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This neglect probably reflects the strong association of creativity with divinity.
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If creative genius can be acquired simply through disciplined training and practice, then creativity does not
seem to represent a phenomenon to be explained.
52
atualmente.
Alencar (1974, p. 59; 1986, p. 7) menciona que, a partir da década de 1950,
começaram a emergir, nos Estados Unidos da América, movimentos humanistas em
psicologia que enfatizavam a necessidade do desenvolvimento de estudos relacionados a
problemas essencialmente humanos. Os movimentos desta natureza culminaram com estudos
voltados para as características dos sujeitos criativos, fatores que facilitavam ou dificultavam
a manifestação da criatividade, compreensões interculturais sobre encorajamento e repressão
às manifestações dos sujeitos criativos e o desenvolvimento de testes de criatividade para
23
[...] a mental phenomenon that results from the application of ordinary cognitive processes.
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primeiros trabalhos sobre criatividade foram motivados pelas insuficiências observadas nos
testes ditos
Além disso, começaram a surgir cursos e programas sobre criatividade com a
finalidade de atender as demandas empresariais. Destacam-se neste contexto, entre as décadas
de 1960 e 1970, os trabalhos do psicólogo e escritor Edward De Bono24. Por meio da ideia de
-se de forma
contundente. O pensamento que pairava na minha mente era que, enquanto estas questões não
fossem devidamente esclarecidas, eu não conseguiria dar continuidade às demais discussões.
Assim, em um primeiro momento, procurei por definições mais gerais para os termos
e em seguida busquei esclarecer a sua relação. Criar (CRIAR, 2010, p. 610) e criação
24
Para maiores informações sobre a obra de Edward De Bono, visite o site: https://www.edwdebono.com/
25
De acordo com Alencar (1974, p. 60), a abordagem personológica enfatiza os traços motivacionais e de
personalidade do sujeito criativo.
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(CRIAÇÃO, 2010, p. 609) trazem o significado de dar existência, ato ou efeito de criar,
invenção, produção, gerar e elaborar, enquanto que criatividade é definida como capacidade
criadora. Até este ponto, não há dúvidas do que os termos significam. Todavia, foram os
apontamentos de Novaes (1980, p. 17
ermo criar - que quer
dizer - dar existência a, sair do nada, estabelecer relações até então não estabelecidas pelo
pode ser interpretado como a elaboração de algo que até então não existia. A ideia de
Guilford26, mencionada por Novaes
27
.
No senso comum, tal pensamento ainda ecoa na atualidade. É comum ouvirmos, em
situações diversas, as pessoas afirmarem que não possuem o dom ou o talento para tocar um
26
GUILFORD, J. P. Intelligence, creativity and their educational implications. S. Diego, California: Robert
R. Knapp, 1968.
27
[...] artists do not produce by means of skill or knowl .
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instrumento, dançar, desenhar, cozinhar ou até mesmo propor ideias criativas. Essa ideia
equivocada amplia-se para as diversas atividades humanas, trazendo à tona o pensamento de
que determinadas habilidades, como o ato de criar, está além do alcance da maioria das
pessoas por caracterizar-se como dádiva divina.
Ao longo da história, definições de criatividade foram sendo reformuladas. Novaes
(1980, p. 18-20) elenca as concepções de vários autores. Torrance, por exemplo, define
reconhecer ideias novas ou originais, assim como de explorá-las até os seus limites, aplicando
um certo grau de habilidades criativas que podem ser desenvolvidas e aprimoradas através da
prática e do treino. Para tal seriam necessários tanto condições ambientais favoráveis como o
Novaes (1980, p. 17), na psicologia, e Elliot (1989, p. 4), na filosofia, apresentam uma
definição multifacetada de criatividade. Para estes autores, o conceito de criatividade é
múltiplo e envolve o sujeito, a ação e/ou processo criador, o produto e o contexto. O quadro a
seguir sintetiza as terminologias utilizadas por Novaes e Elliot:
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(LUBART, 2007, p. 16). O autor também discute que a novidade pode caracterizar-se por
diferentes graus ou associar-se a um objeto, pessoa, ideias já existentes e apresentar
características de algo reelaborado, adaptado e reapresentado à sociedade.
