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O MUNDO CONTEMPORÂNEO E OS TRANSTORNOS DE HUMOR

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O transtorno de humor é uma doença caracterizada pelas mudanças de


humor, sendo uma alternância em estados de estabilidade de depressão e de
mania. Sendo uma condição patológica que apresenta alterações no comportamento
e no temperamento, na energia, forma de reagir, pensar e sentir. Sendo assim, o
transtorno de humor pode ser definido por uma perturbação do humor, das relações
sociais e da afetividade. Provocado pelo desequilíbrio dos neurotransmissores no
cérebro, em especial do glutamato e da dopamina.
Os acontecimentos estressantes da vida como o trauma e o estresse
contribuem grandemente para o desencadeamento do transtorno de humor, sendo
importante identificar os aspectos psicossociais que antecederam o quadro clínico
como o sentido, o contexto e o significado que o paciente atribui ao momento.
Portanto, atualmente existe uma grande preocupação com a saúde mental,
resultado do aumento significativo do adoecimento por transtornos mentais, que
possuem as bases em dois processos combinados que é a prevalência do
sofrimento psíquico no perfil epidemiológico, em relação a determinação social do
adoecimento e a medicalização social.
Principalmente, pelo fato desse sofrimento psíquico atingir prevalentemente a
classe trabalhadora, determinado pelos modos de vida características da atual fase
de acumulação capitalista, bem como por conta da intensificação do processo da
vida e do trabalho de forma geral, fatores que estão desgastando o psíquico da
população.
Esses problemas podem impactar diferentes áreas da vida, incluindo
profissional, estudantil, amorosa, social e familiar, uma vez que o transtorno do
humor pode se manifestar em episódios recorrentes e isolados. Os principais
transtornos existentes são a depressão, bipolaridade, ciclotimia e distimia.
A depressão é considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
como o mal do século, constituído pela presença do pessimismo, tristeza, baixa
autoestima e que aparecem com frequência, provocando a ausência do prazer,
oscilação de humor e pensamentos que podem acabar culminando em
comportamentos e atos suicidas. A depressão pode ser resultado da tendência de
interpretar os acontecimentos cotidianos de forma negativa ou a generalização de
forma excessiva, estando associado a explicações e pensamentos negativos dos
fatos da vida.
De acordo com os estudos atuais a depressão incita alterações fisiológicas no
corpo, fazendo com que as pessoas acometidas por depressão tenham a sensação
de infelicidade crônica e prostração, apresentando baixas no sistema de imunidade
e maiores episódios de problemas inflamatórios e infecciosos, podendo desencadear
infarto, hipertensão e doenças cardiovasculares.
O transtorno depressivo pode ser um episódio único ou recorrente, sendo
caracterizado por dois ou mais episódios depressivos que se repetiram e foram
separados por pelo menos dois meses. Já os tipos de depressão são a melancólica,
atípica, psicótica, sazonal e distimia.
A depressão melancólica é caracterizada por uma lentificação geral e a perda
da capacidade de sentir prazer ou emoções, existindo ainda bastante insônia, perda
de apetite, pensamento de culpa, pessimismo e ruína. Já a depressão atípica se
caracteriza principalmente por excesso de sono, hiperatividade emocional e excesso
de apetite. Enquanto a depressão psicótica apresenta delírios com conteúdos
incoerentes e coerentes.
A depressão sazonal no caso é caracterizada por um padrão de episódios
depressivos, enquanto a depressão distimia se caracteriza por um humor
persistentemente deprimido que dura por cerca de dois anos.
O transtorno bipolar, conhecido como uma doença maníaco-depressiva, é um
transtorno cerebral que gera mudanças incomuns na energia, no humor, na
capacidade de realizar as tarefas do cotidiano e nos níveis de atividade. Vale
discorrer que o transtorno bipolar pode ser dividido em quatro tipos básicos sendo o
transtorno bipolar I, o transtorno bipolar II, a desordem ciclotímica e outros
transtornos bipolares específicos.
O transtorno bipolar I pode ser definido por episódios maníacos tão graves
que o sujeito precisa de cuidados hospitalares imediatos já que o indivíduo
apresenta características mistas de sintomas maníacos e depressivos. Enquanto o
transtorno bipolar II é definido por um padrão de episódios hipomaníacos e
depressivos, já a desordem ciclotímica que é caracterizada por diversos períodos de
sintomas hipomaníacos.
Vale ressaltar que os transtornos severos podem ou não ser acompanhados
de delírios, alterações ou alucinações da consciência do eu. Essas características
semiológicas, esses transtornos de humor possuem uma característica evolutiva
importante que evoluem por fases, onde os intervalos o paciente recupera toda a
integridade psíquica anterior ao seu processo de adoecimento.
Os sujeitos que possuem depressão e mania ou sofrem de transtorno do
humor unipolar, já que as alterações de humor ficam apenas em um polo. Enquanto
os sujeitos que o humor varia entre a mania e a depressão, nesse caso ocorrem os
transtornos bipolar.
No mundo contemporâneo atual, devido a carga excessivamente estressando
dos ambientes de trabalho, as pressões por uma grande produtividade, a ansiedade
e o estresse no trânsito, o consumo excessivo presente na atualidade fazem com
que todos esses fatores desencadeiam gatilhos nas situações cotidianas que
causam mais sintomas de estresse e ansiedade, onde a ativação desses gatilhos de
forma excessiva seja extremamente prejudicial ao sujeito lhe causando um
adoecimento.

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