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Processo de Cicatrização –

cuidados específicos (25h)

11ºTMEB (2020/22)

1. Cicatrização
2. Distúrbios na cicatrização
3. Processo normalizado de cicatrização
4. Tempo de cicatrização
CICATRIZAÇÃO
Sendo o maior órgão do corpo humano, a pele cobre uma área praticamente equivalente a 2 metros
quadrados e pode pesar até 10 kg.
FUNÇÕES DA PELE
Atua como barreira protetora face ao ambiente externo ao mesmo tempo que mantém a
homeostasia interna.

Importância social: define a aparência e a identificação de uma pessoa


Proteção: barreira de proteção contra o ambiente externo, por exemplo lesões químicas
ou mecânicas, radiação ultravioleta e mantém a homeostasia interna
Sensibilidade: é sensível à dor, ao toque, à pressão e à temperatura
Regulação térmica: efetua a regulação térmica através da constrição e dilatação dos
vasos sanguíneos e das suas glândulas sudoríparas
Metabolismo: efetua a síntese da vitamina D (metabolismo cálcio e fosfato) na presença
da luz solar
Carolina Rei Fidalgo
CICATRIZAÇÃO
ANATOMIA DA PELE

A pele é composta por duas grandes camadas, a epiderme e a


derme que se sobrepõem a uma camada adiposa designada
hipoderme (tecido subcutâneo).
Tanto a epiderme como a derme são igualmente compostas por
subcamadas.
A área que junta a epiderme e a derme designa-se junção derme-
epiderme. Essa área é responsável pela troca de oxigénio,
nutrientes e substâncias tóxicas entre a derme vascularizada e a
epiderme não vascularizada.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
EPIDERME

A epiderme é um epitélio escamoso de várias camadas córneas cuja espessura


varia entre os 0,03 e os 0,05 milímetros constituída por queratinócitos em diferentes
fases de diferenciação das camadas mais profundas às mais superficiais.
À medida que os queratinócitos se dividem, movem-se da camada mais profunda
para as camadas mais superficiais.
Quando atingem a camada córnea (a camada mais externa) são eliminados no
processo de renovação da epiderme, por exemplo após o banho ou após coçar.
Este processo designa-se por "descamação". A renovação completa da epiderme
("renovação da pele") demora aproximadamente 2 meses.

Carolina Rei Fidalgo


https://www.youtube.com/watch?v=BlQJdf-fBjI

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO
DERME

Quando comparada com a fina epiderme, a derme é uma rede complexa que compreende componentes celulares e acelulares.
Contém vasos sanguíneos, nervos, raízes de pelos e glândulas sudoríparas. Estruturalmente, a derme é constituída por duas
subcamadas, a derme papilar superficial e a derme reticular profunda. A rede vascular da derme papilar fornece oxigénio e nutrientes à
epiderme. O colagénio, encontrado principalmente na derme reticular, é a principal proteína estrutural da derme, assegurando à derme
a sua durabilidade. A elastina, outra proteína estrutural importante na derme, fornece à pele a sua elasticidade.
Os fibroblastos são as células mais importantes da derme e são responsáveis pela síntese e pela degradação das proteínas dérmicas
(colagénio e elastina). Outras das células que é possível encontrar na derme são os macrófagos e os linfócitos. Estas células fazem
parte do sistema imunitário da pele

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
HIPODERME (TECIDO SUBCUTÂNEO)

A hipoderme forma a base da epiderme e da derme e é


principalmente constituída por tecido conjuntivo frouxo e tecido
adiposo.
Contém vasos sanguíneos e nervos de maior dimensão face aos que se
encontram na derme.
O objetivo da hipoderme é sobretudo isolar e proporcionar um
armazenamento de energia.

Carolina Rei Fidalgo


https://www.youtube.com/watch?v=P2daFl84TxA

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO

Cicatrização cutânea é o termo que se refere ao processo de reparação tecidual da pele, no qual o tecido lesionado é substituído
por um tecido novo.
A reparação das camadas da pele é composta por diversos fatores, como a regeneração de células especializadas e a formação
do tecido de granulação.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO – O QUE É?

