Você está na página 1de 13

Como reduzir

custos e aumentar
a segurança de
pacientes em
hospitais.
1
O aumento dos gastos financeiros na área da saúde é um desafio crítico para a admi-
nistração das unidades de saúde. Mas quando se fala em gestão estratégica de cus-
tos em hospitais e clínicas, a impressão que se tem é que tudo já foi feito e pensado.
Muitas vezes parece um beco sem saída.

A avaliação dos custos é uma ferramenta gerencial importante e necessária, mas a


racionalização de recursos precisa estar vinculada não só às prioridades e às oportu-
nidades de melhoria, mas também ao desempenho da assistência como item de segu-
rança do paciente e dos profissionais de saúde.

Assim, para vários gestores o corte básico de despesas significa reduzir a compra de
produtos e equipamentos, priorizando os materiais duráveis e reutilizáveis. Claro que
evitar desperdício é uma meta óbvia, porém é preciso ter cuidado quando a reutiliza-
ção de materiais não significa sustentabilidade, mas sim o aumento do risco de infec-
ções relacionadas à assistência em saúde (IRAS).

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2018 e 2020 - portanto ainda na pior fase
da pandemia - dois hospitais públicos do Pará conseguiram reduzir significativamente
os níveis de infecção hospitalar nas UTIs.

A estimativa é que, juntos, o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e o


Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá, garantiram a plena recuperação dos
pacientes e evitaram um gasto de cerca de R$ 7 milhões que seriam utilizados para
tratar IRAS.

Ambos fizeram parte do projeto Saúde em Nossas Mãos, do Ministério da Saúde. De


acordo com o órgão, estima-se que o custo diário do paciente com IRAS no Brasil é
55% superior ao de um paciente sem IRAS. Entre as principais medidas tomadas pelo
projeto para evitar as infecções hospitalares estão a correta lavagem ou higienização
das mãos com álcool gel e o uso de máscaras e aventais descartáveis.

2
Dessa forma, a eficiência na gestão de recursos precisa estar alinhada às necessida-
des, aos objetivos e aos benefícios que podem trazer para cada unidade.

Por outro lado, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de
2018, portanto antes mesmo do início da pandemia, dos 234 milhões de pacientes
operados por ano no mundo, 1 milhão morre e 7 milhões apresentam complicações no
pós-operatório em decorrência de infecções hospitalares.

Os materiais de uso único ou descartáveis são, portanto, parte fundamental na estra-


tégia de contenção das infecções hospitalares e na redução de gastos com os trata-
mentos de IRAs, que impactam fortemente a saúde financeira das instituições.

Isso sem falar na melhoria da qualidade do atendimento que se reflete na proteção aos
pacientes e aos profissionais que lidam o tempo todo com as ameaças bacteriológi-
cas.

O objetivo deste e-book é ajudar o gestor a compreender melhor o uso e o impacto


da paramentação descartável na gestão financeira das unidades, mostrando como a
adoção dos materiais descartáveis podem levar mais segurança a pacientes e profis-
sionais, ao mesmo tempo em que é uma importante ferramenta de redução de custos.

Boa leitura!
Equipe Pion G Plus

3
O que você vai encontrar:

O que são os materiais de uso único ou materiais


descartáveis .......................................................... 05

Tipos de peças para paramentação descartável


.................................................................................. 06

