EDUCAÇÃO INFANTIL
RIO DE JANEIRO
Junho / 2003
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EDUCAÇÃO INFANTIL
OBJETIVOS:
Este trabalho teve como objetivo principal buscar compreender como o lúdico, as
físicos e cognitivos.
3
AGRADECIMENTOS
companheiros de luta.
4
DEDICATÓRIA
RESUMO
5
Educação Infantil”.
A introdução apresenta o caminho que percorri para chegar até esta monografia,
jogos na vida das crianças, mostrando em que áreas do desenvolvimento cognitivo elas
são relevantes e ainda, demonstrando, através de anexos, a forma prática com que são
Educação : Piaget e Vygotsky, quem foram, suas teorias e qual é a função dos jogos e
brincadeiras para afirmá-las. Cita ainda outros dois teóricos não menos importantes :
Frobel e Montessori, realizando um breve histórico sobre suas vidas e obras e a sobre a
O quarto e último capítulo desta pesquisa, busca mostrar como é importante que
os pais realizem a escolha de uma escola para seus filhos em que o lúdico esteja
professor, aluno, pais e ambiente físico para proporcionar este espaço lúdico e visa
mostrar ainda o que a falta destas brincadeiras e jogos com objetivos trabalhados na pré-
Nos anexos podem ser encontradas músicas infantis, capas de livros, sugestões
METODOLOGIA
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educação infantil.
séries.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
8
CAPÍTULO I 10
DAS CRIANÇAS
CAPÍTULO III
34
CAPÍTULO IV 55
CONCLUSÃO 62
BIBLIOGRAFIA
65
ÍNDICE 67
ANEXOS 69
INTRODUÇÃO
9
graduação.
O papel da recreação na vida das crianças foi o tema que pesquisei para escrever
de profissão, fizeram e ainda fazem parte de meu cotidiano profissional, o que desperta
Este trabalho teve como objetivo principal buscar compreender como o lúdico,
físicos e cognitivos.
conceitos:
conhecimento,
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Para buscar responder essas questões e outras que foram surgindo ao longo desta
Além disso, sabendo da grande importância em unir a teoria com a prática, como
Educação Infantil observar alunos ( nos anexos constam algumas fotos e produções das
constatei o quanto a brincadeira e o lúdico fazem falta a essas crianças visto que já não
Desde os primórdios da educação greco- romana, com base nas idéias de Platão
e Aristóteles, utilizava-se o brinquedo na educação. Associando a idéia de estudo ao
prazer, Platão sugeria ser, ele mesmo uma forma de brincar.
Na antigüidade, utilizavam-se dados, assim como doces e guloseimas em forma
de letras e números, para o ensino das crianças. A importância da educação sensorial
nesse período determinou, portanto, o uso do ”jogo didático” por professores das mais
diferentes áreas, como filosofia, matemática, estudo de línguas e outros ( Vial, 1981 ).
No entanto, é apenas com a ruptura do pensamento romântico que a valorização
da brincadeira ganha espaço na educação das crianças pequenas. Anteriormente, a
brincadeira era geralmente considerada como uma fuga ou recreação e a imagem social
da infância não permitia a aceitação de um comportamento infantil, espontâneo, que
pudesse significar algum valor em si.
A partir dos trabalhos de Comenius ( 1593 ) Rousseau ( 1712 ) e Pestalozzi
( 1746 ) surge um novo “sentimento da infância” que protege as crianças e que auxilia
este grupo etário a conquistar um lugar enquanto categoria social. Dá-se início à
elaboração de métodos próprios para a sua educação, seja em casa, seja em instituições
específicas para tal fim.
Na Grécia antiga, existiam os paidagogos ( condutores de crianças ) que
ficavam encarregados de guiar as crianças até a escola, onde recebiam as primeiras
letras ou de cuidar de sua educação em casa mesmo, o que anteriormente era feito pela
família.
No século XVI, quando iniciou essa transformação dos sentimentos dos adultos
com relação às crianças, tratadas anteriormente com indiferença e paparicação, a escola
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mesmo a amamentação destes era seu papel e sim das escravas, as chamadas “amas de
leite”. A mãe brasileira anulava-se a ponto de abdicar de seu papel de orientadora e
tornando a relação mãe e filho extremamente permissiva.
A mortalidade infantil, naquela época era muito grande devido à falta de
higiene, aos primitivos cuidados médicos.
A infância brasileira era repleta de problemas sociais e, já no séc.XIX, ainda
continuava distante do fenômeno ocorrido na Europa: a descoberta dela. Naquela época,
no Brasil, perder um filho não parecia um grande problema e isto era reafirmado pela
religião que considerava que as crianças eram anjos e por isso iam para o céu.
