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11ºTMEB (2020/22)
1. Cicatrização
2. Distúrbios na cicatrização
3. Processo normalizado de cicatrização
4. Tempo de cicatrização
CICATRIZAÇÃO
Sendo o maior órgão do corpo humano, a pele cobre uma área praticamente equivalente a 2 metros
quadrados e pode pesar até 10 kg.
FUNÇÕES DA PELE
Atua como barreira protetora face ao ambiente externo ao mesmo tempo que mantém a
homeostasia interna.
Quando comparada com a fina epiderme, a derme é uma rede complexa que compreende componentes celulares e acelulares.
Contém vasos sanguíneos, nervos, raízes de pelos e glândulas sudoríparas. Estruturalmente, a derme é constituída por duas
subcamadas, a derme papilar superficial e a derme reticular profunda. A rede vascular da derme papilar fornece oxigénio e nutrientes à
epiderme. O colagénio, encontrado principalmente na derme reticular, é a principal proteína estrutural da derme, assegurando à derme
a sua durabilidade. A elastina, outra proteína estrutural importante na derme, fornece à pele a sua elasticidade.
Os fibroblastos são as células mais importantes da derme e são responsáveis pela síntese e pela degradação das proteínas dérmicas
(colagénio e elastina). Outras das células que é possível encontrar na derme são os macrófagos e os linfócitos. Estas células fazem
parte do sistema imunitário da pele
Cicatrização cutânea é o termo que se refere ao processo de reparação tecidual da pele, no qual o tecido lesionado é substituído
por um tecido novo.
A reparação das camadas da pele é composta por diversos fatores, como a regeneração de células especializadas e a formação
do tecido de granulação.
Após identificar uma lesão, o organismo inicia o processo de cicatrização como meio de
proteger o corpo, para que a ferida não se torne uma porta de entrada para infeções e outras
complicações.
Cada organismo é único e reage de uma maneira ao processo de cicatrização da pele.
O tipo de tratamento e até alguns fatores externos influenciam diretamente na resposta do paciente.
Faixa etária, estado nutricional, existência de doenças crônicas, tabagismo e obesidade são
informações que podem acelerar ou retardar o processo de cicatrização.
O processo envolve limpeza, desbridamento (remoção dos tecidos mortos) e, posteriormente, encerramento da lesão por meio
de suturas, enxertos ou retalhos.
O resultado estético é intermediário.
- temperatura
- coleção de líquidos: hematoma, seroma
- espaço morto
- material de incisão: bisturi vs tesoura
- tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento
- áreas de tensão, movimento
- neuropatia
- hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação
- choque hipovolémico
- presença de toxinas bacterianas
- anti-inflamatórios não esteroídes
- oxigênio hiperbárico
- ultrassonografia e fototerapia
LIMPA - produzida pelo cirurgião; sem quebra de assepsia; sem envolvimento dos sistemas respiratório, gênito-urinário, alimentar ou
orofaringe;
BAIXA CONTAMINAÇÃO - lesão ocorrida há menos de 4 horas; que não apresenta sujidades ou que não envolve os sistemas
respiratório, gênito-urinário, alimentar ou orofaringe;
CONTAMINADA - decorrente de trauma recente; com presença de inflamação não purulenta; com a possibilidade de haver sujidades na
ferida
SUJA OU INFETADA - com presença de inflamação ou contaminação bacteriana aguda; de origem traumática; com evolução de mais
de 12 horas; pode haver supuração
Carolina Rei Fidalgo
CICATRIZAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS
- CLASSE 1: de 0 a 4 horas de evolução. Apresenta pouca multiplicação bacteriana (< 105 bactérias/grama de tecido)
- CLASSE 2: de 4 a 12 horas de evolução. As bactérias começam sua multiplicação, mas não são invasivas
- CLASSE 3: acima de 12 horas. É considerada infetada
FECHADAS
ABERTAS
- Incisa: sol. de continuidade linear, bordas regulares e profundidade variável. Produzida por objetos cortantes (faca, bisturi). São mais
propensas a hemorragias, pois a ausência de irregularidades dificulta a agregação plaquetária.
- Lacerada: produzida por objetos pontiagudos que cortam o tecido formando bordas irregulares, pouco sangrenta. Aquelas ocorridas há
menos de 3 horas podem ser suturadas plano a plano, após reavivamento e regularização das bordas (incisas). Quando ocorridas a
mais de 4 horas fecha-se parcialmente e utiliza-se drenos.
