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3ª Edição
--- Acentua-se o ‘que’ neste caso: Fazer o quê, Fernando? (quando a frase termina com um
vocativo). Carlos Eduardo Miranda, São Paulo/SP
Pela norma oficial, não. Reza o Formulário Ortográfico de 1943 (na 14ª regra da Acentuação
Gráfica - Obs.) que o acento circunflexo deve ser usado como distintivo ou diferencial entre “porquê
(quando é substantivo ou vem no fim da frase) e porque (conj.)” e entre “quê (s.m., interj., ou pron.
no fim da frase) e que (adv., conj., pron. ou part. expletiva)”. Vamos exemplificar essa regra quanto
aos dois últimos “ques”:
Sem acento:
Em suma: escreve-se o que com acento para marcá-lo como monossílabo tônico, da mesma forma
que se faz com dê, lê, sê, e essa tonicidade ocorre com o que quando interjeição ou substantivo e
quando pronome no final da frase.
Há, contudo, uma situação que deixa muitos brasileiros em dúvida: é justamente quando o “que”
soa como tônico mas não vem no fim da frase – ao menos a frase entendida como um enunciado
* Diretora do Instituto Euclides da Cunha e autora dos livros “Só Vírgula”, “Só Palavras Compostas”
e “Língua Brasil – Crase, Pronomes & Curiosidades” - www.linguabrasil.com.br
NÃO TROPECE NA LÍNGUA nº 237
3ª Edição
Não se pode considerar o acento gráfico um erro nesses casos, de modo algum. Mas pelo sim,
pelo não, é uma boa opção ater-se ao preceituado na gramática e não acentuar o “que” situado no
meio da frase, com ou sem pontuação na sequência. Assim o fizeram as pessoas que escreveram
os períodos abaixo:
Confira nesta página como e por que – embora entrelaçadas por uma história
inacabada – as duas guerras têm características singulares.
Pedimos que nos envie o recibo e a nota fiscal, sem o que não realizamos nenhuma
troca.
* Diretora do Instituto Euclides da Cunha e autora dos livros “Só Vírgula”, “Só Palavras Compostas”
e “Língua Brasil – Crase, Pronomes & Curiosidades” - www.linguabrasil.com.br