Após identificar uma lesão, o organismo inicia o processo de cicatrização como meio de
proteger o corpo, para que a ferida não se torne uma porta de entrada para infeções e outras
complicações.
Cada organismo é único e reage de uma maneira ao processo de cicatrização da pele.
O tipo de tratamento e até alguns fatores externos influenciam diretamente na resposta do paciente.
Faixa etária, estado nutricional, existência de doenças crônicas, tabagismo e obesidade são
informações que podem acelerar ou retardar o processo de cicatrização.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

CICATRIZAÇÃO DE PRIMEIRA INTENÇÃO

Ocorre, geralmente, em lesões causadas por objetos cortantes.


A ferida é fechada por aproximação de suas bordas, pois há pouca perda tecidual e baixo índice de complicações.
A lesão fecha entre 4 e 10 dias e a cicatriz é linear.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

CICATRIZAÇÃO DE SEGUNDA INTENÇÃO

Quando há perda acentuada de tecido.


As bordas da ferida não se unem e, portanto, esse espaço precisa ser preenchido por tecido de granulação que, na sequência, irá
reepitelizar.
O processo todo pode durar meses.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

CICATRIZAÇÃO DE TERCEIRA INTENÇÃO

O processo envolve limpeza, desbridamento (remoção dos tecidos mortos) e, posteriormente, encerramento da lesão por meio
de suturas, enxertos ou retalhos.
O resultado estético é intermediário.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO – FATORES INFLUENCIADORES

- corpo estranho, sujidades, material de sutura, implantes


- tecido necrosado ou isquémico
- infeção
FATORES LOCAIS

- temperatura
- coleção de líquidos: hematoma, seroma
- espaço morto
- material de incisão: bisturi vs tesoura
- tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento
- áreas de tensão, movimento

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CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO – FATORES INFLUENCIADORES - uso de corticosteroides
- radioterapia, quimioterapia
- idade
- diabetes mellitus descompensada
FATORES SISTÉMICOS

- neuropatia
- hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação
- choque hipovolémico
- presença de toxinas bacterianas
- anti-inflamatórios não esteroídes
- oxigênio hiperbárico
- ultrassonografia e fototerapia

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
MANIPULAÇÃO DAS FERIDAS

As feridas são caracterizadas como soluções de continuidade de pele


ou mucosa, de profundidade variável, até aponeuroses, músculos,
serosa, órgãos internos ou ossos.

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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme a densidade microbiana:

LIMPA - produzida pelo cirurgião; sem quebra de assepsia; sem envolvimento dos sistemas respiratório, gênito-urinário, alimentar ou
orofaringe;
BAIXA CONTAMINAÇÃO - lesão ocorrida há menos de 4 horas; que não apresenta sujidades ou que não envolve os sistemas
respiratório, gênito-urinário, alimentar ou orofaringe;
CONTAMINADA - decorrente de trauma recente; com presença de inflamação não purulenta; com a possibilidade de haver sujidades na
ferida
SUJA OU INFETADA - com presença de inflamação ou contaminação bacteriana aguda; de origem traumática; com evolução de mais
de 12 horas; pode haver supuração
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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme a progressão da lesão:

- CLASSE 1: de 0 a 4 horas de evolução. Apresenta pouca multiplicação bacteriana (< 105 bactérias/grama de tecido)
- CLASSE 2: de 4 a 12 horas de evolução. As bactérias começam sua multiplicação, mas não são invasivas
- CLASSE 3: acima de 12 horas. É considerada infetada

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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme a apresentação clínico-cirúrgica:

FECHADAS

Abrasão/contusão: a pele e/ou mucosa são lesionadas, mas permanecem


íntegras.
Podem ser profundas e alcançar tecido conectivo, muscular, tendão e
ósseo.
Geralmente resultantes de esmagamento ou fricção.

