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Telescópio Cripto 5º Edição
Telescópio Cripto 5º Edição
ÍNDICE
Introdução 3
Análise On-chain 15
Stablecoins em Exchanges 16
Liquidações nos Futuros 17
“Open Interest” ou interesse aberto em Futuros 18
Opções 19
Conclusão da Análise On-chain 21
Análise Técnica 22
Atualização de Métricas 26
Conclusão da Análise Técnica 32
Análise DeFi 33
As principais formas de proteção 36
Conclusão 38
Autores/ Disclaimer 39
INTRODUÇÃO
Houston, we have a problem.
Essa é uma frase célebre dita por Jack Swigert, astronauta a bordo da Apollo 13, nave que
tinha como destino a Lua, em 1970, com outros dois tripulantes. Foi após ouvir um descomu-
nal ruído que os astronautas descobriram que um dos tanques de oxigênio da Apollo havia
explodido. A frase de Swigert serviu para alertar a base, que ficava em Houston, sobre a si-
tuação ocorrida.
Como você já percebeu, em nosso Telescópio iremos discutir em detalhes o caso da LUNA e
a stablecoin UST. Mas vamos bem além disso. Vamos mais a fundo no universo das stable-
coins e averiguar o cenário atual para essa categoria de criptomoedas. Nessa edição, temos
ainda uma novidade: DeFi passa a ser uma seção de nosso relatório, trazendo conhecimento
teórico e prático para quem deseja se aprofundar neste setor. Boa leitura!
Tripulação do programa Apollo 13, cuja missão à Lua foi abortada por causa da ex-
plosão de um tanque de oxigênio, após dois dias de viagem. O mundo parou para as-
sistir a operação de resgate que trouxe os astronautas de volta à Terra em segurança.
O retorno só foi possível pois optou-se pelo modelo de espaçonave capaz
de fragmentar-se em divesos módulos.
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA
E DE SENTIMENTO
2022 não tem sido um ano fácil para os investidores de criptomoedas e maio foi a prova dis-
so, sendo mais um mês negativo e com diversos acontecimentos que impactaram o mer-
cado. O pessimismo e uma caminhada em depressão levam o preço do BTC, até o momento
do fechamento desta edição, a desvalorizar cerca de 61,95% desde a sua máxima histórica
de quase US$ 69,000, em novembro de 2021. Isso tem gerado bastante preocupação para os
investidores quanto ao futuro da principal criptomoeda do mercado.
Rumores por parte de especialistas sobre o início do tão temido inverno cripto têm se tor-
nado mais frequentes, enquanto observamos o Bitcoin lutando para se manter em níveis
de preço mais próximos dos US$ 30,000. Observa-se também uma forte onda de aversão ao
risco em todo o planeta frente às instabilidades macroeconômicas.
Com isso, nota-se ainda o alto nível de estresse do mercado por meio de um indicador de
sentimento, o Fear and Greed Index, que voltou a registrar níveis alarmantes de extremo
medo (quando varia entre 0 e 25), com destaque para o dia 17 de maio que chegou a marcar
8. Isso não acontecia desde o “Corona Crash” em março de 2020.
O Fear and Greed Index, ou Índice de Medo e Ganância, é uma ferramenta que ajuda investi-
dores e traders a analisar a partir de uma perspectiva de sentimento dos investidores. Este
índice identifica até que ponto o mercado está se tornando excessivamente medroso ou
ganancioso.
A ideia é que quando o mercado está com medo, o Bitcoin pode estar barato/subvalorizado
naquele momento, podendo apresentar uma boa oportunidade de compra. O inverso também
se aplica. Portanto, quando o Índice de Medo e Ganância sinaliza que os participantes do
mercado estão extremamente gananciosos, pode ser um indicativo de que o preço do Bit-
coin está muito acima de seu valor intrínseco, sendo um bom momento para vender.
Além disso, seu CEO e o time de desenvolvedores eram, em sua maioria, ligados a grandes
empresas como Apple e a Microsoft, o que gerava mais confiança ao projeto. Dessa forma,
o time entendia que uma grande barreira para a expansão do mercado de criptomoedas era
a sua instabilidade. Assim, o projeto tinha por objetivo criar um ecossistema com foco em
emitir stablecoins de forma descentralizada, além de criar um ecossistema confiável que
ampliasse o uso de criptomoedas como forma de pagamentos.