Por que buscar a substituição do enxoval cirúrgico


permanente? ......................................................... 08

Benefícios da implantação de material de não


tecido ...................................................................... 09

Case de sucesso GSCBH .................................... 11

Conclusão .............................................................. 12

*Clique no título para ir direto na página

4
O que são os materiais de uso único ou
materiais descartáveis

A adoção da paramentação e material des- Há ainda o TNT SMS, superior ao TNT co-
cartável reduz os riscos de contaminação, mas o mum, indicado para aventais, toucas cirúrgicas e
uso único já traz uma redução imediata que melho- outros uniformes hospitalares que têm função de
ra a saúde financeira do hospital: o corte de gastos equipamento de proteção individual (EPI).
com a lavanderia para o enxoval de tecido.
Ambos podem ter gramaturas que vão dos
E este custo não é pequeno, aumentando 20 aos 60 g/m², sendo que quanto maior a grama-
na proporção do tamanho da unidade. Afinal, nele tura, maior também a proteção.
estão embutidos os gastos com a compra e manu-
tenção preventiva e corretiva de equipamentos de Já as fibras naturais, como a paramentação
lavagem, esterilização e calandras, com materiais e reutilizável feita de algodão, por exemplo, além de
produtos de limpeza, com energia elétrica e água, e menos eficientes como barreira bacteriana. Além
ainda como treinamento e contratação de mão de dos microrganismos poderem escapar pelos poros
obra. do tecido, este tem sua utilização como proteção
reduzida conforme o número de lavagens.
Por outro lado, os materiais de uso único
ou descartáveis são confeccionados com tecido Por outro lado, outra vantagem é que todas
não tecido (TNT) ou SMS (um tri-tecido composto as peças de paramentação descartável são entre-
por spumbond-meltblown-spunbond). Ambos são gues embaladas e prontas para o uso, reduzindo o
materiais sintéticos que funcionam como barreiras tempo de preparo das salas cirúrgicas. Ao serem
contra microrganismos mais eficientes do que as descartadas de forma adequada imediatamente
feitas de fibras naturais. após sua utilização, reduzem também o risco de
contágio.
Tecnicamente o TNT é fabricado a partir de
uma liga de fibras e um polímero (polipropileno)
unidos e colados por calor ou pressão, criando uma
estrutura plana, porosa e flexível.

Já o SMS é composto por três mantas de


filamentos aleatórios unidos termicamente. Essas
fibras 100% polipropileno também foram uma es-
trutura plana, flexível e porosa.

5
Tipos de peças para paramentação
descartável

Há uma grande quantidade de peças produzidas com material descartável, inclusive


kits que podem ser montados de acordo com a especialidade atendida, como kits
odontológicos e oftálmicos. Conheça algumas delas:

Uniforme
Calça, blusa e batas devem ser trocados no vestiário adequado antes de entrar
na área restrita do centro cirúrgico (CC), são de uso restrito ao interior do CC
e devem ser trocados pelos profissionais em procedimentos de tempo prolon-
gado

Propés
Colocados sobre o calçado fechado antes da entrada na área restrita do
centro cirúrgico (CC), visam a prevenção de contaminação do chão des-
sas por microrganismos localizados nas solas dos calçados dos profis-
sionais. Também visam evitar ferimento por material perfurocortante
nos pés.

Gorros ou toucas
Evitam a contaminação do campo cirúrgico por cabelos ou por sua micro-
biota, devendo ser colocados antes da área restrita do centro cirúrgico. De-
vem cobrir totalmente os cabelos da cabeça e face.

Máscaras
Visam proteger o paciente contra as partículas expelidas da orofaringe dos
profissionais, quando falam, tossem ou espirram e também as mucosas dos
profissionais contra respingos infectantes oriundos dos pacientes. Devem
cobrir totalmente a base nasal e a boca, fixando-se no mento e ade-
rindo à pele nessas regiões e nas laterais do rosto.

6
Tipos de peças para paramentação
descartável

Óculos
São recomendados para a proteção do profissional contra o contato com se-
creções, fluidos e sangue dos pacientes. Podem ter viseiras de acrílico ou
vidro e protetores da face.

Aventais ou capotes
São colocados sobre o uniforme cirúrgico na área restrita do CC
para evitar a disseminação dos microrganismos do corpo do profis-
sional e protegê-lo da exposição ao sangue, secreções e fluidos
advindos dos pacientes. São esterilizados e devem vir em pacotes
estéreis e devem ser tocados apenas em seu lado interno quando
vestidos.

Luvas
Os modelos não esterilizados devem ser usados pelo profissio-
nal que fica em contato com material contaminado ou sangue,
secreções e fluidos durante todo o tempo. Já as esterilizadas
devem ser usadas pela equipe cirúrgica de forma que fique pro-
tegida contra fluidos ou sangue contaminados e do paciente.

Campos cirúrgicos
São feitos para proteger pacientes e equipes de saúde contra contami-
nações microbiológicas, sendo desenvolvidos em formas, tamanhos e
gramaturas variadas. Podem ter ou não fita hipoalergênica e bag (bolsa
coletora de fluidos).