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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme a apresentação clínico-cirúrgica:

ABERTAS

- Incisa: sol. de continuidade linear, bordas regulares e profundidade variável. Produzida por objetos cortantes (faca, bisturi). São mais
propensas a hemorragias, pois a ausência de irregularidades dificulta a agregação plaquetária.
- Lacerada: produzida por objetos pontiagudos que cortam o tecido formando bordas irregulares, pouco sangrenta. Aquelas ocorridas há
menos de 3 horas podem ser suturadas plano a plano, após reavivamento e regularização das bordas (incisas). Quando ocorridas a
mais de 4 horas fecha-se parcialmente e utiliza-se drenos.

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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme a apresentação clínico-cirúrgica:

ABERTAS

- Avulsionada: produzida por despegamento do tecido subcutâneo, resultando no arranchamento da pele. Pouco sangrentas, de grande
espaço morto.
- Punctória: produzida por elementos perfurantes (cravos, pregos, estiletes e espetos). Não atingem cavidades/órgãos.
- Penetrante: solução de continuidade da pele e tecidos subjacentes alcançando cavidades (abdómen, tórax, seios faciais, etc).
Geralmente resultam em perfuração de vísceras, empiema ou evisceração.

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CICATRIZAÇÃO

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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme a causa:

- Traumática

- Atraumática

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CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

Conforme as estruturas comprometidas:

- Superficial

- Profunda

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CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

De modo geral, quando ocorre uma lesão, o tecido pode passar tanto por uma regeneração, quanto por uma cicatrização.
Geralmente, esta tende a se cicatrizar, e esse processo é divido em 3 fases distintas:
- uma fase inflamatória,
- uma fase de proliferação
- e uma fase de maturação.
Estas fases podem ocorrer simultaneamente.
A formação da cicatriz tem início cerca de 24 horas após a lesão e, em torno de 3-5 dias já é possível observar a presença do
tecido de granulação, que recebe esse nome pelo seu aspeto macroscópico no tecido epitelial.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Inflamatória ou Exaustiva

É uma fase que tem por objetivo terminar o extravasamento sanguíneo, remover células mortas, microrganismos e outros conteúdos
estranhos do local. Tem uma duração média entre 24 e 48 horas e é concluída até 2 semanas.
A ausência de integridade epitelial estimula duas reações imediatas, que são: hemostasia e inflamação. A primeira ocorre após a
libertação de substâncias vasoconstritoras (ex. tromboxano A2 e prostaglandinas) o que leva a agregação plaquetária nas paredes dos
vasos sanguíneos e, por consequência, há o estímulo da cascata de coagulação e de citocinas. Por sua vez, a cascata de coagulação,
objetiva estimular a chegada de alguns fatores de crescimento, como: fator de crescimento de transformação beta (TGF-β), fator de
crescimento derivado das plaquetas (PDGF), fator de crescimento derivado dos fibroblastos (FGF a e b) e fator de crescimento
epidérmico (EGF) que, por sua vez, atraem neutrófilos (importantes para a fagocitose de bactérias) para o local.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Inflamatória ou Exaustiva

A partir daqui a vasoconstrição dá lugar à vasodilatação (marcada pela presença de cininas, histamina, prostaglandinas e leucotrienos),
com início da inflamação e levando à migração de mais neutrófilos (quimiotaxia) para o local.
Com a vasodilatação, a ferida já apresenta os sinais clínicos clássicos da inflamação: calor, rubor, edema e dor.
Entre o terceiro e décimo dia os macrófagos substituem os neutrófilos e continuam a fagocitose e o desbridamento iniciado pelos
primeiros, bem como estimulam a deposição de uma matriz de fibrina no local e atraem outras células.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa

O grande objetivo da fase proliferativa é formar o tecido de granulação (composto por tecido conjuntivo, capilares sanguíneos,
leucócitos, colágeno tipo III e proteoglicanos), tendo seu início 48 horas após a lesão e permanecendo até duas semanas.
É dividida em 4 subfases: epitelização, angiogénese, fibroplasia e formação do tecido de granulação.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 1ª Fase EPITELIZAÇÃO

O processo de reepitelização da ferida depende se a membrana basal foi


lesada: se ela estiver intacta, ocorre a migração de queratinócitos, células
epiteliais e células tronco epiteliais da borda da ferida e dos anexos epiteliais;
caso a membrana basal esteja lesada, a migração desses componentes
ocorre apenas da borda da ferida.
A reepitelização procura estabelecer novamente uma nova barreira protetora
ao epitélio.

