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Resumo do artigo: A Sexualidade na Perspectiva Freudiana

O artigo em questão busca trazer a partir de uma perspectiva psicanalítica


desenvolvida por Sigmund Freud, uma análise ao leitor a respeito do tema Sexualidade, onde
são apresentados conceitos fundamentados da psicanálise. A partir do trabalho desenvolvido
por Freud a sexualidade como área de pesquisa teve um maior desenvolvimento, dessa forma,
se tornou possível verificar que essa temática vai muito além do obvio, a sexualidade não é
reduzida apenas ao ato sexual em si, existe uma imensa gama de conhecimentos e
embasamento científico por trás de toda essa ideia reduzida.
Inicialmente o artigo aborda algumas questões abrangentes a respeito do estudo e área
da sexualidade. No passado a sexualidade era tratada fortemente como um tabu e era alvo de
extrema repressão, visto como algo relacionado ao pecado, ou reduzido apenas a procriação,
com o passar do tempo, o tema ganhou um pouco mais de espaço e investigação científica,
sendo tratado com maior liberdade, mas mesmo assim, muitas vezes ainda é um grande tabu
na sociedade atual.
Após os estudos e conceituação de Freud, a sexualidade deixa de ser vista com um
viés de genitalidade e passa a ter um significado mais amplo, onde a sexualidade abrange
muito mais que apenas e unicamente o ato sexual em si. Freud baseou a conceituação na
influência que a sexualidade exerce sobre o psiquismo, a partir desse conceito se originou um
novo termo, a psicossexualidade.
Segundo Freud, a sexualidade esta presente na vida do ser humano desde sua infância,
onde a mesma assume um conceito vinculado a energia, que é ligada aos instintos, presentes
interna e externamente na vida dos indivíduos. Em seus estudos, Freud identifica que tal
energia não está ligada somente à homeostase, mas também ao desenvolvimento da libido,
erotismo e genitalidade. Assim, Freud propõe que o principio do prazer e o mecanismo
regulador dos eventos psíquicos, que buscam atingir o ápice do prazer. De acordo com a
psicanálise, todo esse processo ocorre desde a infância, porém, nesse período os instintos
sexuais se encontram fragmentados, e é na idade adulta que o desenvolvimento sexual estará
completo.
O artigo aqui descrito faz um apanhado de informações a respeito dos antecedentes
históricos da temática. A partir da Idade Média, com a forte influência por parte da Igreja na
regulamentação das condutas morais, ocorreu a utilização de meios persuasivos para legitimar
o seu controle sobre a sexualidade. A carne passa a ser a origem de todos os pecados e o
desejo um mal que atinge todos os homens, e que, consequentemente, precisava ser
controlado, assim a valorização do casamento, da fidelidade conjugal e da castidade foi
ressaltada, ao contrário das demais formas de relação com a sexualidade, como a masturbação
e a atividade sexual fora do casamento.
A denominação do termo; sexualidade surgiu no século XIX, a partir do
desenvolvimento cientifico, um período que foi marcado pela redescoberta do interesse pela
sexualidade humana, nesse momento também ocorreu a quebra de paradigmas onde tinham
apoio as regras advindas da religião, moralidade outros aspectos. Com o avanço da biologia e
medicina o sexo passa a ser um tema normalizado e tratado por áreas de conhecimento
científico, deixando de estar totalmente ligado à religião e conceitos morais.
Após esse processo ocorre um desligamento do conceito de sexualidade com os
conceitos ligados à biologia que era até então vigente. O principal responsável envolvido
nesse processo foi Freud, o mesmo afirmou que a sexualidade existia também na infância,
dessa forma a sexualidade deixou de ser restrita à vida adulta assim como deixou de ter seu
fim voltado estritamente à genitalidade, esse momento foi de grande impacto na sociedade da
época, pois era algo totalmente fora dos padrões sociais vigentes.
A partir desse momento a sexualidade deia de ser interpretada apenas em relação à
biologia e procriação humana, e passa a ser vista com todos os fenômenos subjetivos que a
envolvem assim como a sua complexidade e associada a fatores psíquicos. De acordo com
Freud, a estrutura do inconsciente é fundada na repressão da sexualidade, onde a mesma é
mantida fora da consciência, ele também dá destaque às experiências vividas na infância
como grande influenciadoras nesse processo de motivações inconscientes, pois boa parte das
lembranças traumáticas para o indivíduo do início de sua vida seriam reprimidas, ficando
armazenadas no inconsciente e influenciando a conduta do ser humano.

