Você está na página 1de 2

A Cor do Paramento do Rito Escocês Antigo e Aceito

No Brasil é mais comum vermos essa diferença de aventais pela característica dos
mestres dos Grandes Orientes Independentes da COMAB, mas como o rito mais
praticado no mundo é o rito de York, essa dúvida não é tão perceptível em outros países
por ser predominante a cor azul.

É comum saber que a cor do REAA é vermelha mesmo na maior parte das lojas e
potências o avental ser detalhado em azul, mas apesar de haver mais especulações do
que um real motivo dessa decisão, podemos encontrar alguns significados sobre a
afirmação da cor vermelha ser a correta.

Primeiro, quando falamos em ritos específicos é preferível que estejamos nos referindo
a altos graus, pois graus simbólicos, apesar de ter diferenças ritualísticas e mistura de
um ritual com o outro (por exemplo, o palio com os bastões e velas verdadeiras ser
usada no REAA é originário do Adonhiramita) as regras, leis e regulamentos são para
todos os tipos de trabalho no ambiente simbólico. A diferença real se dá quando
passamos para os graus de aperfeiçoamento, ou altos graus.

No REAA, temos graus que nos remete a um ambiente de realeza, tanto que a cor
púrpura do símbolo do supremo conselho é em referencia a cor de famílias de reis e
imperadores por ser retirada de lugares raros da natureza e por isso José Castellani
defendia ser a verdadeira cor do rito. Mas para o ingresso de um aperfeiçoamento em
outros degraus, é necessário ser um mestre e aí que entra a característica do avental.

A cor mais usada pela família real britânica é azul, e isso acaba caracterizando como cor
“oficial” desde o começo do século XIX, apesar de ser mais uma especulação do que
uma afirmação. Sabemos que o REAA foi criado a partir dos jacobitas, ou seja, os
defensores dos Stuart, família real escocesa, quando se exilaram na França e espalharam
a maçonaria pelo país do decorrer do século XVIII. Aí vemos algumas coisas que não
batem: a cor da casa dos Stuart não era vermelha já que em seu brasão as cores
existentes são amarela, branca e azul. A cor da Escócia muito menos, pois a bandeira
contem apenas branca e azul. A bandeira poderia dar alguma relação com outra cor por
portar o símbolo da cruz de santo André, mas isso também não reforça nada, já que o
patrono do país é simbolizado pela cor verde (que fica bem esclarecido no grau 29
chamado cavaleiro escocês de santo André com os paramentos verdes). Por sinal, as
lojas na Escócia têm maior autonomia em suas cores de paramentos, podendo ser visto
até a cor verde para os mestres simbólicos.

Então sobrou relacionar à família real francesa que regia o país até o final do século
XVIII. Também não, já que os Bourbon tinham como cor oficial o azul, e isso acaba
sendo um dos motivos pelo paramento do rito francês ser oficialmente azul. Claro que
antigamente os aventais não eram todos padronizados como hoje em dia, e cada um
poderia ser de um jeito, mas após a revolução francesa em 1789, um símbolo foi
adotado pelos cidadãos: o barrete vermelho! Barrete para quem não sabe é uma espécie
de chapéu ou gorro que o soberano grande comendador (grau 33) usa e na França era
relacionado ao símbolo de liberdade por ter sido adotado inspirados nos escravos
libertos na Grécia e em Roma. Além de tudo isso, pela diferença que a maçonaria
mantinha entre a Inglaterra e a França, qualquer símbolo que pudesse distanciar as
características entre as duas nações eram fortalecidas, mas, sintetizando a história, no
Congresso de Lausanne em 1875, quando foram registradas as regras do Rito Escocês e
com a reunião dos supremos conselhos, a cor do avental foi definida como vermelho.

O importante é: os registros do rito feito ou podendo ser alterado nos congressos que
acontecem a cada 5 anos em algum país podem atualizar algumas questões da estrutura
dos graus, mas, como dito no começo da prancha, os graus base do simbolismo vem de
outras regras universais e a cor do avental não é nada que alguém precisa se preocupar
por estar certo ou errado

Você também pode gostar