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POLCIA MILITAR DO ESTADO DE ALAGOAS

CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS - CFAP

CONSTITUIÇÃO DE 1988

Maceió
Março/2021
Marcio Gomes do Nascimento – AL CFP 143
Ralexon de Lima Silva – AL CFP 144
Jonas Macedo da Silva – AL CFP 146
Inaldo da Silva Alves – AL CFP 147
Helton Silva dos Santos – AL CFP 148
Fagno Pinto dos Santos – AL CFP 149
Cristiano Leite Barreto – AL CFP 150

CONSTITUIÇÃO DE 1988

Trabalho apresentado para obtenção de parte da


nota da verificação final da disciplina Cidadania
e direitos humanos do curso de formação e
aperfeiçoamento de praças da Polícia Militar do
estado de Alagoas.

Instrutor: Cel, Maia

Maceió
Março/2021
SUMÁRIO

1.RESUMO ................................................................................................................. 04
2.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 05
3. ANTECEDENTES HISTÓRICOS ...................................................................... 06
4. ASSEMBLEIA CONSTITUINTE DE 1987................................................. 07

5. CONQUISTAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988............................................ 08


6. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988.................................................. 08
7. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988...................................... 09
8. PRINCIPAIS CONQUISTAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988......................... 10
8.1 Direitos Trabalhistas ..................................................................................... 10
8.2 Direitos Humanos ......................................................................................... 11
8.3 População Indígena ....................................................................................... 11
8.4 Quilombolas .................................................................................................. 11
9. CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS .................................................................. 11
10. OS DIREITOS HUMANOS E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988...... 12
11. CONCLUSÃO....................................................................................................... 13
12.REFERENCIAS ................................................................................................... 14
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1. RESUMO

O documento foi elaborado pela Assembleia Nacional Constituinte, eleita


democraticamente em 15 de novembro de 1986, e presidida por Ulysses Guimarães. Na
ocasião, o presidente da República era José Sarney.

Os trabalhos da Constituinte se desenvolveram de fevereiro de 1987 a setembro de 1988 e


marcaram o processo de redemocratização do país, após o regime militar.

A Constituição de 1988 foi resultado da Assembleia Constituinte empossada em


1987. É considerada o marco que inaugurou o período democrático do Brasil conhecido
como Nova República e foi formulada atendendo a diversos interesses e demandas da
população brasileira. Seu texto final foi promulgado por Ulysses Guimarães, o presidente da
Constituinte, e é considerado bastante avançado em relação às questões sociais e garantias das
liberdades individuais. Apesar disso, a Constituição sofre algumas críticas de juristas e
intelectuais.
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2. INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988, texto fundamental da República Federativa


do Brasil, foi promulgada no contexto histórico da redemocratização do país, sendo todo
o seu processo constituinte palco de intensa luta política travada entre as classes sociais
(SILVA, 1995).

O Brasil acabava de sair de longos anos de ditadura, em que não foram


poucas as violações aos direitos humanos, criando um ambiente de espoliação da
cidadania de grande parte da população. Depois dos avanços sociais e democráticos
assegurados na Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 18 de setembro de 1946, a
burguesia nacional se aliou à alta hierarquia das Forças Armadas, a fim de restabelecer a
ordem ideal para os interesses burgueses, viabilizando, sem desconsiderar outros fatores,
o período de exceção1.

Na Constituição de 1946 se traçou, segundo Silva, José (2007, p. 103), “um


programa econômico e social que inquietou as forças conservadoras”. Naquela
Constituição, de inspiração social, o princípio democrático e a transformação social
tiveram relevante destaque no plano normativo constitucional, o que implicava maior
destinação de recursos estatais à reprodução da mão-de-obra, ou seja, o Estado foi
chamado à prestação de serviços sociais e à intervenção econômica, esta, agora, também,
para atender aos interesses sociais. Situação que desagradou o capital, uma vez que se
tentou criar um Estado um pouco maior para o trabalho.

