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FACULDADE DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ALICE COSENDEY CARVALHO

BEATRIZ SOARES ROBERT

TRABALHO DE NEUROPSICOLOGIA II – RESUMO DO CAPÍTULO 7 DO


LIVRO: AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 2ª EDIÇÃO.

Trabalho apresentado à Faculdade Santo


Antônio de Pádua com requisito parcial a aprovação na
disciplina de Projeto Integrador do Curso de Bacharelado
em Psicologia.

Orientadora: ANA LÚCIA BARROS.

Santo Antônio De Pádua

14 de setembro 2022.
♦ AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 2ª EDIÇÃO - CAPÍTULO 7:
LINGUAGEM.

➢ O que é a Linguagem?
A linguagem é uma habilidade cognitiva bastante complexa, importante para
a socialização e comunicação humana. Logo, os distúrbios de linguagem
adquiridos geralmente interferem de forma significativa nas habilidades:
comunicativas, sociais, laborais e de reintegração à sociedade.

“A linguagem é o resultado de uma atividade nervosa que permite que a


comunicação interpessoal de estados psíquicos através da materialização de
representações destes estados.” (Lecours e cols, 1979).

A linguagem é definida por aspectos biológicos e sociais que favorecem a


adaptação do indivíduo ao ambiente. Logo, na neuropsicologia, a linguagem é
dissociada de componentes linguísticos, cognitivos e sociais.

● Cognitivo:Transformação da informação do ambiente em conhecimento,


organização, armazenamento, recuperação e transformação.
● Linguístico: Aspectos fonológicos e sintáticos, organizados segundo regras
também aos aspectos semânticos e pragmáticos.
● Sociais: O uso da linguagem é organizado segundo regras sociais que
fornecem informações sobre práticas sociais da linguagem.

O que é a neuropsicologia da linguagem? Área ampla que investiga: aquisição


da linguagem; bases neurológicas da linguagem; processamento cognitivo
linguístico oral e escrito; déficits linguísticos adquiridos ou de desenvolvimento;
avaliação e reabilitação.

➢ Avaliação da linguagem e seus objetivos:


A avaliação neuropsicológica da linguagem deve permitir a compreensão
dos déficits em termos de manifestações superficiais, causas subjacentes e
componentes afetados, além de mostrar as potencialidades em todos os
níveis de descrição (funções linguísticas, atividades comunicativas e
questões psicossociais) (Turgeon & Macoir,2008).

A avaliação da linguagem é a prática em que se sistematizam dados, de


forma integrada, de todos os componentes anteriores com vários objetivos:

● determinação de normalidade.
● constatação da presença de déficits.
● estabelecimento de diagnóstico ou prognóstico.
● indicações terapêuticas.
● verificação de evolução e desfecho de condições clínicas.

★ Importante I: A avaliação deve ser abrangente e incluir a análise de


aspectos preservados, íntegros e comprometidos nos domínios
linguísticos, observar déficits permite caracterizar o diagnóstico de:
afasias, demências, alterações linguístico-cognitivas, síndromes de
hemisfério direito e outras disfunções.

★ Importante II: A avaliação deve ser direcionada pelas hipóteses


formadas na observação, sendo, portanto, um processo cíclico, em
contínua revisão de hipóteses, até fornecer bases suficientes para a
reabilitação (Nickels, 2008).

➢ Fundamentos para a construção dos instrumentos de avaliação:


Os instrumentos de avaliação de linguagem têm base em dados
neurobiológicos originados da afasiologia clássica e de investigações cerebrais
recentes, com técnicas de neuroimagem modernas, em construtos da
psicolinguística, neuropsicologia e em construtos sociais.

➢ Fundamentos neurobiológicos:
O conhecimento recentemente construído sobre a linguagem tem como base
a tomografia por emissão de pósitrons e ressonância magnética funcional, que
avaliam aspectos temporais de linguagem. Isso é importante pois isso auxilia a
respaldar e validar instrumentos utilizados na avaliação comportamental da
linguagem. Logo, demonstra que outras áreas, além das clássicas áreas de Broca e
Wernicke, são importantes para o processamento da linguagem. Ou seja, demonstra
o caráter distribuído, a flexibilidade dos circuitos cerebrais, sua capacidade de
adaptação e participação em diferentes aspectos da produção de fala, e revisão do
entendimento sobre as implicações de lesões cerebrais específicas.

 Importante Área de Broca X Área de Wernicke:


1) Área de Broca:
 Descobre uma lesão que era responsável pela fala.
 Dificuldade de expressar.
 Consegue compreender mas não cosegue emitir som.
 Afasia de Broca = perda da expressão da linguagem.

2) Área de Wernicke: Fala mas não compreende o que foi dito ou o que
está sendo falado.
➢ Fundamentos linguísticos e psicolinguísticos:
A descrição das alterações dos processos de compreensão e produção da
linguagem (oral e escrita) constitui o foco da avaliação que se fundamenta em
conhecimentos linguísticos e psicolinguísticos. Esta busca a análise de alteração
nos componentes linguísticos e como essas alterações comprometem o processo de
compreensão e produção da linguagem.

As teorias psicolinguísticas trouxeram referenciais para a construção de


avaliações de linguagem em moldes fundamentados nas duplas dissociações
cognitivas, as quais buscam respaldo em conhecimentos neurobiológicos. Em outras
palavras, os modelos psicolinguísticos são validados e fundamentados a partir de
observações de respostas comportamentais documentadas em exames de
neuroimagem.