Para a psicanalise, a sexualidade se configura no campo da subjetividade, dessa forma


o que vai construir toda essa definição para o sujeito serão as suas experiências pessoais. O
autor expõe que os eventos mentais são determinados por interações do consciente ou
inconsciente, onde essas interações são provocadas por fatos anteriores. Um exemplo disso
trazido pelo artigo são os atendimentos de Freud, em casos de neurose, onde grande parte dos
desejos reprimidos pelo inconsciente estavam ligados a desordens no campo privado da
experiência sexual. Constatou-se que a maioria dessas memorias traumáticas reprimidas
estavam ligadas a eventos da infância, e as mesmas estavam ligadas a ocorrência dos
distúrbios atuais dos pacientes, isso fez com que a sexualidade fosse colocada na base dos
processos psíquicos do ser humano.
O artigo também expõe em sua fundamentação, que a organização psíquica e sua
estruturação da fase adulta é fortemente influenciada pelo processo da sexualidade na
infância, pois é nesse momento que muitas experiências acontecem, e essas ficam registradas
no psiquismo e poderão influenciar posteriormente de forma positiva ou negativa na
construção da realidade sexual da vida adulta. Freud denominou algumas fases onde ocorre o
desenvolvimento sexual, a fase oral, anal, fálica e genital.
A primeira delas, denominada como fase oral acontece desde o nascimento da criança
até aproximadamente os dois anos, e a zona erógena nessa fase é a boca, o mundo para a
criança é descoberto por esse local, e a realização do prazer está ligado à ingestão de
alimentos. A segunda fase acontece entre o segundo e o quarto ano de vida, é denominada
fase anal, nesse momento a criança tem sua zona erógena no ânus, onde a mesma começa a ter
controle dos esfíncteres, e aí se da sua fonte de prazer, onde a criança percebe que pode
controlar suas fezes.
A próxima fase é a fálica, e a zona erógena da criança está localizada no próprio órgão
genital, e o interesse e curiosidade da criança se volta a esse órgão. Após essa fase ocorre o
que é chamado de período de latência, um intervalo até a próxima fase, nesse momento ocorre
a diminuição das atividades sexuais e perdura até o início da puberdade. A última fase é
denominada genital, tem inicio na puberdade e nesse período o objetivo sexual se encontra em
algo fora do próprio corpo, um objeto externo. Nessa fase ocorre a afirmação da identidade
sexual.

De acordo com a teoria psicanalítica, a necessidade sexual biológica é apresentada por


Freud como uma pulsão, onde é exposta como um fator biológico comum a espécie animal,
mas no ser humano possui caráter inato expressado através da libido, para Freud, a pulsão
sexual não depende de um objeto fixo para existir pois se trata de uma força biológica, o
objeto para o qual se dirige a pulsão é variável, o estimulo pulsional provem do interior, e ele
possui uma necessidade de satisfação, segundo a teoria o psiquismo é movimentado por esses
estímulos, e o mesmo procura saídas para se libertar. Dessa forma, para Freud, o objeto no
qual ocorrera a descarga dessas pulsões não tem importância, o relevante é livrar o psiquismo
da pressão que os estímulos sexuais exercem sobre o mesmo.
O artigo expõe conceitos a respeito da sexualidade vistos sob uma perspectiva
psicanalítica, e o mesmo aborda a importância das atualizações na área de conhecimento,
visto que a psicanalise é um sistema aberto de conhecimento, é necessário estar sempre em
evolução e constante atualização. Assim como a área da sexualidade humana, onde o
conteúdo e pesquisas até então investigados podem ter demasiado aprofundamento, pois se
configura como um campo com diversas possibilidades e muito a ser estudado e investigado
em novas pesquisas.

REFERÊNCIAS

SILVA, Fábio Brandão; BRÍGIDO, Edimar. A SEXUALIDADE NA PERSPECTIVA


FREUDIANA. Revista Contemplação, Porto Alegre, v. 13, n. 0, p. 125-138, jan. 2016.

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