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Contexto de surgimento da História Cultural

Falar sobre História Cultural antes de tudo é também falar sobre História das
mentalidades, logo que deve-se compreender o prosseguimento do fluxo histórico como
dado as suas causas específicas de formação, assim como a ciência está sempre se
reformulando seja na forma de teoria e/ou prática, o conhecimento histórico como
conhecimento científico passa por esse mesmo processo de dinamização dos saberes e
introdução de novos métodos ou perspectivas.
Mas a que se deve o ato de mencionar a História das mentalidades no ato de
elucidação à formação da História cultural enquanto dimensão do saber histórico? A resposta
está na interconexão de fatores que levaram ao transformar de uma (ou mais) mentalidades,
na forma de difusão de suas raízes semânticas na construção da História Cultural, logo que o
contexto da primeira é esta que desperta um interessante cenário a ser comentado. A forma
como os teóricos desse campo científico sofreram com críticas dos setores historiográficos
tradicionais deve ser levada em consideração. Primeiro em virtude do que era considerado
História na época, ou seja, a forma que o teórico da história deveria prosseguir em relação ao
próprio campo da ciência (onde reinava antes de tudo a objetividade como consequência da
revolução cultural e espiritual da modernidade). Em segundo lugar, sobre o que era o objeto
de estudo da História.
A proposta da História das mentalidades é voltado para um objeto que não era
palpável às mãos físicas do conhecimento científico, mas sim subjetivo e bem mais complexo
de ser apreciado (não aqui cometendo o erro de dizer que os fatos que eram de interesse ao
conhecimento histórico da época não tinham sua carga de complexidade, mas dando o devido
reconhecimento à coragem do teórico da história das mentalidades que racionalizava em cima
de um fato que tinha sua carga de dificuldade aumenta graças à subjetividade gritante do
fato). Deve-se ainda mencionar alguns fatos contextuais da época que garantiram uma
característica única ao surgimento da História Cultural:a Escola dos Annales. Esse foi um
importante marco dentro do saber historiográfico, pois introduziu no meio científico
propostas de cunho inovador e revolucionárias como a interdisciplinaridade, podendo aqui
citar o aproximamento com a Literatura, o estruturalismo enquanto vertente foi outra fato que
se fez impactante nesse contexto, logo que o simbolismo na História começou a adquirir uma
carga significativa nunca antes vista.
Pode-se dizer que após essa demonstração de características e particularidades
contextuais, mais precisamente na década de 80, se tem o declínio das “mentalidades” e a
deserção em massa de historiadores/teóricos para outros campos, no plural, pois muitos
desses foram estratificações fragmentadas do que foi o campo das mentalidades, herdando os
problemas e as ambições científicas do campo maior que os serviu como referência. Assim, a
criação da História Cultural, campo que pode ser definido como A Novas História Cultural,
busca colocar como seu objeto palpável a cultura humana.

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