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e Brincadeiras
Material Teórico
Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Revisão Textual:
Prof. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
a
Breve História dos Jogos
e Brincadeiras
• Introdução;
• Os Seres Humanos são Seres Brincantes;
• A Criança e a Cultura Lúdica;
• Na Escola Também se Brinca.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Fazer alguns apontamentos históricos sobre os Jogos e Brincadeiras;
• Investigars as ideias de Frederico Froebel (1782 – 1852), filósofo alemão do período romântico;
• Ver como os Jogos e Brincadeiras se relacionaram com a escola no decorrer dos tempos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Contextualização
Nossa sugestão, para o momento de contextualização, é que você assista a
dois vídeos:
• A Importância do Brincar: O vídeo é uma entrevista com a professora Tizuko
Kishimoto, que fala sobre o direito de brincar da criança e sobre a importância
do protagonismo infantil.
Explor
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Introdução
Sejam bem-vindos à unidade da disciplina Educação: Jogos e Brincadeiras. Espe-
ramos que gostem e que construam conhecimentos pertinentes à sua área de estudo.
Vamos iniciar nossos estudos com uma simples pergunta: Você já brincou hoje?
O jogo e a brincadeira são fenômenos culturais que estão presentesemna vida hu-
mana desde a Pré-história. Parece-nos que esses fenômenos são inatos nos seres
humanos e também nos animais; i como exemplo, o leão aprende a caçar e a lutar
brincando e jogando com seus pais ou irmãos. É através de jogos e brincadeiras que
construímos nossos conhecimentos.
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9
UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Figura 3 – Pieter Bruegel, 1560. Museu de Viena, Óleo sobre painel. Dimensões 118 × 161 cm
Fonte: Wikimedia Commons
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A obra é do artista Pieter Bruegel, feita no ano de 1560. Bruegel chamou-a de Jogos
Infantis. Mostra mais de 80 brincadeiras e jogos infantis, mas, ao olharmos mais aten-
tamente, veremos que muitos personagens da pintura são jovens e adultos. A falta de
clareza sobre o que era a condição humana de ser criança é notória na imagem.
Com
No período medieval, a infância tinha pequena duração. Ao alcançar seis ou
sete anos de idade, o indivíduo deixava de ser criança, pois, a partir dessa idade,
considerava-se que a criança já compreendia o que os adultos falavam e, sendo
assim, passava a acompanhar o adulto do mesmo gênero, executando, de forma
parecida, as mesmas atividades da vida adulta. O período da adolescência dos indi-
víduos não era considerado, consequentemente, as crianças eram entendidas como
adultos em miniatura e assim eram tratadas pelos adultos. Observe a seguir mais
uma imagem medieval:
Na chegada do século XV, uma nova concepção sobre ser criança estava em
curso e trazia mudanças que apontavam para o entendimento da criança como ser
social, ocupando um papel importante nas relações familiares e na comunidade
onde crescia e se desenvolvia: um indivíduo com características e necessidades pró-
prias, passível de ser educado através de uma ação pedagógica que reconhecesse
suas diferenças individuais e a sua condição de ser criança.
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UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Podemos afirmar que a concepção de infância que conhecemos hoje vem evo-
=@⑧·
luindo e mudando com o decorrer do tempo. É no final do século XV que, de fato,
podemos observar alguma diferença no trato e no entendimento da infância. Como
exemplo, podemos citar a instituição escolar. A princípio, o que existiam eram salas
de aula, frequentadas, ao mesmo tempo, por alunos de todas as idades - crianças,
S
Para saber mais a respeito desses pensadores, indicamos os artigos a seguir que podem am-
Explor
pliar seu referencial teórico. Entre nos sites e leia os artigos da revista Nova Escola:
• Comênio, o pai da didática moderna: http://bit.ly/2Upllbp
• Jean-Jacques Rousseau, o filósofo da liberdade como valor supremo: http://bit.ly/2Ut0vYD
• Pestalozzi, o teórico que incorporou o afeto à sala de aula: http://bit.ly/2UncOpj
falando
No entanto, quando falamos em jogos e brin-
cadeiras na educação escolar, um nome, em espe-
cial, deve ser lembrado: Froebel.
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Veja o que Kishimoto (2002) diz sobre a união dessa tríade proposta por Froebel:
Froebel mostra a unidade entre o homem, seu criador e a natureza, sua
conexão interna, aponta como a educação pode garantir essa unidade,
desde a infância por meio da natureza. Valoriza a individualidade do ser
humano, que se completa na coletividade. Ao perceber a unidade ou con- ↑
essa unidade, formada entre o ser humano, o seu criador e a natureza. Diferente das
ideias medievais, esclarece o fato de que o desenvolvimento passa por diferentes es-
tágios, como a infância, a adolescência e a vida adulta.
D
teriais, como bola, cubo, varetas, anéis etc., que permitem atividades denominadas
Ocupações. Essa proposta tem os jogos e as brincadeiras como eixo da pedagogia.
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UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Figura 6
educat as contat 1
e
A pessoa que iria cuidar das crianças e educá-las Froebel denominou de Jardineira,
l a qual seria responsável pelo desenvolvimento das atividades do Jardim da Infância.
