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Material Teórico
A Criança e o Direito de Brincar
Revisão Textual:
Prof. Dr. Maria Isabel D. Andrade De Sousa Moniz
a a
A Criança e o Direito de Brincar
• Introdução;
• O Lúdico e o Corpo na Escola;
• A Formação do Professor.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Fazer uma revisão bibliográfica sobre o direto de a criança brincar, através de uma análise
da legislação que garante esse direito;
• Abordar a formação do professor para trabalhar com jogos e brincadeiras na escola.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
Contextualização
Para o momento de contextualização, convido você a refletir acerca do tema: a
formação lúdica do professor.
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Introdução
Vamos dar início a esta unidade lembrando que anteriormente vimos que o con-
ceito de criança, como o temos hoje, começa a se configurar apenas no decorrer
dos séculos XVI e XVII. Com o aclaramento do conceito de estar - ou de ser -
criança, vieram também as condições para se estabelecerem outras questões, como
por exemplo: a ideia do desenvolvimento humano passando pelo momento de ser
bebê, criança, jovem, adulto e idoso, e as condições para que este desenvolvimento
aconteça com qualidade e para todas as crianças.
Alguns momentos são fundamentais na história da construção dos direitos das crianças.
Explor
Podemos apontar: em 1924, a Sociedade das Nações adota a Declaração de Genebra sobre
os Direitos da Criança, em 1946 o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas reco-
menda a adoção da Declaração de Genebra e se manifesta a favor da criação do Fundo
Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Brincar, por muito tempo, foi considerado como algo que seria apenas um
passatempo ou atividade sem muita importância. Essa visão de mundo levou os
homens a pensarem que “é melhor trabalhar do que ficar sem fazer nada, ou brin-
cando”. Desta forma, um paradigma foi criado: o trabalho infantil para ocupar a
criança. A consequência deste paradigma foi a exploração do trabalho infantil e a
remoção do direito de brincar da criança.
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
Procure informar-se mais sobre a Declaração dos Direitos da Criança no seguinte endereço
Explor
eletrônico: http://bit.ly/2G5lGWn
eletrônico: http://bit.ly/2GdtTbt
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Com relação ao Brasil, a Declaração dos Direitos da Criança foi um dos docu-
mentos que orientou a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no
ano de 1990. Esse documento é a grande referência da legislação brasileira, dos
direitos de proteção integral das crianças e dos adolescentes.
Entre os diversos artigos do Estatuto, vamos destacar o seguinte artigo e seus incisos:
Artigo 16º
II - opinião e expressão;
Figura 1
Fonte: Getty Images
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
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A Formação do Professor
As crianças nativas dos grandes centros urbanos não possuem plenas possibilidades para
Explor
brincar, por falta de espaço e tempo para as brincadeiras, principalmente as coletivas. Nos
grandes centros, os quintais são cada vez mais escassos e as ruas, perigosas demais para as
crianças brincarem. As agendas das crianças estão lotadas de compromissos, como escola,
atividades-extras, cursos livres, entre outros. E o espaço e o tempo reservado para brincar,
onde estão? E a escola, onde entra nessa história? E o professor, sabe brincar?
A criança que não brinca, ou brinca pouco, não está plenamente inserida na
cultura lúdica. A falta de brincar interfere negativamente no desenvolvimento da
criança. Assim, a escola de Educação Infantil torna-se espaço privilegiado para a
criança brincar e desenvolver-se.
O professor deverá, em sua formação, refletir sobre a utilização dos jogos e das
brincadeiras na educação, além de compreender o desenvolvimento infantil e as suas
necessidades. Como mediador, o professor contribui para o desenvolvimento de
diferentes brincadeiras e jogos na escola, com fins educativos ou mesmo recreativos.
Não se trata aqui da defesa de se criar uma disciplina específica de jogos e brin-
cadeiras na educação, mas de ter o lúdico, os jogos e brincadeiras, como funda-
mento da Educação Infantil. Este fundamento deveria atingir todas as disciplinas do
currículo da formação inicial do pedagogo. É colocar a temática do trabalho com os
jogos e as brincadeiras nas diretrizes curriculares dos cursos de pedagogia.
Importante! Importante!
É importante que a formação inicial do professor permita que ele construa ideias sobre
a necessidade e a importância das atividades lúdicas como instrumentos para a inter-
venção pedagógica assertiva para o desenvolvimento infantil.
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
Figura 2
Fonte: Acervo do conteudista
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Saber relacionar e selecionar os jogos e brincadeiras de forma crítica e contex-
tualizada depende da perspicácia do professor, ou seja, da percepção que este tem
sobre a classe com a qual está trabalhando. A escolha de sequências didáticas que
sejam significativas para o aprendiz depende da formação e do olhar crítico e sen-
sível do professor. A brincadeira é uma linguagem e é através dessa linguagem que
a criança aprende.
Durante sua formação inicial, o futuro professor deve perceber que a ludicidade
tem características éticas, morais, biológicas e sociais, adquirindo assim, uma visão
global dos jogos e brincadeiras. Durante o desenvolvimento das atividades, o pro-
fessor deverá manter uma atitude de respeito às diferenças relativas às capacidades,
habilidades, conhecimentos, necessidades e interesses dos jogadores e brincantes.
Finalmente, vamos fechar a unidade e a disciplina com uma citação das autoras
Pereira e Souza (1998), quando falam sobre a infância e a contemporaneidade,
para uma reflexão final:
Crianças e adultos já não se misturam. Constituem suas histórias separa-
damente. E antes as crianças estavam misturadas com os adultos, e toda
reunião de trabalho, o passeio ou o jogo juntava crianças e adultos, hoje,
como desde o fim do século XIX, percebemos a tendência crescente de
separar o mundo das crianças do mundo dos adultos. Uma das consequ-
ências mais radicais do sentimento moderno da infância foi, portanto, o
afastamento do adulto da criança. (PEREIRA; SOUZA, apud KRAMER;
LEITE, 1998, p. 37)
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UNIDADE A Criança e o Direito de Brincar
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Jogos e Brincadeiras
Para complementar e ampliar seus conhecimentos sobre o brincar e o jogar, convi-
damos você a visitar e explorar o site da revista Nova Escola. Com o site da página
indicada, você terá acesso a inúmeras brincadeiras e jogos e o seu emprego na Edu-
cação Infantil e no Ensino Fundamental I. Na página, você encontrará reportagens,
vídeos e entrevistas com os melhores especialistas na área e ainda jogos online e
planos de aula que poderão auxiliar você no ofício de ser professor.
http://bit.ly/2UqN1wn
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Referências
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069 de 13 de julho de
1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providên-
cias. Brasília, DF, 1990.
KISHIMOTO, Tizuko M. (Org.) O brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 2002.
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