O golpe de 1964 criou um permanente estado de exceção nos anos de 1964 a


1978, sob a doutrina da segurança nacional (SILVA, J. 2007), abafando a vontade
popular, violando direitos humanos, lançando a violência estatal sob a classe
trabalhadora. “O slogan da “segurança nacional” é invocado para justificar todas as
iniqüidades do Poder Público, tanto as praticadas contra culpados, como as outras,
praticadas contra inocentes” (TELLES JUNIOR, 2004, p. 912).

O estado de exceção, no nosso entender, é um recurso jurídico-político (de


manobra) para desativar o direito, quando este é de interesse da grande massa dominada,
e ativá-lo, quando de interesse da classe dominante. Torna excepcional o regime legal, a
norma posta.

Assim aconteceu no período de ditadura. Os direitos individuais, políticos,


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sociais, econômicos e culturais dos cidadãos foram tolhidos (desativado e deposto,


utilizando-se a terminologia de Agamben (2004), aplicando-se a ordem jurídica quando
se tratava da defesa da segurança nacional. Disto, parte das Constituições outorgadas
nesse período (1967 e 1969) era cumprida, enquanto outra parte era esquecida.

Em nome da aplicação das normas constitucionais ativadas e postas – aquelas


referentes à segurança nacional –, foram presenciadas, diuturnamente, nesse período,
graves violações aos direitos humanos, quando muitas pessoas foram arbitrariamente
presas, torturadas e mortas.

Época, como outras foram, de muitas contradições, em que a sociedade foi se


organizando, aglutinando-se num ideal convergente, o restabelecimento da democracia.
Desta forma, grupos, associações, sindicatos e movimentos populares aliaram-se ao
movimento das Diretas-já, fazendo-se presentes em passeatas, protestos, comícios,
reuniões, greves, e mesmo no enfrentamento direto com as forças de ordem. Por sua vez,
finda a ditadura, foi promulgada a CF/88 sob intensa expectativa da população. É válido
lembrar que a população não ficou só no aguardo da elaboração da Constituição pelos
representantes eleitos, em posição passiva, ao contrário, participou, ativamente, no
processo constituinte, através de audiências públicas e de participação direta com
propostas de emendas populares.

Longe do ideal, com o texto original da CF/88, o trabalho conseguiu um


grande avanço, se comparado às Constituições brasileiras anteriores. Houve muitos
avanços normativos no campo social e certa presença estatal no campo econômico,
aproximando-se do ideário social-democrata.

Contudo, a promulgação da CF/88 ocorreu num contexto mundial em que o


capital estava reagindo aos avanços sociais, uma vez que estes representavam a
destinação de parte de recurso e esforço estatais em prol da melhoria de condição de vida
da população. Movimento esse conhecido como neoliberalismo, cujas marcas
significativas são abertura e globalização da economia, com instituição de um Estado
mínimo, de limitada intervenção na economia e no social.
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3 – ANTECEDENTES HISTÓRICOS

A Constituição de 1988 foi fruto da redemocratização do Brasil. Com o fim do


autoritarismo que caracterizou a Ditadura Militar, a democracia era uma demanda da
sociedade, e o processo de elaboração da Constituição de 1988 expressou isso. A nova
Constituição recebeu o nome de Constituição Cidadã e foi resultado de 20 meses de trabalho.
Nos anos da ditadura, o Brasil estava sob os efeitos da Constituição de 1967,
documento redigido em cumprimento do que decretava o Ato Institucional nº 4. A
Constituição de 1967 era dura e tinha como objetivo reforçar o autoritarismo dos Atos
Institucionais decretados até aquele momento. Entre os direitos retirados estava o direito do
cidadão de escolher o presidente da República.
No entanto, à medida que a ditadura enfraquecia, parte da sociedade brasileira engajava-
se na luta pelo retorno da democracia. Uma das mais importantes exigências era uma nova
Constituição que fosse democrática e que atendesse aos direitos do cidadão e resguardasse
suas liberdades.

