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CAMPINA GRANDE - PB
2017
VANESSA KARLA BATISTA SILVA
Campina Grande – PB
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Biblioteca da Facisa
Silva, Vanessa Karla Batista _______________________________
Originalmente apresentada como trabalho de conclusão de curso de Bacharelado em
Ciências Aeronáuticas- (Bacharel- Escola Superior de Aviação Civil,2017).
Referências: **************
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado por
Vanessa Karla Batista Silva como parte dos
requisitos para obtenção do título de Bacharel em
Ciências Aeronáuticas outorgado pela Escola
Superior de Aviação Civil – ESAC de Campina
Grande – PB.
APROVADO EM ______/______/______
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________
Prof.º da ESAC Dr. Fabrício da Costa Dias
Orientador
___________________________________
Prof.º da ESAC
___________________________________
Prof.º da ESAC
Dedico este trabalho a Deus, a minha família,
aos meus professores, ao meu orientador
Fabrício, e amigos que sempre estiveram
presentes durante todo o processo da minha
vida acadêmica, me ajudando e incentivando
para que eu possa alcançar meus objetivos.
“A estratégia é uma força poderosa na
determinação dos resultados competitivos.”
Michael Porter
RESUMO
Introdução. No panorama da gestão e, em concreto, da gestão estratégica, as
empresas vivenciam um ambiente altamente competitivo, onde é preciso sempre estar em
busca de elementos de diferenciação no mercado como inovações tecnológicas e criar
relações com outras empresas. As alianças estratégicas entre empresas surgem como uma
ferramenta de alcançar vantagem competitiva. Objetivos. Assim buscamos discutir por meio
deste trabalho o que são Alianças Estratégicas, os tipos e como pode ser classificada, para
então se entender a sua aplicabilidade na formação de alianças estratégicas entre empresas no
setor de transporte aéreo de passageiros. Será analisado e discutido o estudo de caso sobre a
fusão entre as companhias aéreas LAN e TAM, como uma inovação no mercado brasileiro e
que foi responsável pelo surgimento da empresa aérea LATAM Airlines Group. Metodologia.
De cunho qualitativo e caráter exploratório, essa pesquisa é composta também por uma
análise bibliográfica, uma ferramenta indispensável para revisão dos conceitos. Resultados. O
relato apresentado na fundamentação teórica refletiu-se na realidade da empresa apresentada,
pois o estudo demonstra que a aliança estratégica foi importante para as companhias aéreas
LAN e TAM terem acesso a outros países ou para se expandirem em mercados que já
atuavam. Conclusão. Conclui-se que para as companhias a principal vantagem percebida por
meio da fusão esteve mais voltada para a estratégia em si do que a aliança propriamente dita.
PALAVRAS-CHAVES: Alianças estratégicas, fusão, LAN, TAM, LATAM.
ABSTRACT
Introduction. In the landscape of management and, specifically, strategic
management, companies experience a highly competitive environment, where one must
always be in search of elements of differentiation in the market as technological innovations
and create relationships with other companies. Strategic alliances between companies appear
as a tool to achieve competitive advantage. Goals. Thus we seek to discuss through this work
what Strategic Alliances are, the types and how it can be classified, and then to understand its
applicability in the formation of strategic alliances between companies in the passenger air
transport sector. The case study on the merger between the LAN and TAM airlines will be
analyzed and discussed as an innovation in the Brazilian market that was responsible for the
emergence of the LATAM Airlines Group. Methodology. Qualitative and exploratory in
nature, this research is also composed by a bibliographical analysis, an indispensable tool for
reviewing the concepts. Results. The report presented in the theoretical basis was reflected in
the reality of the company presented, as the study demonstrates that the strategic alliance was
important for LAN and TAM airlines to have access to other countries or to expand in already
existing markets. Conclusion. We conclude that for companies the main advantage perceived
through the merger was more focused on the strategy itself than the alliance itself.