A ama negra que dava de mamar ao menino branco, que o embalava no berço e
lhe contava histórias, a cozinheira negra, as mucamas de feitiço e os moleques negros
faziam parte das relações sociais dos filhos dos senhores de engenho na infância.
O fato de ser designado um ou mais moleques negros ( filhos de escravos negros
e de idade aproximada) para ficar à disposição do sinhozinho como companheiro de
brincadeiras facilitou uma reprodução, em menor escala, das relações de dominação no
sistema de escravidão.
Os moleques negros, nas brincadeiras eram sempre os que apanhavam. O melhor
brinquedo dos meninos de engenho era montar a cavala, em carneiros mas, na falta
desses animais, eles usavam os próprios moleques.
Apesar disso, por viverem soltos, em companhia dos moleques, também
nadavam em rios, nas represas, matavam passarinhos e faziam todos os tipos de
travessuras típicas da idade e eram acobertados pelos moleques negros. As traquinagens
aumentavam e, apesar da relação de dominador e dominado havia também uma certa
cumplicidade entre essas crianças.
Um comentário muito interessante à respeito, feito pelo Pe. Lopes Gama,
registrado por Freyre ( 1963), faz-se aqui necessário: “Não compreendo que deixem os
meninos de família viver pelos telhados como gatos e pelas ruas empinando papagaios, jogando a
pedrada e o pião com a rapaziada mais porca e brejeira.”(p.411)
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“ A mulher indígena é, não só a base física da família brasileira, aquela em quem se apoia, robustece e
multiplica o reduzido número de povoados europeus, mas um valioso elemento da cultura, na formação
brasileira. Por seu intermédio, enriqueceu-se a vida no Brasil com uma série de alimentos que compõe
ainda hoje a culinária brasileira, como o uso de drogas e remédios caseiros, tradições ligadas ao
desenvolvimento da criança, utensílios de cozinha e, especialmente, processos de higiene.” (p.59)
As mães faziam para seus filhos, em algumas tribos, brinquedos de barro cozido,
representando figuras de gente e animais, geralmente femininos. Parece que, na
verdade, tais figuras não representavam simples brinquedos mas elementos da
religiosidade.
No entanto, as bonecas de barro provenientes da cultura indígena não se
transferiram à cultura brasileira, onde prevaleceu a boneca de pano, possivelmente
vinda dos povos africanos.
Da tradição indígena ficou no Brasil o gosto pelos jogos e brinquedos imitando
animais. Assim diz Freyre(1963): “ O jogo do bicho, tão popular no Brasil, tem suas origens no
resíduo animista e totêmico da cultura indígena, posteriormente reforçado pela africana.”(p.14)
Sabe-se que em registros dos séculos XVI e XVII, os meninos indígenas
brincavam, logo cedo, com arcos, flechas, tacapes, propulsores, ou seja, o arsenal
guerreiro dos pais.
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É fator fundamental e cabe aqui afirmar que, no jogo, a fantasia é ponto crucial
para atingir-se o universo de uma criança. É a linguagem que ela compreende, porque
pertence ao seu universo simbólico, conforme demonstra a psicologia de autores como
Freud e Piaget. No entanto, não deve-se confundir fantasia com alienação. É
perfeitamente possível tratar de assuntos importantes para a realidade de uma criança
(ou de um outro indivíduo de idade adolescente ou adulta) através de uma linguagem de
fantasia.
No entanto, com o intuito de aprofundar o presente estudo, é de fundamental
importância conhecer a definição de alguns termos.
2.1. O brincar
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Além disso, afirma: ”Sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas,
ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas.``(p.78)
Finalizando, ele define: ``Brincar é a sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não
entendemos.``(p.79)
Quando uma criança brinca de médico, por exemplo, na maioria das vezes
reproduz a ação de médicos dos quais já foi paciente. A criança reproduz o que lhe é
típico. Outro exemplo onde pode-se ilustrar tal afirmação é o do menino índio e sua
tentativa no brincar com o arco e a flecha, como foi citado no capítulo anterior.
A brincadeira é, para as crianças, um espaço de investigação e construção de
conhecimentos sobre si mesma e sobre o mundo. Na brincadeira ela age como se tivesse
uma idade maior do que a que tem na realidade, realizando simbolicamente o que mais
tarde realizará na vida real. Embora aparente faça apenas o que faz, a criança quando
brinca aprende a subordinar às regras das situações que reconstrói. Esta capacidade de
sujeição às regras, imposta pela situação imaginada, é uma das fontes de prazer no
brinquedo.