ABERTAS
- Avulsionada: produzida por despegamento do tecido subcutâneo, resultando no arranchamento da pele. Pouco sangrentas, de grande
espaço morto.
- Punctória: produzida por elementos perfurantes (cravos, pregos, estiletes e espetos). Não atingem cavidades/órgãos.
- Penetrante: solução de continuidade da pele e tecidos subjacentes alcançando cavidades (abdómen, tórax, seios faciais, etc).
Geralmente resultam em perfuração de vísceras, empiema ou evisceração.
Conforme a causa:
- Traumática
- Atraumática
- Superficial
- Profunda
De modo geral, quando ocorre uma lesão, o tecido pode passar tanto por uma regeneração, quanto por uma cicatrização.
Geralmente, esta tende a se cicatrizar, e esse processo é divido em 3 fases distintas:
- uma fase inflamatória,
- uma fase de proliferação
- e uma fase de maturação.
Estas fases podem ocorrer simultaneamente.
A formação da cicatriz tem início cerca de 24 horas após a lesão e, em torno de 3-5 dias já é possível observar a presença do
tecido de granulação, que recebe esse nome pelo seu aspeto macroscópico no tecido epitelial.
É uma fase que tem por objetivo terminar o extravasamento sanguíneo, remover células mortas, microrganismos e outros conteúdos
estranhos do local. Tem uma duração média entre 24 e 48 horas e é concluída até 2 semanas.
A ausência de integridade epitelial estimula duas reações imediatas, que são: hemostasia e inflamação. A primeira ocorre após a
libertação de substâncias vasoconstritoras (ex. tromboxano A2 e prostaglandinas) o que leva a agregação plaquetária nas paredes dos
vasos sanguíneos e, por consequência, há o estímulo da cascata de coagulação e de citocinas. Por sua vez, a cascata de coagulação,
objetiva estimular a chegada de alguns fatores de crescimento, como: fator de crescimento de transformação beta (TGF-β), fator de
crescimento derivado das plaquetas (PDGF), fator de crescimento derivado dos fibroblastos (FGF a e b) e fator de crescimento
epidérmico (EGF) que, por sua vez, atraem neutrófilos (importantes para a fagocitose de bactérias) para o local.
A partir daqui a vasoconstrição dá lugar à vasodilatação (marcada pela presença de cininas, histamina, prostaglandinas e leucotrienos),
com início da inflamação e levando à migração de mais neutrófilos (quimiotaxia) para o local.
Com a vasodilatação, a ferida já apresenta os sinais clínicos clássicos da inflamação: calor, rubor, edema e dor.
Entre o terceiro e décimo dia os macrófagos substituem os neutrófilos e continuam a fagocitose e o desbridamento iniciado pelos
primeiros, bem como estimulam a deposição de uma matriz de fibrina no local e atraem outras células.
O grande objetivo da fase proliferativa é formar o tecido de granulação (composto por tecido conjuntivo, capilares sanguíneos,
leucócitos, colágeno tipo III e proteoglicanos), tendo seu início 48 horas após a lesão e permanecendo até duas semanas.
É dividida em 4 subfases: epitelização, angiogénese, fibroplasia e formação do tecido de granulação.
É uma subfase marcada pela migração e ativação de fibroblastos para o local da ferida, e
estas são uma das principais células envolvidas na cicatrização, já que, através da sua
capacidade em produzir matriz extracelular, auxiliam na manutenção da integridade do
tecido conjuntivo.
Os fibroblastos são as principais células do tecido conjuntivo (considerados células
jovens), e a sua produção é estimulada pelos fatores de crescimento liberados por
macrófagos.
Por volta do 4º dia o tecido de granulação começa a ser formado, e é composto pelos novos
capilares sanguíneos, tecido conjuntivo frouxo, leucócitos, colágeno tipo III e proteoglicanos.
Os fibroblastos são as células essenciais para a formação do tecido de granulação. A olho nu
possui aparência rósea e o edema presente é fruto da grande permeabilidade vascular, além
de pequenos espaços presentes no seu endotélio que permitem extravasamento de líquido
para o meio intersticial. A partir do momento que a cicatriz vai maturando, a vascularização é
reduzida e o tecido de granulação passa a ter uma cor mais pálida.
Como já foi referido anteriormente, inicialmente, a cicatriz é marcada pela presença de um tecido conjuntivo do tipo frouxo.