Assim, a ideia era criar stablecoins que mantivessem paridade com diversas moedas fi-
duciárias, através da blockchain Terra, sendo a LUNA o mecanismo de estabilização, por
meio de um sistema que mantivesse o equilíbrio dessa ação, conforme veremos a seguir.
E assim nasceu a plataforma que, na sequência, gerou seu token nativo, chamado de LUNA,
que tinha a finalidade de garantir a estabilidade do ecossistema Terra. A LUNA, todavia, ao
invés de ser lastreada em moeda fiduciária, adotava um método algorítmico para controlar
sua emissão. O token ainda tinha outras funções, como reduzir a taxa de rede, realizar stak-
ing e papel de governança.
Para esclarecer, vamos explicar de forma simples o que significa as funções citadas:
Taxas de Rede: A LUNA era utilizada para cobranças e taxas na blockchain da rede Terra.
Assim o usuário poderia, por exemplo, pagar a taxa de transação com qualquer stablecoin.
Staking: Mecanismo de renda passiva, onde você podia utilizar LUNA e receber recompen-
sas por contribuir com a segurança da rede.
Governança: Usuários que possuíam LUNA em suas carteiras podiam participar da gover-
nança do projeto, inclusive com propostas relacionadas à atualização da rede.
Além disso, a ideia era apoiar sistemas de pagamentos existentes como Anchor, Mirror e
CHAI. Assim, podemos, através deste desenho, resumir de forma bem simplificada o obje-
tivo do projeto:
Para entendermos como ocorria a queima de LUNA, vamos explicar de forma sucinta como
funciona o processo de queima de um token.
Por fim, apesar de nem sempre ser fácil perceber, os detentores dos tokens beneficiam-se
da queima. Nesse sentido, esta ação traz vantagens tanto para os investidores quanto aos
desenvolvedores, que além de contribuir com a estabilização do token, recebem incentivos
para manter o ativo. Além disso, a queima traz um senso de confiabilidade e maior transpa-
rência na governança da criptomoeda.
• Se UST estiver acima de US$ 1, valendo, • Se UST estiver abaixo de US$ 1, por e-
por exemplo, US$ 1.03, os usuários po- xemplo, valendo US$ 0.98, os usuários
dem converter US$ 1 de LUNA em 1 UST, podem converter 1 UST por US$ 1 de
lucrando 3 centavos. O algoritmo queima LUNA, lucrando 2 centavos. O algoritmo
US$ 1 de LUNA e emite 1 UST, aumentan- queima 1 UST e emite US$ 1 de LUNA,
do a oferta de UST para que o preço volte diminuindo a oferta da stablecoin para
ao valor de atrelamento, enquanto LUNA equilibrar novamente o seu valor.
se torna mais escassa e mais valorizada.
Esses exemplos eram válidos não apenas para a UST, como também qualquer outra stable-
coin Terra.
Essa estrutura utiliza o mecanismo de consenso chamado “proof-of-stake”, que gasta menos
energia elétrica e força computacional. Além disso, utiliza a teoria da oferta e demanda do
mercado, com base na queima de tokens e oportunidade de arbitragem.
Como muitas unidades estavam sendo negociadas, a automação do projeto começou a gerar
novas unidades de LUNA para tentar manter a paridade e, por essa razão, o preço começou
a cair rapidamente. Paralelo a isso, quem detinha os ativos rapidamente passou a vendê-los,
causando o colapso do sistema. E assim, o destino dos tokens foi ter seu preço indo pratica-
mente a zero.
IMPLOSÃO
A Terra vinha executando bem o que estava destinada a fazer. Mas a partir de março começa-
ram os questionamentos ao projeto, quando alguns especialistas chegaram a compará-lo
a um grande esquema fraudulento, de forma muito agressiva. Um pseudônimo chamado
“Sensei Algod” postou no Twitter que o token nativo do ecossistema Terra era um Ponzi su-
perfaturado que falharia.
E assim, o CEO da Terra, Do Kwon, aceitou o desafio. Fomos mais fundo em pesquisas e
percebemos algumas similaridades do ecossistema Terra com um esquema Ponzi, de acor-
do com as informações de Sensei Algod.
