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Transporte
Prof. Athos Henrique Teixeira
Prof. Eddy Ervin Eltermann
2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Athos Henrique Teixeira
Prof. Eddy Ervin Eltermann
388
T266a Teixeira, Athos Henrique
Agenciamento e Transporte / Athos Henrique Teixeira; Eddy Ervin
Eltermann. Indaial : Uniasselvi, 2012.
229 p. : il
ISBN 978-85-7830-598-7
Impresso por:
Apresentação
Olá, caro(a) acadêmico(a)!
III
Lembre-se de que o seu sucesso profissional dependerá do conhecimento
adquirido e das suas habilidades de relacionamento interpessoal.
Boa leitura!!!
IV
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO ............................. 1
VII
3 SERVIÇOS RECEPTIVOS................................................................................................................... 83
4 ROTEIROS TURÍSTICOS.................................................................................................................... 85
4.1 ELABORAÇÃO DE ROTEIROS TURÍSTICOS............................................................................. 89
4.2 TIPOS DE ROTEIROS...................................................................................................................... 92
4.3 PROGRAMA DO ROTEIRO........................................................................................................... 93
4.4 PRECIFICAÇÃO DE ROTEIROS.................................................................................................... 97
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 103
VIII
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 186
TÓPICO 3 - TRANSPORTE RODOVIÁRIO.................................................................................... 187
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 187
2 HISTÓRICO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO....................................................................... 187
3 REGULAMENTAÇÃO........................................................................................................................ 189
4 TIPOS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO UTILIZADOS NO TURISMO............................ 190
5 TERMINAIS RODOVIÁRIOS ........................................................................................................ 192
6 O TRANSPORTE RODOVIÁRIO NACIONAL............................................................................ 193
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 196
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 198
IX
X
UNIDADE 1
AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O
MERCADO TURÍSTICO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um deles você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
AGENCIAMENTO DE VIAGENS
1 INTRODUÇÃO
Na atual sociedade, cada vez mais informação e tecnologia estão
ligadas à composição do mercado. Estamos constituindo um novo processo de
desenvolvimento do profissionalismo, centrado em propostas de alto rendimento
e da exacerbação do sentido competitivo nas empresas.
3
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
Outro ponto a ser destacado são os grandes eventos, como a Copa das
Confederações, em 2013, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016,
que serão realizados no Brasil e que, sem sombra de dúvidas, irão alavancar
ainda mais os números do setor e ressaltar a imagem do Brasil como um destino
turístico internacional.
4
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
3 CONTEXTO HISTÓRICO
Desde muito tempo, as viagens fizeram parte do cotidiano do homem.
Porém, na idade contemporânea é que surgiram as agências de viagens na forma
mais semelhante dos negócios atuais. Iniciaram na Europa e nos Estados Unidos
na metade do século XIX, utilizando-se do aumento das viagens em função
da evolução tecnológica provocada pela Revolução Industrial nos meios de
transportes, especialmente o ferroviário e o marítimo.
- Realizou uma viagem de volta ao mundo com duração de 222 dias para um
grupo de nove pessoas, em 1872.
Após meados do século XIX, pode-se dizer que houve uma grande proliferação
de agências, especialmente na Europa. Na Alemanha, na cidade de Breslau, hoje
pertencente à Polônia, Stangen fundou a primeira agência de viagens, em 1863.
6
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
Antes mesmo desta época, em Salvador, Manoel José do Conde abriu uma
empresa dedicada à importação e exportação e passou a representar a companhia
marítima Lloyd Real Holandês, passando a se dedicar à venda e apoio a cargas e
passageiros. Não eram exatamente os agentes de viagens de hoje, mas já serviam
aos propósitos das viagens desde aqueles tempos (ABAV, 2004). No Brasil, a
primeira agência eminentemente brasileira foi a Agência Geral de Turismo,
fundada no ano de 1943, em São Paulo.
UNI
7
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
4.1 FUNÇÕES
No Brasil, a oferta dos serviços de agenciamento turístico tem crescido e
se diversificado a cada ano. É comum surgirem novas empresas com conceitos
e propostas diferentes, que buscam chamar a atenção do mercado consumidor
por meio da oferta de serviços que vai muito além da simples emissão de uma
passagem ou reserva de um hotel.
Esta mudança não está presente somente no ambiente físico, mas também
é encontrada no atendimento, no desenvolvimento e distribuição dos produtos
e, ainda, nas estratégias de comunicação com clientes, fornecedores e parceiros.
Na nova ordem dos negócios, mudanças são exigidas para que empresas possam
atender às novas necessidades constituídas por um público cada vez mais
consciente, bem informado e exigente.
8
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
9
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
NOTA
11
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
PRODUTOS DE TURISMO
MERCADO INTERMEDIÁRIO
OPERADORAS DE TURISMO ORGANIZAÇÕES
TURÍSTICAS,
ASSOCIAÇÕES, TIME
SHARING E OUTRAS
AGÊNCIAS DE VIAGEM
INTERNET
MERCADO FINAL
12
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
Neste sentido, Petrocchi e Bona (2003, p. 11) apresentam que: “as agências
de turismo são organizações que têm a finalidade de comercializar produtos
turísticos. Elas orientam as pessoas que desejam viajar, estudam as melhores
condições tanto em nível operacional quanto financeiro, e assessoram os clientes
acerca da definição dos itinerários”.
Não se pode deixar de citar a assessoria prestada aos turistas nos destinos
turísticos por agências locais que orientam os turistas quanto às atrações de cada
destinação, como: dicas de bons restaurantes, entretenimento, passeios, além de
outros serviços não turísticos.
13
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
14
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
15
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
NOTA
Agências de Turismo
Operadoras Agência de
Turísticas Viagens
Produtoras Distribuidoras
Agências
que atuam tanto como produtoras
quanto como distribuidoras
16
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
Assim, temos:
17
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
Agências Representantes: caracterizam-se por fazer a representação de um
produto turístico em lugares onde não existe a empresa representada. Este tipo
de escritório facilita o apoio dado às agências vendedoras, já que normalmente
são responsáveis por repassarem detalhamento do produto e material de apoio
às vendas, como tarifários e material promocional.
18
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
•
Agências Receptivas: também chamadas de operadoras de receptivo, têm
como função desenvolver programas e passeios nos destinos turísticos, dando
suporte aos turistas que visitam o local e/ou região.
NOTA
19
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
5 PERSPECTIVAS DO SETOR
O fenômeno da globalização está revolucionando o setor de
viagens, reinventando todo o processo existente, tanto no que diz respeito à
desregulamentação do setor aéreo, aos sistemas globais de reservas, às mudanças
na política de comissionamento, quanto ao surgimento do ambiente de internet.
Através dessas modificações, tudo está sendo facilitado. As mudanças constantes
ocorridas no desenvolvimento das agências trazem consigo uma nova formatação,
tanto no processo de desenvolvimento de pessoas, quanto na qualificação da
tecnologia empregada.
Rejowsky e Perussi (2008, p. 13) destacam que “[...] a partir destes dados,
pode-se questionar o estereótipo de que o setor não comporta grandes empresas,
ou que agências de turismo seriam os primos pobres”.
20
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
14%
Aumento
Estabilidade
Redução
84%
21
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
O empoderamento de marcas globais, pressionando cada vez mais as
pequenas agências a uma reorganização de suas atividades e condicionando à
aproximação com grandes marcas ou a utilização dos sistemas de franquias.
•
A diversificação do trabalho nestas empresas, podendo, em um futuro
próximo, efetivar a venda de produtos correlatos, como guias de viagens,
bolsas ou malas especializadas, equipamentos para turismo de aventura,
entre outros, haja vista que a diminuição do pagamento de comissões possa
gerar um novo modelo de empresa.
•
Aumento de agências de viagens para atuação nos mercados segmentados,
como, por exemplo, para pessoas com mobilidade reduzida, grupos GLBTS
(Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transformistas e Simpatizantes), grupos
de formatura, grupos voltados à aventura, à enologia, e diversos outros.
22
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO MERCADO DE
•
A busca constante por modelos do chamado “turismo de saudade”, o qual
busca aproximar-nos da cultura encontrada antes somente na casa de nossos
avós, ou na prática cotidiana que deixa de existir com a padronização causada
pelo fenômeno da globalização.
•
A ampliação de atuação em outros mercados, pois, com o advento da tecnologia,
cada vez mais as empresas de elevado poder econômico poderão ampliar suas
atividades, chegando, através de ferramentas como skype, facebook ou Messenger,
a atuar em áreas onde não poderiam chegar sem estas ferramentas.
•
A desregulamentação total das empresas aéreas em todo o mundo,
correspondendo ao livre comércio ou à livre aplicação de tarifas aéreas.
•
O aumento das fusões entre companhias aéreas, pois as constantes expansões
e retrações de mercados farão com que as empresas de menor porte sejam
integradas a grupos econômicos de maior representatividade, concebendo
assim novos conglomerados.
•
O aumento de qualidade na classe econômica, pois a atual ascensão das classes
C e D no Brasil concebe um novo modelo de consumidor, o qual promove o
reposicionamento das empresas aéreas no mercado e desmistifica a relação de
que o transporte aéreo atende às elites de nossa sociedade.
•
Ampliação de amenidades, ou seja, cada vez mais serão oferecidos elementos
complementares que possam satisfazer e propiciar uma diminuição do
ócio dos passageiros. Tais opções devem oportunizar uma viagem com
entretenimentos e opções que conduzam o passageiro a “esquecer” o tempo
gasto em determinado trecho.
•
A utilização dos Superjumbos para transportes de até mil passageiros nos
trechos operados em locais mais movimentados, como Nova York, Pequim,
Tóquio, Paris ou Londres.
23
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
Ampliação da oferta de cruzeiros marítimos e a concorrência direta na
aproximação destas empresas com o setor de agenciamento.
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
25
• O Decreto Federal nº 5.406 estabeleceu nova nomenclatura às empresas, que
passaram a ser chamadas de Operadoras Turísticas e Agências de Viagens.
26
AUTOATIVIDADE
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
PROCESSO DE ABERTURA E
OPERACIONALIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Já foi o tempo em que montar uma agência de viagens parecia um
negócio complicado, com a informação restrita a quem já atuava no segmento
turístico. Além da grande quantidade de registros e garantias envolvidos para
a comercialização de bilhetes aéreos, limitavam os investimentos no setor,
especialmente de pequenos empreendedores.
Obviamente, não se deve negar que para obter sucesso é necessário que
o empresário conheça a dinâmica do mercado e já possua alguma experiência,
pois, apesar do investimento inicial numa agência de viagens “tradicional” não
ser considerado muito elevado, a margem de lucro sobre os produtos e serviços
comercializados pode ser considerada baixa, indexando certo risco, já que não há
espaço para uma gestão ineficiente.
29
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
- Agências corporativas.
- Agências de intercâmbios.
- Agências de ecoturismo.
- Agências de turismo pedagógico, entre outras.
30
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
Concepção da agência
31
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
UNI
Mais detalhes deste tipo de operação serão tratados no item posterior, chamado
de Constituição Jurídica e Registros.
3 ESTUDO DE MERCADO
A realização do estudo de mercado para implantação de uma agência de
viagens apoderou-se dos conceitos, instrumentos e ferramentas do marketing.
1. Surgimento da ideia:
- Experiência obtida em empregos anteriores.
- Estudos na área e/ou identificação de uma oportunidade.
32
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
• Localização.
• Mix de produtos e serviços.
• Uso da tecnologia da informação.
• Otimização de processos e procedimentos operacionais.
3. Constituição da empresa:
- Instrumentos legais e registros.
- Filiação a entidades nacionais e internacionais.
9. Plano de marketing
Deve-se ressaltar que na maioria dos casos em que este estudo se faz
presente, a empresa ainda não existe, portanto fica difícil de estabelecer a análise
do ambiente interno. O que se pode fazer é projetar os recursos materiais, de
serviços e comerciais inerentes à operação do negócio, de maneira a obter
vantagens sobre os concorrentes.
33
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
DICAS
34
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
UNI
• Contrato Social
35
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
Por fim, o objetivo social que deverá constar no Contrato Social deverá ter
a expressão “Exploração exclusiva no Ramo de Agências de Viagens e Turismo”
– “Exploração Exclusiva no Ramo de Agências de Viagens e Turismo com Frota
Própria” (se for o caso), conforme recomendado pela Embratur.
36
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
Hierarquia
Notas Explicativas:
FONTE: Ministério do Planejamento (2012)
NOTA
- Requerimento.
- Formulário de Cadastro.
- Termo de Responsabilidade.
DICAS
Mais informações e acesso aos formulários podem ser obtidos no site: <www.
cadastur.turismo.gov.br>.
38
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
NOTA
DICAS
39
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
UNI
• Entidades de classe
• Contratos bilaterais
40
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
5 PLANEJAMENTO ECONÔMICO-FINANCEIRO
O bom desempenho de uma agência de viagens está interligado ao
controle financeiro da empresa. Qualquer tipo de erro administrativo ou a falta
de planejamento da alocação dos recursos poderão corromper o caixa, fazendo
com que o negócio contrate financiamento de recursos a juros elevados, tornando
insustentável a operação do negócio do ponto de vista econômico.
Estudos apontam, por exemplo, que uma agência de turismo que deixa
de receber o pagamento de uma passagem, seja pela falta de cobrança ou por
inadimplência do consumidor, terá, em tese, que vender 40 bilhetes de mesmo valor
para apenas cobrir os prejuízos gerados. Ainda assim, sem conseguir recuperar o
lucro perdido. Neste sentido, é condição vital para o empreendimento manter o total
controle das receitas e despesas geradas no funcionamento do empreendimento.
