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Material Teórico
A Criança e o Brinquedo
Revisão Textual:
Prof. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni
a
A Criança e o Brinquedo
• Introdução;
• A Bola;
• A Pipa;
• A Boneca e o Boneco;
• As Miniaturas;
• O Brinquedo e a Brincadeira;
• O Brinquedo e seus Espaços;
• Considerações Finais.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Analisar alguns brinquedos e sua relação com o brincar;
• Destacar alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo e sua utilização na atualidade;
• Investigar o brinquedo e suas relações com o desenvolvimento sensório-motor e o universo
simbólico da criança.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE A Criança e o Brinquedo
Contextualização
Neste momento, sugerimos que você acesse o site Portal do Professor, do Minis-
tério da Educação do Brasil. Na página específica, você encontrará uma sequência
didática com o tema brinquedos e brincadeiras indígenas.
Você sabia que inúmeros brinquedos vêm da tradição indígena, como a perna de pau,
pião, peteca, entre outros? Também, no mesmo site, encontraremos dezenas de brinca-
deiras que vieram da tradição indígena brasileira.
Ainda sugerimos que você visite os links indicados na sequência. Após visitar
a página e os links indicados, faça uma reflexão sobre as contribuições indígenas
que influenciaram nossos brinquedos e brincadeiras e sobre como poderíamos levar
essas propostas para a sala de aula.
Explor
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Introdução
Nesta unidade, faremos alguns apontamentos históricos sobre o brinquedo, sua
utilização na atualidade. Também faremos uma investigação sobre o brinquedo e
suas relações com o desenvolvimento sensório-motor e o universo simbólico da
criança. Finalizaremos a unidade com uma análise sobre os brinquedos eletrônicos
que são muito utilizados nos dias atuais.
A Bola
Podemos citar, como primeiro exemplo de brinquedo, a bola. Ela é um dos
brinquedos mais antigos. Seu surgimento data de 6.500 anos, no Japão, mas é um
objeto que está presente em outras culturas antigas, como China, Grécia, Egito,
entre outras. As bolas apareceram confeccionadas com diversos materiais, como
couro e bexiga de animais. Hoje, a bola é um brinquedo que está popularizado em
todas as partes do mundo. Além de ser um brinquedo, a bola é utilizada em inúme-
ras modalidades esportivas.
A bola é um objeto que pode ser rolado, atirado, chutado, batido, empurrado ou
arremessado. São muitas as possibilidades de contato com uma bola; depende da
brincadeira ou do jogo que se está praticando.
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UNIDADE A Criança e o Brinquedo
A bola é um artefato utilizado para o lazer e o brincar dos indivíduos, mas tam-
bém é um artefato esportivo, na medida em que é utilizada em inúmeras modalida-
des esportivas.
A Pipa
Outro exemplo bastante curioso é a tradicional Pipa, também conhecida como
quadrado, papagaio, arraia, entre outros nomes, dependendo do lugar ou época
de utilização.
A Pipa não nasceu como brinquedo, mas como instrumento de guerra. Consta
que, na China antiga, por volta de 1.200 a.C., as pipas eram utilizadas como arte-
fato de sinalização militar. Uma determinada cor e o movimento que a pipa fazia no
ar indicavam o movimento e a estratégia dos exércitos.
A Boneca e o Boneco
A boneca é um dos brinquedos mais antigos e mais populares em todo o mundo.
Ela reproduz as formas humanas, com predomínio das formas feminina e infantil,
como as bonecas bebês, por exemplo.
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a criança brincar no mundo do além. Na Grécia Antiga, nos rituais que antecediam
o casamento, as jovens noivas entregavam suas bonecas à deusa Ártemis, simboli-
zando o fim da infância.
Figura 3 – Bonecas
Fonte: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE A Criança e o Brinquedo
As Miniaturas
A ideia de diminuir o tamanho dos objetos é algo que acompanha o homem
desde há muito tempo. Essa ideia talvez tenha surgido da necessidade do homem
de manipular as coisas a seu bel prazer, o que sugere certo “poder”. Porém as pes-
quisas sobre as miniaturas são escassas, o que prejudica as referências históricas.
Sobre a seu uso, consta que, no início do século XII, as miniaturas eram utili-
zadas para simular situações de batalha. Era uma tecnologia empregada para de-
terminar qual seria a estratégia utilizada pelas tropas de guerra. Castelos, cenários
representando o espaço geográfico com rios e montanhas, aldeias e os soldados de
chumbo representando as tropas. Os soldados vieram, mais tarde, no século XIX,
a ser industrializados e vendidos em larga escala, ocasionando o barateamento de
seu custo e, consequentemente, a sua popularização.
Muito populares também, as casas de bonecas são presentes na vida das crianças.
Algumas casas de bonecas ganham ricos detalhes e alto grau de perfeição e realida-
de, criando ambientes como cozinha, sala de estar, banheiros, entre outros cômodos
de uma casa. Não podemos nos esquecer do mobiliário dos ambientes; dentre alguns
móveis e objetos, encontramos relógio, fogão, mesa, guarda-roupa, cama.
Veja um exemplo:
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Outro exemplo de miniaturização de objetos são os meios de transportes.
Encontramos uma infinidade de carros, motos, caminhões, navios, aviões, trens
e até espaçonave, miniaturizados. Esses brinquedos colocam em atividade a ima-
ginação das crianças.
Meninos e meninas sonham e criam histórias com suas miniaturas. Criam pas-
seios fantásticos a lugares que ainda estão por serem criados na realidade ou,
também, simulam suas futuras profissões. O sonho de ser um piloto aviador, um
caminhoneiro livre das estradas pode começar com uma brincadeira com minia-
turas. A miniatura pode criar ou alimentar sonhos e fantasias. É bom lembrar que
algumas realidades tiveram origem no mundo do faz de conta.