KEYWORDS: Strategic alliances, merger, LAN, TAM, LATAM.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 — A aproximação das duas empresas...................................................................31
Figura 2 — Marca provisória da LATAM em utilização desde a fusão............................35
Figura 3 — Marca atual da LATAM Airlines Group.........................................................35
Figura 4 — Pintura com o novo logo da companhia em sua frota de aviões.....................36
Figura 5 — Companhias participantes da aliança Oneworld............................................38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quadro Comparativo entre a Interdependência, Alianças Relacionadas e as
Características de sua Coordenação............................................................................19
Tabela 2 - Rotinas em alianças estratégicas................................................................21
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................16
3 METODOLOGIA..........................................................................................................25
4 ANÁLISE E RESULTADO..........................................................................................27
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................40
REFERÊNCIAS.............................................................................................................42
ANEXO A ......................................................................................................................47
13
1 INTRODUÇÃO
aliança como uma opção natural para a empresa, incluindo um sistema que define e monitore
os objetivos a serem alcançados com ela. Então será apresentado no trabalho, os modelos das
alianças, suas vantagens e desvantagens, por meio de levantamento de pesquisa bibliográfica.
Atualmente o setor de transporte aéreo é formado por grandes alianças globais, tendo
como destaque a pioneira Star Alliance, que começou suas operações em 1997 com cinco
grandes companhias aéreas. Além disso, essa aliança domina atualmente o mercado com 27
companhias aéreas membros e atua em mais de 181 países (IATA, 2012). A Oneworld
fundada em 1999 e a Skyteam fundada em 2000. Essas três são as maiores alianças do
mercado de viagens. Ao falar sobre Alianças Estratégicas entre empresas de transporte aéreo,
este trabalho pretende analisar o estudo de caso sobre o processo de fusão das empresas
aéreas LAN e TAM, pois esta é a maior empresa aérea da América Latina, processo este
iniciado em 2010 e finalizado em 2012, no qual será apresentado adiante um pouco da
história das duas empresas, o processo de fusão de ambas, bem como as estratégias e
negócios adotados por elas para o processo de sua formação e desenvolvimento, criando a
empresa LATAM AIRLINES GROUP. Segundo (MONTENEGRO, 2014) uma fusão é a
união de duas ou mais empresas para formar uma nova sociedade. Fusões ocorrem,
principalmente, entre firmas de porte semelhante.
O objetivo geral deste trabalho é identificar as razões pela qual uma empresa aérea
decide participar de uma aliança estratégica com outra empresa (uma, ou mais empresas),
procurando um meio de alcançar um objetivo estratégico, visando fortalecimento,
aprendizado, crescimento e inovações dos negócios para ambas a fim de eliminar as
concorrências e proporcionar melhores benefícios do serviço para quem os usufrui que no
caso do trabalho, são os passageiros de avião, agregando valor ao que produz e elementos de
diferenciação do mercado.
O desenvolvimento do tema proposto realizar-se-á em cinco capítulos: No capítulo um
é apresentada a introdução desta pesquisa, onde são destacados os objetivos do trabalho, com
a finalidade de apresentar e identificar no capítulo dois, o desenvolvimento das alianças
estratégicas entre empresas de transporte aéreo de passageiros, ilustrando o que seria uma
aliança estratégica e as vantagens e desvantagens de sua formação. Mostrando a importância
das inovações no mercado atualmente como são as alianças estratégicas; Analisar também
quais são os fatores motivadores na formação de alianças estratégicas entre empresas aéreas é
importante para identificar quais são os tipos de alianças estratégicas que vem sendo
constituídas pelas empresas; e identificar os motivos em que uma empresa procura ingressar
no processo de parceria. Após esta no terceiro capítulo descreve a metodologia utilizada no
15
trabalho; o quarto capítulo traz a análise e discussão dos conceitos utilizados no capítulo dois,
trazendo um exemplo de Aliança Estratégica entre empresas aéreas por fusão. O estudo de
caso sobre aliança LAN/TAM apresentando elementos de sua formação, com as vantagens e
desvantagens de uma fusão estratégica, bem como pode se dar um processo de um
empreendimento em conjunto; o quinto capítulo por último, apresenta-se a conclusão do
assunto proposto nesta pesquisa.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
diversos fóruns, uma vez que essa estratégia mostrou que cooperação entre companhias aéreas
concorrentes era mais difícil que o previsto. Contudo, essa aliança não levou aos benefícios
esperados e terminou desapontando a todos (VAARA; KLEYMANN; SERISTO, 2004).