41
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
42
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
43
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
UNI
44
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
45
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
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TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
Custos fixos +
% de receita
Meses Receita Comissão sobre Acumulado
projetada*
vendas + Simples
Início de atividade (79000,00)**
Mês 1 20% 4600,00 (13931,96) (88331,96)
Mês 2 40% 9200,00 (14863,92) (93995,88)
Mês 3 60% 13800,00 (15795,88) (95991,76)
Mês 4 80% 18400,00 (16727,84) (94319,60)
Mês 5 100% 23000,00 (17659,80) (88979,40)
Mês 6 100% 23000,00 (17659,80) (83639,20)
Mês 7 100% 23000,00 (17659,80) (78299,00)
Mês 8 100% 23000,00 (17659,80) (72958,80)
Mês 9 100% 23000,00 (17659,80) (67618,60)
Mês 10 100% 23000,00 (17659,80) (62278,40)
Mês 11 100% 23000,00 (17659,80) (56938,20)
Mês 12 100% 23000,00 (17659,80) (51598,00)
Mês 13 100% 23000,00 (17659,80) (46257,80)
Mês 14 100% 23000,00 (17659,80) (40917,60)
Mês 15 100% 23000,00 (17659,80) (35577,40)
Mês 16 100% 23000,00 (17659,80) (30237,20)
Mês 17 100% 23000,00 (17659,80) (24897,00)
Mês 18 100% 23000,00 (17659,80) (19556,80)
Mês 19 100% 23000,00 (17659,80) (14216,60)
Mês 20 100% 23000,00 (17659,80) (8876,40)
Mês 21 100% 23000,00 (17659,80) (3536,20)
Mês 22 100% 23000,00 (17659,80) 1804,00
47
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
Tributação com base no Lucro Real: o imposto é apurado com base no resultado
(lucro) efetivamente apurado pela empresa, ou seja, são computadas todas
as receitas e despesas na escrituração contábil. Este tipo de apuração é mais
minucioso à medida que depende da escrituração de todos os documentos
de receita e de despesa da empresa, exigindo maior carga de trabalho para se
realizar a tarefa.
•
Tributação com base no Lucro Presumido: é realizado trimestralmente com
base na receita bruta, onde são aplicados percentuais sobre este valor para se
determinar o lucro. Neste caso, se presume que a empresa obteve determinado
lucro, com base no valor da receita bruta.
•
Tributação com base no Lucro Arbitrado: é quando o fisco aplica o imposto
quando uma pessoa jurídica deixou de recolher os impostos. Normalmente,
se aplica o arbitramento quando uma agência deixou de manter a escrituração
contábil, quando na tributação pelo lucro real.
48
TÓPICO 2 | PROCESSO DE ABERTURA E
•
Tributação com base no Simples Nacional: é um sistema que unifica uma série de
impostos, simplificando a rotina das empresas e diminuindo a carga tributária na
maioria dos casos em que se aplica. A maioria das agências de turismo enquadra-
se nas normas da Receita Federal para tributação por este método.
49
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
•
O processo de abertura deve seguir a linha proposta:
- Surgimento da ideia.
- Estudo do ambiente externo e interno.
- Constituição da empresa.
- Concepção do empreendimento e do(s) segmento(s) de mercado.
- Definição dos produtos e serviços.
- Definição do nome e identidade visual.
- Definição da estrutura operacional.
- Definição de estrutura física e tecnológica.
- Plano de marketing.
- Estudo da viabilidade econômico-financeira.
• Os três elementos mais relevantes para uma boa análise de mercado são:
a consistência e relevância dos dados obtidos, a experiência e conhecimento a
respeito do assunto e a adoção de pesquisas específicas para compreender o
comportamento dos consumidores em relação aos produtos e serviços oferecidos.
50
• O bom desempenho de uma agência de viagens está interligado ao controle
financeiro da empresa. Estudos apontam, por exemplo, que uma agência de
turismo que deixa de receber o pagamento de uma passagem, seja pela falta
de cobrança ou por inadimplência do consumidor, terá, em tese, que vender 40
bilhetes de mesmo valor para apenas cobrir os prejuízos gerados, ainda assim,
sem conseguir recuperar o lucro perdido.
•
A tributação das agências de viagens pode ser de quatro maneiras:
51
AUTOATIVIDADE
52
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
As agências de viagens se caracterizam como uma das áreas com campo
de atuação mais abrangente do mercado turístico. Seus serviços compreendem
desde as relações com companhias aéreas ou hotéis para a realização de pacotes,
à negociação com seguradoras, com locadoras de veículos, com sistemas de
informação, com prospecção e divulgação de produtos turísticos públicos ou
privados, entre outros. Enfim, podemos dizer que, em função de seus serviços, as
agências de viagens podem “tocar” todas as áreas da atividade, organizando-as
e articulando-as de forma que o turismo possa fluir de uma maneira profissional.
53
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
UNI
•
A principal área de atuação das agências é a venda de serviços emissivos,
compondo 82,1% das empresas; 43% deste percentual trabalham exclusivamente
com este serviço.
•
Cerca de 44% das empresas atuam na venda de serviços receptivos, 22% atuam
neste setor com dedicação exclusiva.
•
A maioria das empresas tem um quadro de pessoal pequeno, com um
profissional por função.
•
52,3% têm no máximo dois emissores e 63,2% têm no máximo dois operadores
de viagens.
54
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
•
36,1% têm uma receita anual (comissionamento e não vendas) de até cem mil
reais. E 16,3% têm receita entre cem mil e duzentos mil reais/ano. Somados os
percentuais (52,4%), pode-se concluir que mais de 50% das agências brasileiras
são de pequeno porte.
•
O segmento de turismo de lazer é atendido por 76,8% das agências, ao passo
que o segmento de turismo corporativo/negócio é atendido por 73,3% das
empresas. Três a cada quatro agências indicam o segmento corporativo como
responsável por um faturamento entre 51% a 100% da empresa.
•
Ainda há destaque para os segmentos de “lua de mel”, “eventos” e “melhor idade”,
que são atendidos por 36,1%, 37,3% e 19,1% (respectivamente) das agências.
55
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
{
FIGURA 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS COLABORADORES NUMA AGÊNCIA DE VIAGENS
{
Agência de viagens
56
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
Diretor
Contabilidade
Diretor
Contabilidade
Para tornar mais clara cada função, faz-se a descrição das atribuições dos
setores de uma agência de viagens, conforme a estrutura apresentada.
•
Diretoria
57
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
Departamento Financeiro
•
Departamento Nacional
•
Departamento Internacional
58
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
•
Gerência operacional
•
Marketing e distribuição on-line
•
Ficha de descrição de cargos
59
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
Descrição de cargo
Cargo: consultor de viagens
Superior imediato: diretoria/gerente operacional
DESCRIÇÃO SUCINTA
Venda de produtos e serviços turísticos.
Assessoramento de clientes em viagens nacionais e internacionais.
TAREFAS PERIÓDICAS
1. Cota propostas de viagens para clientes.
2. Oferece ao cliente todas as informações necessárias para a realização da viagem.
3. Vende pacotes de viagens oferecidos pelas operadoras.
4. Recebe comprovante de pagamento e encaminha para o financeiro.
5. Desenvolve Forfait.
6. Cria e comercializa programas de viagens – excursões terrestres e aéreas.
7. Confere vouchers e brindes antes de enviar para os clientes.
8. Entra em contato com todos os clientes para receber feedback da viagem.
9. Repassa o feedback para o gerente operacional.
TAREFAS OCASIONAIS
1. Participa de treinamentos para o aprimoramento do conhecimento sobre viagens e
procedimentos financeiros.
2. Participa de eventos internos para fortalecer o relacionamento com funcionários e clientes.
3. Realiza atividades diversas solicitadas pelos diretores.
REQUISITOS EXIGIDOS
•
Ficha de Remuneração
Remuneração
Cargo: gerente operacional (opcional)
Remuneração fixa
1. Salário = 1.100,00
Remuneração Variável
1. Comissão sobre vendas = 10% (própria) – Sobre a margem de lucro.
2. Bônus sobre meta mensal = 1% (dividido entre todos os colaboradores)
Benefícios
1. Vale-alimentação
2. Vale-transporte
3. Plano de saúde com desconto
FONTE: Os autores
60
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
•
Tecnologia de gestão, administração e controle.
•
Tecnologia de gestão da informação.
•
Tecnologia de comunicação e transmissão da informação.
•
Tecnologia de gestão de pessoal e do conhecimento.
•
Tecnologia de conhecimento do cliente.
Gestão da distribuição multicanal: telefonia celular, vendas diretas, vendas on-
•
line, tv digital, quiosques, lojas, representantes etc.
61
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
OUTROS
CIAS AÉREAS HOSPEDAME
SERVIÇOS
WEB
HOTEL WEB OPERADORAS
WEB CIA OPERADOR RECEPTIVAS
CRS AÉREA RECEPTIVO
OPERADORAS
EMISIVAS
GDS
WEB
OPERADOR
EMISIVO
WEB GDS
WEB CENTRAL
DE RESERVAS AGENCIA
WEB AGENCIA
CONSUMIDOR DE VIAGENS
•
Em 1960 – Foi desenvolvido o primeiro sistema de reservas computadorizadas,
Sabre (Semi Automatic Business Reseach Environment), nos EUA. Pelas
parcerias entre a AA e a IBM, o Computer Reservation System (CRS)
possuía tecnologia de ponta e processava 84 mil ligações telefônicas ao dia.
Quando a rede foi finalizada em 1964, tornou-se o maior sistema privado de
processamento de dados em tempo real do mundo, perdendo apenas para o
sistema do governo americano.
62
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
•
Em 1971 - A United cria o seu próprio sistema de reserva por computador, o
Galileo.
•
Em 1979 – Com a proibição da importação de equipamentos de informática
pela política de reserva de mercado desenvolvida pelo governo brasileiro,
as companhias aéreas passam a ter problemas para conseguir equipamentos
para manutenção dos seus CRSs no Brasil. Assim, a Varig inicia, em seu
Centro Técnico de Porto Alegre, o projeto Terminal Varig (TEVAR). A empresa
fabricou os seus próprios terminais não programáveis, microcomputadores
386, impressoras para mensagens, bilhetes de passagens e cartões de embarque,
além de outras aplicações. Os equipamentos foram utilizados pela Varig em
várias partes do mundo, bem como por um grande número de agências de
viagens e de empresas aéreas internacionais que operavam no Brasil.
•
Em 1980 – A Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV) lança um
sistema de telefonia que ficou conhecido como sistema ABAV. Tratava-se de um
grande PABX que as agências podiam adquirir para agilizar as comunicações.
•
Em 1985 - O Global Distribution System (GDS) Sabre chega ao Brasil.
•
Em 1987 - Uma aliança entre a Air France, Lufthansa, Ibéria e Scandinavian
Airlines System cria o primeiro sistema de distribuição pan-regional do
mundo, o Amadeus. O modelo de GDS integrou os CRSs e foi seguido por
outras empresas. Em 1990, Delta, Nortwesth Airlines e Trans World Airlines
(TWA) formam o Worldspan. Em 1993, outro consórcio, formado por British
Airways, KLM, e United, integra o Galileo International.
•
Em 1991 - Foi lançado o Amadeus no Brasil, em sociedade com a Varig – início
da utilização dos GDS no Brasil.
•
Em 1994 - A Embratel iniciou seu serviço de acesso à internet em caráter
experimental. Cinco mil usuários foram selecionados para testar o serviço.
Em maio de 1995, o serviço de internet via Embratel começou a funcionar de
modo definitivo.
•
Em 1996 - Foi o início da internet comercial no Brasil. Em todos os setores da
economia, as relações entre empresas e consumidores passam a ser revistas. A
internet encurtou as distâncias e abriu novas possibilidades para as empresas.
63
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
Em 1999 - A TAM inicia a utilização do bilhete eletrônico (e-ticket) no Brasil. A
empresa desenvolveu um software próprio, pelo qual, por meio das reservas do
GDS, era possível emitir um bilhete. Inicialmente a implementação foi apenas
nos canais diretos de vendas.
•
Em 2001 - A CVC transforma seu portal criado em 1999 em uma agência virtual.
Começa a operar a primeira empresa com proposta low cost do Brasil, a Gol. A
empresa inicia seus trabalhos já com proposta de venda de passagens pela
internet, na modalidade ticketless. Trata-se de um sistema econômico, utilizado por
companhias aéreas de baixo custo, no qual não existe a figura do bilhete físico.
•
Em 2008 - O sistema Billing and Settlement Plan – (BSP), da lATA, tira as
passagens de papel de circulação. Todas as empresas aéreas são obrigadas a
migrar para o sistema de e-ticket.
•
Agregar mais valor
- Personalizando o serviço a cada cliente.
- Atendendo cada cliente em sua casa /trabalho.
- Podendo oferecer menores preços.
•
Aumentar o controle sobre seu negócio
- Analisando performance.
- Estabelecendo padrões de trabalho e procedimentos.
- Permitindo analisar informações gerenciais.
•
Reduzir custos na empresa
- Automatizando tarefas.
- Eliminando erros.
- Otimizando as comunicações internas/externas.
64
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
65
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
•
Avaliar as necessidades da agência: foco, estrutura, tamanho, usuários,
equipamentos.
•
Avaliar os sistemas já utilizados e verificar se há possibilidade de integração
de dados.
•
Custo dos sistemas: inicial e manutenção.
•
Banco de dados em que opera (Linux, SQL).
Se permite utilização via browser – acesso remoto.
•
•
Suporte na sua região.
•
Suporte para treinamento.
•
Flexibilidade de personalização.
a) Não atender ligações pessoais e/ou de trabalho ou, ainda, não repassar ligações ao
colaborador que está em atendimento presencial (quando o cliente está na agência).
A menos que esteja esperando a ligação para dar andamento ao atendimento.
e) Cuidado com a aparência pessoal e higiene. Lembre-se de que este será seu
cartão de visitas.
66
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
2. Vendas
UNI
3. Cadastro de vendas
67
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
68
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
69
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
LEITURA COMPLEMENTAR
O fator viagem sempre foi uma atividade comum à maioria dos povos
do mundo. Pode-se colocá-lo como uma necessidade de deslocamento, tanto no
ponto de vista da conquista (Guerras e Invasões) como do lazer e da curiosidade
de algumas pessoas em conhecer e ao mesmo tempo, explorar as paisagens
naturais ou geográficas existentes em outros pontos, não só do seu próprio
território, mas de localidades bem distantes. Até hoje, não se sabe exatamente
quando surgiu a primeira manifestação da existência de entidades ou serviços
similares ou idênticos aos que as atuais agências de viagens exercem.