7
Por que buscar a substituição do
enxoval cirúrgico permanente?

Devido à sua altíssima rotatividade, o enxo- •Impossibilidades de estabelecer números de proces-


val cirúrgico permanente acaba tendo um desgas- samentos e rastreabilidade individual de cada campo/
te precoce, com durabilidade média em torno de avental em conformidade a RE 2606/2006;
um ano. • Alto custo de aquisição e baixa vida útil, o que força
a disponibilidade de recursos financeiros e planeja-
Por outro lado, estudos médicos recomen- mento para substituição periódica;
dam um máximo de seis reutilizações para que o al-
• Quantificação inadequada disponível, sendo a la-
godão não perca propriedade de barreira, aumen-
vanderia interna (entre quatro e cinco) e lavanderia
tando os riscos de contaminação.
externa (cinco a seis mudas);
• Processo de triagem manual e ausência de metodo-
Ainda assim, alguns produtos, como os fei-
logia científica que evidencie a gramatura a cada pro-
tos à base de cloro, por exemplo, podem reduzir
cessamento;
ainda mais a vida útil do material durante a lavagem.
• Dificuldade em definir prioridades (OPME consig-
nado x OPME temporário x instrumentais x campos x
Além disso, de um modo geral o recomenda-
do é ter pelo menos quatro conjuntos completos: aventais);

um em uso, um em higienização na lavanderia, um • Permanência em uso de enxoval que possui carac-

em estoque e outro de emergência. terísticas que comprometem a função de barreira mi-


crobiana;
No entanto, há outros motivos para a subs- • Cumprimento de legislações que regulamentam o
tituição do enxoval permanente pelo descartável. processamento RE 2606/2006 e RDC 15/2012;
Veja alguns deles: • Alta dispersão de aerodispersóides (partículas sóli-
das, como a poeira);
Exposição a variações externas, demora no • Processo artesanal de confecção manual, sujeito a
processamento do enxoval, já que em média as la- falha humana;
vanderias levam 24 horas para devolver o enxoval,
• Taxa de evasão, relave, descarte, baixa técnica e
sendo aceitável a retenção de 10% para relavagem;
costura;
• Elevado número de profissionais envolvidos no pro-
Múltiplas lavagens e autoclavações estão
cesso;
diretamente relacionadas à quebra do poder de
• Risco de desabastecimento e cancelamento de ci-
barreira microbiana com as alterações das carac-
rurgias;
terísticas físicas do tecido;
• Dificuldade de inventariar.
8
Benefícios da implantação de material
de não tecido

Os benefícios da implantação do enxoval Este programa visa garantir a orientação de


cirúrgico descartável (não tecido) vão muito além ações básicas de assistência à saúde e previne o
da praticidade e da economia. Neste caso, os ma- uso indiscriminado de antimicrobianos e germici-
teriais descartáveis também fazem bem à saúde das hospitalares, evitando a resistência e contri-
do planeta. É o que mostra um estudo do Plano buindo para uma sensível diminuição dos custos
de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast) sobre hospitalares globais.
o desempenho dos kits cirúrgicos de não tecido,
produzidos de polipropileno, em relação aos kits de Porém o PCIH também obriga os hospitais
algodão. a criarem uma Comissão de Controle de Infecções
Hospitalares (CCIH) para execução de um Progra-
De acordo com os resultados da Avaliação ma de Infecções Hospitalares próprio.
de Ciclo de Vida, além minimizar os riscos de conta-
minação por ser descartável, o enxoval cirúrgico de A Anvisa deu início à primeira avaliação na-
não tecido também tem melhor desempenho am- cional bianual do PCIH em dezembro de 2021 atra-
biental do que o algodão. vés de formulário que deve ser preenchido pelos
profissionais de saúde. A pontuação obtida indica-
Para se ter uma ideia, a lavagem obrigatória rá o nível de progresso do PCI do hospital e deverá
do material de algodão para higienização e o uso ser utilizada para desenvolver um plano de ação
de produtos químicos para esterilização são res- que fortaleça ou crie medidas quando necessário.
ponsáveis por um alto impacto ambiental, com a
utilização de 67 mil litros de água para a lavagem de Mas estes são apenas dois dos benefícios
cada 1.000 kits cirúrgicos. da sua implantação. Há muitos outros, conheça al-
guns:
Por outro lado, a adoção do material de pa-
ramentação cirúrgica descartável reduz o índice de
infecção hospitalar relacionada à falha no proces-
so de triagem e seleção do enxoval, melhorando
os pontos da unidade no Programa de Controle de Conheça benefícios
Infecções Hospitalares (PCIH) da Agência Nacional na próxima página
de Vigilância Sanitária (Anvisa). «
9
Benefícios da implantação de material
de não tecido