Os motivos para que as empresas optem por alianças estratégicas variam de acordo
com o mercado em que estão inseridas. O setor aéreo, por exemplo, se encaixa no mercado de
ciclos-padrão – grandes mercados voltados para economias de escala cujo motivo inicial é
aumentar a receita (FARIAS et al., 2014). No entanto as companhias aéreas perceberam
também que poderiam reduzir custos. Assim, os motivos para o setor de transporte aéreo
aderir à aliança estratégica são: conquistar poder no mercado, obter acesso aos recursos
complementares, estabelecer melhores economias de escala, superar barreiras comerciais,
enfrentar desafios competitivos de outros concorrentes, reunir recursos para grandes projetos
de capital e aprender novas técnicas de negócio, tanto no mercado nacional como no mercado
internacional (HIT; IRELAND; HOSKISSON, 2008).
As alianças estratégicas podem ser classificadas como joint ventures, contratuais e as
que envolvem participação acionária. As joint ventures ocorrem quando os parceiros criam
uma nova pessoa jurídica, investindo em patrimônio e replicando as características de controle
hierárquicos das organizações, nesse tipo de aliança existe acordo com controle acionário.
Também existem as participações minoritárias, onde as firmas trabalham juntas sem criar uma
nova entidade. Nesse tipo de aliança, existe uma forma de controle fraco, com um grau de
controle hierárquico intermediário se comparado a um joint venture, onde um parceiro ou um
conjunto de parceiros assume uma participação minoritária no patrimônio.
Kale, Dyer e Singh (2002) mostraram uma forma importante que as organizações
podem utilizar para capturar, integrar e disseminar o know-how1 de gerenciamento de alianças
é pela criação de uma unidade organizacional separada e dedicada, com a responsabilidade de
capturar experiências anteriores, chamada de “função dedicada às alianças”.
Os estudos sobre a capacidade de gerir alianças têm denominado tal capacidade de
capacidade relacional. A seguir se apresenta esse construto e sua relação com a
interdependência entre os parceiros.
1
Know-how é um termo em inglês que significa literalmente "saber como". Know-how é o conjunto de
conhecimentos práticos (fórmulas secretas, informações, tecnologias, técnicas, procedimentos, etc.) adquiridos
por uma empresa ou um profissional, que traz para si vantagens competitivas (Disponível em:
https://www.significados.com.br/know-how/).
18
Uma vez estabelecida uma aliança, e por sua vez uma relação de interdependência,
para se produzir resultados eficientes, é necessário o desenvolvimento da habilidade
organizacional de gestão de alianças, também chamada de capacidade relacional, composta
por processos organizacionais associados, envolvendo ativos, competências individuais,
rotinas, e coordenação, voltadas para um bom uso dos recursos (DYER; KALE; SINGH,
2001; DOSI; NELSON; WINTER, 2000):
a) Garantir um fluxo substancial de conhecimento e seu aprendizado; Estabelecer
mecanismos de governança que possam limitar os custos de transação e coordenação;
b) Gestão de ativos relacionais específicos da transação;
c) Garantir acesso às capacidades complementares dos parceiros.
Schilke e Goerzen (2010) identificaram a partir do método estatístico de análise
fatorial exploratória, cinco rotinas importantes componentes da capacidade relacional,
resumidas na Tabela 2: coordenação interorganizacional, coordenação da carteira de alianças,
aprendizagem interorganizacional, proatividade e transformação de alianças individuais. Três
argumentos justificam a necessidade de rotinas de coordenação interorganizacionais:
21
Definição
continuada com o anseio de atingir bons resultados ainda. Assim, para se avaliar o
desempenho de uma aliança é necessária uma abordagem múltipla (ARIÑO, 2003).
A partir da percepção de gestores, as dimensões utilizadas para se mensurar o
desempenho de uma aliança são a satisfação, aprendizagem organizacional, atingimento dos
objetivos estratégicos e lucratividade com o investimento na aliança.