Ainda baseando-se na mesma lei pode-se dizer que a Educação Infantil compõe a
primeira etapa da Educação Básica e tem por finalidade o desenvolvimento integral da
criança dos 0 aos 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
social, complementando a ação da família e de sua comunidade.
Ao dizer que deve-se complementar a ação da família e da sociedade fica
implícito que o brincar e o lúdico devem ser trabalhados no contexto escolar, pois sabe-
se que ambos fazem parte da realidade social do nosso país. Como discutido
anteriormente nesta monografia.
No artigo 30 desta lei encontramos a seguinte determinação à respeito da
educação Infantil:“ Art.30 - a educação Infantil será oferecida em:I- creches, ou entidades
equivalentes, para crianças de 0 à 3 anos de idade; II- pré-escolas para as crianças de 4 à 6 anos de
idade.”
30
Muito mais do que ser considerada como um “treino” para a escola, a pré-escola,
atualmente esta incluída na escolaridade e nela devem ser oferecidas atividades onde a
criança alcance os objetivos propostos na LDB, auxiliando os alunos ao
desenvolvimento de habilidades e competências, iniciando alguns conceitos que lhe
serão muito úteis para a assimilação de conteúdos importantes no Ensino Fundamental.
Devido a isto, pode-se resumir as áreas de desenvolvimento cognitivo
trabalhadas na pré-escola da seguinte maneira: Psicomotricidade ( ampla e fina ),
Linguagem ( verbal e não-verbal), Percepções (sensoriais e espaço-temporais).
Os jogos e brincadeiras, na pré-escola, servem como instrumento, meio para o
desenvolvimento dessas áreas que devem ser desenvolvidas e estimuladas nos alunos.
2.2.1 Psicomotricidade.
2.2.2. As percepções.
2.2.3. Linguagem.
“ A essência da autonomia é que as crianças se tornem capazes de tomar decisões por elas mesmas.
Autonomia não é a mesma coisa que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de considerar
os fatores relevantes para decidir qual deve ser o melhor caminho da ação. Não pode haver
moralidade quando alguém considera somente o seu ponto de vista, sem conhecer o das outras
pessoas, veremos que não somos para mentir, quebrar promessas ou agir irrefletidamente.”
(KAMI,1986, seguidora de Piaget, p.79)
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• O pensamento das crianças difere do pensamento do adulto, não apenas quantitativamente, mas
também qualitativamente. As crianças não processam simplesmente menos informações que os adultos,
mas também processam-nas de modo diferenciado. Em essência, as crianças têm maneiras diferentes de
enxergar o mundo e determinar a realidade.
• O desenvolvimento mental avança através de estágios definidos e estes, ocorrem em seqüência fixa. A
seqüência é a mesma para todas as crianças, embora algumas possam passar de um estágio para o
seguinte um pouco antes que as outras. Estes estágios formam uma hierarquia, isto é, um diferente do
anterior, mas cada um incorpora o estágio prévio. Cada estágio não é caracterizado por um conteúdo
específico de pensamento, mas por um modo de pensar em potencial.” (p.13)
“ Piaget dá ênfase à importância das brincadeiras nos desenvolvimentos cognitivo, social e psicomotor
da criança ... Piaget diferencia “imitação” e “brincadeira”. Na imitação, a criança parece estar
fazendo um esforço sério para se acomodar a novos objetos e atividades. Na representação de um papel
ou fingindo ser “papai”, por exemplo, a criança está experimentando como deve ser este papel. Ela está
aprendendo a ter sua própria identidade imitando e experimentando. Na brincadeira, contudo, a criança
não está fazendo um esforço para se acomodar à realidade, em vez disso, ela está assimilando objetos e
atividades para sua própria satisfação. Ela pode fazer construções com blocos, criar um novo jogo,
mover veículos em uma corrida ou experimentar e explorar objetos.” (p.29)
3.2. Vigotsky
“ A aranha realiza operações que lembram o tecelão e as caixas suspensas que as abelhas constróem
envergonham o trabalho de muitos arquitetos. Mas até mesmo o pior dos arquitetos difere, de início,
da mais hábil das abelhas, pelo fato de que, antes de fazer uma caixa de madeira, ele já a construiu
mentalmente. No final do processo do trabalho ele obtém um resultado que já existia em sua mente
antes dele começar a construção. O arquiteto não só modifica a forma que lhe foi dada pela natureza,
dentro das restrições impostas pela natureza, como também realiza um plano que lhe é próprio,
definindo os meios e o caráter da atividade aos quais ele deve subordinar sua vontade.” ( Marx)
família para Gomel, dentro de Pale ( um território vigiado onde eram confinados os
judeus na Rússia czarista) uma cidade pequena, com vida cultural intensa, onde viveu
sua infância e juventude.