A teoria de Froebel indicava que as Jardineiras criariam momentos pedagógicos di-
eles
rigidos, com base nos dons, e deixariam momentos livres em que a criança poderia
escolher de qual jogo ou brincadeira gostaria de participar naquele momento. Assim a
criança se desenvolveria de forma autônoma.
desenvolvendo as
Para saber mais sobre a vida e a obra de Froebel, visite o site da revista Nova Escola, onde
Explor
você encontrará quatro textos: 1- O formador das crianças pequenas; 2- Treino de habilidades;
3- Educação espontânea; 4 Biografia e contexto histórico.
Disponível em: http://bit.ly/2UrHFkk
esser
Na contemporaneidade, os jogos e brincadeiras são vistos como fundamentais
no
para o processo de ensino e aprendizagem das crianças. A resistência inicial dos
educadores a incluírem esses tipos de atividades no currículo escolar foi se desfa-
zendo com o tempo e a nova prática foi ganhando espaço no âmbito educacional.
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Para a criança, os momentos de jogos e brincadeiras são ricos para a sua aprendi-
zagem e desenvolvimento, além de serem momentos de expressividade das crianças;
são momentos que, segundo o RCNEI, revelam uma cultura corporal por influência
-
zagens sociais, pois, ao jogar, as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com
as outras, a combinar e a respeitar regras (BRASIL, 1998, p. 35).
Finalizamos esta breve história dos jogos e brincadeiras e de sua inserção na es-
cola, sugerindo que você observe o quadro síntese a seguir, que retrata a visão dos
jogos e brincadeiras em diferentes épocas:
Jogos e Brincadeiras
Na Antiguidade, No Renascimento, a
brincadeira passou a No Romantismo, o Jogo
eram importantes Na Idade Média, o ser vista como “conduta apareceu com conduta
na educação. jogo era visto livre”, que desenvolve a típica e espontânea da
Momento de como “não sério” e inteligência e facilita o criança. Apresentava a
relaxamento estudo. O “Lúdico” criança com sua
era relacionado a natureza “boa”, que se
substituiu as formas
necessário às jogos de azar. mais tradicionais de expressa espontanea-
atividades físicas aprendizagem (casti- mente através do jogo.
e mentais. gos, palmatórias).
Figura 7
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UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Para ele
Para aprofundar o conceito de Homo Ludens sugerimos o livro de Johan Huizinga: Homo
Explor
Ludens: o jogo como elemento da cultura. O livro é uma importante referência para com-
preendermos a relação entre o homem e o jogo do ponto de vista histórico e cultural.
-
dese
A partir dos jogos e brincadeiras, o homem cria uma cultura lúdica. Gilles Brougère,
autor francês, propicia-nos interessantes ideias sobre essa manifestação cultural, contri-
buindo para entendermos melhor esse conceito:
A cultura lúdica é, então, composta de um certo número de esquemas
que permitem iniciar a brincadeira, já que se trata de produzir uma reali-
dade diferente daquela da vida quotidiana: [...]
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eler
Segundo Brougère (1998), a cultura lúdica também se estabelece com as brin-
cadeiras ou jogos de faz-de-conta. Essas brincadeiras, como diz o autor, são porta-
doras de “regras vagas”. Nesse sentido, muitas brincadeiras e jogos não possuem
regras claras, tornado, assim, uma regra maleável, que pode ser modificada ou
retirada da ação de brincar por intencionalidade da criança.
pelar
A cultura lúdica torna-se
- uma referência para o brincar. O brincar parte&
.da reali-
dade imediata da criança, que pressupõe os brinquedos que estão ao seu alcance ou
-
qualquer objeto que possaEsser ressignificado (uma caixa vazia pode se transformar
l
O- autor lembra que é brincando que a criança constrói sua cultura lúdica; são
- as suas experiências lúdicas, iniciadas pelas primeiras brincadeiras do bebê, que
irão constituir esse universo cultural lúdico. E mergulhada nesse universo,
* a criança
-constitui e é constituída por essa cultura através de suas brincadeiras e jogos.
pelan
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UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
A formação dos educadores dos anos iniciais deve discutir mais cuidadosamente
o brincar e os jogos. É importante que o professor tenha um repertório maior de
brincadeiras para serem trabalhadas em aula. As crianças gostam de brincar com
adultos; são ótimas referências, por exemplo, para o esclarecimento e aprendi-
zagem de regras, para apresentar novas brincadeiras e jogos. O professor, como
mediador de brincadeiras, é fundamental; mediar oportuniza o brincar juntos. Brin-
car juntos acentua os laços afetivos; a participação do educador na brincadeira faz
crescer o nível de interesse da criança pela brincadeira.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A ludicidade na educação: Uma atitude pedagógica
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A ludicidade na educação: Uma atitude
pedagógica. Editora: Ibpex, 2011. Série: Dimensões da Educação. O livro traz
importantes informações, conceitos e práticas para a utilização do lúdico nas aulas da
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
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UNIDADE Breve História dos Jogos e Brincadeiras
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Funda-
mental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de
Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il.
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