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MIGRAÇÕES, DIVERSIDADE CULTURAL E

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO
BRASIL

artigo de
José Farias Souza Filho *

RESUMO
Este trabalho busca explicar os melhores
níveis educacionais e o maior
desenvolvimento socioeconômico dos três
estados da Região Sul do Brasil a partir da
Teoria Funcionalista dos Valores Humanos,
demonstrando que a diversidade cultural é
resultado dos movimentos migratórios para a
colonização daquela região por europeus,
educados com base em valores humanos
suprapessoais e interacionais, cujo modelo
educacional pode ser replicado nas demais * Professor Adjunto no Curso de
regiões do país e em qualquer outra cultura. Direito do UNIPÊ. Pesquisador CNPq.
Doutorando em Psicologia Social pela
Universidade Federal da Paraíba.
Mestre em Desenvolvimento e Meio
Ambiente pelo PRODEMA/UFPB.
Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Diversidade Especialista em Direito e Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais pela
Cultural. Valores Humanos. UFPB. E-mail: farias.mp@gmail.com.

1 INTRODUÇÃO

Na origem, a espécie humana era distintas profissões, como criadores de


nômade. Segundo Moreira (2002, p. 25), o animais, produtores de leite, agricultores,
homem começou a fixar-se em planícies mineradores e comerciantes, dentre outras.
inundáveis nas margens de rios, há mais Movidos por valores de
de dez milênios, quando começou a experimentação, de realização, de
domesticar animais, como o cão e o boi, e existência, suprapessoais, interacionais ou
a dominar o cultivo de espécies vegetais, normativos, parte da humanidade
como o milho. Naquelas áreas surgiram continuou migrando, interna (dentro de
vilas e cidades, e as mais antigas e seus próprios países) e externamente
(para outros países). E

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nestes tempos de economia

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José Farias de Souza

globalizada, os movimentos migratórios estabelecidos por Vygotsky (1994):


têm aumentado e produzido impactos primeiro, que o homem é um ser histórico-
socioeconômicos que preocupam governos, social; segundo, que o homem, por ser
sociedades e instituições multinacionais, a também um ser histórico-cultural, é
ponto da Organização das Nações Unidas moldado pela cultura que ele próprio
(ONU) estimar em 740 milhões os cria;terceiro, que o indivíduo é determinado
migrantes internos e em 200 milhões os nas interações sociais, por meio da relação
migrantes internacionais (RAMOS, 2010, p. com o outro.
35). Álvaro e Garrido (2006, p. 80)
A migração também produz replicam ensinamento de Thomas e
impactos socioculturais, tanto para Znanieck, segundo o qual todo processo
indivíduos, quanto para grupos sociais. E social é “o produto de uma interação
estes impactos nem sempre são contínua entre a consciência individual e a
negativos, como será realidade social objetiva”. Convém
demonstrado com a colonização do Sul do ressaltar que a tese central da formulação
Brasil, entre 1824 e 1908, por imigrantes teórica de Thomas e Znanieck, anotada por
alemães, ucranianos, poloneses e italianos. Álvaro e Garrido (2006, p. 79), era “a
Neste trabalho, propõe-se examinar interdependência entre a organização
a interculturalidade e a alteridade, a partir social, a cultura e os indivíduos torna
de trabalho homônimo publicado pela inevitável considerar tanto os determinantes
Profa. Dra. Natária Ramos em obra objetivos quanto os subjetivos da vida
publicada pela Editora da Universidade social”.
Federal da Bahia em 2010. Mas a interação social nem sempre
é harmoniosa, produzindo conflitos entre
2 FUNDAMENTOS E CONCEITOS os interesses individuais e as condições
sociais objetivas. Por isso Ramos (2010, p.
Para adequado desenvolvimento do 31), expressando o pensamento de
tema de estudo proposto,alguns Tourraine e Wieviorka, publicado em 1997,
fundamentos e conceitos devem ser afirma que“a cultura está no centro do que
estabelecidos. Para tanto, recorremos une e divide as sociedades
inicialmente aos fundamentos