O cumprimento das metas traçadas para a formação da aliança tem relação com a
dimensão da satisfação. E para que as metas sejam alcançadas efetivamente, mecanismos de
controle devem ser implementados. Por outro lado a aprendizagem organizacional é
considerada uma das principais vantagens das alianças estratégicas e desempenha um papel
importante para o sucesso da aliança. As informações sobre as competências e interesses dos
colaboradores vão além dos conhecimentos sobre os ativos, e permitem uma avaliação mais
precisa sobre o sucesso dos projetos e assim direcionar melhor os recursos para a criação de
vantagem competitiva (TEECE, 2009).
Enquanto a lucratividade do investimento em alianças visa objetivos financeiros, o
alcance dos objetivos estratégicos está associado a objetivos não financeiros, como o
desenvolvimento de capital intelectual (JUDGE; DOOLEY, 2006; SCHILKE; GOERZEN,
2010).
“Uma companhia aérea é uma empresa, sendo que todas as empresas são organizações
compostas por pessoas, com propósitos e objetivos” (DALPIAN GRAZIOTTIN, 2016).
A atividade executada pelas companhias aéreas pode ser definida:
Aviação Comercial é toda atividade em que se utilizam aeronaves (aviões ou
helicópteros) para se prestar serviços no mercado, auferindo lucros. Uma das
modalidades da aviação comercial é o transporte de passageiros em linhas regulares
(air lines ou linhas aéreas), que são dadas em concessão pelo governo brasileiro, que
concede o direito e a obrigação a certas empresas de realizarem as ligações entre
aeroportos determinados, com horários, frequência e equipamentos fixos e definidos,
23 transportando passageiros e podendo vender as passagens antecipadamente
(CORRÊA, 2013, p.73).
É importante que conheçamos bem as empresas que estão envolvidas no processo de
fusão estudado para que, partindo-se do histórico e da relação existente entre as empresas e as
pessoas que nelas trabalhavam antes da fusão, possamos diagnosticar de maneira clara as
mudanças e processos ocorridos (DALPIAN GRAZIOTTIN, 2016).
25
3 METODOLOGIA
26
Para que este trabalho conseguisse atingir sua finalidade de contribuir para o
crescimento científico por meio das informações propagadas, o presente capítulo apresentará
os procedimentos metodológicos e as técnicas de pesquisa adotadas para o desenvolvimento
da mesma (natureza da pesquisa, tipo de pesquisa e fonte dos dados bibliográficos) para
construção desta análise.
Para atingir o objetivo proposto nessa monografia, foi utilizada a pesquisa
bibliográfica, esse método é muito importante, pois:
[...] deve-se fazer um levantamento dos temas e tipos de abordagens já trabalhados
por outros estudiosos, assimilando-se os conceitos e explorando-se os
conhecimentos já catalogados em bibliotecas, editoras, videotecas, na internet, entre
outras (PRESTES, 2008, p.26).
Segundo Gil (2009), a pesquisa é do tipo bibliográfico, pois é desenvolvida com base
em material elaborado, constituído principalmente de artigos e livros.
A pesquisa bibliográfica foi utilizada para apresentar os principais conceitos discutidos
neste trabalho, por meio do uso da literatura de autores renomados, sites, livros e revistas
especializadas no tema, a pesquisa bibliográfica também foi utilizada para a obtenção de
informações sobre o negócio entre a LAN e a TAM.
Para a construção do trabalho foram realizadas pesquisas em artigos, sites
especializados, sites das empresas envolvidas no negócio estudado e sites de notícia.
Este trabalho é classificado como pesquisa teórica, ou sem finalidade de aplicação,
visto que foi desenvolvido um estudo sobre Alianças Estratégicas entre empresas aéreas. De
acordo com Lakatos (2010), pesquisa teórica ou bibliográfica, é o estudo que abrange toda a
bibliografia tornada pública em relação ao tema em estudo. Sua finalidade é colocar o
pesquisador com o que foi escrito ou desenvolvido sobre o assunto.
Para este trabalho, limitou-se a pesquisa na base cientifica Google Acadêmico, textos
encontrados com o termo chave "Alianças Estratégicas entre empresas aéreas" e “Fusão LAN
e TAM” e foram considerados trabalhos publicados entre os anos de 1992 a 2017. Quanto à
abordagem dos dados este trabalho é classificado como qualitativo, por se tratar de uma
pesquisa de caráter exploratório, com dados que em sua totalidade nem sempre são
objetivados em números.