• Além da redução do consumo de água, há ainda redução no consu-


mo de energia elétrica, de custos com manutenções corretivas, dos
gastos com insumos para confecção dos pacotes e redução do des-
perdício de produtos que apresentam umidade residual após o pro-
cessamento;
• Redução do número de profissionais e setores envolvidos - como La-
vanderia, Rouparia, Central de Material Esterilizado (CME) - e custos
decorrentes;
• Mais facilidade de controle do estoque por ser material de uso único,
reduzindo os custos com higienização, inspeção e processamento;
• Possibilidade de remanejamento da equipe de enfermagem para ou-
tras atividades agregadoras valor;
• Ausência de investimento inicial pesado, uma vez que as peças des-
cartáveis têm valor bastante acessível;
• Garantia da eficiência da barreira através da qualificação do forne-
cedor dos produtos;
• Redução da quantidade de ciclos de autoclave em 40% em média;
• Não cancelamento de cirurgias por falta de enxoval cirúrgico;
• Redução do consumo de enxoval cirúrgico entre 50% e 85%;
• Utilização racional do enxoval descartável.

10
# Case de sucesso GSCBH

Após um planejamento que envolveu diversas etapas, entre elas o levantamento dos custos
diretos e indiretos do processamento do enxoval cirúrgico permanente, do consumo real das
unidades envolvidas, da padronização das medidas a serem utilizadas em aventais e campos
descartáveis e da qualificação de fornecedores, a implantação do enxoval de uso único no
Grupo Santa Casa de Belo Horizonte (GSCBH) pela Pion G Plus mostrou excelentes resulta-
dos.

Confira alguns dados quantitativos desse verdadeiro case de sucesso:

51,07% 40% 12,16%

Redução de 9 dos 74 técnicos


Redução de 2.757 ciclos de
Redução de 51,07% de enfermagem que atuavam
autoclave em 2019 (40% em no CME antes da implantação
das manutenções
comparação a 2018), graças do projeto, representando
corretivas de um corte de 12,16%, ou seja,
ao projeto de Implantação
autoclaves em 2019 uma economia mensal de R$
de Enxoval Cirúrgico
31.629,16 e anual R$ 379.550,00.

+
Economia mensal do uso de enxoval cirúrgico:
Economia acumulada no 3º trimestre de 2019: R$ 441.190,29
Economia acumulada no 2º semestre de 2019: R$ 969.207,09.
Economia mensal média do 1º bimestre 2020: R$ 185.367,35.

11
Conclusão

O projeto de implantação do enxoval cirúrgico permanente


resultou na otimização dos processos da CME/GSCBH. Entre as
lições aprendidas, uma das mais significativas é a de que a mudança
cultural é um processo necessário e o gerenciamento correto dos
recursos torna-se fundamental, sendo tão importante quanto a
execução correta das ferramentas da metodologia.

Desta forma destacamos como aprendizado os seguintes pontos:

• Gerenciar mudanças, promover o trabalho em equipe, estimular


inovações, gerenciar conflitos, superar resistências e possuir
flexibilidade;
• Gestão à vista proporcionando ganhos de produtividade e
adequação do planejamento da rotina realizada pelos próprios
colaboradores;
• O Lean contribui para organizar a maneira de pensar, facilitar uma
visão sistêmica do processo aprimorando a utilização dos recursos;
• Otimizar custos e diminuir as deficiências do planejamento.

12
Há 25 anos a Pion G Plus se aperfeiçoa na excelên-
cia da produção e na busca incessante por inovação
e alta qualidade em paramentação profissional des-
cartável, oferecendo um tratamento personalizado
aos clientes. Hoje sua vasta linha de produtos para
as mais diversas aplicações é distribuída em todo
território nacional e parte da América do Sul.

Venha conhecer nosso portfólio e


converse com um especialista!

SAIBA MAIS!

13

Você também pode gostar