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Complexo de Édipo

Complexo de Édipo é um conceito fundamental para a estruturação da nossa


personalidade e consequentemente da orientação do desejo humano, para a
constituição do Supereu. São os modos pelos quais saímos do Complexo de
Édipo, que o nosso desejo se orienta. Um eixo de referência para a
psicopatologia, para as estruturas psíquicas. Complexo, enquanto um conjunto
de representações mentais carregado por afeto, e Édipo, por ser uma relação
triangular entre a criança e suas figuras parentais.

O Édipo não é redutível a uma situação real de influência do casal parental, é o


que fazemos dele. Sua eficácia consiste na interdição, barra o acesso a
satisfação, e a partir disso, o nosso desejo irá se ligar inseparavelmente à Lei.

Visto numa perspectiva de Édipo completo, tanto positivo ou negativo, uma vez
que, positivo a libido é investida no objeto de sexo oposto e rivalidade com
objeto do mesmo sexo e negativo quando o investimento libidinal ocorre no
mesmo sexo e rivalidade com objeto do sexo oposto. Essa fase tem seu ápice
na fase fálica (de 3 à 5 ou 3 à 6 anos) e seu declínio coincide com a castração,
sendo esta fase que prepara para o período de latência (6 à 10 anos). O
declínio do Édipo no menino é marcado pela ameaça da castração, em que o
mesmo renuncia do investimento libidinal por se identificar com o pai, por ter o
mesmo que o pai tem. Na menina, o Complexo de Édipo é atravessado por
uma promessa fálica, pela promessa de ter o falo e não pela castração.

Em Lacan, a fase Edipiana é composta por 3 tempos: primeiro tempo é o


estágio do espelho/ narcisismo, em que a criança é o falo/ a imagem, a mãe
em uma condição inseparável do corpo, não há nomeação. O segundo tempo é
demarcado pela identificação com o desejo da mãe (para o menino) e a
mediação simbólica, nesta fase inicia a entrada de um terceiro (a linguagem/ a
Lei). A criança vai reconhecendo gradativamente um outro que não é a mãe,
mas que ela deseja por sua vez. Esse deslocamento vai permitir a construção
de uma metáfora.

O terceiro e último tempo é onde localizamos a castração propriamente dita, a


medida em que o segundo prepara através da simbolização, mediação com o
mundo pela Lei, nome do Pai. Não se é o Falo mais, declínio do Complexo de
Édipo em relação ao outro, criança não é mais o todo, o completo. A castração
ocorre pois não somos imagem, não somos completos, o que torna impossível
a satisfação da pulsão o tempo todo. A partir disso, inicia a identificação com
ideais do eu e a busca por ele, o desejo por esses ideais, buscando não mais
SER ou não o falo, mas TÊ-LO ou não.

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