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contemporâneas”. E mais: ressaltando o intercultural, produz mudanças na


pensamento de Bastide, exposto em 1956, identidade dos indivíduos”.
e de Cuche, de 1999, ela acrescenta que
“toda a cultura implica um processo 3INTERCULTURALIDADE E ALTERIDA-
permanente de construção, desconstrução DE
e reconstrução, o qual, dados os rápidos
Ramos (2010, p. 30) trata a
movimentos migratórios atuais e os
diversidade de olhares sobre o Outro e as
contatos interculturais, se torna
relações interculturais entre a Europa e a
extremamente dinâmicos e interativos”
América do Sul, a partir do século XVI,
(RAMOS, 2010, p. 31).
afirmando que “as relações entre pessoas
Estabelecidos os fundamentos,
e grupos culturalmente diferentes originam
passa-se à necessária definição de cultura
um conjunto complexo de dinâmicas e
e processos afins. Para tal desiderato,
processos psicológicos e sociais”. E
colhem-se conceitos assentados por
acrescenta:
Pimentel (2006, p. 3), em sua dissertação
A primeira figura do Outro e da
de mestrado, para quem cultura é “algo
diversidade cultural é o migrante, aquele
inerente ao ser humano, construída e
para quem a migração poderá aumentar a
reconstruída pelo indivíduo num
liberdade, as oportunidades de decisão e o
determinado contexto”; interculturalidade
poder de escolha, melhorar as condições
emerge “na sequência do contacto entre
de vida, alargar o acesso aos serviços
indivíduos ou grupos de culturas
básicos, à escolaridade, à saúde, e à
diferentes”, ou seja, é “processo gerado
participação, e construir um fator
pelas interacções entre culturas”.
importante de desenvolvimento (RAMOS,
Também importa conceituar
2010, p. 33).
alteridade, que é a interação e a
Mas a diversidade cultural não deve
interdependência do homem social; e
ser tratada como geradora de impactos
aculturação, que para Pimentel (2006, p. 3)
socioeconômicos negativos, por se tratar,
é “processo cultural complexo e
como declarou a Organização das Nações
multifacetado,subjacente ao contacto
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO, 2005), de uma “característica

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inerente à humanidade, um patrimônio Para mitigar os impactos negativos


comum e uma fonte de um mundo mais da diversidade cultural, pode-se concluir,
rico e diversificado, que alarga a com Ramos (2010, p. 48), que a
possibilidade de escolhas e fortalece as “perspectiva intercultural, a diversidade e
capacidades e os valores humanos”. alteridade deverão ser integradas numa
Em que pese a migração ser tratada perspectiva mais ampla de construção da
pela UNESCO como um direito sociedade e de igualdade de
fundamental do homem, a diversidade oportunidades, devendo estar no centro do
cultural e a gestão da interculturalidade processo educativo e do desenvolvimento
têm preocupado as Nações desenvolvidas, humano e social”. E no Brasil podem ser
desde a segunda metade do século XX, encontrados bons exemplos dessa
especialmente porque “o encontro integração para construção de sociedade
intercultural, as relações entre o Eu e o mais justa e igualitária, como será
Outro,são influenciadas por demonstrado mais adiantes.
representações sociais, por estereótipos e
preconceitos, por projeções culturais, 4MIGRAÇÕES E DIVERSIDADE CULTU-
ideológicas e políticas” (RAMOS, 2010, p. RAL NO BRASIL
29).
O Brasil, por quase cinco séculos,
Para Ramos (2010, p. 31), o
foi um importante receptor de imigrantes,
etnocentrismo, os estereótipos e os
especialmente da Europa e da África.
preconceitos constituem barreiras ou
Segundo Barros (2007), por duzentos e
“filtros culturais” à comunicação
noventa anos [de 1.532 a 1.822] e por força
intercultural. Ela afirma que “o
do Tratado de Tordesilhas, celebrado com
etnocentrismo origina distância social,
a Espanha em 07 de junho de 1494,
ódio, desconfiança, medo e discriminação
Portugal promoveu a colonização do Brasil
do exogrupo, em relação ao endogrupo”.
com a migração de grandes contingentes
Entretanto, pesquisas desenvolvidas por
de portugueses para a nova Colônia, quer
Pettigrew e Tropp, em 2000, em diferentes
para exploração das riquezas naturais aqui
países, contextos e idades, constataram
encontradas (interesses econômicos), quer
que “o contato intergrupal, intercultural,
reduz fortemente o preconceito”.

