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"Se você está procurando atingir a iluminação, está criando carma e sendo levado
por ele. Está perdendo tempo sentado em sua almofada preta".
Mais importante que qualquer estado que você venha a atingir é sua sinceridade,
seu esforço correto. O esforço correto deve basear-se em uma verdadeira
compreensão de nossa prática tradicional. Uma vez entendida esta questão, você
compreenderá como é importante manter sua postura correta. Quando isto não é
entendido, a postura e o modo de respirar são apenas meios de procurar a
iluminação. Se esta for a sua atitude, melhor seria tomar alguma droga em vez de
sentar-se com as pernas cruzadas! Se nossa prática é apenas um meio de tentar
alcançar a iluminação, não há como alcançá-la! Perdemos o significado do caminho
que conduz à meta. Porém, quando acreditamos firmemente em nosso caminho, já
atingimos a iluminação. Quando você acredita no seu caminho, a iluminação está
aí. Mas, quando você não acredita no significado da prática que está fazendo neste
momento, nada pode ser feito. Está às voltas com o objetivo, com a sua mente de
macaco. Está sempre procurando por algo sem saber o que está fazendo. Se você
quer ver uma coisa, deve abrir os olhos. Se você não entende o Zen de
Bodhidharma é porque está procurando olhar para uma coisa com os olhos
fechados. Não é que menosprezemos a idéia de alcançar a iluminação; mas o que
consideramos mais importante é este momento, e não algum dia no futuro. Temos
de fazer nosso esforço neste momento. Isto é o que há de mais importante em
nossa prática.
Antes de o Buda atingir a iluminação, ele fez todos os esforços possíveis. Por fim,
alcançou uma plena compreensão dos vários caminhos. Você pode pensar que o
Buda tenha atingido um estado em que estivesse livre da existência cármica, mas
não é assim. O Buda contou muitas histórias sobre suas experiências depois que
alcançou a iluminação. Ele não era em nada diferente de nós. Quando seu país
entrou em guerra com um poderoso vizinho, ele falou sobre seu próprio carma aos
seus discípulos; de como sofreu quando viu que seu país seria conquistado pelo rei
vizinho. Se ele fosse alguém que tivesse atingido a iluminação isenta de carma, não
haveria razão para tal sofrimento. Mesmo depois de atingir a iluminação, ele
continuou com o mesmo esforço que estamos fazendo. Mas sua visão da vida não
era passível de ser abalada; era firme e ele ponderava a respeito da vida de todos,
inclusive a dele próprio. Observava a si próprio e aos outros com os mesmos olhos
com que observava as pedras, as plantas ou qualquer outra coisa. Tinha uma
compreensão muito científica. Essa era sua forma de viver depois que alcançou a
iluminação.