Nesta viagem foram levadas 500 pessoas, lotando o trem e dando a Cook
um lucro compensador. Desse momento em diante passou a viver de fretamento
de trens para levar pessoas a congressos, eventos e feiras. Em 1841, fundou a
Thomas Cook and Son a primeira agência de viagens registrada no mundo e em
1872 levou seus clientes em uma volta ao mundo numa viagem de 222 dias e
inaugurou a primeira agência de viagens fora da Europa.
•
A fase marcada pela invenção da máquina a vapor (1800) até o fim da primeira
guerra mundial (1918).
•
Do fim da primeira guerra mundial até (1950).
•
De 1950 á 1980: fortalecimento dos ganhos da classe média, interessada em viagens;
as conquistas trabalhistas que renderam espaço para o aumento do tempo do lazer
e em 1980 novas técnicas de comercialização e marketing passam a ser utilizadas
pelas agências de viagens, derrubando preços e estimulando as viagens.
70
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
71
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
Inicialmente, ela será cobrada apenas dos vôos nacionais, mas deve
ser aplicada nos vôos internacionais no futuro. Um pouco depois no dia 30 de
setembro de 2008 a Gol Linhas Aéreas segunda maior companhia aérea do país
anunciou a cobrança da taxa de serviço de 10% sobre o valor da tarifa a título de
remuneração ao agente de viagens e como incentivo extra de vendas ela passará
a dar 2% de remuneração aos agentes de viagens.
72
TÓPICO 3 | SERVIÇOS DE AGENCIAMENTO TURÍSTICO
Como exemplo, podemos citar a CVC Viagens e Turismo uma das maiores
operadoras turísticas da América Latina, hoje ela não só realiza o processo de
montagem e operação dos seus produtos como também comercializa em suas lojas
distribuídas por todo país os demais produtos turísticos, fazendo concorrência
direta com as agências de viagens e acirrando cada vez mais o mercado.
Hoje qualquer pessoa pode, em tempo real, fazer suas próprias reservas
de passagens aéreas, hotéis, estabelecerem sua própria programação no destino a
ser visitado, ver oferta de restaurantes, passeios e tudo que se faz importante na
visita a uma destinação.
73
UNIDADE 1 | AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E O MERCADO TURÍSTICO
Mas para que isso seja possível, é de extrema importância que os prestadores
de serviços. Neste caso, os agentes de viagens, desenvolvam as competências
destacadas: a busca pelo conhecimento do máximo de destinos turísticos
regionais, nacionais e internacionais (para que possam passar essas experiências
aos interessados no destino); os pontos turísticos importantes a serem visitados
em cada destinação; os melhores hotéis para se hospedar, melhores restaurantes
e locais onde podem ser encontradas comidas típicas da região; os detalhes que se
fazem importantes na viagem (moeda, artesanato, cultura, hábitos e costumes dos
destinos em questão). Há também a necessidade de treinar a equipe de trabalho,
definir estratégias e metas e estar conectado á novas tecnologias (sistemas GDS e
portais de companhias aéreas e operadoras).
FONTE: LUIZ, Vinicius Rocha. O atual papel das agências de viagens no mercado de turismo
brasileiro. Disponível em: <http://www.artigonal.com/turismo-e-viagem-artigos/o-atual-papel-das-
agencias-de-viagens-no-mercado-de-turismo-brasileiro-1259594.html>. Acesso em: 24 ago. 2012.
74
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
•
Os departamentos de uma agência de viagens são em geral divididos em:
- Diretoria.
- Departamento Financeiro.
- Departamento Nacional.
- Departamento Internacional.
- Gerência operacional.
- Marketing e distribuição on-line.
75
• A avaliação das necessidades da agência e dos serviços de tecnologia disponíveis
no mercado são os dois melhores caminhos para a tomada de decisão sobre o
sistema a ser utilizado.
76
AUTOATIVIDADE
77
78
UNIDADE 2
PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE
ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles
você encontrará resumo do conteúdo e as autoatividades que reforçarão o
seu aprendizado.
79
80
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade você conhecerá o processo de desenvolvimento dos roteiros
turísticos. Estes produtos são essenciais para o desenvolvimento do turismo, pois
são eles que efetivamente estão nas prateleiras das agências de viagens para serem
comercializados aos turistas em potencial. É por meio destes roteiros (sejam eles
locais, regionais, nacionais ou internacionais) que se tem produtos formatados
com identidade própria e preço.
Outro aspecto que quase nunca é comentado, mas que merece uma reflexão,
é a vantagem competitiva que os roteiros de viagens podem imprimir às agências
de viagens. Isso porque um roteiro diferenciado e exclusivo diminui a presença da
concorrência com produtos semelhantes e dá à agência de viagens condições de
aumentar o mark-up nos programas por ela desenvolvidos e operados.
2 SERVIÇOS EMISSIVOS
Os serviços emissivos de uma agência de viagens são aqueles gerados [...]
pela saída de pessoas residentes no país/região, as quais permanecem mais de
24 horas e menos de um ano no local de chegada, não recebendo remuneração no
local visitado. (EMBRATUR, 1992 apud BRASIL, 2012). Neste sentido, conceber
o turismo emissivo de uma localidade é representar a relação dos turistas que se
deslocam a partir desta para outra região.
81
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
DICAS
•
Emissão de bilhetes aéreos nacionais e internacionais.
•
Inserção de dados dos passageiros no Sistema de Distribuição Global (GDS).
•
Marcação de assentos nas aeronaves.
•
Bloqueio de assentos nas aeronaves.
•
Solicitações de serviços especiais durante o voo, como refeições especiais, cadeiras
de rodas, entre outros.
•
Alteração de datas e horários dos voos.
•
Tarifamento de segmentos aéreos.
•
Emissão de seguro de viagem.
•
Emissão de vistos consulares.
Confecção de vouchers de viagens.
•
•
Reservas em hotéis.
•
Locação de veículos no território nacional e no exterior.
82
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
3 SERVIÇOS RECEPTIVOS
Dentro da cadeia produtiva do turismo, os serviços receptivos têm papel
importante no que diz respeito à satisfação dos turistas e no sucesso da viagem.
Neste tópico faremos um apanhado geral a respeito dos serviços receptivos, como:
as atribuições e responsabilidades, e as perspectivas do mercado de serviços
receptivos no Brasil.
•
Traslados diversos.
- aeroporto / hotel / aeroporto.
- rodoviária / hotel / rodoviária.
- deslocamento para eventos.
City-tours.
•
•
Passeios diversos.
83
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
•
Roteiros de compras.
•
Recepção em eventos.
•
Reservas em restaurantes e shows.
•
Pacotes especiais para shows, espetáculos e outros.
84
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
4 ROTEIROS TURÍSTICOS
As viagens constituem-se em elemento fundamental para que ocorra o
fenômeno turístico. Porém, nem toda viagem é considerada turística, cuja condição
está relacionada ao aproveitamento do tempo livre, ao conhecimento de novas culturas
e costumes, à busca de novas experiências, à fuga da rotina e estresse provocado pela
sociedade capitalista, ou pelo simples fato de contemplar novas paisagens.
85
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
Carreira: expressão não tão usual, mas ainda utilizada, que consiste no
deslocamento habitual através dos meios de transporte, com o pagamento
de bilhetes de passagem, podendo ser também deslocamento particular de
automóvel.
Pacote: viagem pré-moldada por uma agência de viagens que inclui todos os
serviços e passeios constantes na sua programação.
86
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
87
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
•
Público-alvo.
•
Época em que o roteiro será comercializado.
•
Variação cambial (no caso de roteiros internacionais).
•
Variação da demanda por determinado destino turístico.
•
Datas especiais (feriados).
•
Segurança do destino a ser escolhido.
88
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
•
Transporte:
- aéreo;
- terrestre (carro ou ônibus);
- trem;
- navio;
- terrestre com hospedagem (motorhome).
•
Acomodações:
- hotéis;
- resorts;
89
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
- cruzeiros marítimos;
- pousadas ou acomodações especiais (hotéis de selva, acampamentos);
- campings.
•
Atividades
- parques naturais;
- monumentos históricos;
- rodovias cênicas;
- museus;
- atrativos culturais e educacionais;
- parques temáticos;
- city-tours.
•
Ritmo: está relacionado com a velocidade em que tudo deve acontecer dentro
de um itinerário. A viagem deve ocorrer num ritmo confortável para o turista.
•
Interesse: é importante combinar os interesses dos clientes com o destino a ser
visitado, com sugestões de passeios e atividades planejadas.
•
Detalhes: atenção aos detalhes. Verificar se todas as atividades planejadas
estejam disponíveis, verificar horários de funcionamento de museus, parques,
entre outros.
•
Rota: a rota deve ser interessante, lógica e panorâmica, mas também prática.
Deve haver cuidado com idas e vindas desnecessárias. Informar-se sobre as
distâncias e tempo de deslocamento entre cada destino.
•
Energia: o nível de energia do cliente deve estar combinado com o ritmo do
itinerário proposto. Por exemplo, uma família com crianças ou portadores de
necessidades especiais pode querer um roteiro mais tranquilo, sem caminhadas
longas, escadas ou grandes altitudes.
90
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
•
Levantamento dos atrativos locais.
•
Elaboração da relação atualizada de fornecedores de serviços.
•
Seleção e cadastramento de guias especializados.
•
Negociação de preços melhores com os fornecedores selecionados.
•
Contratação dos serviços diversos (serviço de bordo, seguro).
•
Levantamento de custos para roteiros diversos.
Elaboração de planilha de custos e inserção do mark-up (lucro) da agência.
•
•
Estruturação, redação e dimensionamento do tempo prévio do roteiro segundo
seus atrativos e disponibilidade de tempo do cliente.
•
Definição do roteiro cartográfico, ou seja, o itinerário, passo a passo.
•
Definição de formulário de controles operacionais.
•
Formulário para cotizações.
•
Cronograma.
•
Controle de reservas de hotéis.
•
Avaliação de viagem.
•
Ordem de serviços;
•
Lista de bloqueios de transportes a serem utilizados.
•
Planilha de custos e resultado.
Vale a pena criar um checklist, ou seja, uma lista de verificação que relacione
os diversos itens a serem cumpridos na operação de um determinado circuito, de
forma a garantir sua realização de forma adequada, a fim de otimizar tempo.
É importante, também, que a lista de passageiros, incluindo documento de
identificação, seja elaborada para eventuais fiscalizações em trechos de estradas.
•
Acesso, trânsito intenso, engarrafamento.
•
Falta de local de estacionamento de micro/ônibus nos pontos turísticos.
91
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
•
Degradação dos ambientes naturais.
•
Aculturamento da população autóctone.
•
Custo da operação x público-alvo (“massa” que procura preços baixos).
•
Falta de profissionais – guias;
•
Dificuldade de relacionamento com distribuidores (outras agências, hotéis etc.);
•
Segurança das cidades e locais a serem percorridos e das estradas e acessos.
•
Quanto ao caráter espacial: podem ser criados roteiros internacionais, nacionais,
estaduais ou regionais, sendo que geralmente se busca o conhecimento da
maior quantidade de destinos possíveis, como é o caso dos viajantes que vão à
Europa e utilizam-se dos trens para conhecer vários países em pouco tempo.
•
Quanto ao modal de transporte: podem ser roteiros rodoviários, ferroviários,
aquaviários ou aéreos. O mais comum é a existência de roteiros rodoviários,
devido ao seu menor custo e maior flexibilidade quanto aos horários, trajetos a
serem percorridos, oportunizando aos viajantes, muitas vezes, a observação de
paisagens ao longo do percurso.
•
Quanto ao segmento:
Estes são mais abrangentes e, muitas vezes, são o fator relevante para a
escolha do viajante na realização de algum roteiro.
a) Ecoturismo.
b) Turismo de Aventura.
c) Turismo Cultural.
d) Turismo de Esportes.
e) Turismo Náutico.
f) Turismo de Negócios e Eventos.
g) Turismo de Pesca.
h) Turismo Rural.
i) Turismo de Sol e Praia.
92
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
Conforme Bahl (2004, p. 78), além destas orientações gerais, fazem parte
de um programa de viagem:
93
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
DIA 2 – CANCÚN
DIA 3 – CANCÚN
Café da manhã no hotel e dia livre. Aproveite para desfrutar das atividades
que os hotéis oferecem, como esportes aquáticos, jogos e piscinas. Sugere-se
um jantar romântico na beira do mar. (É necessário fazer a reserva no hotel
com 24 horas de antecedência)
DIA 4 – CANCÚN
94
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
DIA 5 – CANCÚN
Café da manhã no hotel. Saída para o passeio a Chichén Itzá, apontado pela
Unesco como patrimônio histórico, e é um dos maiores centros arqueológicos
da cultura maia. Localizado no centro de Yucatán, dividido em duas cidades,
pode-se apreciar a Pirâmide de Kukulcan, o Templo dos Guerreiros¸ o
Observatório e o Cenote Sagrado.
DIA 6 – CANCÚN
Café da manhã no hotel e dia livre. Aproveite para desfrutar das atividades que
os hotéis oferecem, como esportes aquáticos, jogos e piscinas. À noite uma
limusine irá buscá-lo no hotel e ficará à sua disposição a noite toda, levando-o
ao famoso Coco Bongo Show & Disco, onde você irá se surpreender com os
shows apresentados.
DIA 7 – CANCÚN
Café da manhã no hotel e dia livre. Após escolher seu carro de categoria
superior, visite a Isla Mujeres, a aproximadamente 45 minutos de barco.
Este passeio conta com uma equipe de recreação que faz desta travessia uma
verdadeira festa. Na ilha você encontrará opções variadas, como desfrutar de
sua praia particular, mergulhar em seus arredores e visitar o centro do vilarejo.
À noite, um barco o levará a um emocionante jantar ao som de Mariachis,
fazendo um trajeto noturno pela ilha e encosta que encerrará a viagem com
chave de ouro.