Um dos símbolos dessa reivindicação foi um manifesto assinado por uma série de
intelectuais. Esse documento foi lido em 1977 por Goffredo da Silva Teles, jurista e
professor universitário, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Nesse
manifesto, conhecido como Carta aos Brasileiros, os autores demandavam uma nova
Constituição para o Brasil e o retorno da democracia.
Na década de 1980, a ditadura, que já estava enfraquecida, teve que enfrentar a
manifestação dos brasileiros pelo retorno do voto direto para escolha do presidente. As
manifestações ficaram conhecidas como “Diretas Já” e surgiram em apoio à Emenda
Constitucional Dante de Oliveira. Mesmo com a mobilização popular e as gigantescas
manifestações, a emenda não foi aprovada, e a eleição de 1985 aconteceu por voto indireto.
Apesar da derrota da emenda, o engajamento popular permaneceu como apoio à
candidatura de Tancredo Neves como presidente e de José Sarney como vice. A vitória de
Tancredo na eleição indireta foi avassaladora, mas o falecimento do político mineiro trouxe
nova frustração para o eleitor brasileiro. Nesse clima de frustração, José Sarney assumiu a
presidência do Brasil.
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4- ASSEMBLEIA CONSTITUINTE DE 1987

Com o falecimento de Tancredo, as aspirações do povo foram transferidas para a


organização de uma Constituinte que redigisse uma nova Constituição. Assim, poucas
semanas após assumir a presidência, Sarney assinou o documento que autorizava a realização
de uma eleição geral para a composição da Assembleia Constituinte.

A eleição aconteceu em 15 de novembro de 1986, e os constituintes eleitos tomaram


posse em 1º de fevereiro de 1987 e deram início aos trabalhos da Assembleia Constituinte. O
trabalho da Constituinte estendeu-se por 20 meses e foi realizado por 559 constituintes. O
processo de elaboração da Constituição de 1988 teve também grande envolvimento da
população.

Os trabalhos da Constituinte ficaram marcados pelo envolvimento de diferentes


organizações e movimentos sociais que atuaram com os políticos a fim de garantir que a nova
Constituição incluísse direitos sociais e liberdades individuais importantes.

Ao todo, a Constituinte recebeu 122 emendas populares, que contaram com a


assinatura de mais de 12 milhões de pessoas. Esse grande volume de assinaturas evidencia o
grau de envolvimento da população com a elaboração da nova Constituição e o interesse
popular de que o texto atendesse às demandas existentes pela democracia.
A Constituição de 1988 foi escrita em um clima de esperança de que o documento fosse
a base fundamental para a implantação da democracia no Brasil. A ideia central era de que, a
partir de uma Constituição democrática, a nação desenvolvesse instituições fortes o suficiente
para sustentar o país caso fosse abalado por momentos de crise.

À medida que as pautas progressistas avançavam, uma reação conservadora surgia. Essa
reação conservadora deu origem ao grupo conhecido como “Centrão”. Esse grupo reagiu,
principalmente, contra as propostas de reforma agrária e de ampliação de direitos no campo.
O historiador Thomas Skidmore analisa a questão dizendo que, na visão do Centrão,
“garantias de direitos humanos eram inofensivas, mas ameaças aos direitos de terra eram
outro assunto”.
O texto final da Constituição foi promulgado em 5 de outubro de 1988 e foi apresentado
pelo presidente da Constituinte, Ulysses Guimarães, que discursou durante onze minutos. No
início e no encerramento de sua fala, o presidente afirmou: “a Nação quer mudar, a Nação
deve mudar, a Nação vai mudar”.
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5 - CONQUISTAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988


A Constituição de 1988 é considerada um grande marco para o Brasil e inaugurou o
período de maior democracia da nossa história, no qual grandes avanços sociais aconteceram.
Os grandes avanços da Constituição Cidadã aconteceram nas questões relacionadas aos
direitos sociais. Como exemplo de avanço, pode-se citar o reconhecimento das culturas
indígena e afro-brasileira como partes da cultura nacional, conforme estabelecido no artigo
215.