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Migrações, diversidade cultural e desenvolvimento sustentável no

para assegurar o domínio sobre a nova fronteiras agrícolas no Oeste de Santa


Colônia (interesses políticos). Catarina, Oeste e Norte do Paraná e São
No início do século XIX, a Segunda Paulo, Mato Grosso, Sul do Maranhão e
Revolução Industrial gerou intenso Pará; entre 1954 e 1970 e de 1970 a 1985,
movimento migratório na Europa, por conta ocorreram dois movimentos migratórios
da pressão que a nascente atividade internos, como atividades públicas
industrial exercia sobre as áreas ordenadas, consolidando a colonização
agricultáveis em busca de recursos das Regiões Oeste e Norte do Brasil,
naturais. Conforme Barros (2007, p. 109), avançando para a Amazônia Legal.
agricultores europeus, especialmente da Advertindo sobre os conflitos
Alemanha, da Ucrânia, da Polônia e da socioculturais gerados pelo mais recente
Itália, migraram para o Brasil, em busca de movimento migratório do país, que teve
uma “nova fronteira agrícola”, entre 1.824 e início em 1985 e permanece em
1.908,colonizando os estados do Sul – andamento, Barros (2007, p. 110) afirma
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa que esta migração de brasileiros visa
Catarina –, o estado de São Paulo,no povoar e desenvolver (= colonizar) áreas
Sudeste, e o Pará, no Norte do país. fronteiriças de nosso país na Argentina, na
Denominando de “segundo ciclo” da Bolívia, na Colômbia, no Paraguai e no
colonização moderna do Brasil, Barros Uruguai, com a exploração econômica de
(2007, p. 109) afirma que expressivo grandes áreas rurais disponíveis com
contingente de japoneses migrou para o atividades agrárias, em especial a
interior do estado de São Paulo, entre 1908 pecuária. A partir da década de 1980,
e 1930, substituindo a mão-de-obra portanto,
escrava nas fazendas produtoras de café. o Brasil deixa de ser um país tipicamente
Barros (2007, pp. 109-110) também receptor de imigrantes para se constituir
descreve a migração interna no Brasil: em uma importante região de origem de
entre 1930 e 1954, ocorreu o que ele emigrantes internacionais, segundo o
denominou de “terceiro ciclo de Instituto Brasileiro de Geografia e
colonização no Brasil”, caracterizado por Estatística (IBGE, 2011).Há que se
intensa migração interna para abertura observar, por oportuno, que na última
de novas década do século XX verificou-se a “quase

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ausência dos fluxos de ultramar, outrora Segundo Campos (2011, p. 72), as