Dessa forma é levada em consideração, a natureza dessa pesquisa sendo exploratória,
pois tem como objetivo maior familiaridade com o problema. É também de caráter
explicativa, pois de acordo com Andrade (2009, p.114-5), é utilizada para aprofundar-nos no
conhecimento da realidade, procurando o porquê e a razão das coisas. Nesse caso,
27
4 ANÁLISE E RESULTADO
28
Nesse capítulo será apresentado à análise e discussão dos conceitos utilizados sobre
Alianças Estratégicas, trazendo um estudo de caso entre as empresas aéreas LAN e TAM, que
por meio do processo de fusão estratégica originou a empresa LATAM Airlines Group.
Seguindo uma tendência global, a TAM – Linhas Aéreas S.A 2 e a LAN CHILE,
anunciaram no dia 13 de Agosto de 2010 a fusão das duas Empresas, criando a LATAM
Airlines Group S.A, a maior empresa aérea da América Latina. No entanto, as duas
companhias continuaram mantendo as suas marcas e suas sedes sociais em Santiago do Chile
e São Paulo.
Segundo (SHARP, 1991) são encontradas na literatura as seguintes estratégias de
internacionalização: licenciamento, joint ventures, alianças estratégicas, investimento direto
solo e fusões, e aquisições internacionais. As Fusões e Aquisições são, de modo geral,
tratadas conjuntamente, mas existem diferenças significativas entre elas. Em uma operação de
aquisição, uma empresa, a adquirente, incorpora outras empresas. A firma adquirente mantém
sua identidade, enquanto a adquirida é extinta (BARBOSA, 2014). Ao se tratar da empresa
LATAM será apresentado somente à estratégia de fusão, uma vez que esta é a estratégia
inserida na empresa analisada.
Para alcançar a competitividade estratégica, auferir retornos superiores e estar presente
no mercado atendendo uma grande fatia do negócio é um grande desafio. Devido a sucessivas
crises financeiras e problemas que quase levam gigantes da aviação a quebrar, a fusão é uma
forma estratégica de consolidar forças e se manter no mercado (LIMA, 2010).
Para companhias aéreas, as estratégias de fusões são um meio rápido para aumentar a
viabilidade financeira e a capacidade operacional. As empresas podem ter os custos reduzidos
por conta da eliminação de serviços comuns às duas empresas ou pelo compartilhamento de
instalações. Os casos recentes da Gol e Varig, Azul e Trip, são exemplos de utilização da
estratégia de fusões e aquisições empregada por companhias aéreas. Nesse contexto, a
empresa brasileira TAM e a chilena LAN fundiram-se para formar um gigante do setor, a
LATAM, maior empresa de aviação comercial da América Latina. Juntas, as empresas
2
S.A. é a sigla para Sociedade Anônima. Trata-se de um termo jurídico referente a um tipo de sociedade
empresarial, também chamado de companhia, que possui direito privado e capital divido por ações (Disponível
em: https://www.siglaseabreviaturas.com/sa/).
29
3
“ADRs” é a sigla (American Depositary Receipt), um instrumento criado há 90 anos nos Estados Unidos para
permitir que os investidores de lá pudessem, de forma fácil, comprar ações de empresas de fora do país. Ele
funciona como um recibo de ações de empresas estrangeiras (EXAME, 2017).
30
LAN Express, LAN Peru, LAN Ecuador, LAN Argentina, LAN Cargo, LAN Dominicana,
entre outras.
A partir de então, a LAN iniciou um processo deliberado de expansão. Em 2000, a
LAN se tornou membro da ONEWORLD, a terceira maior aliança de companhias aéreas do
mundo. Essa aliança possibilita a LAN conectar a América Latina, com 800 (oitocentos)
destinos em 150 (cento e cinquenta) países por meio de nove mil voos diários.
Ainda durante o ano de 2000, a LAN Chile deu início a um programa para a renovação
de sua frota, com a aquisição de 27 (vinte e sete) aeronaves.
A LAN AIRLINES foi uma das empresas aéreas líderes na América Latina para o
transporte de passageiros e carga. Suas subsidiárias apresentam posições de destaque em seus
respectivos mercados, que são: Chile, Peru, Argentina e Equador.