A Constituição também garante o direito de liberdade de imprensa e atribui a defesa


do meio ambiente e da família como dever do Estado. Além disso, a Constituição assegura
aos indígenas os direitos de preservação de sua cultura e de demarcação de seus territórios.
Os ganhos que a Constituição trouxe ao Brasil são diversos, mas, naturalmente, o texto é alvo
de críticas. As críticas à Constituição estão, sobretudo, relacionadas ao tamanho do
documento e ao seu detalhismo sobre questões que os juristas entendem que não deveriam
constar na Constituição. Isso, no entanto, é entendido como resultado do contexto em que foi
produzida, pois a nação, na defesa de seus direitos, procurou inseri-los na Constituição como
forma de garantir que fossem aplicados.

6 - ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

A Constituição de 1988 está dividida em nove títulos que abarcam 250 artigos, que por
sua vez carregam todas as normas essenciais como direitos fundamentais, estrutura do Estado,
competências de cada ente, além de regras de cunho formal relativas à organização básica do
Estado. Os títulos da Constituição de 1988 são os seguintes:

Título I — Princípios Fundamentais: cita os fundamentos que constitui a República


Federativa do Brasil;
Título II — Direitos e Garantias Fundamentais: classifica os direitos e garantias em cinco
grupos básicos: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, Direitos Sociais, Nacionalidade,
Direitos Políticos e Partidos Políticos;
Título III — Organização do Estado: define a organização político-administrativa a as
atribuições dos entes da federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
Título IV — Organização dos Poderes: elenca as atribuições de cada um dos poderes e
define os processos legislativos, incluindo as emendas constitucionais;
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Título V — Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: trata sobre questões


relativas à Segurança nacional, regulamentando a intervenção do Governo Federal;
Título VI — Tributação e Orçamento: estabelece as limitações tributárias do poder público,
organizando e detalhando o sistema tributário;
Título VII — Ordem Econômica e Financeira: regulamenta a atividade econômica e
financeira e o sistema financeiro nacional;
Título VIII — Ordem Social: discorre sobre o bom convívio e desenvolvimento social do
cidadão, bem como, sobre os deveres do Estado, como: Saúde, Educação, Cultura e Esporte;
Ciência e Tecnologia; Comunicação social; Meio ambiente; Família e populações indígenas;
Título IX — Disposições Constitucionais Gerais: aborda temáticas variadas não inseridas
em outros títulos por se referir a assuntos mais específicos.

A Constituição rege o ordenamento jurídico do país, estabelece regras que regulam e


pacificam os conflitos de interesse dos grupos que integram uma sociedade. Mudanças no
texto da constituição estão previstos por lei e podem ser feitas através de emenda
constitucional.

Com exceção das cláusulas pétreas (aquela que não podem ser alteradas), entre elas estão:

 O Sistema Federativo do Estado;


 O voto direto, secreto, universal e periódico;
 A separação dos poderes;
 Os direitos e as garantias individuais

7 - CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988

Elaborada por uma assembleia formada por congressistas conservadores e


progressistas, a Constituição da República Federativa do Brasil reúne anseios
democráticos, ideais progressistas, bem como velhos costumes centralizadores.
O documento é formal, escrito com um sistema ordenado de regras, analítico e rígido.
Cumprindo papel preponderante no ordenamento jurídico brasileiro, a Constituição Federal
só pode ser alterada com aprovação de emendas constitucionais, que servem para alterar ou
modificar o texto e interpretação de alguma parte da Constituição. 
Para alterar as garantias previstas na Constituição é necessário aprovar um Projeto de
Emenda Constitucional (PEC). A aprovação envolve trâmites que vão desde o processo de
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apreciação no Congresso e Senado Nacional, até a escolha da sociedade, por meio de


referendos, por exemplo.
Ao longo do tempo, a Constituição de 1988 passou por diversas emendas
constitucionais. Em 2018, já haviam sido acrescentadas mais de 100 emendas. A quantidade
de emendas constitucionais em 30 anos é considerada excessiva por alguns juristas,
entretanto, outros concordam que as emendas são necessárias para que as leis possam ser
atualizadas, se adequando às mudanças da sociedade.

