CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA

UNIALFA

Anna Karolina Carneiro Meneses

ANÁLISE DO FILME CAPITÃES DA AREIA

Goiânia, 2022
 Inicialmente, apresenta-se de modo breve um resumo a respeito do filme e livro
Capitães da Areia, de Jorge Amado. Este livro conta uma história de gênero romance onde um
grupo de meninos de rua apresentam suas respectivas rotinas com os olhares de uma vida
banalizada, bem como também, das aspirações de uma criança.

A obra ilustra a vida juvenil destas, as quais residem em Salvador, sendo rotuladas
como marginais que aterrorizam a cidade. O grupo possui um líder, Pedro, que vivera na rua
desde seus cinco anos de idade. No decorrer da narrativa, é apresentado o grupo todo e como
vivem.

Compreendendo o texto, faz-se uma análise com a psicologia jurídica. Esta área que
possui diversas demandas é resumida em um trabalho que busca a verdade da situação a fim de
repassar tais informações ao julgador de demanda a qual solicitou o acompanhamento de um
psicólogo na lide.

Neste sentido, vale lembrar quais as funções de um psicólogo jurídico dentro deste
contexto de adolescente infracionais. O profissional psicólogo possui, como uma de suas
funções, desempenhar atividade socioeducativas a fim de intervir e compreender este
comportamento infrator.

Dito isso, pode-se entender que as medidas socioeducativas têm o objetivo de reeducar
o jovem/adolescente de maneira que ele possa vir a adaptar-se a sociedade, tornando-se um
adulto que vive dentro das normas sociais.

Vale ainda a ressalva de que toda e qualquer medida a ser adotada, seja por um
psicólogo ou não, é amparada no Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual tem como
respaldo o saudável desenvolvimento do menor, para que no futuro venha a ter a sua devida
relevância social.

No entanto, o psicólogo jurídico não trabalha sozinho, usando de serviços do ECA

(Estatuto da criança e do adolescente). De acordo com o art. 112, ECA, as medidas
socioeducativas podem vir a ser: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço
comunitário, liberdade assistida, internação e inserção ao regime de semiliberdade. (MAIA;
OLIVEIRA e SILVA, 2018)
 Ao compreender que a pratica da psicologia consiste em um aprimoramento de ações de
politicas publicas que articule com o Estado, a sociedade e a família, leva-se em consideração
como este profissional pode atuar sem infringir a subjetividade de cada sujeito.

Ao pensar na subjetividade do adolescente, deve ser levado em consideração o meio em

que este vive a fim de entender seu comportamento e modo de viver. Com isso, a psicologia
social é um grande ramo que contribui com a literatura do contexto social, tornando o olhar do
psicólogo jurídico menos generalista e mais individual daquele individuo.

Conforme ilustrado pela obra de Jorge Amado, o grupo de adolescente não são
definidos por apenas comportamentos infracionais, e sim, por demandas de como viveram,
como foram suas redes de apoio e, consequentemente, pelo estado que ainda vivem: crianças.

Levando em consideração este retrato, é possível observar que as medidas

socioeducativas não devem ser aplicadas de forma geral. Isto é, necessitando de uma avaliação
para identificação da melhor medida para aplicação conforme a subjetividade do adolescente,
pois cada um se comporta diferente.

Além disso, a importância de olhar pelo outro não é apenas pela necessidade de sucesso
e, sim, pelo respeito de que o outro possui sua individualidade e que ela foi construída pelo seu
ambiente. E, por isso, é essencial a utilização de princípios da psicologia social para
compreender como esse processo se deu.