DIA 8 – CANCÚN
DIA 9 – CANCÚN/NAVEGANTES
Chegada ao Brasil.
95
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
Visto
Para entrar no México é exigido visto para a entrada de brasileiros. Contudo,
aos passageiros que possuírem o visto americano, não será necessário tirar
novo visto para o México.
Voos previstos
Ida
Data Voo De Para Saída Chegada
03/08 Gol NVT GRU 15h20 16h30
03/08 Aeromexico GRU MEX 22h55 06h20
04/08 Aeromexico MEX CUN 8h 10h
Volta
Data Voo De Para Saída Chegada
10/08 Aeromexico CUN MEX 19h33 21h55
10/08 Aeromexico MEX GRU 22h30 10h55
11/08 Gol GRU NVT 15h40 17h20
96
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
Formas de Pagamento
Opção do Hotel Valor Total ► À vista.
Oasis Palm All Inclusive US$ 2.591,00 ► Parcelado em até 6X
Riu Cancun All Inclusive US$ 2.961,00
no cartão de crédito ou
cheque pré-datado mediante
The Royal in Cancun Spa&Resort US$ 3.644,00
aprovação de cadastro
Vale ressaltar que alguns fornecedores (hotéis, por exemplo) cobram taxa
de serviços e outros não. Alguns oferecem comissão para as operadoras e outros
não. Em qualquer caso, não importa o tipo de fornecedor, deve-se adotar uma
única base de preços e transformá-la em preço líquido (ou neto).
97
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
1) Custos da empresa:
- Despesas operacionais e administrativas.
- Material promocional do roteiro e divulgação.
- Custo de distribuição (pagamento de comissão a uma agência que passe a
revender o roteiro).
- Serviços de terceiros/guias.
- Outros.
98
TÓPICO 1 | FUNDAMENTOS DOS ROTEIROS TURÍSTICOS
- Custo do capital/depreciação.
- Outros.
b) Terceirizado:
- fretamento do transporte (valor único)
Caso ocorra este último caso, é necessário dividir o valor da diária pelo
número de pessoas que ocuparão o quarto para se chegar ao valor individual.
99
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
100
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• Um roteiro turístico pode ser definido como um itinerário definido por um turista
e organizado por uma operadora de turismo, agência de viagens ou por ele mesmo.
Um roteiro turístico contempla os pontos turísticos a serem visitados, os locais de
hospedagem, o tempo de permanência em cada destino, entre outros detalhes.
•
Como medidas para criação de um roteiro devem ser considerados:
- levantamento dos atrativos locais, elaboração da relação atualizada de
fornecedores de serviços;
- seleção e cadastramento de guias especializados;
- negociação de preços melhores com os fornecedores selecionados;
- contratação dos serviços diversos (serviço de bordo, seguro);
- levantamento de custos para roteiros diversos;
- elaboração de planilha de custos e inserção do mark-up (lucro) da agência;
- estruturação, redação e dimensionamento do tempo prévio do roteiro,
segundo seus atrativos e disponibilidade de tempo do cliente;
- definição do roteiro cartográfico, ou seja, o itinerário, passo a passo;
- definição de formulário de controles operacionais.
101
•
Para a organização dos roteiros deve-se criar ou avaliar:
- um formulário para cotizações;
- o cronograma de atividades;
- um controle de reservas de hotéis;
- a avaliação da viagem, a ordem de serviços;
- a lista de bloqueios de transportes a serem utilizados e uma planilha de
custos e resultados.
102
AUTOATIVIDADE
103
104
UNIDADE 2 TÓPICO 2
PRODUTOS COMPLEMENTARES
1 INTRODUÇÃO
Os produtos comercializados por uma agência de viagens podem
compreender diversos nichos de mercado, pois uma das características das
agências é justamente sua articulação com os diversos setores do turismo. A
amplitude de seu alcance acaba por torná-la, em diversos momentos, o “motor
propulsor” de toda a cadeia de produtos e serviços existentes no setor.
Assim, faz-se aqui necessária uma análise a partir dos produtos que
proporcionam à mesma operacionalizar suas vendas e dinamizar todo o movimento
turístico. Entende-se que, a partir de uma análise do próprio mercado, concebe-se a
agência e seu atendimento a partir do produto que a mesma comercializa. Para isso,
este tópico é dedicado aos produtos e à compreensão de todo o mix de serviços e
transportes: aéreo, terrestre, marítimos, bem como no sentido de suas formatações
mais específicas, como: seguros de viagens, hospedagem, entre outros.
2 SERVIÇOS AÉREOS
A composição dos serviços no setor aéreo prestados pelas agências de viagens
pode ser considerada como o grande marco do desenvolvimento deste setor.
105
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
A forma como é feita a emissão das passagens aéreas pode variar de acordo
com o formato que mais convém para a agência. As duas principais formas de
emissão de passagens aéreas são:
•
Sinal direto da companhia aérea: esse formato permite que o agente de viagem
emita a passagem aérea utilizando um canal de atendimento fornecido pela
companhia aérea para uso exclusivo da sua agência. Dessa forma, é necessário
que a agência tenha um sistema que possa servir como canal de comunicação
com a companhia, o qual pode ser através do próprio site da companhia aérea,
de um programa fornecido pela companhia ou, ainda, utilizando os chamados
GDS ou Sistemas de Distribuição Global.
UNI
•
Utilização da consolidadora: algumas agências de viagens que não possuem
o sinal direto das companhias aéreas para a emissão de passagens utilizam o
serviço das consolidadoras, que são operadoras de viagem que têm o sinal direto
com a companhia aérea e fazem as emissões das passagens para as agências de
viagem. Sendo que as consolidadoras não podem emitir as passagens aéreas
para o consumidor final, somente para as agências.
106
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
•
Comissões: percentual ou valor recebido do fornecedor pela comercialização
de um produto ou serviço. Normalmente o valor é abatido do valor a pagar.
•
Taxa de serviço: percentual ou valor cobrado pela agência de viagens pela
prestação de um serviço. Geralmente é aplicado quando o fornecedor repassa
o valor neto (NET) ou quando é um serviço fornecido pela própria agência, a
exemplo de assessoria, auxílio para retirada de visto, passaporte etc. O valor
ou percentual é definido pela própria agência.
•
Taxa de Repasse a Terceiros – “DU” - Instituído inicialmente pela TAM, por
meio de acordo firmado com a ABAV – CN, com vistas ao início da “comissão
ZERO” e aplicação de uma taxa para emissão de bilhetes aéreos. Geralmente, o
valor é de 10% da tarifa ou mínimo de R$ 40,00, vale o que for maior. Substituiu
a comissão dos bilhetes aéreos. Atualmente, cogita-se a aplicação para a emissão
de bilhetes internacionais.
107
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
•
Remuneração do Agente de Viagens - RAV: Instituído pelas consolidadoras
a fim de padronizar os valores de comissão das AV para aquelas companhias
aéreas que não pagam mais comissão, a exemplo da KLM (KL)/Air France (AF)/
Lufthansa (LH)/ Swiss (LX) e Alitália (AZ).
A AV é quem informa o valor da taxa a ser cobrada. Caso o valor não seja
informado, a taxa é de U$ 70,00 por bilhete emitido.
•
Tasf – Travel Agent Service Fee (IATA): mesmo princípio da DU e da RAV.
Ferramenta criada pela IATA, servindo para todas as companhias aéreas
internacionais, onde o valor é adicionado no tarifamento quando da emissão
de um bilhete via GDS. Neste caso, a taxa entraria via compensação IATA/BSP.
•
Incentivo: percentual adicional de comissão sobre a tarifa, paga às agências de
viagens a título de incentivo às vendas. Normalmente, é aplicado a empresas com
grande produtividade, como forma de manter e/ou aumentar a produção/vendas.
•
Over: percentual adicional de comissão sobre a tarifa, paga às agências de
viagens a fim de fomentar as vendas de bilhetes num período de baixa estação.
No quadro a seguir estão algumas das cidades que mais se destacam como
destino de grande fluxo de companhias aéreas, com as suas siglas utilizadas nos
sistemas GDS.
108
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
A leitura das siglas referentes a estas cidades pode ser feita através do
chamado alfabeto fonético, o qual facilita a comunicação no setor turístico. O alfabeto
fonético é um meio de soletrar palavras utilizando uma palavra para cada letra.
NOTA
109
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
A ALPHA
B BRAVO
C CHARLIE
D DELTA
E ECHO
F FOXTROTT
G GOLF
H HOTEL
I INDIA
J JULIET
K KILO
L LIMA
M MIKE
N NOVEMBER
O OSCAR
P PAPA
Q QUEBEC
R ROMEO
S SIERRA
T TANGO
U UNIFORM
V VICTOR
W WHISKEY
X X-RAY
Y YANKEE
Z ZULU
A utilização prática deste alfabeto pode ser concebida nos exemplos a seguir:
Exemplo 1:
HOTEL/OSCAR/FOXTROT/FOXTROT/MIKE/ALPHA/NOVEMBER/
NOVEMBER
Exemplo 2:
110
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
JULIET/UNIFORM/NOVEMBER/(espaço)/HOTEL/ALPHA/SIERRA/HOTEL/
INDIA/MIKE/OSCAR/ TANGO/OSCAR
OSCAR/DELTA/BRAVO/PAPA/ROMEO/DOIS.
3 HOSPEDAGEM
O meio de hospedagem se constitui como de extrema relevância dentro dos
serviços de agenciamento, pois é a partir do conhecimento adquirido pelo agente de
viagens com relação a determinados empreendimentos e localidades que o cliente
pode ter a segurança da utilização de um meio adequado a suas necessidades.
111
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
•
Hotéis: com suas subdivisões, como Hotel Fazenda, Hotel Executivo, Hotel
de Lazer, Hotel Histórico, entre outros, esse segmento é o mais vendido pelas
agências de viagens. Sua forma de compra pode ser feita através de operadoras
ou diretamente com o hotel.
•
Albergues: procurado principalmente por jovens viajantes, os albergues têm
como características básicas: fornecer um local simples para o turista dormir e
comer. Normalmente, possuem a opção de quartos compartilhados como forma
de integrar os hóspedes e diminuir os custos operacionais do mesmo. A forma
mais utilizada para realizar a reserva é através de operadoras, principalmente
as que possuem foco no mercado de estudantes ou mochileiros.
•
Pousadas: os clientes que procuram pousadas como meio de hospedagem,
geralmente querem um preço mais barato que um hotel, mas que tenha um
conforto semelhante ao mesmo. Esse é um segmento que tem mudado muito
nos últimos anos. Hoje já é possível encontrar pousadas nas quais o valor das
diárias ultrapassa os valores aplicados aos hotéis da mesma região, muitas
vezes com um melhor atendimento. As pousadas estão atraindo seus clientes
através de serviços diferenciados, e com um charme proveniente do pequeno
número de hóspedes que podem acomodar. A forma mais eficaz de realizar a
reserva é diretamente com a pousada, mas muitas delas também já começam a
oferecer seus serviços para o intermédio de operadoras de turismo.
112
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
•
Hotéis de lazer ou resorts: para quem quer descansar, com uma excelente
qualidade no atendimento ou para poder deixar as crianças se divertirem sem
preocupação, os resorts são as melhores opções. Normalmente, seus clientes são
pessoas exigentes que procuram por uma hospedagem de nível internacional,
tornando as diárias desse tipo de hospedagem as de custos mais elevados entre
todas. Suas reservas podem ser feitas através de operadoras ou diretamente
com o resort.
•
Locação de residências: esse novo meio de hospedagem vem crescendo
rapidamente. Em locais como Orlando, a procura por casas grandes para
acomodar uma família de até oito pessoas é a sensação do momento para quem
viaja em grupo. Em Paris, a procura por um apartamento charmoso e com boa
localização é o principal pedido para quem deseja ficar mais de uma semana na
cidade. O preço e a relação custo-benefício são bem variáveis, de acordo com o
imóvel, a cidade e a quantidade de pessoas que vão ficar hospedadas. A melhor
forma de fazer a reserva é através de operadoras especializadas.
•
Redes sociais de hospedagem: uma das tendências do turismo é a ampliação
das chamadas redes sociais de hospedagem, as quais se caracterizam por serem
grupos de indivíduos nos quais seus participantes oferecem hospedagem,
companhia para a estada em sua cidade, podendo apresentar ao turista parte dos
serviços e informações que normalmente são utilizados somente pela população
local. Os dois principais grupos deste tipo de hospedagem são Hospitality Club
(www.hospitalityclub.org) e Couchsurfing (www.couchsurfing.org).
Hotel De 1 a 5 estrelas
Hotel-Fazenda De 1 a 5 estrelas
Cama & Café De 1 a 4 estrelas
Resort De 4 a 5 estrelas
Hotel Histórico De 3 a 5 estrelas
Pousada De 1 a 5 estrelas
Flat/ Apart Hotel De 3 a 5 estrelas
113
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
DICAS
•
Número de hóspedes: os valores e disposições de um apartamento podem
sofrer alterações, conforme o número de pessoas que se hospedam no mesmo.
Para que se possa compreender de forma prática, concebemos aqui alguns
termos e suas siglas utilizadas para designá-los.
Tipo de Unidade
Sigla Caracterização
Habitacional (UH)
Utilizada por um único hóspede, ainda que em muitos
Single (Individual) SGL
casos possa contar com cama de casal na UH.
Em geral se caracteriza como:
Double ou Duplo DBL ou DPL Twin: com duas camas de solteiro.
Casal: com uma cama de casal.
Pode abranger UH’s com uma cama de casal e duas de
Triplo TPL solteiro, três camas de solteiro ou beliches, dependendo da
disponibilidade do hotel e da preferência do hóspede.
Assim como no quarto triplo, pode oferecer diferentes
Quádruplo QDL combinações, sendo nesta a possibilidade adicional de duas
camas de casal.
114
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
•
Tipos de café da manhã: a variação de produtos pode conceber a preferência de
um hóspede por um determinado tipo de refeição. Assim, compreender os serviços
oferecidos pelo hotel pode conceber uma melhor análise por parte do cliente.