Há brinquedos únicos, feitos em casa pelos pais ou pelas crianças, com materiais
diversos, como, por exemplo, o carrinho de rolimã. Brinquedos feitos por mestres
artesãos. E até, brinquedos raros, com os quais ninguém mais brinca, pois estão em
exposição em algum museu ou guardados com algum colecionador de brinquedos.
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UNIDADE A Criança e o Brinquedo
Se você fosse um(a) diretor(a) de uma escola de Educação Infantil e estivesse na hora de
Explor
adquirir novos brinquedos, quais seriam os três brinquedos que não poderia faltar nessa
compra? Por quê?
O Brinquedo e a Brincadeira
Estar de posse de um brinquedo é, de certa forma, poder manipular ou transfor-
mar a realidade. O brinquedo pode nos sugerir também uma reinvenção da realida-
de, na medida em que, através da imaginação e do brincar, a criança experimenta
ou testa soluções para seus problemas do cotidiano. Veja o que Kishimoto (2005)
diz a respeito do brinquedo.
[...] Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a crian-
ça e uma indeterminação quanto ao seu uso, ou seja, a ausência de um
sistema de regras que organizam sua utilização.
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Tabela 1
Aspecto Material Aspecto das Significações
Material Representação de uma realidade
Forma/desenho Modificações induzidas nessa realidade
Cor Universo imaginário representado
Tátil Representação isolada ou que pertence a um universo
Odorífico Impacto da dimensão funcional
Produção de sons
Brinquedos e brincadeiras são elementos que fazem parte do que Brougère deno-
minou de cultura lúdica e são parte integrante do universo infantil no qual a criança
se insere e através do qual ela aprende e se desenvolve. Inserida nessa cultura, a
criança se socializa e cria a sua rede de relacionamentos sociais da qual a família e
a escola fazem parte.
Você pode ampliar seu repertório de brincadeiras visitando o site Mapa do brincar. O site
Explor
oferece várias brincadeiras e brinquedos para você conhecer e praticar com sua turma.
Disponível em: http://bit.ly/2UpYWud
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UNIDADE A Criança e o Brinquedo
O quintal, que também era um excelente lugar para a brincadeira, hoje desa-
pareceu e, em seu lugar, surgem construções verticais, cada vez mais próximas
umas das outras, e fazem do quintal, floreiras ou passeios para os moradores.
Nos lugares mais pobres, as casas se espremem, em uma disputa palmo a palma
pelo espaço nos morros ou nas comunidades carentes, criando vielas que dificul-
tam o brincar.
As praças das cidades, que poderiam ser espaços maravilhosos para se brincar,
também não garantem esse direito para as crianças; muitas delas são maltratadas
pelo poder público, configurando-se como um espaço não inclusivo e inseguro
para os pequenos.
Qual espaço resta para a criança brincar? A escola pode cumprir esse papel?
Como se pode notar, espaços para brincar são escassos nas regiões urbaniza-
das. Entretanto o homem cria espaços específicos para a criança brincar e conviver
com outras, espaços que tenham características acolhedoras e inclusivas, para que
a brincadeira se desenvolva e seja garantida a todas as crianças que frequentam
esses espaços para brincar. Como exemplo, vamos falar dos parques infantis e das
brinquedotecas de natureza pública ou privada.
Os Parques infantis
Também conhecidos como parquinho ou playground, os parques infantis são
espaços geralmente instalados ao ar livre com intenções recreativas. É uma área
pensada especialmente para as crianças, com o principal objetivo de estimular a
atividade física e motora e promover o encontro das crianças para que possam brin-
car. Nesse sentido, é importante que seja um espaço inclusivo e sob a supervisão
de um adulto.
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da criança. Existe uma infinidade de brinquedos específicos para esses espaços.
Veja alguns exemplos a seguir:
• Gira-gira: São divertidos e as crianças adoram.
• Gangorra: Trabalham o equilíbrio e a relação entre as crianças.
• Balanços: São tradicionais nos parques infantis.
• Brinquedos múltiplos: que agregam diversas atividades.
A Brinquedoteca
Constitui-se em um espaço que contém brinquedos e jogos e que é organizado
para o uso livre dos frequentadores. Existem duas modalidades de brinquedoteca: a
que permite que se brinque no local ou a que funciona com empréstimo de brinque-
dos ou jogos, como uma biblioteca. O tema brinquedoteca faz parte das discussões de
terapeutas e educadores por todo o mundo, sendo incluído em diversos congressos e
seminários. Veja o que Porto (In: KRAMER, 1998) diz a respeitos das brinquedotecas:
As brinquedotecas vêm se tornando um lugar novo de convívio, onde
o brinquedo e a brincadeira podem ser mediadores de relações em que
os indivíduos falem sobre suas vidas e troquem experiências. (PORTO,
1998, p. 191)
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UNIDADE A Criança e o Brinquedo
Figura 8
Fonte: Acervo do conteudista
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Considerações Finais
A história do brinquedo e da brincadeira acompanha a história dos homens.
Brinquedo e brincadeira sempre estiveram presentes na sociedade. O brinquedo
não pode ser considerado apenas um objeto para a criança se distrair e divertir; ele
é um poderoso instrumento de aprendizagem e uma forma de conhecer o mundo
em que a criança está inserida.
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UNIDADE A Criança e o Brinquedo
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Infância e produção cultural
KRAMER, S. e LEITE, M. I. (Org.) Infância e produção cultural. 8ª edição. Campinas:
Papirus, 1998.
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Referências
BROUGÈRE G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez Editora, 2008. Coleção:
Questões da nossa época; V.43.
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