Um esquema Ponzi precisa ter algumas características. Entre elas, a promessa de retorno
garantido em qualquer situação econômica. Um esquema ainda depende da constante en-
trada de novos investidores, sendo que quando essa entrada cessa ocorre o seu desmorona-
mento.
Logo, o maior interesse dos investidores no ecossistema Terra se dava por meio dos retornos
proporcionados pela Anchor Protocol que garantia, há mais de 1 ano, rendimento em Stake
de 19,5% por ano, independentemente de qualquer cenário econômico.
Com isso, até o momento das máximas históricas, pudemos observar que os cofres da Ter-
raform Labs estavam abarrotados e acumulavam um valor de US$ 27 bilhões em tokens LU-
NAs, que eram usados no pagamento dos rendimentos de Staking da Anchor Protocol.
Há pouco tempo, a LFG (Luna Foundation Guard) precisou aportar US$ 500 milhões para que
houvesse o acerto das reservas da Anchor Protocol. Esse pode ter sido um indício de que o
projeto estava iniciando sua ruptura.
Por outro lado, quanto mais pessoas quisessem utilizar a Anchor para ter os altos rendimen-
tos, mais LUNAs eram queimadas no mercado e mais elas eram valorizadas. Isso aumenta-
va o valor de reserva dos cofres da Terraform Labs e dava condições para que se garantisse
os juros prometidos pela Anchor Protocol.
Espiral da Morte
Isso gerou uma forte dúvida sobre a segurança do “PEG” (pareamento do preço da UST com
o dólar) e ficou mais do que comprovada a ineficiência do sistema, causando a queima exa-
gerada de USTs, inflacionando de forma extrema os tokens LUNA, levando a criptomoeda à
morte junto com a sua stablecoin algorítmica.
Com todos os acontecimentos referentes à LUNA, vimos o mercado entrar em pânico. Como
resultado disso, stablecoins centralizadas, como a Tether, passaram por uma fase onde os
investidores sacaram e converteram as moedas estáveis em outras criptomoedas como for-
ma de verificar se haviam valores de reserva suficientes em seus “PEGs”. Isso resultou, mo-
mentaneamente, na desvalorização e disparidade com o dólar, quando uma USDT chegou a
valer US$ 0.95.
Vale ressaltar que os métodos de emissão das stablecoins algorítmicas e centralizadas são
diferentes em diversos pontos, sendo que um dos principais é a forma de garantia que pos-
suem. A Tether possui em seu canal de transparência a composição das reservas e, ao con-
trário da LUNA, demonstra uma diversificação menos volátil e de liquidez corrente, a exem-
plo dos títulos do tesouro dos EUA e reservas de dinheiro e depósitos bancários.
A emissora da USDT ainda divulga seus relatórios de reservas consolidadas a cada trimes-
tre. Além disso, houve uma saída de capital das reservas da Tether que levou a empresa a
publicar uma nota onde relata o cumprimento das obrigações das solicitações de resgate:
“Desde 11 de maio, a Tether processou com sucesso US$ 7 bilhões em resgates de USDT para
indivíduos verificados. Todos os pedidos de resgate apresentados foram integralmente res-
gatados. A paridade da USDT foi respeitada na proporção de 1 para 1 com o USD. O tamanho
desse resgate, gerenciado de forma impecável, mostra que a USDT é, de longe, a stablecoin
mais robusta do setor. A Tether atua em cenários constantes de gerenciamento de risco e
teste de estresse, garantindo que sempre tenha à mão uma carteira líquida de ativos para
gerenciar resgates, mesmo em um cenário de banco.”
Stablecoin USDC
A USDC, que é apoiada pelo Centre Consortium, administrado pela Coinbase e Circle, está no
mercado desde 2018. O consórcio diz que sua missão é fornecer uma moeda digital estável e
criar um ecossistema onde parceiros financeiros, carteiras, exchanges e empresas de crip-
tografia possam interagir dentro dos regulamentos financeiros globais existentes.
Pode-se encontrar USDC em várias redes, incluindo Ethereum, Avalanche, Algorand, Sola-
na, Hedera Hashgraph, Tron e Stellar. O consórcio relata que cada USDC é lastreada em US$
1.00 ou um ativo de valor equivalente mantido em contas em instituições financeiras norte-
americanas regulamentadas.
Os usuários do sistema podem transferir moeda fiduciária para um emissor e receber USDC.