•
Serviços de refeição: são caracterizados, em geral, pelo número de refeições
oferecidas e podem ter influência direta nos valores das diárias apresentados
por um meio de hospedagem.
NOTA
115
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
DICAS
116
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
117
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
4 CRUZEIROS
Um dos produtos que mais tem crescido no mercado brasileiro é venda
de cruzeiros, por ser uma forma diferente de conhecer lugares sem ter que pagar
por hospedagem e com toda a infraestrutura de lazer a bordo dos navios. Esse
produto se tornou um sucesso entre os brasileiros.
Com uma frota cada vez maior de navios vindo para a América do Sul, as
principais empresas controladoras dos navios no mundo aumentam ainda mais a
quantidade de embarcações em nosso território. A maioria dos viajantes brasileiros
procura as agências de viagens para fazer roteiros em águas brasileiras. Aqueles
que já viajaram aqui no Brasil estão procurando novos destinos internacionais
para conhecer a bordo de um navio, criando um novo fluxo de demanda.
A alta procura fez com que esse segmento tenha reduzido seus valores
com o passar dos anos, tornando-se um produto que, após muito tempo sendo
tratado como exclusivo para poucos afortunados, torna-se agora uma boa opção
de lazer para grande parte de população. Um dos fatores que impulsionou essa
alteração de paradigma foi a facilidade no pagamento, pois hoje a maioria das
companhias marítimas permite o pagamento parcelado no cartão de crédito.
118
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
119
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
•
MSC CRUZEIROS – <www.msccruzeiros.com.br>
•
COSTA CRUZEIROS – <www.costacruzeiros.com.br>
•
CUNARD – <www.cunard.com>
•
ROYAL CARIBBEAN – <www.royalcaribbean.com>
•
CARNIVAL CRUISES – <www.carnival.com>
•
HOLLAND AMERICA – <www.hollandamerica.com>
120
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
•
RADISSON SEVEN SEAS CRUISES – <www.rssc.com>
•
CELEBRITY CRUISES – <www.celebritycruises.com>
•
SILVERSEA – <www.silversea.com>
•
CRYSTAL CRUISES – <www.crystalcruises.com>
•
PRINCESS CRUISES – <www.princess.com>
•
RENAISSANCE CRUISES – <www.renaissancecruises.com>
•
CVC – <http://www.cvc.com.br/campanhas/guiadomarinheiro/index.html>
•
IBEROSTAR – <www.iberostar.com.br/amazon>
•
QUEENSBERRY – <http://www.queensberry.com.br/
(S(a324u3bwclxr4baqs4k5kj45))/viagens_cruzeiros.aspx>
•
YOUR OWN PERSONAL CRUISES – <www.moorings.com (iates)>
•
CIA MARÍTIMA – <http://ciamaritima.tur.br/>
•
NASCIMENTO – <http://www.nascimento.com.br/>
121
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
Ainda que a própria MSC possua outros roteiros, opta-se por exemplificar com
a Costa Cruzeiros no trecho correspondente ao itinerário Buenos Aires/Montevidéu.
Este roteiro é normalmente efetivado por pessoas que já tiveram oportunidade de
realizar um cruzeiro previamente e buscam agora a contemplação de um cruzeiro
internacional. Neste sentido, podemos avaliar um roteiro que se destina às capitais
do Uruguai e da Argentina, tornando-se um roteiro de médio alcance.
122
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
Canaletto
Mantegna
Tiepolo
Tiziano
Giotto
Verosene
Perugino
Caravaggio
Leonardo
Michelangelo
Raffaello
Tintoretto
Giorgione
123
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
Na área dos navios lacustres ainda são poucos os locais onde seja possível
realizar esse tipo de navegação com a intenção de proporcionar o lazer, mas
destacam-se países como Estados Unidos, Canadá e Chile.
DICAS
125
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
5 LOCAÇÃO DE VEÍCULOS
Como um produto em expansão, a locação de veículos vem ganhando cada
vez mais destaque dentro das agências de viagens. Com um bom retorno para as
agências e com o aumento da procura do viajante, a locação de veículos tem se
tornado um nicho que atrai cada vez mais os empresários das agências de viagens.
Para o setor de lazer essa procura por veículo alugado também tem
aumento. O perfil desse consumidor é formado por viajantes que não querem
seguir o cronograma de um pacote de viagens, e fazem a locação de um carro
para poder fazer o seu próprio roteiro. Geralmente, são pessoas com uma boa
experiência de viagem e que buscam algo diferente dos roteiros elaborados pelas
operadoras de viagem.
Entre os meios de transporte para locação, existem dois tipos que têm
alavancado o mercado turístico de luxo. A locação de iates e aeronaves é a mais
nova solicitação dos turistas de alta classe. Esses segmentos ainda representam
um número muito baixo em relação aos outros meios de transportes para locação,
mas devido ao seu alto custo, o retorno para a agência é recompensador.
Dentro do Brasil, o que mais tem atraído esse consumidor são as aeronaves.
Na maioria são empresários bem-sucedidos que não podem depender da aviação
civil para cruzar grandes distâncias. Nas metrópoles brasileiras, o que ganha
destaque são os helicópteros, ajudando os passageiros a evitar as intermináveis
filas nas rodovias. É importante frisar que o turista a lazer também tem desfrutado
desse segmento. Uma prova desse fenômeno é a construção de helipontos dentro
dos grandes resorts no Brasil.
126
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
Locação tradicional
► O cliente loca o veículo por certo período de tempo (por hora, dia, semana
ou mês).
► A locação é feita pela categoria do veículo e não pelo modelo.
► As reservas são feitas via telefone, sistemas de reserva (GDS) ou pela internet.
► A diária equivale a 24 horas.
► O veículo vem geralmente com o tanque cheio e deve ser devolvido também
com o tanque cheio, ou paga-se pelo combustível utilizado o valor aplicado
pela empresa de locação.
► As formas de quilometragem são: livre ou limitada.
► Deve-se sempre aconselhar o cliente algum tipo de seguro (cobertura em caso
de danos/colisão, proteção total, proteção contra terceiros, proteção contra
acidentes pessoais).
► A idade mínima no Brasil para locação é de 21 anos, nos Estados Unidos 24 e
Europa 21.
127
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
► O veículo é entregue com tanque cheio e deve ser devolvido também com o
tanque cheio.
► Quilometragem ilimitada.
► Oferecem seguros multirriscos e sem franquia, cobrindo todas as eventualidades
e serviço de atendimento 24 horas em 33 países da Europa.
► Idade mínima é de 18 anos com carteira com validade acima de um ano.
► Pagamento antecipado e no Brasil é feito somente em dinheiro.
DICAS
6 SEGUROS DE VIAGENS
Utilizados anteriormente somente em viagens internacionais, os seguros
de viagens passaram a ser um item quase obrigatório em todos os tipos de roteiros.
O agravamento da crise mundial e o consequente estreitamento das fronteiras
pelo mundo; o aumento de problemas jurídicos em relação à permanência de
turistas e imigrantes em determinadas regiões, bem como o aumento da violência
e agravamentos em relação à saúde como consequência da precarização do meio
ambiente pelo mundo, podem ser considerados alguns fatores que geraram um
aumento no consumo do produto “seguro de viagem”.
Por ser um produto que não tem a obrigatoriedade na maioria dos destinos,
alguns turistas abrem mão do seguro de viagem por pensarem ser insignificante
para a realização da viagem. Mas o que muitos não sabem é que o seguro de
viagem pode acabar salvando o passeio, e isso que o seu valor não representa nem
5% do valor total do pacote. Nesse sentido, no intuito de evitar constrangimentos
e situações de emergência, muitas operadoras passaram a vender seus pacotes
somente mediante a aquisição do seguro de viagem.
128
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
UNI
Esse valor pode chegar a até 40% do preço total do seguro, dependendo
do plano e da quantidade de dias que o passageiro fique no destino, já que o
valor de seguro é avaliado por dia de viagem. A venda dos seguros de viagem
pode ser realizada através de contato direto com as seguradoras ou através de
operadoras de viagens.
129
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
130
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
DICAS
7 PASSES DE TREM
O trem já foi considerado o principal meio de transporte dos séculos
passados para cobrir grandes distâncias. Hoje ele carrega o fardo de ter perdido
esse posto para os aviões, mas nem por isso deixou de ser utilizado, muito pelo
contrário, os trens passaram a ser uma das melhores opções para quem procura
uma viagem sem o estresse dos aeroportos.
131
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
A procura por esse produto é cada vez maior entre os brasileiros que viajam
para a Europa. Seus atrativos vão além do preço e da comodidade, pois proporcionam
a oportunidade de conhecer novos lugares por onde somente os trens passam.
Outro nicho de mercado para esse mesmo segmento são os trens de luxo.
Equipados com ótimos restaurantes e cabines extremamente confortáveis, esses
trens trazem toda a qualidade do atendimento de primeira classe para os turistas.
E, claro, suas rotas são a atração principal.
Seguem alguns desses trens: Orient Express liga Paris a Istambul, o The
Golden Chariot percorre as ferrovias do sul da Índia, o Transcantábrico trafega
entre as cidades de Léon e San Sebastián na Espanha e o Royal Canadian Pacific
cruza o oeste do Canadá.
132
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
Para que se tenha uma melhor compreensão de cada uma das modalidades,
utiliza-se um modelo explicativo a seguir:
Global Pass:
∞
16
22
12 6
15
2 9
14
5
19
8 23 1 11
20 4 18
17 3
21 13
10
133
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
07 Finlândia 19 Eslováquia
08 França 20 Eslovênia
09 Alemanha 21 Espanha
10 Grécia 22 Suécia
11 Hungria 23 Suíça
12 Irlanda
Alaris Espanha
Altaria Espanha
Alvia Espanha
AVE Espanha
Euromed Espanha
Eurostar França, Bélgica e Grã-Bretanha
Eurostar Italia Itália
ICE Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Holanda e Suíça
Railjet Áustria, Hungria e Alemanha
Super City República Tcheca e Áustria
TGV França, Suíça e Bélgica
TGV Artesia de Jour Itália e França
Thalys Bélgica, França, Alemanha e Holanda
SJ Suécia
134
TÓPICO 2 | PRODUTOS COMPLEMENTARES
Quanto aos trens noturnos, eles são uma ótima opção aos viajantes que
potencializam grandes deslocamentos e economia com hotéis. Podem ser considerados
uma alternativa econômica aos mochileiros que realizam viagens pelo Continente
Europeu, e proporcionam uma experiência de viagem diferente a qualquer turista.
135
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
136
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você viu que:
• A forma como é feita a emissão das passagens aéreas pode variar de acordo com o
formato que mais convém para a agência. As duas principais formas de emissão de
passagens aéreas são: sinal direto da companhia aérea ou utilização de consolidadora.
137
• Os seguros de viagem são uma forma de prevenir custos adicionais em casos
de acidentes no mundo e no Brasil. Muitas operadoras passaram a vender seus
pacotes somente mediante a aquisição do seguro viagem e, em alguns casos,
como o do Tratado de Schengen, firmado por alguns países da Europa, o seguro
é item obrigatório.
138
AUTOATIVIDADE
2 Crie um roteiro no Brasil que possa integrar ao menos três meios de transporte
distintos.
139
140
UNIDADE 2 TÓPICO 3
FORMULÁRIOS OPERACIONAIS E
DOCUMENTOS DE VIAGENS
1 INTRODUÇÃO
Todo atendimento realizado numa agência de turismo gera troca de
informações entre o consultor (agente de viagens), o fornecedor (hotéis, empresas
aéreas, meios de hospedagem, operadoras turísticas etc.) e o cliente. Estas
informações devem ser mantidas pelo agente de viagens em meio digital, ou, se
necessário, em meio impresso, por até pelo menos 30 dias após a conclusão da
viagem, quando se dá por finalizados e satisfeitos todos os serviços contratados.
Ainda há a questão daqueles que, de má-fé, não cumprem com o que foi
negociado, onde certamente, neste caso, devido à gravidade dos fatos, podem
levar as partes envolvidas a disputas judiciais. Diante destas circunstâncias,
observa-se quão importante é dar atenção às informações trocadas e, mais do
que isso, o registro destas informações em documentos operacionais, como:
solicitações de reservas, ordens de serviços, vouchers, ordens de passagens,
confirmações de serviços, contratos de viagens, comprovantes de pagamentos,
recibos, notas fiscais, entre outros.
141
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
2 DOCUMENTOS DE ROTINA
- Data da solicitação.
- Nome do(s) passageiro(s).
- Tipo de acomodação (Single, Double Casal, Double Twin, Triple, Quadruple).
- Número de apartamentos.
- Data do check-in.
- Data do check-out.
- Valor acordado da diária e o regime (café da manhã, meia pensão ou pensão
completa).
- Percentual de comissão da agência ou se é tarifa neto.
- Forma de pagamento (direto pelo pax, faturado para a agência).
- Se há ou não a garantia de no show.
142
TÓPICO 3 | FORMULÁRIOS OPERACIONAIS E
143
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
2.3 VOUCHER
Voucher é o documento encaminhado ao passageiro que comprova a
contratação de um determinado serviço, como reserva de um hotel, compra de
um serviço de receptivo (transfer, passeio, city-tour), ou até mesmo a entrada de
um show. Tudo isso mediante acordo prévio entre a agência ou operadora que
emite o voucher e o fornecedor do serviço.
- Data de emissão.
- O nome e dados do fornecedor (endereço, telefone e-mail etc.).
- O nome do(s) passageiro(s).
- A discriminação dos serviços contratados.
- O número da confirmação do serviço pelo fornecedor, também chamado “file”.
- O responsável pelo pagamento dos serviços.
- Os dados da empresa e da pessoa que emitiu o voucher – contratante.
144
TÓPICO 3 | FORMULÁRIOS OPERACIONAIS E
• As responsabilidades da operadora.
• As condições de pagamento.
145
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
• Deverão ser observados pelo passageiro as datas e os horários de saída dos passeios e/ou viagens
programadas, devendo se apresentar no local marcado antecipadamente, para embarque, com a
antecedência indicada. Portando todos os documentos obrigatórios para a viagem.