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CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 2ª Fase ANGIOGÉNESE

A angiogénese representa a formação de novos vasos sanguíneos a partir dos


já existentes. O seu estímulo é proveniente do fator de necrose tumoral alfa
(TNF-α), proteínas (como a angiogenina) e sinalizadores celulares como a
família VEGF (responsável pelo aumento da permeabilidade através da
vasodilatação por liberação de óxido nítrico e da estimulação de células
endoteliais).

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CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 2ª Fase ANGIOGÉNESE

É importante ressaltar que algumas moléculas, como as proteínas, são


responsáveis por estimular macrófagos e células endoteliais a libertarem os
demais sinalizadores (VEGF e FGF). A partir desse momento, as células
endoteliais iniciam a migração para a área lesionada e começam a se proliferar,
remodelando os capilares preexistentes e, através do recrutamento de outras
células componentes dos vasos, iniciam a formação de novos vasos sanguíneos
(vasos maduros).

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 2ª Fase ANGIOGÉNESE

Quando o vaso é formado, a migração de células endoteliais e deposição de


membrana basal cessam.
A angiogénese procura criar um ambiente vascular rico em oxigênio e nutrientes,
propício para a migração de células epiteliais, essenciais para o mecanismo de
reepitelização, sendo este, um fator fundamental para a completa cicatrização da
ferida. Além disso, a formação do tecido de granulação necessita da presença
desses novos vasos.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 3ª Fase FIBROPLASIA

É uma subfase marcada pela migração e ativação de fibroblastos para o local da ferida, e
estas são uma das principais células envolvidas na cicatrização, já que, através da sua
capacidade em produzir matriz extracelular, auxiliam na manutenção da integridade do
tecido conjuntivo.
Os fibroblastos são as principais células do tecido conjuntivo (considerados células
jovens), e a sua produção é estimulada pelos fatores de crescimento liberados por
macrófagos.

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CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 3ª Fase FIBROPLASIA

São os fibroblastos os responsáveis por produzir colágeno, fibronectina, elastina,


glicosaminoglicanas e proteases. Com a migração e ativação de fibroblastos e sua intensa
produção dos componentes citados, a matriz extracelular sofre, aos poucos, uma substituição por
tecido conjuntivo, o que caracteriza a fibroplasia.
A fibroplasia necessita da ocorrência simultânea da angiogénese e representa o início da formação
do tecido de granulação.
À medida que o tempo passa e o processo de cicatrização avança, a proliferação de fibroblastos e
o surgimento de novos vasos vai diminuindo.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Proliferativa ou Regenerativa – 4ª Fase GRANULAÇÃO

Por volta do 4º dia o tecido de granulação começa a ser formado, e é composto pelos novos
capilares sanguíneos, tecido conjuntivo frouxo, leucócitos, colágeno tipo III e proteoglicanos.
Os fibroblastos são as células essenciais para a formação do tecido de granulação. A olho nu
possui aparência rósea e o edema presente é fruto da grande permeabilidade vascular, além
de pequenos espaços presentes no seu endotélio que permitem extravasamento de líquido
para o meio intersticial. A partir do momento que a cicatriz vai maturando, a vascularização é
reduzida e o tecido de granulação passa a ter uma cor mais pálida.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Reparativa ou de Manutenção

Como já foi referido anteriormente, inicialmente, a cicatriz é marcada pela presença de um tecido conjuntivo do tipo frouxo.
A sua constituição é de colágeno do tipo III, ou seja, um constituinte mais fino, considerado ainda “imaturo”.
A fase da maturação é, em particular, marcada pela modificação desse colágeno que passa a apresentar fibras mais grossas, o que faz
com que a superfície da ferida fique mais forte (aumento da tensão) e sua espessura vai diminuindo. Aos poucos, a matriz antiga vai
sendo desfeita e dando lugar a nova organização tecidual.
É uma fase em que o colágeno é produzido, digerido e suas fibras passam por uma reorientação e reorganização. É uma fase longa,
tendo início por volta do 20º dia e pode durar de meses a mais de um ano.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