➢ Fundamentos sociais:
Outra perspectiva de avaliação, foi influenciada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). A funcionalidade e qualidade de vida passaram a integrar a
avaliação de linguagem. O modelo atual da OMS, estendeu as dimensões sociais e
enfatiza a inclusão social dos pacientes.

➢ Confiabilidade e validade dos instrumentos de avaliação:


Assim como os demais testes neuropsicológicos, os instrumentos para avaliação da
linguagem devem ser considerados confiáveis e válidos. A confiabilidade e a
validade de um teste permitem a generalização com segurança e a redução da
margem de erro na interpretação dos resultados.

★ Importante: A confiabilidade refere-se ao nível de consistência ou


estabilidade nos valores de pontuação obtidos em determinado instrumento.
esta pode ser avaliada por vários métodos, como o teste-reteste, o método
parallel-form (considerado o padrão-ouro), aplicação de split-half e aplicação
de consistência interna. Logo, diz respeito à precisão com que um
instrumento mede determinada habilidade. Além dela, os testes devem ser
validados e verificados em relação à sua acurácia.

➢ Processos de avaliação de linguagem: coleta de dados e os


instrumentos:

Os dados de linguagem podem ser coletados por meio de observações


diretas e relatos do paciente ou de familiares sobre habilidades/inabilidades de
comunicação. A coleta de informações permite o delineamento de hipóteses a serem
testadas para a determinação do diagnóstico.
➢ Relatos e questionários:
Familiares e pessoas que convivem, conhecem a história, ou têm
experiências diretas de contato social com o paciente ou o paciente em si, são
importantes fontes de dados. Por esse motivo, foram desenvolvidos questionários
para obter informações sobre o paciente. Na maioria das vezes, os questionários
dirigem-se à busca de informações a respeito da comunicação, ou seja, a linguagem
no uso cotidiano. Logo, dois questionários merecem destaque: o CETI e a avaliação
funcional de habilidades de comunicação para adultos.

a) CETI: tem aplicação rápida e baseia-se nas respostas fornecidas a 16


questões dirigidas a situações naturais, como a “capacidade de chamar a
atenção do interlocutor”.

b) A avaliação funcional de habilidades de comunicação para adultos: é um


questionário com 43 itens que avalia quatro domínios: comunicação social,
necessidades básicas, leitura, escrita e conceitos numéricos, e planejamento
diário.

➢ Observações diretas de situações naturais:


Há outros métodos de se obter dados de situações naturais, como a
conversação analisada segundo métodos específicos. Esses, podem tomar como
ponto de partida amostras, e por meio de observação empírica, classificar
ocorrências que dizem respeito à organização global da conversação, como
capacidade de iniciar um tópico, de manter e/ou transferir o turno, e ainda,
habilidade de perceber e corrigir os próprios erros.

➢ Testes e avaliações formais:


Frequentemente, a situação de avaliação é conduzida em ambientes pouco
naturais, como hospitais/consultórios e dirige-se à busca dos “problemas de
comunicação” incluindo exames de beira de leito, rastreios, baterias de avaliação e
testes de habilidades específicas de linguagem.

➢ Testes abrangentes:
As baterias abrangentes incluem testes em diferentes níveis de dificuldade,
organizados segundo modalidades de input e output. são construídos de modo a
minimizar efeitos de contexto e partem de um modelo de linguagem patológica e da
observação sistemática de pacientes e seus problemas, enfatizando déficits cuja
presença é consensualmente admitida nas afasias.
➢ Testes de rastreio e testes resumidos:
Os rastreios destinam-se à identificação da presença ou ausência de
alterações de linguagem e ao fornecimento de indicadores para a continuidade da
avaliação e a introdução de procedimentos terapêuticos. são interessantes para
aplicações em situações de internação, nesses casos, é importante que no clínico
faça a máxima utilização de mínima informação, o que exige treino e experiência.

➢ Testes de habilidades específicas:


Esses testes são interessantes quando as respostas do paciente sofreram
efeito “teto” ou “solo“, ou quando é necessário aprofundar a avaliação de
determinado aspecto do processamento da linguagem. os testes auxiliam a
identificar componentes preservados e comprometidos, com base na observação de
efeitos de lesão e de variáveis psicolinguísticas “críticas”. Como também são fontes
de dados para interpretação a natureza dos erros (ex: erros visuais vs erros
semânticos na nomeação) e o contraste de desempenhos em diferentes provas.

➢ Avaliação de interfaces da linguagem e outras habilidades cognitivas:


Um teste que avalia indivíduos em suas habilidades cognitivo-linguísticas é o
CLT que em curto tempo auxilia a avaliação da condição cognitiva em cinco
domínios: atenção, memória, linguagem, funções executivas e habilidades
visuoespaciais em adultos com disfunção neurológica.

➢ Avaliações subjetivas:
As avaliações de linguagem não excluem aspectos qualitativos e subjetivos.
Nesses casos é preciso considerar a necessidade de métodos que garantam a
consistência e a estabilidade das observações obtidas por meio de medidas
repetidas, adição de juízes para observações, análise de congruência e consistência
de julgamentos.

★ Importante: A avaliação da qualidade de vida em afásicos foi estudada


em nosso meio por Ribeiro (2008) e mostrou ser possível a obtenção de
respostas dos próprios pacientes afásicos quanto a dificuldades
específicas de compreensão e expressão da linguagem e o impacto das
sequelas da afasia na qualidade de vida.

 Referências:

1. file:///C:/Users/AlicePsicologia/Downloads/Neuropsicologia_%20Teoria%20e%20Pr
%C3%A1tica%20(%20PDFDrive%20).pdf

2. https://play.google.com/books/reader?id=3XNQDwAAQBAJ&pg=GBS.PT67&hl=pt

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