Filho de um executivo do Banco Unido de Gomel, criador de uma biblioteca
pública muito utilizada por Lev e seus irmãos e de uma professora licenciada fazia
parte de uma das famílias mais cultas da cidade.
Em 1911 ingressou pela primeira vez numa instituição escolar e, aos 15 anos era
chamado de “ o pequeno professor”, porque provia discussões intelectuais entre os
amigos.
Em 1913 iniciou seus estudos na Universidade de Moscou, onde somente 3% de
alunos judeus tinha acesso. Cursou Direito.
Além disso era um ávido leitor no campo da Lingüistica, das Ciências Sociais,
da Psicologia e das Artes. Dominava diferentes idiomas, tais como: hebraico, francês e
inglês.
Dono de uma memória extraordinária freqüentou aulas de História e de Filosofia
na Universidade Popular de Shanyavskii e concluiu um ensaio sobre Hamlet como
trabalho de fim de curso.
Advogado e filósofo, em 1917, iniciou sua carreira como psicólogo após a
revolução russa.
Quando regressou a Gomel lecionou Literatura, Psicologia para adultos em
curso de especialização de professores, na Faculdade dos trabalhadores e em escolas
técnicas para impressores e metalúrgicos. Ao mesmo tempo, ministrou cursos de Lógica
e Psicologia no Instituto Pedagógico e Estética e História da Artes no Conservatório.
Em 1918 abriu uma pequena editora com um primo e um amigo que, pouco
tempo depois foi fechada devido a uma crise de fornecimento de papel na Rússia.
Um ano mais tarde, contraiu a Tuberculose e, após um severo ataque da doença
pediu ao primo Dobkin ( seu sócio na antiga editora) para visitar em Moscou Yuly
Aikhenvald, crítico literário e ex-professor da Universidade de Moscou a fim de
convencê-lo a publicar seus manuscritos quando morresse.
Casou-se em 1924 com Rosa Smekhova, uma mulher determinada e inteligente,
com quem teve duas filhas: Gita Levona que graduou-se em Psicologia educacional e,
atualmente vive em Moscou e Asya, especialista em Biofísica, falecida em 1985.
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muito dos seus manuscritos nunca foram adequadamente editados. Espaços em branco
nos manuscritos originais os tornam, hoje em dia, ainda menos acessíveis do que devem
ter sido no tempo em que foram escritos.
Vigotsky ( 1991) , por sua vez, aborda esta relação a partir de duas perspectivas:
a relação geral entre o aprendizado e o desenvolvimento e os aspectos específicos
dessas relações quando a criança atinge a idade escolar. Ele acredita que o aprendizado
começa mesmo antes das crianças entrarem na escola, com exemplifica na citação
abaixo:
“ Continua-se afirmando que o aprendizado tal como ocorre na idade pré-escolar difere nitidamente do
aprendizado escolar, o qual está voltado para a assimilação de fundamentos do conhecimento científico.
No entanto, já no período de suas primeiras perguntas, quando a criança assimila nomes de objetos em
seu ambiente, ela está aprendendo. (...) De fato,aprendizado e desenvolvimento estão interrelacionados
desde o primeiro dia de vida da criança.” (p.95)
“ ... o aprendizado orientado para os níveis de desenvolvimento que já foram atingidos é ineficaz do
ponto de vista do desenvolvimento global da criança. Ele não se dirige para um novo estágio do
processo, mas, ao invés disso, vai a reboque desse processo. Assim, a zona de desenvolvimento proximal
capacita-nos a propor uma nova fórmula, a de que o bom aprendizado é aquele que se adianta ao
desenvolvimento.” (p.100/101)
Neste ponto, após tudo o que já foi explicitado nos capítulos anteriores cabe
lembrar que, nesta decisão é importante que os pais escolham uma escola onde seus
filhos tenham oportunidade e espaço para serem, de fato, crianças vivendo efetivamente
a infância em suas determinadas faixas etárias.
O espaço-brincar na escola ( Anexo VI ), uma proposta pedagógica pautada na
construção do conhecimento ( Anexo IX) , no respeito ao outro e a si próprio, baseado
teoricamente ( Anexo XIX), profissionais qualificados e sérios, são alguns requisitos
básicos para a escolha de uma escola.