• A devolução dos montantes em caso de eventual cancelamento será feita em moeda nacional, de acordo
com as condições gerais de transporte rodoviário.
• Traslados e passeios serão efetuados por veículos pertencentes à transportadora contratada. Os lugares
no ônibus são ocupados, normalmente, pelo sistema rotativo, a cada etapa, sob supervisão do guia, e
devem ser respeitados pelos passageiros.
• A empresa não se responsabilizará por quaisquer perdas, extravios ou roubos de pertences dos passageiros
no interior do veículo ou fora dele.
• Em caso de danos ao veículo causado por passageiros, fica determinado que a responsabilidade seja dos
mesmos.
• Sempre que ocorrer qualquer modificação no roteiro, por parte do contratante, é de responsabilidade do
mesmo eventual alteração na importância previamente estabelecida referente à quilometragem calculada.
• O guia acompanha o grupo nas excursões, sendo que o atendimento será feito por profissionais
contratados pela Operadora ou pela Agência, falando português.
• A viagem poderá ser cancelada sem ônus para a Agência, caso não atinja o número mínimo de 20
passageiros inscritos. Serão reembolsados os valores já pagos pelos passageiros, sem juros ou correção
monetária, ou quando for o caso, no mesmo câmbio utilizado no dia em que foi feito o pagamento à
Agência.
PARTE TERRESTRE
Ônibus:
• Em caso de quebra do ônibus, a Agência se isenta quanto às despesas provenientes de hospedagem,
alimentação ou qualquer outra despesa, ficando sob a responsabilidade da empresa de ônibus contratada.
Hotéis:
• A hora da entrada nos hotéis está prevista a partir das 12h e a saída às 12h do dia da partida (horário
máximo para desocupação dos apartamentos). Caso haja interesse em prolongar ou antecipar a estadia
da hora estabelecida, o passageiro deverá notificar a recepção e pagar diretamente ao hotel a importância
do adicional, se houver.
• A Agência poderá substituir os hotéis previstos por outros de categoria similar, a seu critério, caso
necessário, como quebra contratual, overbooking (sobrevenda) alegado pelo hotel, desacordo de tarifas
ou qualidade na prestação de serviços.
Viagens de estudos:
• As visitas determinadas em viagens de estudo são de total responsabilidade do curso promotor, através
de suas coordenadorias.
Preços:
• Todos os preços estão cotizados em reais para as viagens domésticas e em dólares americanos quando
a mesma for para destinos fora do Brasil, sujeitos a alteração sem prévio aviso, se assim for necessário,
decorrente de oscilações de moedas ou variações nos preços dos serviços.
Documentação:
• A permissão, por parte de autoridades, de entrada e saída em qualquer país a ser visitado, roubo ou
falta de documentos exigidos, tornarão de responsabilidade dos passageiros todas as despesas originadas
dessas situações, aplicando-se nesses casos as condições de cancelamento. Menores de 18 anos, viajando
desacompanhados, necessitam de autorização do Juizado de Menores do município de residência e, na
companhia de um dos pais, é necessária a autorização do outro, com firma reconhecida.
• Toda documentação exigida pelos países de destino, entendem-se por vistos consulares, vacinas, atestados,
são de responsabilidade do passageiro, cabendo à Agência somente a orientação para encaminhamento
dos documentos. Caso o consulado do país concedente do visto não conceder o mesmo, fica a agência
isenta de qualquer responsabilidade.
146
TÓPICO 3 | FORMULÁRIOS OPERACIONAIS E
Passageiro:
• O passageiro portador de doença grave ou portador de aparelhos de ajuda cardíaca, respiratória ou
similar, deve declarar sua condição e viajar coberto ou assistido por seguro. O risco de viagem, em face
de quaisquer das condições, é de eleição do usuário.
• No caso de algum dos integrantes do grupo se comportar de maneira inadequada, com evidentes prejuízos
aos demais, a critério do guia, poderá o mesmo exigir que o passageiro se desligue da excursão. A única
obrigação por parte do organizador consistirá em reembolsar a parte proporcional restante da viagem,
deduzida das despesas originais, como hotéis do programa preestabelecido.
O passageiro se compromete a respeitar os horários preestabelecidos para a operação, conforme
informações do preposto ou do guia.
Opcionais:
• A coordenação, venda e operação dos opcionais é feita sob inteira responsabilidade dos receptivos locais,
que se reservam o direito de cancelar os passeios por motivos operacionais, ou por haver um número
insuficiente de passageiros.
Alterações:
• A Agência e/ou as companhias prestadoras dos serviços se reservam o direito de alterar o itinerário e trocar
os hotéis e acomodações, caso seja necessário, para uma melhor organização e prestação de serviços, não
cabendo qualquer direito indenizatório aos passageiros, caso isso ocorra. Se, eventualmente, uma saída
não reunir um grupo mínimo de passageiros, descrito no folder, poderá ser cancelada pela Agência e a
devolução da quantia paga será integral.
• A Agência declina de toda a responsabilidade por atrasos, adiantamentos ou anulações que se produzam
por parte das empresas transportadoras, bem como situações inesperadas de grave perturbação da paz
(tumulto, greves, levantes militares, revoluções ou outras convulsões de caráter político-social), ou ainda,
por problemas de natureza climática (inundações, vendavais, tempestades, terremotos, etc.), sendo que os
gastos que se originarem ficarão a cargo dos passageiros.
• Antes do início da viagem serão viáveis cotizações de custos para possíveis modificações. Quando vierem
a ocorrer após o início da viagem, somente poderão ocorrer de comum acordo entre os passageiros e a
Agência de Turismo vendedora e a Operadora da Viagem.
Condições de Cancelamento:
• Qualquer desistência por parte do passageiro, este deverá comunicar por escrito para a Agência e implicará
nas seguintes condições, conforme caso:
a) desistências até 30 dias antes da saída da viagem, haverá devolução dos valores já pagos, exceto a taxa
de inscrição;
b) as do 29º ao 10º dia antes do embarque, cobrança de 40% (quarenta por cento) do valor total;
b) as do 09º ao 05º antes do embarque, cobrança de 70% (setenta por cento) do valor total;
c) E, finalmente, às vésperas do embarque, ou simplesmente o não comparecimento no dia determinado,
e desistência durante a viagem, implicam na perda total do valor da excursão, independente dos motivos
que lhe deram origem.
Reembolso:
• Os pedidos de reembolso deverão ser encaminhados à Agência pelo passageiro, por escrito, no final da
excursão, até 30 (trinta) dias do seu término. Não haverá reembolso por serviço que o passageiro dispense
voluntariamente ou veja-se obrigado a dispensar por motivos alheios à responsabilidade da Agência. Se
a Agência for obrigada a cancelar a viagem por motivos de força maior, sua responsabilidade será de
reembolsar a importância total paga pelo passageiro, sem qualquer indenização, com renúncia a qualquer
outra reclamação.
147
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
CONDIÇÕES GERAIS
RECLAMAÇÕES
No caso de reclamações quanto à prestação de serviços, o passageiro deverá encaminhar por escrito
à agência operadora do programa em até 30 (trinta) dias após o encerramento dos serviços, conforme artigo
26, Inciso I, Parágrafo 1o do Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Se não o fizer, após este prazo, a
relação contratual será considerada perfeita e acabada, desobrigando a agência operadora do programa de
qualquer responsabilidade, salvo eventuais danos. A agência simplesmente deixará de considerar qualquer
reclamação se o reclamante desprezar os procedimentos previstos na Lei n◦ 8078/90, optando por utilizar-se
de meios de comunicação e, com isto, ocasionar publicidade negativa contra a agência, resguardando-se
o direito de utilizar-se dos procedimentos judiciais adequados, inclusive por Dano Moral.
RESPONSABILIDADES
A Agência declara explicitamente que atua unicamente como intermediária entre os passageiros
e as entidades prestadoras de serviços, tais como hotéis, empresas de transportes, restaurantes etc. Por
consequência, declina de responsabilidade de qualquer espécie durante a prestação destes serviços aos
passageiros que efetuem a viagem por seu intermédio. Quando o transporte se efetuar em veículos próprios
ou alugados pela agência, em caso de acidentes, qualquer que seja o país onde ocorra, os passageiros ficam
sujeitos expressamente à legislação sobre acidentes vigentes no país em que o veículo esteja matriculado,
renunciando taxativamente a qualquer outro direito que possa corresponder-lhes, em virtude do qual as
indenizações serão pagas aos interessados, beneficiários ou seus representantes legais no país de matrícula
do veículo e precisamente na moeda legal do mesmo. Os pagamentos das possíveis indenizações em caso
de acidente correspondem unicamente às companhias de seguro, excluindo-se qualquer responsabilidade
de terceiros, tais como: companhia aérea, marítimas, agências etc.
CONCORDÂNCIA
O Ato de inscrição nos programas da Agência implica automaticamente na adesão do passageiro
às “Condições Específicas” e “Condições Gerais” estabelecidas neste impresso.
UNI
148
TÓPICO 3 | FORMULÁRIOS OPERACIONAIS E
LEITURA COMPLEMENTAR
Rafael Bergamaschi
Só tem quatro dias de férias? Talvez Nova York não seja a melhor opção.
Pode ficar um mês fora? Talvez seja a hora de fazer aquele sonhado tour europeu.
Certas cidades exigem mais tempo do que outras para serem apreciadas. “Você
não vai conhecer Paris profundamente em dois dias. Você vai ter uma fotografia
da cidade nesse tempo, só vai sentir o ‘cheirinho’”, brinca Abraços. Quem nunca
esteve na Europa pode aproveitar pacotes que cubram diversos países para eleger
os favoritos. Em outras oportunidades, pode ser o caso de escolher um lugar
e dedicar boa parte do tempo apenas a ele. Evite pacotes que ofereçam “tours
panorâmicos”. A ideia é conhecer o lugar, não apenas tirar fotos.
149
UNIDADE 2 | PLANEJAMENTO E OPERAÇÃO DE ROTEIROS E VIAGENS TURÍSTICAS
Caso já saiba a cidade para onde quer ir, vale buscar agências e operadoras
que possuam tradição com o lugar. A Polvani, por exemplo, está acostumada
a lidar com a Itália. “Nosso escritório central é em Gênova, na Itália”, explica
Dilcina. Existem agências ou operadoras específicas para diversos destinos:
Grécia, Austrália, Nordeste brasileiro, África do Sul... E há também escritórios
que se especializam em turismo de aventura, ecoturismo, viagens para a terceira
idade... Vale pesquisar.
FONTE: BERGAMASCHI, Rafael. Sete dicas para analisar se um pacote de viagens é bom. Disponível
em: <http://turismo.ig.com.br/manual-do-viajante/dicas/2012-08-17/7-dicas-para-analisar-se-um-
pacote-de-viagens-e-bom.html>. Acesso em: 24 ago. 2012.
150
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você viu que:
151
AUTOATIVIDADE
152
UNIDADE 3
TRANSPORTES TURÍSTICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um de-
les você encontrará resumo do conteúdo e as autoatividades que reforçarão
o seu aprendizado.
153
154
UNIDADE 3
TÓPICO 1
TRANSPORTE E O TURISMO
1 INTRODUÇÃO
A atividade turística é caracterizada pelo deslocamento. A prática do
deslocamento é uma concepção de ir e vir do homem em movimento. É uma das
concordâncias dos autores e estudiosos da área. Conceber o turismo precede da
contemplação do movimento, do estar fora de sua residência habitual por um
determinado tempo.
155
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Para subsidiar tal importância entre estes dois elementos, Palhares (2002) a
identifica desde o período do Império Romano, onde a ligação entre os territórios
conquistados era feita através de longas estradas com hospedarias, pois as viagens
duravam dias e havia a necessidade de repouso.
Porém, com a queda do Império Romano, tais estradas não eram utilizadas
com a mesma frequência, fazendo com que muitas das hospedarias fossem
fechadas. Séculos mais tarde, as carruagens eram o meio de transporte mais
utilizado e passaram a influenciar na expansão hoteleira, onde muitas dessas
carruagens eram de propriedade dos donos dos hotéis, garantindo o fluxo de
passageiros e hóspedes, o que caracteriza um modelo de integração vertical, haja
vista a atuação de uma mesma organização em dois setores da cadeia produtiva.
156
TÓPICO 1 | TRANSPORTE E O TURISMO
NOTA
No que diz respeito aos transportes ferroviários com fins turísticos, nos
parece que o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, começa a
efetivamente desenvolver ações para alavancar o setor. Até o final de 2012
deve ser lançado um edital de chamada pública para selecionar projetos de
implantação de trens turísticos no país. “Os trens turísticos contribuem para
o resgate da história do transporte ferroviário no Brasil e surgem como um
catalisador do desenvolvimento cultural dos destinos brasileiros”. (MINISTÉRIO
DO TURISMO, 2012).
157
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
158
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você viu que:
• No que diz respeito aos transportes ferroviários com fins turísticos, nos parece
que o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, começa a efetivamente
desenvolver ações para alavancar o setor. Até o final de 2012 deve ser lançado
um edital de chamada pública para selecionar projetos de implantação de trens
turísticos no país.
159
AUTOATIVIDADE
160
UNIDADE 3
TÓPICO 2
TRANSPORTE AÉREO
1 INTRODUÇÃO
O transporte aéreo reorganizou todo o turismo no mundo. Trechos que
antes poderiam demorar meses em navios passaram a ter um novo dinamismo,
chegando às atuais travessias oceânicas entre a América do Sul e a Europa
contempladas em menos de 12 horas.
161
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Contudo, a aviação moderna deu início aos seus estudos com o cientista
Sir George Cayley (1773-1857), que começou a formular os preceitos básicos dos
voos e chegando à seguinte conclusão:
162
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
Pouco tempo após estes fatos, mais precisamente entre os anos de 1910
a 1914, a empresa alemã DELAG – Deutsche Luftschiffahrts A. G. Direktion –
realizou o serviço de transporte de passageiros através de quatro dirigíveis
interligando algumas cidades alemãs, sendo que este serviço somente foi
interrompido devido à Primeira Guerra Mundial. Porém, ao mesmo tempo em
que a guerra o interrompeu, foi possível desenvolver novas tecnologias para o uso
das aeronaves nos combates, que com a renovação e melhoria destas, começaram
a ser utilizadas como meio de transporte de passageiros.
b) Voo exploratório tríplice: realizado pelo aviador inglês Alan Cobham em três
etapas: o primeiro rumo à Índia em um voo realizado em 210 horas; no ano
seguinte partiu da Inglaterra rumo à África do Sul; e em junho de 1926 sua
viagem se encerra na Austrália.