8 - PRINCIPAIS CONQUISTAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 

A Constituição Brasileira é considerada uma das mais avançadas do mundo no que


se refere a direitos e garantias fundamentais. A Carta Magna de 1988 restituiu a democracia
e promoveu a cidadania, garantindo direitos individuais e sociais. Entre os principais avanços
da Constituição de 1988, estão:
•  Eleição direta para os cargos de presidente da República, governador do Estado e do
Distrito Federal, prefeito, deputado federal, estadual e distrital, senador e vereador;
•  Redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos;
•  Garantia de maior autonomia para os municípios;
•  Liberdade de expressão e fim da censura aos meios de comunicação, filmes, peças de teatro
e músicas, etc;
•  Criação do SUS - Sistema Único de Saúde no país;
•  Marco nos direitos dos índios com demarcação de terras indígenas e proteção do meio
ambiente;
•  Garantia de direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, abono de férias, jornada
semanal de 44 horas, direito à greve e a liberdade sindical;
•  Igualdade de gêneros e fomento ao trabalho feminino, com reconhecimento de seus direitos
individuais e sociais.

8.1. Direitos Trabalhistas


A nova constituição consolidou diversas conquistas aos trabalhadores, como:

 O abono de indenização de 40% do FGTS na demissão e o seguro-desemprego;


 O abono de férias e o 13º salário para aposentados;
 Jornada semanal de 44 horas, quando antes era de 48 horas;
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 Licença maternidade de 120 dias e licença paternidade de 5 dias;


 Direito à greve e a liberdade sindical.
8.2. Direitos Humanos
Além disso, várias outras conquistas foram alcançadas no campo dos direitos
humanos:
 Fim da censura dos meios de comunicação;
 Liberdade de expressão;
 Direito das crianças e adolescentes;
 Eleições diretas e universais com dois turnos;
 Direito ao voto para os analfabetos;
 Voto facultativo aos jovens entre 16 e 18 anos;
 A prática do racismo passou a ser crime inafiançável;
 Proibição da tortura;
 Igualdade de gêneros;
 Fomento ao trabalho feminino.
8.3. População Indígena
A Carta Magna de 1988 determinou que os índios teriam a posse das terras que
ocupavam bem como aquelas que eles tradicionalmente ocupavam.

Também garante à União o direito de legislar sobre os índios e garantir a preservação


dos seus costumes, línguas e tradições.

8.4. Quilombolas
Igualmente, a Constituição de 1988 reconheceu o direito de posse às terras ocupadas por
remanescentes de Quilombos.

9 - CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

Antes da Constituição de 1988, o Brasil já havia sido regulamentado por outras seis
constituições. A Constituição de 1988 é a sétima do país desde a sua independência em 1822 e
a sexta, se considerado apenas o período do Brasil República. As constituições anteriores
foram as seguintes:
•  Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil (1891)
•  Constituição Brasileira de 1934
•  Constituição Brasileira de 1937
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•  Constituição Brasileira de 1946