clássicos (de Portugal, Espanha e Itália), a principais regiões de destino dos
imigração não tradicional (como Angola e emigrantes brasileiros são os Estados
outros países de África lusófona)” (SALA; Unidos, o Japão e alguns países da
CARVALHO, 2008, p. 287). América do Sul e da Europa.
Campos (2011) considera Retoma-se a análise da imigração
que,“embora a migração internacional seja no Brasil. Enquanto estudos realizados na
um tema de relevância crescente no País, Europa e nos Estados Unidos
ainda existem desafios para sabermos qual evidenciaram que o senso comum
o número real de migrantes que deixam e “representa os imigrantes como uma
que ingressam no Brasil a cada ano” (p. ameaça”, como registra Ramos (2010, p.
72). Obviamente, a dificuldade reside no 34), no Brasil tal representação social só é
fato de que o IBGE só iniciou a coleta de percebida em relação aos migrantes
informações sobre a migração internos, especialmente aos nordestinos no
internacional na pesquisa censitária de Sudeste do país e por motivos
2010. Por tal motivo, o próprio IBGE (2011, econômicos.
p. 56) considerou “subnumerado” o A diversidade cultural brasileira, por
resultado da coleta censitária de 2010 outro lado, integra a própria identidade
acerca da migração internacional, nacional. O Brasil, Nação jovem, edificou-
reconhecendo a disparidade do resultado se em cima da pluralidade e da
apurado – menos de 500 mil brasileiros heterogeneidade. As desigualdades
teriam migrado para 193 países – frente às socioeconômicas no país não decorrem da
duas estimativas sobre emigrantes diversidade cultural, mas da secular
brasileiros até então existentes:a primeira, estrutura de poder, concentrado e elitizado,
feita pelo Ministério das Relações não inclusivo. Mas esta mesma diversidade
Exteriores do Brasil, que avaliou existirem cultural, como ensina Ramos (2010, p. 32),
entre 2 e 3,7 milhões de brasileiros no com base na Convenção da UNESCO para
exterior; a segunda, feita pela Organização a “Proteção e Promoção da Diversidade
Internacional para as Migrações (OIM), das Expressões Culturais”, pode ser fonte
estimouque entre 1 e 3 milhões de de “um mundo mais rico e diversificado que
brasileiros residam no exterior. alarga a possibilidade de escolhas e

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fortalece as capacidades e os valores Sachs (2008, p. 11), quando o Estado-


humanos”. Para tanto, basta que a nacional efetivamente desempenhar, dentre
sociedade civil exerça o controle social das outras, as funções de (1) negociar acordo
políticas públicas para efetivo respeito ao para promoção do desenvolvimento
princípio estruturante da Constituição da sustentável, fomentando parcerias entre
República Federativa do Brasil: a todos os atores interessados; (2)
sustentabilidade e suas seis dimensões. harmonizar as metas sociais, ambientais e
econômicas, e buscar o equilíbrio entre as
5 DESENVOLVIMENTO HUMANO E diferentes dimensões da sustentabilidade e
SOCIAL
eficiências, por meio de planejamento

O modelo de desenvolvimento estratégico e de gestão econômica sob


humano e social preconizado por Ramos controle social.
(2010) é aquele denominado por Sachs O desenvolvimento humano e social
(2008) de desenvolvimento sustentável, sustentável não se resume à produção e
que é processo permanente e distribuição de riquezas, mas ao
multidimensional, planejado e realizado atendimento universal, contínuo e eficiente
coletivamente pelos atores de todas as necessidades materiais e
socioeconômicos mediante controle da psicossociais dos seres humanos, onde
sociedade civil, que atenda todas as quer que eles se encontrem. Como leciona
dimensões da sustentabilidade, Canotilho (2010), o desenvolvimento
enumeradas por Gouveia (2002): a sustentável não se resume a metas
satisfação das necessidades básicas; a socialmente desejáveis, mas a direito
solidariedade com as gerações futuras; a fundamental do ser humano que decorre
participação da população envolvida; a do princípio estruturante das Constituições
conservação dos recursos naturais e a dos Estados-Membros da União Europeia
preservação do meio ambiente em geral; a e da Constituição da República Federativa
elaboração de um sistema social do Brasil.
garantindo emprego, segurança social e Segundo Ramos (2010), quando a
respeito a outras culturas; programas de Organização das Nações Unidas para a
educação. E isso só será possível, Educação, a Ciência e a Cultura
segundo (UNESCO)

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adotou a “Convenção para a Proteção e começo do século em que vivemos