Fase Reparativa ou de Manutenção

Trata-se de uma fase crucial ao se considerar que, se a maioria dos vasos sanguíneos, fibroblastos e demais
células inflamatórias não desaparecerem, há o surgimento de cicatrizes hipertróficas ou queloides.
Essas duas alterações têm em comum o excesso de tecido conjuntivo do tipo denso (aquele marcado por uma
maior quantidade de fibras colágenas).
No entanto, a cicatriz hipertrófica pode regredir com o tempo, bem como suas elevações não ultrapassam a
borda da ferida.
Já o tipo queloide ultrapassa a borda da ferida e não regride com o tempo. Assim, é observado um desequilíbrio
entre produção e degeneração da matriz extracelular.

Carolina Rei Fidalgo


CICATRIZAÇÃO
FASES DE CICATRIZAÇÃO

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CICATRIZAÇÃO
PESQUISA INDIVIDUAL

Distúrbios da Cicatrização:

1. Hipertrófica
2. Atrófica
3. Queloide e normotrófica

Entrega de pesquisa (70%)


Apresentação oral (30%)

Data (a combinar)

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DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
CICATRIZAÇÃO

As cicatrizes surgem por diversos motivos, desde os mais simples, como p. ex.
um trauma na pele ou por sinais deixados pelo acne, até os mais graves como
as queimaduras, acidentes e cirurgias.

Qualquer ferimento que aconteça externamente na pele, dependendo da


profundidade, pode resultar numa cicatriz.
Embora esta seja esteticamente ou funcionalmente incómoda para muitas
pessoas, é considerada uma parte importante da recuperação de determinada
lesão. Afinal, a cicatriz é formada por um tecido mais fibroso que tem como
principal função a de substituir uma pele danificada.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

A cicatrização é o resultado da formação de um novo tecido.


A evolução normal das fases de cicatrização ocasiona, normalmente, uma cicatriz final com um bom aspeto quer estético como
também funcional.
Contudo, qualquer interferência nesse processo pode levar à formação de cicatrizes inadequadas, alargadas e pigmentadas.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
TIPOS DE CICATRIZES

Há diversos tipos de cicatrizes como:

1. Cicatriz Normotrófica,
2. Cicatriz Atrófica,
3. Cicatriz Hipertrófica
4. Queloide.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
CICATRIZES NORMOTRÓFICAS

Considerada a mais comum, a cicatriz normotrófica adquire a


mesma cor e até mesmo a textura da pele, porém deixa ainda uma
leve marca no local da lesão, seja esta por corte ou por algum
outro acidente.
Estas cicatrizes surgem, ocasionalmente, após lesões não tão
complexas ou geralmente após procedimentos cirúrgicos.
É considerada uma cicatriz de boa qualidade.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
CICATRIZES ATRÓFICAS

Este é o tipo de cicatriz que surge independente de fatores genéticos


e devido à perda de estruturas subjacentes que dão apoio e firmeza
à pele, como músculo e gordura, deixando uma espécie de
depressão na região.
A cicatriz atrófica costuma ser mais frequente nos casos de acne,
cirurgias e acidentes.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
CICATRIZES HIPERTRÓFICAS

Com textura elevada, avermelhada, mas que não vai além da lesão, as
cicatrizes hipertróficas são aquelas que ocorrem quando a produção
de colágeno do organismo está anormal.
Isso faz com que a aparência da região lesionada tenha uma textura
maior em relação à pele que se encontra ao redor.
Apesar de ser confundido com a cicatriz queloide, esse tipo de
cicatriz é raro, pois tem componentes hereditários associados.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
CICATRIZES QUELOIDES

As queloides são cicatrizes que não param de crescer, indo, desta


forma, muito além do tamanho inicial da lesão.
Este aumento sem regulação acontece devido ao organismo não
terminar o estímulo à produção de colágeno; podendo ter relação
com os aspetos raciais (é mais comum em orientais e
afrodescendentes) e ainda genéticos.