A entrada da criança neste novo espaço é o momento em que ela confronta-se
com um espaço novo. Espaço este em que há adultos e crianças até então
desconhecidos, além de regras e normas estabelecidas ( geralmente, rapidamente
percebidas) e bem diferentes ( na maioria das vezes) daquelas que regem a vida
familiar.
Este espaço deve ser socializador ( como vimos no capítulo anterior, na teoria
Histórico Cultural, de Vigotsky), por excelência, a história peculiar, as singularidades,
as características marcantes da personalidade e o temperamento de cada criança
precisarão ser conhecidos e respeitados, sem negar, no entanto, o caráter coletivo das
experiências vividas a partir deste momento.
Se as crianças vierem para a escola, em seus primeiros anos de vida ( o que
atualmente ocorre cada vez com maior freqüência, devido ao excesso de trabalho dos
pais ), com a certeza de que esse espaço lhes é prazeroso, sedutor e alegre, certamente,
grandes “ passos” terão sido dados para uma adaptação favorável ao novo espaço.
Se, por outro lado, são trazidas para a escola por mãos de adultos culpados e
inseguros, que não estão certos da importância da escola na vida das crianças, no mundo
de hoje, a despeito das necessidades dos adultos que vivem à sua volta, elas poderão ter
muita dificuldade na adaptação à nova realidade.
58
4.2. A escola.
Como já foi citado nos dois primeiros itens deste capítulo, a escola e a família
devem estar “em sintonia”.
Por isso, é fundamental que os pais tenham cautela ao escolher uma escola para
seus filhos, estabelecendo com ela uma relação de confiança e respeito. Isto será
possível se a filosofia da escola estiver condizente com a filosofia de vida da família.
A real participação dos pais na vida da escola, permite a dinamização de uma
efetiva parceria, tornando o processo educativo dinâmico, coerentes, prazeroso, único e
global.
Aos pais cabe comparecer as reuniões, promover e estabelecer debates, colocar
claramente os limites aos filhos , conhecer a faixa etária em que se encontram,
proporcionar um ambiente de respeito, de paz e alegria, onde a brincadeira e o lúdico
sejam estimulados (pois, principalmente para as crianças da pré-escola esta é a
linguagem mais eficaz), entre outros.
A escola precisa estar aberta às dúvidas e questionamentos dos pais, sabendo
orientá-los com sua equipe multidisciplinar, visando sempre o bem-estar da criança, seu
pleno desenvolvimento enquanto sujeito críticos, histórico e único.
CONCLUSÃO:
63
“ Eu fico com a
pureza da resposta
das crianças.
É a vida, é bonita e é
bonita.
Viver, e não ter a
vergonha de ser feliz,
Cantar e cantar e
cantar a beleza de ser
um eterno aprendiz...
Eu fico com a pureza
da resposta das
crianças: é a vida, é
bonita e é bonita...”
( Gonzaguinha)
Quando observa-se uma criança que tem um olhar esperto e o riso fácil, que
relaciona-se espontaneamente com as pessoas, que é curiosa e investiga tudo o que vê,
Brincar para uma criança é assunto muito sério, pois assim ela começa a
Brincar para a criança é um ato tão importante quanto trabalhar para o adulto.
Para ela, tal atividade é fundamental, tarefa essencial pra que possa descobrir a si
Conclue-se então que, uma escola que não privilegia o espaço “brincar” torna-se
A infância é um “bem” ameaçado nos dias atuais e tem vários desafios a vencer.
novas características, diferente das que tinha, por exemplo, há 50 anos atrás. Hoje as
famílias estão cada vez menores e, por isso, as crianças possuem menos irmãos e
crescem mais solitárias e individualistas. As mães, por sua vez, precisam trabalhar para
O tempo da criança na escola é cada vez maior e, por isso é muito importante
brincadeira.
construir esses valores, perceber-se um ser único inserido numa sociedade. Sendo
escolares da criança, como sua postura enquanto ser social e histórico, que sabe seu
auxíliar na assimilação dos conteúdos trabalhados em sala de aula (que tende a ser
apenas realizado na educação- infantil) acaba por contribuir para que a criança das
calor humano, vias de escape para as tensões, pode se deduzir que quando tais
atividades não são inseridas no cotidiano das crianças maiores e até mesmo dos adultos,
da cidadania.
como um todo.
BIBLIOGRAFIA:
66
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 08
68
CAPÍTULO I 10
CAPÍTULO II
2.2.3. Linguagem 33
CAPÏTULO III 34
3.2.Vigotsky 40
CAPÍTULO IV
4.2. A escola 58
CONCLUSÃO 62
BIBLIOGRAFIA 65
ÍNDICE 67
ANEXOS 69
70
ANEXOS
71