. (...) Ela avalia –
recompensa e penaliza – seus membros segundo a prontidão e adequação da resposta deles à interpelação.
Como resultado, os lugares obtidos ou alocados no eixo da excelência/inépcia do desempenho consumista se
transformam no principal fator de estratificação e no maior critério de inclusão e exclusão, assim como orientam
a distribuição do apreço e do estigma sociais, e também de fatias da atenção do público. BAUMAN, Z. Vida
para consumo. São Paulo: Nacional, 2008.

Com base na leitura, analise as afirmativas.

I Os quadrinhos e o trecho de Bauman tratam do valor do indivíduo na nossa sociedade, em que o consumo é
considerado um critério para inclusão ou exclusão social.
II O personagem dos quadrinhos está lendo uma frase de Bauman, com a qual concorda, pois, a essência de
um indivíduo encontra-se em seu caráter.
III Segundo o sociólogo, a incapacidade de consumir implica a penalização social do indivíduo.

Assinale a alternativa certa.

B)Somente as afirmativas I e III são corretas.


22)(Enade 2017) Leia o texto a seguir.

A imigração haitiana para o Brasil passou a ter grande repercussão na imprensa a partir de 2010. Devido ao pior
terremoto do país, muitos haitianos redescobriram o Brasil como rota alternativa para migração. O país já havia
sido uma alternativa para os haitianos desde 2004, e isso se deve à reorientação da política nacional para
alcançar liderança regional nos assuntos humanitários.
A descoberta e a preferência pelo Brasil também sofreram influência da presença do exército brasileiro do Haiti,
que intensificou a relação de proximidade entre brasileiros e haitianos. Em meio a esse clima amistoso, os
haitianos presumiram que seriam bem acolhidos em uma possível migração ao país que passara a liderar a
missão da ONU.
Observa-se, na maneira como esses discursos se conformam, que a reação de uma parcela dos brasileiros aos
imigrantes se dá em termos bem específicos: os que sofrem com a violência dos atos de xenofobia, em geral,
são negros e têm origem em países mais pobres.
SILVA, C. A. S.; MORAES, M. T. A política brasileira para refugiados e a migração haitiana. Revista do Direito.
Santa Cruz do Sul, v.3, n.50, p.98-117, set./dez.2016. (Adaptado)

A partir das informações do texto, conclui-se que


E)a crescente onda de xenofobia que vem se destacando no Brasil evidencia que o preconceito e a
rejeição por parte dos brasileiros em relação aos imigrantes haitianos é pautada pela discriminação
social e pelo racismo.

23) (Enade 2017) Leia os textos a seguir.

A produção artesanal de panela de barro é uma das maiores expressões da cultura popular do Espírito Santo. A
técnica de produção pouco mudou em mais de 400 anos, desde quando a panela de barro era produzida em
comunidades indígenas. Atualmente, apresenta-se com modelagem própria e original, adaptada às
necessidades funcionais da culinária típica da região. As artesãs, vinculadas à Associação das Paneleiras de
Goiabeiras, do município de Vitória - ES, trabalham em um galpão com cabines individuais preparadas para a
realização de todas as etapas de produção. Para fazer as panelas, as artesãs retiram a argila do Vale do
Mulembá e do manguezal que margeia a região e coletam a casca de Rhysophora mangle, popularmente
chamada de mangue vermelho. Da casca dessa planta, as artesãs retiram a tintura impermeabilizante com a
qual acoitam as panelas ainda quentes. Por tradição, as autênticas moqueca e torta capixabas, dois pratos
típicos regionais, devem ser servidas nas panelas de barro assim produzidas. Essa fusão entre as panelas de
barro e os pratos preparados com frutos do mar, principalmente a moqueca, pelo menos no estado do Espírito
Santo, faz parte das tradições deixadas pelas comunidades indígenas.
Disponível em: <http://www.vitoria.es.gov.br>. Acesso em: 14 jul. 2017. (Adaptado)

Como principal elemento cultural na elaboração de pratos típicos da cultura capixaba, a panela de barro de
Goiabeiras foi tombada, em 2002, tornando-se a primeira indicação geográfica brasileira na área do artesanato,
considerada bem imaterial, registrado e protegido no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan), no Livro de Registro dos Saberes e declarada patrimônio cultural do Brasil.
SILVA, A. Comunidade tradicional, práticas e reconhecimento: narrativas contemporâneas do patrimônio
cultural. 40º Encontro Anual da Anpocs. Caxambu, 2016. (Adaptado)

Atualmente, o trabalho foi profissionalizado e a concorrência para atender ao mercado ficou mais acirrada, a
produção que se desenvolve no galpão ganhou um ritmo mais empresarial, com maior visibilidade publicitária,
enquanto as paneleiras de fundo de quintal se queixam de ficarem ofuscadas comercialmente depois que o
galpão ganhou notoriedade.
MERLO, P. Repensando a tradição: a moqueca capixaba e a construção da identidade local. Interseções. Rio de
Janeiro. v.13, n.1, 2011. (Adaptado)

Com base nas informações apresentadas, assinale a alternativa correta.


A) A produção das panelas de barro abrange interrelações com a natureza local, de onde se extrai
a matéria-prima indispensável à confecção das peças ceramistas.
25)(Enade 2017) Leia o texto a seguir.

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura de 2014, a
agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos no mundo e é guardiã de aproximadamente 75% de
todos os recursos agrícolas do planeta. Nesse sentido, a agricultura familiar é fundamental para a melhoria da
sustentabilidade ecológica.
Disponível em: <http://www.fao.org>. Acesso em: 29 ago. 2017. (Adaptado)

Considerando as informações apresentadas no texto, avalie as afirmativas.

I Os principais desafios da agricultura familiar estão relacionados à segurança alimentar, à sustentabilidade


ambiental e à capacidade produtiva.
II As políticas públicas para o desenvolvimento da agricultura familiar devem fomentar a inovação, respeitando o
tamanho das propriedades, as tecnologias utilizadas, a integração de mercados e as configurações ecológicas.
III A maioria das propriedades agrícolas no mundo tem caráter familiar, entretanto o trabalho realizado nessas
propriedades é majoritariamente resultante da contratação de mão de obra assalariada.

É correto o que se afirma em


C) I e II, apenas.

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