Promoção da Diversidade das Expressões (CASTRO, 2003, p. 43).
Culturais” (UNESCO, 2005), a humanidade Como foi demonstrado, Castro
formalmente reconhecia “a diversidade (2003) e Ramos (2010) apoiam a
cultural como fonte de desenvolvimento, de alteridade, ou seja, a interação e a
justiça, de igualdade e de paz” e conciliou interdependência do homem social, em
“duas visões complementares: a do uma reeducação que fortaleça valores
universalismo (com os valores universais humanos de orientação social e motivador
da paz, solidariedade, justiça e direitos do humanitário, segundo classificação
Homem) e a do particularismo (a liberdade fornecida pela Teoria Funcionalista dos
de cada um expressar a sua cultura, a sua Valores Básicos (MILFONT; GOUVEIA;
diferença e decidir as suas escolhas)” COSTA, 2006). Segundo esta Teoria, que
(RAMOS, 2010, p. 32). Este caminho já classifica os valores básicos em seis
havia sido apontado por Castro (2003), no subfunções (GOUVEIA, 1998; 2003), na
ensaio A explosão demográfica e a fome subfunção interacional estão os valores
no mundo, publicado em Lisboa, em 1968, que representam as necessidades de
onde preconizou a mudança de valores pertença, amor e afiliação, como afirma
como solução para o endêmico e, em Maslow (1970), e acentuam o destino
algumas nações, epidêmico problema da comum e a experiência afetiva entre
fome: indivíduos, sendo essenciais para
Einstein tinha razão ao afirmar que o estabelecer, regular e manter as relações
homem só poderá sobreviver a esta era interpessoais.
cheia de perigos e de esperanças, Segundo Gouveia (1998), os valores
mudando radicalmente a sua maneira de são princípios-guia individuais que servem
pensar, criando um pensamento novo, uma como padrões gerais de orientação para os
nova consciência política à base de uma comportamentos dos indivíduos, com base
nova escala de valores surgidos de uma motivacional, tendo por função guiar o
nova experiência existencial, diferente, em comportamento dos indivíduos,
todos os aspectos, da experiência do transcendendo ações e situações
concretas. Os valores são ideais amplos,
abstratos, mais centrais para a definição do

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ser e mais resistentes às mudanças que as Unidas (ONU) quando, em 2000, declarou
atitudes (HITLIN; PILIAVIN, 2004). Como a crença na construção de um mundo mais
os indivíduos expressam ou promovem justo. Para tanto, entendeu essenciais
valores através do comportamento “determinados valores fundamentais”,
(BARDI; SHCWARTZ, 2003), o estudo dos destacando liberdade, igualdade,
valores humanos é relevante porque pode tolerância, solidariedade, respeito pela
explicar uma variedade de natureza e responsabilidade comum (ONU,
comportamentos, como, por exemplo: a 2000). Seguramente, pode-se depreendê-
ineficácia de princípios e normas jurídicas los dos valores que cumprem um
referentes à conservação de recursos motivador humanitário, cuja orientação é
naturais e à preservação ambiental central, não se limitando a interesses
(COELHO, 2009; GROOT; STEG, estritamente pessoais ou sociais, no
2008; MILFONT; SIBLEY; sentido de cumprir propósitos de grupos
DUCKITT, 2010) e o comportamento específicos. Estes são valores
antissocial (PIMENTEL, 2004; SANTOS, suprapessoais, que devem ser
2008). fundamentais para promoção do
A aplicação da teoria funcionalista desenvolvimento sustentável; porém, não
dos valores humanos, integradora e menos podem ser aqueles da subfunção
parcimoniosa, responde aos interativa. A propósito, Gouveia (2002) tem
questionamentos dos estudiosos, demonstrado que valores que cobrem
educadores, pesquisadores, operadores do elementos desta subfunção, como a
direito e de políticas sociais, permitindo orientação de interdependência, são
identificar os valores dominantes nos essenciais para garantir indicadores que
indivíduos e nos grupos sociais e, a partir expressem dimensões fundamentais de
desse conhecimento, promover as sustentabilidade, sobretudo de natureza
mudanças necessárias à efetividade dos social, garantindo a inclusividade de
direitos fundamentais. gerações presentes, mas tendo em conta
A inter-relação entre valores aquelas futuras.
humanos e o direito fundamental ao Além de explicar comportamentos
desenvolvimento sustentável foi sociais que neguem direitos humanos –
reconhecida pela Organização das Nações como discriminação de raça, de credo e de