A sua constituição é de colágeno do tipo III, ou seja, um constituinte mais fino, considerado ainda “imaturo”.
A fase da maturação é, em particular, marcada pela modificação desse colágeno que passa a apresentar fibras mais grossas, o que faz
com que a superfície da ferida fique mais forte (aumento da tensão) e sua espessura vai diminuindo. Aos poucos, a matriz antiga vai
sendo desfeita e dando lugar a nova organização tecidual.
É uma fase em que o colágeno é produzido, digerido e suas fibras passam por uma reorientação e reorganização. É uma fase longa,
tendo início por volta do 20º dia e pode durar de meses a mais de um ano.
Trata-se de uma fase crucial ao se considerar que, se a maioria dos vasos sanguíneos, fibroblastos e demais
células inflamatórias não desaparecerem, há o surgimento de cicatrizes hipertróficas ou queloides.
Essas duas alterações têm em comum o excesso de tecido conjuntivo do tipo denso (aquele marcado por uma
maior quantidade de fibras colágenas).
No entanto, a cicatriz hipertrófica pode regredir com o tempo, bem como suas elevações não ultrapassam a
borda da ferida.
Já o tipo queloide ultrapassa a borda da ferida e não regride com o tempo. Assim, é observado um desequilíbrio
entre produção e degeneração da matriz extracelular.
Distúrbios da Cicatrização:
1. Hipertrófica
2. Atrófica
3. Queloide e normotrófica
Data (a combinar)
As cicatrizes surgem por diversos motivos, desde os mais simples, como p. ex.
um trauma na pele ou por sinais deixados pelo acne, até os mais graves como
as queimaduras, acidentes e cirurgias.
1. Cicatriz Normotrófica,
2. Cicatriz Atrófica,
3. Cicatriz Hipertrófica
4. Queloide.
Com textura elevada, avermelhada, mas que não vai além da lesão, as
cicatrizes hipertróficas são aquelas que ocorrem quando a produção
de colágeno do organismo está anormal.
Isso faz com que a aparência da região lesionada tenha uma textura
maior em relação à pele que se encontra ao redor.
Apesar de ser confundido com a cicatriz queloide, esse tipo de
cicatriz é raro, pois tem componentes hereditários associados.
As Cicatrizes Queloides, Hipertróficas e Atróficas genericamente podem ser tratadas, conforme o caso, com tratamentos
compressivos, placas de silicone, produtos tópicos, injeções de corticoides e, dependendo da gravidade, cirurgia para
reparação da cicatriz que necessariamente tem de ser associada a outros tratamentos; tendo como principal finalidade a
prevenção do ressurgimento de novas cicatrizes.
As cicatrizes hipertróficas e as queloides podem melhorar com várias intervenções, entre as quais podemos destacar:
Essas lesões podem resultar no desequilíbrio da saúde, o que, em muitos casos, pode impedir ou dificultar atividades básicas do
dia a dia, como a locomoção.
– Tipo da lesão;
– Faixa etária;
– Estado nutricional;
– Doenças já pré-existentes (diabetes, hipertensão, etc…);
– Terapia medicamentosa;
– Adoção de tratamentos incorretos.
Mesmo que o processo de cicatrização varie de acordo com cada organismo, é possível identificar três fases da cicatrização que
levam à regeneração tecidual e à formação do tecido de cicatrização, como já falamos anteriormente:
Caracterizada pela presença de exsudato (secreção), que dura de um a quatro dias, dependendo da extensão e natureza da lesão.
Nesse período ocorre a ativação do sistema de coagulação sanguínea e a libertação de mediadores químicos, podendo
existir edema, vermelhidão/ rubor e dor.
É a última fase do processo e que pode durar meses (e até mesmo anos).
A densidade celular e a vascularização são diminuídas, resultando na remodelação do tecido cicatricial (formado na fase anterior).
As fibras são realinhadas para aumentar a resistência do tecido e melhorar o aspeto da cicatriz.
Nessa fase, a cicatriz altera progressivamente sua tonalidade, passando do vermelho escuro a um tom rosa claro.
1. Fatores Locais
2. Fatores Sistémicos
1. Características da ferida: dimensão, profundidade, aspeto da secreção, hematomas, edemas e presença de corpo estranho.
4. Infeção local: quando o processo de cicatrização é retardado devido à existência de contaminação bacteriana.