Segundo (LIMA, 2010), uma fusão é uma estratégia através da qual duas firmas
concordam em integrar suas operações, pois observam que têm recursos e capacidades que,
juntas, podem criar uma vantagem competitiva mais forte. Essa é uma tendência,
principalmente caso as empresas tenham o objetivo de atuar no mercado externo. Assim como
as companhias estrangeiras, as brasileiras estão percebendo que, para competir bem fora do
país, a fusão é a maneira mais rápida de ganhar em escala de mercado.
De acordo com Barros et alli (2003), fusão – envolve uma completa combinação de
duas ou mais pessoas jurídicas que, por fim, tornam-se uma única. Para Wright, Kroll e
Parnell (2000), as fusões e aquisições são estratégias de crescimento em que uma empresa se
combina com outra.
A principal característica da fusão é que todos os envolvidos deixam de existir para
assumir uma identidade conjunta. Do ponto de vista legal, as sociedades originais se
extinguem. A “nova sociedade adquire personalidade jurídica e inicia sua atividade
econômica a partir da data da fusão” (FABRETTI, 2005). O processo de fusão é consensual
entre os gestores das empresas envolvidas, que devem aprovar a manobra sob o ponto de vista
financeiro e/ou estratégico (BARBOSA, 2014).
Segundo Rossetti (2001), os processos de fusão e aquisição tem se intensificado no
Brasil em função da redução das barreiras de entrada de capital externo, da inserção do país
em um mercado global e do fim do monopólio.
Conforme Kloeckner (1994), as fusões entre empresas possuem certa semelhança com
a estratégia de aquisição internacional. A principal diferença é que a dimensão das empresas
envolvidas neste processo de fusão, normalmente, é igual. Além disso, geralmente as
empresas originais desaparecem, dando lugar a uma nova empresa que agrupa os ativos
materiais e humanos das empresas anteriores.
A literatura aponta um enorme grau de insucessos quando a empresa resultante da
fusão é gerida por apenas uma das partes. O corpo diretivo das duas empresas antigas deve
participar da gestão da nova empresa resultante desse processo de fusão. As taxas de sucesso
em fusões internacionais são pequenas, não passando de 25% (PORTER, 1986).
Nas fusões internacionais, a exemplo da LATAM, ocorre também transferência de
conhecimentos e habilidades de uma organização para outra de outro país, embora ocorra, em
contrapartida, um aprendizado mútuo de outras técnicas e conhecimentos importantes
(VIEIRA; CALICCHIO; ZILBER, 2011). Para Hill (1991), esta forma de entrada apresenta
algumas vantagens:
• Alto grau de controle dos custos de produtos e da qualidade;
34
• Vertical - como o próprio nome designa, refere-se a uma aquisição ocorrida entre empresas
que se encontram em estágios distintos no processo produtivo. Busca ganho de
competitividade.
• Congênere - as empresas envolvidas não atuam no mesmo ramo. Porém pode haver alguma
complementaridade em suas linhas a média e longo prazo.
• Conglomerado - envolve a aquisição de participação em companhias com foco de atividades
completamente diferentes, objetivando a diversificação das atividades ("ACQUISITIONS
CONSULTORIA EMPRESARIAL", 2017).
De acordo com a classificação dos tipos de fusão, no aspecto prático envolvendo a
operação da empresa LATAM, ela é um caso de fusão horizontal, na qual a TAM é adquirida
pela LAN por meio da troca de ações.
Por se tratar de grandes companhias aéreas, participantes de um setor fortemente
regulado, a fusão precisava submeter-se à aprovação de diversos órgãos regulatórios, antes de
ser efetivamente concretizada. Além disso, as duas empresas envolvidas, que possuíam
operações no mercado aberto, dependiam da aprovação dos acionistas para que a integração
pudesse acontecer (BARBOSA, 2014).
Ainda segundo Barbosa (2014), após a declaração de intenções da fusão na empresa
em questão, o processo precisou ser submetido ao julgamento de órgãos regulatórios
brasileiros e chilenos, para assegurar que a manobra não impactaria negativamente no cenário
concorrencial do mercado. O período de análise estendeu-se por pouco mais de um ano,
tempo para que os processos e apelos fossem registrados e julgados. As decisões de aprovação
da fusão pela ANAC (Agência Nacional de Aviação) e pelo TDLC (Tribunal de Defesa da
Livre Concorrência, em espanhol) aconteceram em março e setembro de 2011,
respectivamente. E Uma vez consentida à fusão, foi dado início ao processo de troca de
controle das empresas.