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DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO

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DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO

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DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
TRATAMENTOS DE CICATRIZES

Embora sejam respostas naturais do nosso corpo, as cicatrizes


podem causar um grande incómodo e, dependendo da
localização, tamanho e aspeto, pode prejudicar (em muito) a
autoestima e autoconfiança de cada individuo.

Atualmente existem diversas técnicas que melhoram o aspeto das


cicatrizes, mas como as suas formas são variáveis, os tratamentos
para cada uma delas também podem ser distintos.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
TRATAMENTOS DE CICATRIZES

As Cicatrizes Queloides, Hipertróficas e Atróficas genericamente podem ser tratadas, conforme o caso, com tratamentos
compressivos, placas de silicone, produtos tópicos, injeções de corticoides e, dependendo da gravidade, cirurgia para
reparação da cicatriz que necessariamente tem de ser associada a outros tratamentos; tendo como principal finalidade a
prevenção do ressurgimento de novas cicatrizes.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
TRATAMENTOS DE CICATRIZES

As cicatrizes hipertróficas e as queloides podem melhorar com várias intervenções, entre as quais podemos destacar:

- Aplicação de pressão local


- Evitar coçar e cobri-las com a aplicação de adesivos de silicone
- Injeções locais na cicatriz com esteroides
- Aplicação de raio laser
- Ressecção com cirurgia.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
TRATAMENTOS DE CICATRIZES

A cirurgia é útil para eliminar as cicatrizes hipertróficas.


No caso das queloides, o risco de reaparecerem após a ressecção pode chegar a 100%; desta forma, este método não é mais
utilizado, sendo preferível o uso de terapias locais já descritas anteriormente ou tratamentos mais agressivos como a radioterapia ou
a aplicação de medicamentos com efeito tóxico sobre as células: como as utilizadas na quimioterapia, nomeadamente no interior da
lesão.

Carolina Rei Fidalgo


DISTÚRBIOS NA CICATRIZAÇÃO
CORREÇÃO CICATRICIAL

Indicada para vários tipos de cicatrizes.


A Correção Cicatricial trata-se de uma cirurgia plástica bastante eficaz para melhorar
a condição ou a aparência de uma cicatriz que não tenha sido resolvida através de
outros tratamentos.

A finalidade da técnica é corrigir irregularidades na textura, tamanho ou cor,


proporcionando à pele um aspeto mais uniforme.
Torna-se fundamental relembrar, que cada caso deve ser avaliado individualmente para se
definir qual é a técnica mais adequada para a correção da cicatriz.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO
As feridas são interrupções da integridade da pele ou das mucosas.

Essas lesões podem resultar no desequilíbrio da saúde, o que, em muitos casos, pode impedir ou dificultar atividades básicas do
dia a dia, como a locomoção.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO
A cicatrização de lesões de pele é um processo complexo, que envolve diversas etapas.
Diversos fatores (internos e externos) podem influenciar na cicatrização de uma lesão, como:

– Tipo da lesão;
– Faixa etária;
– Estado nutricional;
– Doenças já pré-existentes (diabetes, hipertensão, etc…);
– Terapia medicamentosa;
– Adoção de tratamentos incorretos.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO

Mesmo que o processo de cicatrização varie de acordo com cada organismo, é possível identificar três fases da cicatrização que
levam à regeneração tecidual e à formação do tecido de cicatrização, como já falamos anteriormente:

1ª Fase Inflamatória ou exaustiva;


2ª Fase Proliferativa ou regenerativa;
3ª Fase Reparativa ou de manutenção.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO

FASE INFLAMATÓRIA OU EXAUSTIVA

Caracterizada pela presença de exsudato (secreção), que dura de um a quatro dias, dependendo da extensão e natureza da lesão.
Nesse período ocorre a ativação do sistema de coagulação sanguínea e a libertação de mediadores químicos, podendo
existir edema, vermelhidão/ rubor e dor.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO

FASE PROLIFERATIVA OU REGENERATIVA

É a fase da regeneração, que pode durar de 5 a 20 dias.