DICAS
2.1 REGULAMENTAÇÃO
O transporte aéreo, por utilizar do território de vários países em casos
de voos internacionais e utilizar do ar como via de transporte, exige diversas
regulamentações para que a operação desta atividade ocorra com total segurança
para os que usufruem deste modal.
165
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
166
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
Essa ação pôde ser considerada um sucesso, pois atualmente, nos Estados
Unidos, todos os pontos do país estão ligados por voos comerciais e com um grande
número de companhias aéreas de baixo custo (low cost low fare) e, além disto, houve
o fortalecimento das companhias americanas na realização das rotas internacionais.
167
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Como exemplo no Brasil, vale citar a Gol Linhas Aéreas, que possui muitas
das características supracitadas, com ressalva ao seu modelo de venda, que não
é exclusivo via internet, permitindo aos passageiros a compra de suas passagens
diretamente com um agente de viagens.
Para resumir, Graf (2005 apud CERETTA et al., 2007) apresenta algumas
diferenças entre as companhias tradicionais e as low cost/low fare.
168
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
Por fim, pode-se concluir que as companhias low cost/low fare não tomaram
os clientes das empresas tradicionais, mas sim, criaram uma nova demanda que
necessitava viajar, mas devido aos preços altos praticados isto não era possível.
169
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
b) Marketing: o uso de code- share, por exemplo, onde uma empresa pode vender
passagem com seu nome mesmo que parte do percurso, ou todo ele, seja
operado por outra empresa.
170
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
h) Operações conjuntas: serviços operados por uma companhia aérea, mas com os
custos e receitas sendo compartilhados com as demais companhias da aliança.
Vale citar alguns exemplos de alianças, como a Star Alliance, que no ano
de 2007 possuía 17 companhias aéreas associadas; One World, que no mesmo
ano detinha 11 associados; e a Skyteam, que em 2007 contava com 13 companhias
associadas ao grupo.
NOTA
171
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Meyer foi então buscar apoio no Rio Grande do Sul, onde esperava
conseguir apoio financeiro de empresários alemães e descendentes, como ele; e
pela futura empresa já levar o nome do Estado pelo Brasil, o então governador
concedeu incentivos fiscais e relaxamento de impostos.
Contudo, ainda era necessária a busca por apoio técnico para o início das
operações, portanto, foi buscar auxílio com uma indústria aeronáutica alemã, a
Condor Syndikat, que já operava como companhia aérea no Brasil. Sendo assim,
foi pessoalmente à sede da Condor em Hamburgo e negociou 21% das ações em
troca da operação e suporte das aeronaves.
Alguns anos após este fato, em 1955, ocorreu seu voo inaugural entre
Rio de Janeiro e Nova York, e até o final da década de 1980 a Varig possuía o
monopólio dos voos para o exterior.
Devido aos prejuízos bilionários sofridos pela Varig, esta tenta se fundir
com a TAM e ocorre então a utilização de voos code share. Porém, em 2006 a
empresa enfrenta: vendas de partes das empresas; demissão de 5.500 funcionários;
redução de sua frota; e cancelamentos de linhas aéreas da empresa, culminando o
encerramento de suas operações em março de 2007.
Diante de tal situação, foi criada uma operação para salvar parte do ativo da
empresa e o que ela tinha de valor, como os “slots” nos aeroportos e a parte da Varig
Cargo. Essa parte foi separada da massa falida da empresa, que acumulava uma
dívida bilionária e passivos de natureza civil, trabalhista, previdenciária e tributária.
172
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
NOTA
A Nova Varig, como foi chamada, foi vendida à empresa Gol Linhas Aéreas
em 2007, que se tornou Gol/Varig, sendo que a empresa mantém a marca Varig
responsável pela operação dos voos internacionais de maior distância, como:
Bogotá (Colômbia), Bridgetown (Barbados), Caracas (Venezuela), Oranjestad
(Aruba) e Punta Cana (República Dominicana). (GOL, 2012).
•
VASP – Viação Aérea São Paulo
173
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
•
SADIA – TransBrasil
Exatamente dez anos mais tarde, em 1972, a Sadia S.A. Transportes Aéreos
muda sua razão social para TransBrasil. Já no ano de 1976 ela fez um acordo com
o governo da Bahia, onde surgiu a Nordeste Linhas Aéreas, atuando na região
Nordeste do país e que futuramente foi vendida ao Grupo Varig.
•
TAM – Táxi Aéreo Marília
Vinte anos depois, em 1996, já estendia sua malha para grande parte do
território nacional e passou a se chamar TAM – Transportes Aéreos Meridionais.
Neste mesmo período, surgem os “voos diretos ao centro”, interligando São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba.
174
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
•
GOL Linhas Aéreas
O crescimento foi tão rápido que no ano seguinte à sua inauguração ela
já operava a ponte aérea Rio-São Paulo, e poucos anos após já operava em voos
internacionais para a Argentina, Bolívia e Chile, expandindo o turismo brasileiro
na América do Sul.
Seguindo com sua expansão, em abril de 2007 a Gol compra a Varig Linhas
Aéreas, a fim de ampliar a abrangência da companhia e começando a realizar
voos internacionais distantes para Europa, América do Sul e América do Norte.
175
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
2.5 INFRAERO
Para se estudar a aviação civil nacional é indispensável o conhecimento de
órgãos e entidades responsáveis pela regulamentação deste tipo de transporte;
por isto a necessidade da ciência sobre a Infraero, que será apresentada de
forma resumida.
176
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
2.6 AEROPORTOS
Há alguns anos que os aeroportos passaram de simples locais de embarque/
desembarque de passageiros para se transformarem em verdadeiros centros de
negócios, pois acabam sendo o primeiro contato de um viajante com a localidade.
177
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
178
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
179
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
180
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
Doméstico
5%
6% 4%
9% 39% Gol
TAM
Azul
Webjet
37% Avianca
Outros
181
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
NOTA
Internacional
25% TAM
47% Gol/Varig
9% TAP
8% American Airlines
4% 7% Air France
Outras
182
TÓPICO 2 | TRANSPORTE AÉREO
Doméstico + Internacional
11%
4%
6% 36% Gol/Varig
8% TAM
Azul
Webjet
35% Avianca
Outros
183
RESUMO DO TÓPICO 2
•
A aviação moderna deu início aos seus estudos com o cientista Sir George
Cayley (1773-1857), que começou a formular os preceitos básicos dos voos.
• Alguns séculos após a morte de Da Vinci foi dado o primeiro passo para a
concretização deste sonho: o voo em balões, realizado primeiramente pelos
irmãos Montgolfier, na França em 1783, onde os princípios científicos deste tipo
de voo permanecem praticamente inalterados até os dias de hoje.
•
Outros pontos que compõem a regulamentação são: acesso aos mercados;
designação; capacidade; tarifas e code-share.
184
• As companhias aéreas chamadas low cost entraram no mercado com a proposta
de oferecer voos de curta duração, com serviços simples e preços abaixo dos
aplicados pelas companhias aéreas tradicionais.
185
AUTOATIVIDADE
186
UNIDADE 3
TÓPICO 3
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
1 INTRODUÇÃO
O transporte rodoviário sempre foi um dos grandes desenvolvedores
do turismo. Das carroças e carros de boi aos luxuosos carros do mercado atual,
várias foram as mudanças, não só no desenvolvimento tecnológico, mas também
em toda a sociedade, que se viu influenciada pela Revolução Industrial.
187
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
DICAS
c) Dona Francisca: criada em 1867, ligando Joinville a São Bento do Sul, ambas em
Santa Catarina, e possui 146 quilômetros.
188
TÓPICO 3 | TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Além destas, pode-se citar a construção da Via Anchieta, em 1944, que foi
a primeira autoestrada brasileira, interligando São Paulo com a costa litorânea na
Baixada Santista.
3 REGULAMENTAÇÃO
Tendo em vista tal crescimento, se fazia necessária a estruturação de um
planejamento para o desenvolvimento do transporte terrestre nacional. No entanto,
antes disso já era criada no Estado de São Paulo, no ano de 1934, a chamada Diretoria
de Estradas de Rodagem (que futuramente passa a ser chamada de Departamento
de Estradas de Rodagem, o DER-SP), com o intuito de gerar uma autonomia técnica
e administrativa para a construção de rodovias no Estado.
Atualmente, além do DNIT, existe para cada Estado brasileiro um DER, além
de municípios que contam com as secretarias municipais de Transportes ou Obras
Públicas, responsáveis pelas benfeitorias do sistema rodoviário de sua autonomia.
189
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
190
TÓPICO 3 | TRANSPORTE RODOVIÁRIO
g) Táxis: mesmo não tendo como seu foco principal o turismo, é indispensável citá-
los como um tipo de transporte rodoviário utilizado por turistas, especialmente
entre os terminais de embarque (aeroportos, rodoviárias, portos, estações), hotéis
e quaisquer outros tipos de deslocamento necessário dentro da localidade.
Vale destacar a importância dos táxis, por exemplo, que muitas vezes
se tornam o primeiro contato de um turista com algum serviço da localidade, e
tendo em vista tal situação, muitos órgãos regulamentadores da atividade pelo
mundo têm procurado investir na qualidade da prestação deste serviço.
191
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
5 TERMINAIS RODOVIÁRIOS
Os terminais rodoviários estão presentes em pontos, algumas vezes
estratégicos, para a realização de embarque e desembarque de passageiros, e até
mesmo como simples paradas de descanso e alimentação dos viajantes ao longo
de um percurso.
Outro caso que vale ser citado é o Port Authority Bus Terminal, em Nova
York, que é considerado o mais movimentado do mundo, sendo que no ano de
2008 recebeu 58 milhões de passageiros e, atualmente, possui um movimento
diário de 250 mil pessoas.
Sua estrutura conta ainda com: locais de acessibilidade para pessoas com
deficiência físico-motoras; dois estacionamentos; guarda-volumes; achados e
perdidos; praça de alimentação com lanchonetes e restaurantes; lojas; serviços de
táxis, vans e locação de carros; serviço de carregadores de bagagens; internet wi-fi
gratuita; caixas eletrônicos; serviços de informações sobre a cidade de São Paulo,
com guias da cidade, mapas, localização de hotéis, entre outros serviços.
192
TÓPICO 3 | TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Além dos carros próprios, vale destacar a utilização dos ônibus como
meio de transporte preferido pelos brasileiros em viagens domésticas, ressaltando
a importância deste modal. Os ônibus utilizados são tanto os de linha quanto os
fretados, sendo que o transporte aéreo representa apenas o terceiro tipo de transporte
mais utilizado em viagens domésticas, como apresentado no quadro a seguir,
elaborado pelo Ministério do Turismo referente aos dados coletados no ano de 2007.
193
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Categoria Características
Elas partem de Brasília para os demais lugares. Sua
Radial (BR-0XX) numeração varia de 005 a 095 de acordo com o ângulo
formado, no sentido horário. Ex.: BR-010; BR-040.
Acesso ou Ligação (BR-4XX) Fazem a ligação entre quaisquer rodovias. Ex.: BR-407; BR-496.
194
TÓPICO 3 | TRANSPORTE RODOVIÁRIO
g) Via Serrana (RS): é a rodovia BR-116 que leva este nome no trajeto entre
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo que neste último faz importantes
ligações entre Porto Alegre, Nova Petrópolis, Pelotas e Caxias do Sul.
O caminho entre Nova Petrópolis e Porto Alegre é conhecido como Rota
Romântica, pois possui belas paisagens de vales e pequenas cidades.
FONTE: TURISMO IG. As 11 estradas mais incríveis do Brasil. Disponível em: <http://turismo.
ig.com.br/destinos-nacionais/as-11-estradas-mais-incriveis-do-brasil/n1597216427845.html>.
Acesso em: 6 ago. 2012.
NOTA
195
RESUMO DO TÓPICO 3
• Atualmente, além do DNIT, existe para cada Estado brasileiro um DER, além
de municípios que contam com as secretarias municipais de Transportes ou Obras
Públicas, responsáveis pelas benfeitorias do sistema rodoviário de sua autonomia.
196
• O Port Authority Bus Terminal, em Nova York, é considerado o mais
movimentado do mundo, sendo que no ano de 2008 recebeu 58 milhões de
passageiros e atualmente possui um movimento diário de 250 mil pessoas.
197
AUTOATIVIDADE
1 Cite três estradas do Brasil no século XIX. Quais eram os trechos percorridos
pelas mesmas?
198
UNIDADE 3
TÓPICO 4
TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Uma das primeiras maneiras de locomoção foi concebida através das
observações que os homens faziam sobre os troncos de árvores que flutuavam
nos rios. Da compreensão da possibilidade de utilizá-las como meio de transporte
à construção das primeiras canoas, foram necessários pequenos ajustes.
Até então era somente utilizada a força braçal do homem, com a utilização
de remos, sendo que futuramente começaram a perceber que o vento, aliado
às velas, poderia ser útil e deixar a embarcação mais veloz. Após estudos mais
aprofundados sobre este modo de navegação, houve um período em que a
expansão marítima foi enorme, com o grande período de descobrimento de novas
terras e novos acordos comerciais, com destaque para a grande navegação de
Cristóvão Colombo, com o descobrimento da América no ano de 1492.
199
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Anos mais tarde, em 1870, com a utilização do aço na construção dos cascos
dos navios, foi implantado também o sistema de turbinas a vapor, oferecendo
maior potência. Elas ocupavam menos espaço, começando a criação dos navios
luxuosos para o transporte de passageiros.