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gênero –, a Teoria Funcionalista dos dinâmicas e plurais na interação com o


Valores pode subsidiar intervenções que Outro”.
promovam mudança dos valores Este “novo paradigma” – que não é
dominantes mediante processo educativo, tão novo – é a educação calcada em
garantindo a interculturalidade, a valores humanos básicos, presentes em
diversidade e a alteridade, integradas todas as culturas com maior ou menor
numa perspectiva mais ampla de poder de predição de comportamento, que
construção da sociedade e de igualdade de possam promover mudanças de atitudes
oportunidades, como defende Ramos frente ao Outro, ao diferente. E para ilustrar
(2010). a “receita” da alteridade aqui prescrita,
lança-se mão da colonização do Sul do
6 FORTALECIMENTO DOS VALORES Brasil por europeus, entre 1.824 e 1.908.
SUPRAPESSOAIS
Se, pelo senso comum, os estados do Sul
A diversidade cultural é real e se do Brasil – Paraná, Rio Grande do Sul e
manifesta no comportamento humano, nas Santa Catarina – são os mais
relações interpessoais e intergrupais, desenvolvidos e possuem as populações
constituindo-se, muitas vezes, em fator de mais educadas, estas representações
conflituosidade. Entretanto,sem a sociais estão arrimadas em indicadores
influência do etnocentrismo,dos sociais do Censo Demográfico 2010 (IBGE,
estereótipos e dos preconceitos, as 2011).
relações inter e multiculturais podem unir Começando pela quantidade de

as sociedades contemporâneas, analfabetos, em todas as faixas etárias o

promovendo a paz e a justiça social, Sul apresenta menores percentuais que as

garantindo liberdade e igualdade. Para demais Regiões do país. Veja-se a

tanto, Ramos (2010, p. 38) sugere comparação com A Região Nordeste-NE:

programas de educação, a partir de “um a) até 15 anos, apenas 5,1%, contra 19,1%

novo paradigma”, que desenvolvam no

“competências de comunicação NE; b) entre 15 e 24 anos, somente 0,9%,

intercultural, de processos de negociação contra 4,9% no NE; c) entre 25 e 39 anos,

de sentidos e de construção de identidades apenas 2,0%, contra 12,9% no NE; d) entre


40 e 59 anos, 5,4%, contra 25,6% no NE;

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Migrações, diversidade cultural e desenvolvimento sustentável no

e) acima de 60 anos, 16,6%, contra 47,1% quanto os indicadores socioeconômicos do


no Nordeste (IBGE, 2011, p. 87). Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2011),
Todos os outros indicadores demonstram melhores índices educacionais
censitários apresentam a enorme distância e socioeconômicos do Sul do país,
socioeconômica entre o Nordeste e o Sul explicável pela Teoria Funcionalista dos
do Brasil, como saneamento básico e valor Valores Humanos, desenvolvida por
médio do rendimento mensal total Gouveia e colaboradores, conforme
domiciliar per capita nominal, por exemplo, pesquisa realizada por Medeiros (2010)
em que o valor médio de cada domicílio do para verificação dos índices de
Sul é quase o dobro do valor médio dos consistência e validação das subfunções.
domicílios do Nordeste (IBGE, 2011, p. 95) Segundo Medeiros (2010, p. 147),
Analisando-se as Estatísticas do na Alemanha, representante da Europa na
meio rural 2010-2011 (DIEESE; NEAD; pesquisa, a subfunção mais importante foi
MDA, 2011), verifica-se que o Sul, a suprapessoal, cujos valores podem ser
comparado às demais Regiões do Brasil, concebidos como humanitários (idealistas),
mantém historicamente o menor indicando a importância de ideias
coeficiente de GINI , 1
i.e., a menor abstratas, com menor ênfase em coisas
concentração de terras e, concretas e materiais (INGLEHART, 1977).
consequentemente, maior justiça social na Estes valores são compatíveis com os
distribuição de sua estrutura fundiária. sociais e pessoais dentro do motivador
Ocupando a menor parte do território humanitário. Por tal razão, a subfunção
brasileiro – apenas 6,8%, contra 10,9% do suprapessoalapresenta uma orientação
Sudeste, 18,3% do Nordeste, 18,9% do central e é a fonte das outras duas
Centro-Oeste e 45,3% do Norte – o Sul tem subfunções – experimentação e
a menor proporção de grandes interacional – que representam esse tipo
propriedades rurais e o maior percentual motivador e, na pesquisa com alemães,
de pequenas propriedades. não apresentaram diferenças. Como já se
Tanto as Estatísticas do meio rural afirmou anteriormente, indivíduos guiados
2010-2011 (DIEESE; NEAD; MDA, 2011), por valores de orientação central e
motivador humanitário costumam pensar de
1
Desenvolvido pelo matemático italiano CorradoGini, o Coeficiente
de Gini é um parâmetro internacional. Primariamente usado para
medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países,
também é usado para medir a concentração de terras.