(ALENCAR, 1974, p.61). A fluência refere-se ainda à quantidade de ideias diferentes sobre
um mesmo tema. Uma das principais atividades propostas para o desenvolvimento da fluência
é o brainstorming, método inventado pelo empresário norte americano Alex Osborn, entre as
décadas de 1950 e 1960. No Brasil, autores como Alencar (2009) e Penna e Marinho (2012)
chamam o brainstorming de , termo que será utilizado nesta pesquisa.
A tem
(LUBART, 2007, p. 28). O método pode ser aplicado individualmente, em grupos pequenos,
com três ou quatro pessoas, ou ainda em grupos maiores, de dez ou mais pessoas. Em círculo,
os participantes são convidados a expressar suas ideias que deverão ser anotadas em um
quadro. De acordo com Lubart, há quatro regras a seguir:
28
De acordo com Lubart (2007, p. 14), os testes e estudos de Guilford marcaram a segunda metade do século
elaborou uma teoria da inteligência contendo cinco operações intelectuais (cognição, memória, pensamento
s (figurativa,
aprofundamento dessa discussão, ver Alencar (1974, p. 63; 1986, p. 17-20), Beaudot (1975, p. 16-20) e
Simonton (2001, p. 15).
60
p. 181).
O segundo fator do pensamento divergente, flexibilidade, caracteriza-se pela
ausência de fixidez ou rigidez (ALENCAR, 1974, p. 61). É compreendida também como a
aptidão de entender uma ideia ou objeto a partir de diferentes ângulos ou pontos de vistas. A
flexibilidad
Flexibilidade engloba,
e a maleabilidade do pensamento, como a capacidade e a vontade de
al Na educação musical a flexibilidade pode ser
estimulada em atividades em que se apresenta uma ideia e a partir desta o aluno deve propor
diferentes possibilidades de construção sonora e de execução.
apresentada no capítulo 6, ilustra uma proposta de estimulação da flexibilidade.
O fator elaboração refere-se à quantidade de detalhes presentes em uma mesma
ideia (ALENCAR, 2009, p. 31). Campos e Weber (1987, p. 46) salientam que a elaboração é
Originalidade
e remotamente a ). Está relacionada à produção
de respostas incomuns ou não previsíveis. Um exemplo de situação envolvendo originalidade
aconteceu em um projeto de musicalização que desenvolvi em 2016, com alunos da
Licenciatura em Música da UFPE e crianças de uma escola pública matriculadas no primeiro
e no segundo ano do ensino fundamental. Em uma atividade de sonorização, utilizávamos um
,
representavam o som das ondas do mar. Em uma certa aula, o tambor não estava disponível e
-Exupéry. Em dois
trechos do livro, percebe-se a ideia de penetração. A primeira ocorre no início, quando o
personagem mostra um desenho para pessoas adultas e pergunta se o tal desenho lhes dá medo
-EXUPÉRY, 2006,
p. 9).
O Pequeno Príncipe explica, então, que o desenho não representava um chapéu, mas
sim uma jiboia digerindo um elefante. Para que as pessoas grandes pudessem entender melhor
do que se tratava o desenho, o Príncipe desenhou o interior da jiboia (SAINT-EXUPÉRY,
2006, p. 9):
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retestar e modificar ideias e/ou estruturas, a redefinição configura-se como algo recorrente
neste processo. Alencar exemplifica o significado de redefinição através de uma atividade em
sej
ideias e escolher aquelas que deverão ser seguidas e aquelas que deverão ser descartadas. [...] a
capacidade de avaliação pode conduzir qualquer um a prosseguir na busca de uma ideia que
não seja simplesmente a mais adequada, mas sim a mais criativa (LUBART, 2007, p. 27).
Flexibilidade
(ALENCAR, 1974, p. 61).
te a mobilidade e a maleabilidade do
29).
Fluência
pessoais registradas com relação a um problema, estímulo ou demanda. Os três tipos principais
de fluência são: ideacional (quantidade de ideias), associativa (produção de variedades de
2009, p. 31).
Fluência vocabular; Fluência ideativa; Fluência associativa; Fluência expressionista
(CAMPOS; WEBER, 1987).
Originalidade
1974, p. 62).
p. 31).
Penetração
Redefinição
(ALENCAR, 1986, p. 19).
Sensibilidade a
problemas