As duas companhias desenharam um estratégia para que a fusão atendesse a legislação
brasileira que limita a porcentagem de estrangeiros podem deter de uma companhia aérea
brasileira (até 20% na época), (AVIAÇÃOCOMERCIAL.NET, 2017).
Na figura 2 é mostrada a marca provisória da empresa em utilização desde o processo
de fusão.
36
Internamente, as duas companhias têm marcas fortemente reconhecidas, com alto grau
de engajamento entre os empregados. A união causou incertezas e confusões. Os funcionários
começaram a ter referências mistas: sou TAM? Sou LAN? Sou LAN e TAM? Ou sou
LATAM? Teve início um extenso trabalho de identificação de valores compartilhados pelas
duas empresas e formação e implantação de uma cultura organizacional homogênea. Entre a
conclusão da associação, em junho 2012, e a integração das operações e da cultura
organizacional das companhias, passou-se um pouco mais de um ano (TURATTI,
AMANTEA E ITO, 2016). A LAN já pertencia a Oneworld 4, enquanto a TAM era membro
da Star Alliance. A LATAM tinha a obrigação de decidir por permanecer em apenas uma
aliança global de empresas aéreas, como uma das condições impostas por reguladores para a
aprovação da fusão entre LAN e TAM (“G1 - União entre TAM e LAN, Latam opta por
Oneworld e descarta Star Alliance - notícias em Negócios”, 2013).
Optou-se por seguir com a aliança Oneworld, então a companhia TAM deixou a Star
Alliance e se uniu à Oneworld, a mesma aliança da LAN, e elas passaram a operar de forma
4
Oneworld é uma aliança global de linhas aéreas que reúne 15 das melhores e maiores linhas aéreas do mundo,
todas comprometidas em proporcionar serviços de classe mundial. (Disponível em:
https://www.latam.com/pt_br/conheca-nos/oneworld/alianca-oneworld/)
39
unificada. Assim, no início de 2014, o Grupo LATAM estava pronto para uma consistente
análise e decisão de arquitetura de marca (TURATTI; PINTO; ITO, 2016).
Esta fusão cria um novo grupo latino americano de linhas aéreas que estará entre os
maiores do mundo. Todas as rotas existentes foram mantidas e a malha de rotas será
expandida, posicionando a LATAM entre os maiores grupos de companhias aéreas do mundo
em termos de passageiros transportados. O comando da nova empresa aérea foi constituído da
seguinte maneira (LATAM, 2010):
• Mauricio Rolim Amaro – Presidente do Conselho da LATAM;
• Enrique Cueto – CEO5 da LATAM;
• Maria Claudia Amaro – Presidente do Conselho da TAM;
• Marco Bologna – CEO da TAM;
• Líbano Barroso – Presidente da TAM;
• Ignacio Cueto – CEO da LAN.
Quando o grupo LATAM Airlines ingressou na Oneworld, é importante ressaltar o
que dizem os CEOs sobre a escolha dessa aliança e o que representou para a Oneworld e a
própria LATAM. É possível verificar no “ANEXO A” deste trabalho.
A Figura 5 representa todas as companhias membro atual da aliança Oneworld:
De acordo com a análise feita usando a aliança estratégica entre a TAM e a LAN na
formação de uma nova empresa chamada LATAM, pode-se verificar que é uma boa
alternativa para permanecer e avançar no mercado, bem como expandir os seus serviços e
5
CEO é a sigla inglesa de Chief Executive Officer, que significa Diretor Executivo em Português. CEO é a
pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização. É o responsável pelas estratégias e
pela visão da empresa (Disponível em: https://www.significados.com.br/ceo/).
40
alcance da empresa, visto que há um fortalecimento da marca além das fronteiras. “Com
operações domésticas em 6 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru) e
mantendo operações internacionais na região e para Europa, Estados Unidos, Caribe, Oceania
e África” (LATAM, 2017).