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forma mais geral e ampla, tomando não são obras do acaso, mas resultado da
decisões e se comportando com base em forte colonização daquela região por
critérios universais (SCHWARTZ, 1992). europeus, educados com base em valores
No Brasil, ao contrário da Alemanha, humanos suprapessoais e interacionais,
os valores mais importantes foram os da cujo modelo educacional pode ser
subfunção existência (MEDEIROS, 2010, replicado nas demais regiões do país e em
p. 150), de orientação central e motivador qualquer outra cultura. A partir desta
materialista, que representam as conclusão, pode-se afirmar com Gouveia,
necessidades fisiológicas mais básicas – Souza Filho e Gouveia (2012, p. 157) que:
como comer, beber e dormir – e a
necessidade de segurança (MASLOW, Além de explicar comportamentos
sociais que neguem direitos
1970; RONEN, 1994).Os valores de humanos – como discriminação de
existência comumente guiam os indivíduos raça, de credo e de gênero –, a
teoria funcionalista dos valores
em contextos de escassez econômica humanos pode subsidiar
intervenções que busquem a
(SILVA FILHO, 2001) ou que foram mudança dos valores dominantes e
fazer efetivas as políticas públicas
socializados em tais ambientes que tenham por objetivo a
promoção de justiça social e a
(INGLEHART, 1977). sustentabilidade.
Com estas informações, parece fácil
explicar porque os índices socioeconômicos E uma das dimensões da

do Sul são melhores que os das demais sustentabilidade – a cultural – só é

regiões do Brasil: a interculturalidade como alcançada se o poder público e a

fonte de desenvolvimento, de justiça, de sociedade reforçarem as identidades

igualdade e de paz. culturais, respeitarem a diversidade cultural


e promoverem a alteridade nas relações

7 CONCLUSÃO intra e interculturais, como preconiza


(RAMOS, 2010, p. 32).

Pode-se concluir que a diversidade Por fim, resta consignar que, neste

cultural, os melhores níveis educacionais e trabalho, tentou-se mostrar a diversidade

o maior desenvolvimento socioeconômico cultural como fonte geradora de

dos três estados da Região Sul do Brasil desenvolvimento, em cujo conceito,


segundo Sachs (2008), estão embutidos

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Migrações, diversidade cultural e desenvolvimento sustentável no

princípios e valores como igualdade, como instrumento de fortalecimento dos


equidade e solidariedade. Afinal de contas, valores humanos para produção de cultura
os quatro princípios e as 16 ações da Carta de paz.
da Terra (2000) prescrevem a educação

MIGRATIONS, CULTURAL DIVERSITY, AND SUSTAINABLE


DEVELOPMENT IN BRAZIL

ABSTRACT
This study aims at explaining better educational levels and higher
social economic development of the three states of the South Region
of Brazil, through the Functionalist Theory of Human Values,
demonstrating that cultural diversity is a result of migration
movements for the colonization of this region by the Europeans, who
were educated based on suprapersonal and interactive values, and
whose educational model can be replicated on the other regions of the
country and in any other culture.

Keywords: Sustainable Development. Cultural Diversity. Human Values.

REFERÊNCIAS

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