Pode-se dizer que, assim como com os demais modais, o transporte aquaviário
ligado ao turismo se desenvolveu por acaso, devido a uma necessidade inicial, acabou
sofrendo alteração ao longo dos anos e foi adaptado a esta nova realidade.
Porém, além dos cruzeiros marítimos, que serão tratados mais adiante, é
necessário ressaltar a existência de outros tipos de transporte aquaviário, como,
por exemplo:
200
TÓPICO 4 | TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
b) Bacia Franciscana: realizava o transporte regular pelos rios São Francisco, Carinana
e das Velhas, porém sofreu com a construção de uma barragem que impediu sua
navegação de passageiros, mas anos depois algumas barragens foram criadas,
oportunizando a volta das operações nesta bacia através dos catamarãs.
201
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
4 CRUZEIROS MARÍTIMOS
Os cruzeiros marítimos, como os conhecemos hoje, começaram a se
desenvolver a partir da utilização dos navios cargueiros para o transporte de
passageiros, e ao longo do tempo voltaram sua visão para o turismo de experiência
ligado ao luxo, sendo este modal pouco acessível e não muito utilizado, por conta
dos elevados preços.
a) Migração
b) Alfândega
202
TÓPICO 4 | TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
c) Salubridade
Este quesito é um dos mais preocupantes, pois há muitos anos, no período das
grandes navegações, ocorreu a proliferação de muitas doenças, devido às condições
sanitárias nos navios serem precárias, e muitos tripulantes, na maioria escravos,
morriam em decorrência dessas doenças, que eram trazidas de um continente a outro.
Assessorar o Ministério
Conselho do Turismo na formulação
Nacional de CRUZEIRO Ministério de planos, programas e
do Trabalho projetos relacionados a
Imigração
cruzeiros marítimos
Capitaria Conselho
Administração de todas as Nacional
atividades marítimas e dos Portos
de Turismo
operações portuárias da Região
Guarda Secretaria
Atendimento de ocorrências e fiscaliza- Apoio ao desenvolvimento da infraes-
Portuária Nacional
ção da faixa portuária, verificando e caracte- trutura portuária, com investimentos orça-
dos Portos mentários e do Programa de Aceleração do
rizando os fatos que contrariem as normas
da Cia. Docas e a legislação penal em vigor Crescimento (PAC)
203
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
e) Celebrity Cruise Lines: possui o luxo a bordo dos navios de sua companhia,
oferecendo refeições de renomados chefs, com obras de arte contemporânea e
camarotes completos.
h) Cunard Line: uma das companhias mais famosas do mundo e tem mais de
160 anos de existência, tendo em seu destaque o navio Queen Elizabeth II,
totalmente clássico, transportando os passageiros novamente à idade de ouro
das viagens marítimas.
204
TÓPICO 4 | TRANSPORTE AQUAVIÁRIO
i) Disney Cruis Line: operando desde 1998, oferece pacotes junto ao Walt Disney
World Resort, onde o passageiro fica alguns dias a bordo do navio e outros
dias hospedado no hotel. Conta com diversas opções de lazer a bordo, além de
espetáculos ao melhor estilo Broadway.
Tal fato pode ser ressaltado através dos dados divulgados pelo Ministério
do Turismo (2012), apontando que o Brasil é o quinto país que mais recebe turistas
de cruzeiros marítimos, ficando atrás apenas de Estados Unidos, Inglaterra,
Alemanha e Itália.
Além deste valor, vale ressaltar o gasto dos turistas nas destinações, com
compras de souvenirs, passeios turísticos, alimentação, entre outros, que somados
geraram um montante de R$ 522,5 milhões na temporada entre outubro de 2010
e maio de 2011.
205
RESUMO DO TÓPICO 4
• Relatos existentes no Egito evidenciam a navegação pelo Rio Nilo, com o intuito
principal de comercializar produtos, e que provavelmente era realizada através
de troncos de árvores com uma cavidade central, onde fosse possível acomodar
uma pessoa e suas cargas.
• Em 1870, com a utilização do aço na construção dos cascos dos navios, foi
implantado também o sistema de turbinas a vapor, oferecendo maior potência; e
ocupavam menos espaço.
206
AUTOATIVIDADE
207
208
UNIDADE 3
TÓPICO 5
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
1 INTRODUÇÃO
O transporte ferroviário tem uma ligação extremamente íntima com o
desenvolvimento das agências de viagens. Foi a partir de um trem que Thomas
Cook organizou sua primeira viagem, e é a partir dele, portanto, que o turismo se
intensifica no sentido da profissionalização.
Ele trabalhava com seu pai em uma mina de carvão e era encarregado
de uma bomba de água que funcionava com um motor a vapor, e futuramente
ele mesmo desenvolveu um para levar vagões desde o vagão do carvão até o
elevador. Já em 1822 ele conseguiu convencer as pessoas de que sua máquina
podia substituir os cavalos, além de utilizar pequenos vagões abertos para o
transporte de carvão, farinha e passageiros.
209
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Foi quando este trem correu a 48 km/h e arrastou nove toneladas, sendo
considerada a primeira vez que um motor a vapor arrastou um trem, transportando
passageiros sobre uma via férrea pública.
3 TIPOS DE SERVIÇO
Assim como os demais modais de transporte, as ferrovias possuem
uma classificação quanto ao seu uso, à natureza do terreno e do tipo de serviço
prestado, que serão discriminados a seguir, segundo Torre (2002):
•
Quanto ao seu uso:
•
Quanto à natureza do terreno:
b) Aéreos: são aquelas ferrovias em que os trilhos são suspensos por algum tipo
de estrutura armada e os trens percorrem sob esses trilhos.
•
Quanto ao serviço prestado:
210
TÓPICO 5 | TRANSPORTE FERROVIÁRIO
c) Rocky Mountaineer (Canadá): é uma viagem que dura dois dias, sendo que o
pernoite é feito em um hotel na cidade de Kamloops. Os últimos dois vagões
são double deck, sendo que o andar superior é todo envidraçado, incluindo o
teto. Um dos destaques da viagem são túneis em espiral, além das montanhas
dos parques nacionais da região.
a) Trem do Vinho (RS): faz a ligação das cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi
e Carlos Barbosa, onde o passageiro faz uma viagem ao passado, vivenciando
a cultura dos descendentes da colônia italiana, com degustações de vinhos e
espumantes, além de apresentações culturais.
b) Maria Fumaça (SC): a viagem inicia em Rio Negrinho e passa pelas cidades de
São Bento do Sul e Rio Natal, sendo possível visualizar um pouco da cultura
polonesa que marcou a colonização da região.
211
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
e) Estrada de Ferro Corcovado (RJ): passa pelo Parque Nacional da Tijuca, com a
exuberância da Mata Atlântica até chegar ao monumento do Cristo Redentor.
f) Bitolinha (MG): importante para o cenário colonial de São João Del Rey,
fazendo a ligação entre esta cidade e Tiradentes.
g) Trem do Forró (PE): é um percurso de seis horas ao som do forró, passando por
belas paisagens entre Recife e Caruaru.
NOTA
212
TÓPICO 5 | TRANSPORTE FERROVIÁRIO
d) Artesia de Jour (FRA e ITA): de Paris a Lyon para Milão, via Turim.
e) AVE (ESP): Madrid e Sevilla via Córdoba. Sua principal característica é sua
pontualidade.
f) Cisalpino (ALE, SUI e ITA): possível fazer a ligação da Suíça com a Itália, ou a
ligação entre os três países.
j) ICE (ALE, AUS, HOL e SUI): cobre praticamente toda a Alemanha, atende
também Viena, algumas cidades da Suíça e atualmente Amsterdã.
n) Talgo Triana (ESP): opera entre Barcelona e Cadiz, com diversas opções de
ligação (Saragoza, Madrid, Córdoba e Sevilla).
o) TGV (FRA, BEL e SUI): atende boa parte da França, Bélgica, alcançando até
mesmo os Alpes Suíços.
Mesmo com a vantagem dos aviões com relação à sua velocidade alcançada,
os trens são muito mais utilizados em trechos até 500 quilômetros, e uma das
principais vantagens deste último é que as estações ferroviárias se encontram nos
grandes centros urbanos, facilitando o deslocamento na localidade.
213
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
c) Trem-Hotel Lusitânia, faz o percurso entre Madrid e Lisboa e conta com cabines
individuais ou para duas pessoas.
Com toda essa oferta, os trens são muito utilizados na Europa, Ásia e
América do Norte, tendo em vista a vasta disponibilidade de opções aos viajantes
e que, aliado com os tipos de passes que podem ser adquiridos, acabam se
tornando um meio de transporte muito atrativo.
4 PASSES DE TRENS
Outra vantagem da utilização deste modal é a possibilidade de compra
de passes de trens que podem ser utilizados em vários trechos por vários dias,
economizando tempo e dinheiro, pois não é necessário a cada trecho percorrido
efetuar nova compra.
Anterior à descrição dos tipos de passes, vale explicar alguns pontos dos
mesmos, que Palhares (2002) os subdivide da seguinte forma:
214
TÓPICO 5 | TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Além das vantagens com a compra desses passes e dos diferentes tipos
de serviços prestados através do transporte ferroviário já citado, existem ainda
alguns serviços que necessitam destaque, tais como:
e) Transporte de carros dos passageiros, como é o caso existente nos Estados Unidos,
do chamado Auto Train, sendo essa opção também encontrada na empresa
Eurotunnel, na ligação entre a Inglaterra e França sob o Canal da Mancha.
5 TERMINAIS DE TREM
Em todo o mundo, os terminais de trem sempre foram importantes no
deslocamento de passageiros, pois ofereciam a estes uma área de descanso,
um ponto de encontro ou simplesmente um local para proteção, enquanto
aguardavam a chegada dos trens.
•
Kings Cross St. Pancras, em Londres (Inglaterra).
•
CFM Railway Station, em Maputo (Moçambique).
•
Sirkeci Station, em Istambul (Turquia).
•
Southern Cross Station, em Melbourne (Austrália).
•
Kanazawa Station, em Kanazawa (Japão).
216
TÓPICO 5 | TRANSPORTE FERROVIÁRIO
•
Atocha, em Madri (Espanha).
•
Union Station, em Los Angeles (Estados Unidos).
•
Antwerp Central Station, em Antwerp (Bélgica).
•
Chhatrapati Shivaji Terminus, em Mumbai (Índia).
•
São Bento, na cidade do Porto (Portugal).
•
Union Station, em Washington (Estados Unidos).
•
Gare du Nord, Paris (França).
•
Kuala Lumpur Railway Station, em Kuala Lumpur (Malásia).
•
Grand Central Terminal, em Nova York (Estados Unidos).
•
Estação da Luz, em São Paulo (Brasil).
LEITURA COMPLEMENTAR
RESUMO:
Neste trabalho, pretende-se abordar os processos de surgimento da prática do
turismo, bem como sua evolução, desenvolvimento e sua configuração atual. O
cerne desta reflexão se dará sobre o desenvolvimento das matrizes de transportes
mundiais, sobretudo, o transporte aeroviário. Convidamos o leitor e “viajar”
conosco pelos fatos que marcaram a historicidade do turismo, desde a I Revolução
Industrial século XVIII, até os dias atuais.
Palavras-chave: Historia. Sistemas de Transportes. Turismo.
1. INTRODUÇÃO
217
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
Outro fator que propiciou uma expansão considerável no turismo deu-se após
as duas grandes guerras mundiais, o que possibilitou um investimento em rodovias e
nos transportes rodoviários e aéreos, além de propiciar alguns avanços tecnológicos,
como exemplo a televisão que contribuiu para a promoção de vários países como
destino turístico. (IGNARRA, 2003). Este trabalho pretende apresentar algumas
considerações sobre o desenvolvimento das matrizes de transportes mundiais,
principalmente o modal aeroviário e o desenvolvimento do turismo mundial.
2. DESENVOLVIMENTO
218
TÓPICO 5 | TRANSPORTE FERROVIÁRIO
219
UNIDADE 3 | TRANSPORTES TURÍSTICOS
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com Trigo, o Turismo é uma das forças propulsoras das mudanças
econômicas e sociais ocorridas no mundo, após a Segunda Guerra Mundial,
porque foi depois desta fase que houve o intenso processo de descolonização e a
consolidação da aviação como modal de transporte transcontinental, fazendo as
viagens mais rápidas, fato que favoreceu houve o boom turístico .(TRIGO, 1998).
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
220
RESUMO DO TÓPICO 5
•
Quanto ao seu uso, os trens podem ser de serviço regular ou serviço especial.
•
Quanto à natureza do terreno, os trens podem ser aéreos ou terrestres.
•
Os passes de trem podem ser de dias consecutivos ou flexíveis.
221
AUTOATIVIDADE
3 O que são passes de trem? Cite dois modelos de passes de trem que podemos
encontrar na Europa.
4 Cite três estações de trem que tonaram-se atração turística e o país onde estas
estão localizadas.
222
REFERÊNCIAS
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Associação Brasileira de Agências de Viagens. 1953 – 2003 – 50 anos de história:
lutas e vitórias. São Paulo: ABAV. Março de 2004.
223
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ensinar. v. 2. São Paulo: SENAC, 2001.
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Paulo: Editora Senac, 2006.
224
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e serviços turísticos; e dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de março de 1991, que
renomeia a Embratur e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
turismo.gov.br/turismo/legislacao/meios_hospedagem/11771_lei.html>. Acesso
em: 27 jul. 2012.
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Disponível em: <http://www.braztoa.com.br/home/index2.php?url=historico>.
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serviços: um estudo em agências de viagens. São Paulo: FEA/ USP, 1993. (Tese
de doutorado). Disponível em: <anaikeda.com.br/formacao_academica.htm>.
Acesso em: 20 set. 2012.
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PERUSSI, Regina Ferraz. Serviços Emissivos e os setores de hospedagem
e alimentação. In BRAGA, Debora Cordeiro (org.). Agência de Viagens e
Turismo: Práticas de Mercado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
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plans/Costa_Magica.cfm>. Acesso em: 21 ago. 2012.
VALENTE, Almir Matta. Gerenciamento de transporte e frota. São Paulo:
Pioneira, 1997.
229