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SEXUALIDADE FEMININA E A PSICANÁLISE: O ENTENDIMENTO DO LIBIBO E

DAS ORGANIZAÇÕES PSÍQUICAS

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A sexualidade humana, de acordo com Sigmund Freud, possui diversas


variações consideráveis de acordo com as suas necessidades, as quais tornam o
homem um ser totalmente diferente de outros animais. Onde os elementos que
constituem a vida sexual adulta dizem a respeito da obtenção do prazer em outras
partes do corpo diferentes das genitais.
Por conta de que essas partes do corpo são fontes de estimulação e prazer,
que começam a atuar nas crianças desde os primeiros momentos da vida e acabam
se organizando para compor a função sexual propriamente dita.
De acordo com Freud, as fases da organização libidinal se superpõem
totalmente umas às outras, não existindo esse caráter de superação da fase anterior
para poder ascender a um estágio mais evolutivo. Portanto, é uma se trata de uma
teoria da constituição do sujeito, onde essas pulsões parciais são organizadas de
acordo com os modos de articulação da criança com o outro.
A energia da libido possui como fonte as zonas erógenas, sendo uma energia
sexual considerada como o componente da vida psíquica humana. Esse movimento
que é produzido na alma é gerado pela libido, que se encontra distribuída de forma
desorganizada no corpo da criança, onde a mesma só encontrará uma organização
em um momento posterior, no qual irá orientá-la na busca da satisfação sexual.
Existem diversos estudos caracterizando o desenvolvimento psicossexual
infantil composto por fases em que a criança encontra o prazer na satisfação das
suas necessidades básicas, o que Freud chamou de sexualidade infantil. Essas
fases são a fase oral, onde o prazer fica na boca e perdura até um ano, a fase anal
onde o prazer se localiza nos esfíncteres, sendo eles o anal e o da bexiga, já essa
fase perdura até os três anos.
A fase fálica, fase na qual a criança descobre os seus órgãos genitais,
diferenciando assim as mulheres dos homens, é nessa fase que ocorre o Complexo
do Édipo, ocorrendo entre os três aos cinco anos de idade. Em seguida ocorre o
período da latência, que ocorre dos cinco aos doze anos, nela o Complexo do Édipo
é reprimido e o libido passa a ser direcionado para outras áreas e, por último, vem a
fase genital, ocorrendo após os 12 anos, nela realmente a sexualidade adulta passa
a ser explorada.
Para Freud a feminilidade é psicologicamente caracterizada pela preferência
por metas passivas, sendo um mecanismo ou forma de estruturação e adaptação
em relação ao seu papel social, o que reflete na restrição do caráter da sua vida
sexual. Onde para que a menina se torne uma mulher, ela deve mudar o objeto
amoroso da mãe para o pai, bem como fazer a mudança de zona erógena, já que o
clitóris se comporta para ela como um órgão genital.
Os elementos que envolvem o processo do desenvolvimento da menina em
mulher são complexos e divididos em fases. Na fase fálica, a garota é um pequeno
homem, Freud simboliza o clitóris como o pênis, e que deve ocorrer uma mudança
objetal onde a menina deve mudar a sua escolha da mãe para o pai e estabelecer
essa definição como permanente e estável.
Essa fase é marcada pela escolha objetal e por mudanças na zona erógena,
que seria o momento no qual a menina sai da masculinidade e parte para a
feminilidade. Já na fase pré-edípica com a mãe, que perdura até os quatro anos de
idade, gera predisposições e fixações da relação da menina com a mãe, onde esses
conceitos serão transmitidos ao pai.
Concomitantemente as fases do desenvolvimento da libido existem as
diferentes formas de organização psíquica sendo elas o id, o ego e o superego. O id
é regido pelo princípio do prazer e se constitui como um reservatório da energia
psíquica, sendo o lugar onde ficam localizadas as pulsões da morte e da vida. Já o
ego é um sistema que gera o equilíbrio entre as exigências do id, ele procura a
satisfação imediata para as pulsões do ser humano, bem como as ordens e o freio
do superego, ele é regido pelo princípio da realidade e as suas funções básicas são
a memória, os sentimentos, a percepção e os pensamentos.
Enquanto o superego é originado com o Complexo do Édipo, por meio da
internalização das proibições, da autoridade e dos limites. Onde a moral é sua
função, seu conteúdo se refere às exigências culturais e sociais. Por conseguinte,
essa estreita ligação entre o id, o superego e o ego resulta em um comportamento
de influência mútua entre as estruturas psíquicas do indivíduo.
Além disso, para Freud a neurose, a psicose e a perversão eram soluções de
defesa mediante a angústia da castração, dependendo da atuação das figuras
parentais. Fazendo com que essas estruturas se formam em função da forma como
o sujeito lida com a falta da mãe, uma condição que é posterior a frustração é o fator
determinante da sua estrutura.
Cada uma dessas estruturas apresenta um posicionamento de frente a vida
bastante característico, por meio dessa postura que o sujeito se insere na cultura e
na linguagem de forma única, se manifestando de maneira própria, por meio da
história de vida, dos acontecimentos, da origem e da sua forma de interpretar, sentir
e expressar.

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