•  Constituição Brasileira de 1967

10 - OS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE


1988
O artigo 4º da Constituição Federal de 1988 declara que, sobre qualquer lei nacional,
prevalecem os direitos humanos. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I – Independência nacional;
II – Prevalência dos direitos humanos; I
II – Autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político
Contudo, o Brasil só ratificou em 25 de setembro de 1992 a Convenção Americana de
Direitos Humanos, adotada em 22 de novembro de 1969, durante a Conferência Especializada
Interamericana sobre Direitos Humanos. Esta convenção ficou conhecida como o Pacto de
San José da Costa Rica. “A demora pode ser explicada pelo fato de que o Brasil estava
vivendo um regime de exceção, no momento da conferência, e os governantes não aceitavam
ingerência externa nos assuntos considerados políticos” (CASTILHO, 2011, pp. 86-88). Na
sua primeira parte, o Pacto de San José da Costa Rica, enumera os deveres dos Estados:
obrigação de respeitar os direitos, considerar que toda pessoa é ser humano e dever de adotar
disposições de direitos interno. Os direitos considerados protegidos pela Convenção
Americana de Direitos Humanos são os seguintes: direito à vida; direito à integridade pessoal;
proibição da escravidão e da servidão; direito à liberdade pessoal; garantias judiciais;
princípio da legalidade e da retroatividade; direito à indenização; proteção da honra e da
dignidade; liberdade de consciência e de religião; liberdade de pensamento e de expressão;
direito de retificação ou resposta; direito de reunião; liberdade de associação; proteção da
família; direito ao nome; direitos da criança; direito à nacionalidade; direito à propriedade
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privada; direito de circulação e de residência; direitos políticos; igualdade perante a lei;


proteção judicial; desenvolvimento progressivo. Além disso, o Pacto de San José da Costa
Rica estabelece os deveres das Dirceu MARCHINI NETO. A Constituição Brasileira de 1988
e os Direitos Humanos: garantias fundamentais e políticas de memória. Revista Científica
FacMais, Volume. II, Número 1. Ano 2012/2º Semestre. ISSN 2238-8427. Página89 pessoas e
indica, como foro de discussões e arbitragem para eventuais desrespeitos aos seus
mandamentos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de
Direitos Humanos, localizada em San José da Costa Rica. Com relação à proteção aos direitos
humanos, em 2004 a Emenda Constitucional nº 45 acrescentou o § 4º ao artigo 5º da
Constituição Federal de 1988, determinando que o Brasil se submeta à jurisdição do Tribunal
Penal Internacional.

11– CONCLUSÃO

A Constituição Federal da República Federativa do Brasil foi promulgada no


contexto da redemocratização do país, período fortemente marcado pela participação
popular. Como consequência dessa participação popular, na CF/88 está arraigado
profundamente, em seu corpo, o caráter democrático, instrumentalizando a participação
popular na gestão da res publica, governando a maioria, sem descurar do resguardo dos
direitos das minorias. Há a busca do entendimento, respeitando-se o dissenso.

As Constituições pela sua própria destinação – criar o dever-ser para atuar no


mundo do ser – é um campo fértil para o abrigo de ideologias. A ideologia, sendo um
instrumental criado para atuar e entender a realidade, nunca existirá em sua forma pura,
plena, em uma Constituição, pois esta é formulada em dado contexto sócio-cultural.
Ademais, mesmo não podendo extrair um modelo puro de ideário de nossa Constituição
de 1988, podemos afirmar que o ideal social- democrata teve primazia em seu texto
original, e assim, resumidamente, por considerar a realidade fenomênica, buscando a
cooperação, a equalização, a redistribuição, a transformação social pautada na dignidade
da pessoa humana, tudo no bojo da ética codificadora.

Tem, pois, como objetivos fundamentais, construir uma sociedade livre, justa
e solidária, uniformemente desenvolvida, erradicando a pobreza, a marginalização e
reduzindo as desigualdades sociais e regionais, enfim, promovendo o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
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12 -REFERÊNCIAS

https://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2012/10/6.A-Constitui
%C3%A7%C3%A3o-Brasileira-de-1988-e-os-Direitos-Humanos-Dirceu-Marchini1.pdf
Acesso em: 20 mar. 2021

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/constituicao-1988.htm Acesso em: 20 mar.


2021

https://tedebc.ufma.br/jspui/bitstream/tede/830/1/GLARISTON%20RESENDE.pdf Acesso
em: 20 mar. 2021

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/constituicao-de-1988 Acesso em: 20 mar.


2021

https://www.todamateria.com.br/constituicao-de-1988/ Acesso em: 20 mar. 2021

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