41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo dessa monografia foi apresentar o que são as Alianças Estratégicas entre
empresas, pois se tornaram um ingrediente essencial nas estratégias das empresas sendo algo
muito comum e encontrado em diversas aéreas, não diferente o setor aéreo que encadeia uma
série de companhias aéreas com parcerias, alianças, processos de fusão e aquisição, estratégia
internacional, que são essenciais para o desenvolvimento das organizações, para obter
também acesso a novas tecnologias e então introduzir serviços diferenciados e novos no
mercado.
Há muitos motivos para que as empresas tenham interesse em se unir a outra, mas o
principal é que, quando as empresas formam alianças adequadas e as administram de maneira
eficiente, elas ajudam a criar valor, algo que poderiam não conseguir desenvolver agindo de
forma isolada, consequentemente com o planejamento adequado podem ingressar no mercado
de forma mais rápida. Produzir inovações e obter vantagem competitiva são fatores
importantes para as empresas, pois são elementos que vão influenciar o ambiente externo que
é fundamental para a sobrevivência e o êxito das empresas, bem como conseguir mais poder
no mercado.
Com foco na definição, tipos e classificações das Alianças estratégicas entre empresas
aéreas, foi analisado e discutido o estudo de caso da fusão das companhias aéreas LAN e
TAM como uma inovação no mercado brasileiro e que foi responsável pelo surgimento da
empresa aérea LATAM Airlines Group.
Quanto ao objetivo geral desse trabalho que foi o de explorar as “as razões pela qual
uma empresa aérea decide participar de uma aliança estratégica com outra empresa (uma, ou
mais empresas), procurando um meio de alcançar um objetivo estratégico”, conclui-se
baseado na revisão de literatura, que existem diversas formas de buscar parcerias entre as
empresas que podem explorar os processos de parcerias, alianças estratégicas, joint ventures,
fusão e aquisição, e etc.
Quanto ao objetivo de caracterizar a fusão e aquisição conclui-se baseado na revisão
de literatura que às fusões e aquisições podem assumir diversas características, a escolha de
determinada característica tem haver com a estratégia da empresa, com seus objetivos. Como
"ACQUISITIONS CONSULTORIA EMPRESARIAL", (2017) aponta, é analisado que as
fusões e aquisições podem ser classificadas como: horizontais, envolve empresas da mesma
indústria; verticais, envolve empresas da mesma cadeia de serviços; ou conglomerado,
envolve empresas que possuem pouca ou nenhuma similaridade.
42
REFERÊNCIAS
BARROS, Betania Tanure et alli. Fusões e Aquisições no Brasil: Entendendo as Razões dos
Sucessos e Fracassos. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 233 p.
BREALEY, R.; MYERS, S. Principles of corporate finance. New York: McGraw–Hill, 1996.
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2000.
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49
ANEXO A — Grupo LATAM Airlines escolhe a Oneworld como sua aliança global
nossos clientes", afirma Marco Antonio Bologna, CEO da TAM Airlines e da TAM SA. De
acordo com Bologna, a TAM "está mudando para uma aliança em crescimento, que tem
condições de oferecer as melhores opções de conexão aos passageiros.”
torno de 13.000 partidas diárias, transportando 480 milhões de passageiros por ano e gerando
receitas anuais de perto de US$ 140 bilhões.
O anúncio, resultado da revisão completa realizada pelo Grupo LATAM Airlines de
sua estratégia de alianças, acontece no momento em que a Oneworld passa pelo sua maior
expansão em cinco anos, com a entrada das seguintes companhias aéreas:
• airberlin, a sétima maior empresa aérea da Europa, em março de 2102;
• Malaysia Airlines, uma das empresas aéreas mais frequentemente premiadas do Sudeste
Asiático, em 1º de fevereiro de 2013;
• Qatar Airways no próximo ano, como o primeiro dos três grandes operadores do Golfo a
participar de qualquer aliança global de companhias aéreas;
• SriLankan Airlines, também no próximo ano, como a primeira companhia aérea do
subcontinente a participar de qualquer aliança global de companhias aéreas;
• A proposta transição da US Airways da Star para a Oneworld, ao unir-se com a American
Airlines, membro fundador da Oneworld, como parte de sua planejada fusão sujeita às
necessárias aprovações.