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Até aí, apesar do mau gosto da metáfora de identificar o Estado com a banditismo
estacionário, Olson estaria reproduzindo em termos neoclássicos a teoria
contratualista, com a qual tem em comum o método hipotético-dedutivo. Olson,
porém, apressa-se em estabelecer uma diferença clara quando afirma que não há
nenhum caráter contratual, não há nenhum aspecto voluntário nesse processo. O
Estado surge exclusivamente do auto-interesse do bandido estacionário. Em suas
palavras:
o Logo, o governo para grupos maiores do que tribos normalmente surge não em razão
de contratos sociais ou transações voluntárias de qualquer natureza, mas antes devido
ao auto-interesse daqueles que podem organizar a maior capacidade de violência.
Tudo isto é ignorado, toda a enorme luta política que foi necessária para que esses
direitos fossem ou estejam em processo de serem assegurados é esquecida, e a
política passa a ser o resultado do cálculo racional dos poderosos. Ou melhor, já que
o novo fator estratégico de produção deixou de ser o capital para ser o conhecimento,
e que vivemos no capitalismo do conhecimento, toda a política passa a se submeter à
racionalidade técnica de economistas e cientistas politicos.
ESTADO E DESENVOLVIMENTO
O estudo das instituições ganhou, no nosso tempo, uma importância maior porque os
homens perceberam com mais clareza que, através delas, podem alcançar resultados
sociais e podem atingir os objetivos políticos fundamentais das sociedades modernas:
a ordem pública, a liberdade, o bem-estar e a justiça.
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Fonte: Economia do Setor Público no Brasil
Paulo Arvate, Ciro Biderman
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004
Cap. 1, Pg. 4