Nela ocorre a proliferação de fibroblastos, que dão origem ao processo chamado “fibroplasia”.
Nesse período, as células endoteliais se proliferam, resultando em rica vascularização e infiltração de macrófagos.
Esse conjunto forma o tecido de granulação.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO

FASE REPARATIVA OU MANUTENÇÃO

É a última fase do processo e que pode durar meses (e até mesmo anos).
A densidade celular e a vascularização são diminuídas, resultando na remodelação do tecido cicatricial (formado na fase anterior).
As fibras são realinhadas para aumentar a resistência do tecido e melhorar o aspeto da cicatriz.
Nessa fase, a cicatriz altera progressivamente sua tonalidade, passando do vermelho escuro a um tom rosa claro.

Carolina Rei Fidalgo


PROCESSO NORMALIZADO DE CICATRIZAÇÃO

Carolina Rei Fidalgo


TEMPO DE CICATRIZAÇÃO

O processo cicatricial: que engloba as três fases abordadas


anteriormente, pode ser acelerado se algumas medidas forem
tomadas.

Manter o organismo hidratado, ingerindo, no mínimo, 2 litros de água


por dia, é um fator fundamental para a boa cicatrização.

Uma dieta equilibrada, com proteínas, hidratos de carbono e


gorduras, também ajuda a acelerar a regeneração da pele.

Carolina Rei Fidalgo


TEMPO DE CICATRIZAÇÃO
A utilização da Membrana Regeneradora Porosa Membracel (exemplo de vários materiais, utilizados para o mesmo efeito) acelera a
cicatrização da região lesionada, uma vez que, promove o ambiente ideal para o desenvolvimento do tecido de granulação.
Além disso, a membrana mantém a umidade natural na região e promove as trocas gasosas, fatores que aceleram a
cicatrização.

Carolina Rei Fidalgo


TEMPO DE CICATRIZAÇÃO
Alguns fatores podem prejudicar a cicatrização da pele, tornando o processo mais demorado e podendo implicar complicações
e prejuízos estéticos, como também funcionais.

Esses fatores são definidos como:

1. Fatores Locais
2. Fatores Sistémicos

Carolina Rei Fidalgo


TEMPO DE CICATRIZAÇÃO
1 – Fatores locais (aqueles que se encontram diretamente relacionados com a ferida):

1. Características da ferida: dimensão, profundidade, aspeto da secreção, hematomas, edemas e presença de corpo estranho.

2. Cuidados básicos: higienização do material e curativos utilizados.

3. Isquemia tecidual: a falta de oxigenação que dificulta a proliferação das células.

4. Infeção local: quando o processo de cicatrização é retardado devido à existência de contaminação bacteriana.

Carolina Rei Fidalgo


TEMPO DE CICATRIZAÇÃO
2 – Fatores Sistémicos (que dizem respeito ao individuo, na sua globalidade):

1. Faixa etária: a idade avançada dificulta a resposta da fase inflamatória.


2. Estado nutricional: uma dieta pobre em proteínas e vitaminas interfere em todas as fases da cicatrização.
A má nutrição diminui a resposta imunológica e a síntese de colágeno.
O resultado disso, além da demora na cicatrização, pode resultar na deiscência de suturas.
3. Doenças crónicas: diabetes mellitus, obesidade, hipertensão, entre outras…
4. Terapia medicamentosa: anti-inflamatórios, antibióticos e tratamentos de quimioterapia, podem interferir no processo cicatricial.
5. Tratamento tópico inadequado: utilização de produtos inapropriados (ex. sabão comum)
6. Distúrbios cicatriciais: distúrbios na cicatrização, como atrofia cicatricial, cicatriz hipertrófica e queloides.

Carolina Rei Fidalgo

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