O emissor executa uma série de instruções com o “Centre” para verificar, validar e cunhar
tokens USDC. A partir daí, o usuário pode transferir os tokens externamente para outras
partes.
Com todo esse cenário um tanto quanto caótico, observamos uma sustentação do preço do
Bitcoin frente a todos esses eventos que deixaram o mercado um tanto quanto avesso às
criptomoedas. Assim percebemos que, mesmo diante dos fatores como os ataques às reser-
vas das principais stablecoins, colocando em xeque as garantias de ressarcimento dos in-
vestidores, o Bitcoin teve novamente a demonstração de que está mais do que consolidado
no mercado e que tem o seu lugar na prateleira dentre os ativos mais seguros da atualidade.
Como em todo evento de busca por liquidez ou crashs de bolsas e mercados, devemos apren-
der com os acontecimentos para nos preparar para situações similares no futuro, obtendo
assim consistência nos resultados e diminuição dos riscos.
1. Para um ativo ser estável, suas reservas precisam estar seguras, livres de ataques e com
garantias de que não possam ser corrompidas.
No entanto, UST é uma stablecoin algorítmica que manteve durante todo o seu período a in-
sustentabilidade por meio de uma mecânica ineficiente de garantias de reservas e valor de
mercado.
As reservas estavam alocadas em ativos altamente voláteis e o mercado em baixa somente
acelerou um caminho previsível, rumo ao colapso.
Não é só porque um ativo está sendo fortemente especulado e possui alto preço que ele é
confiável. No caso da LUNA, o sistema entrou em colapso devido a um mecanismo de es-
tabilização falho. Dessa forma, é sempre importante estudar o projeto, seus objetivos e sua
real utilidade para o mundo para que se possa, então, investir. E como dizem na comunidade
Bitcoin: “não confie, verifique”.
ANÁLISE ON-CHAIN
Com todos os eventos ocorridos em maio, como a implosão da LUNA, não podemos deixar
de falar da Luna Foundation Guard (LFG), que era uma das maiores detentoras de Bitcoins
do mercado e da venda desses ativos para tentar manter o valor da UST.
Com isso, o valor do Bitcoin operou em queda durante maio chegando a depreciar mais de
36%. Dito isto, vamos observar os dados e perceber o comportamento dos investidores diante
do atual cenário e identificar o posicionamento do “smart money” no mercado.
STABLECOINS EM EXCHANGES
Frente ao nível atual da ação do preço do mercado, observamos uma movimentação de re-
torno dos investidores para as exchanges de criptomoedas, pois as reservas de stablecoins
de todas as exchanges continuam em alta e registram, até o momento, um valor superior a
US$ 30 bilhões de dólares.
Além disso, pode-se observar uma recuperação da cadeia de suprimentos de todas as stable-
coins, o que pode ser um sinal positivo para a recuperação da ação do preço das criptomoe-
das.
O teste em zonas de suporte levou à geração de eventos de busca por liquidez no mercado,
trazendo bastante preocupações quanto ao limite dessa busca. Onde isso poderia chegar?
Bitcoin e Ethereum protagonizaram eventos massivos de liquidações em maio, resultado da
alta alavancagem do mercado e do movimento de capitulação de alguns investidores com
grandes carteiras no mercado.
O termo “open interest”, ou contrato em aberto, refere-se aos contratos negociados e ainda
não liquidados no vencimento, ou seja, são contratos abertos que ainda não foram zerados.
De acordo com David L. Scott em seu livro Wall Street Words, “um grande contrato em aberto
indica mais atividade e liquidez para o contrato”.
Para esclarecer, os contratos em aberto calculam o número total de contratos em aberto, com-
prados ou vendidos, para um determinado mercado. Embora cada transação aberta tenha
tecnicamente um comprador e um vendedor, apenas um lado da transação é computado
para contabilizar a posição “aberta”.
Sendo assim, podemos afirmar que, em situação de tendência para um ativo, havendo o au-
mento da quantidade de contratos, existe a possibilidade da continuação da tendência. Por
outro lado, a diminuição de contratos pode mostrar que a tendência está se enfraquecendo
e que uma reversão pode estar em iminência.
Dito isto, pode-se observar por meio do gráfico abaixo, uma tendência de baixa com a satu-
ração do interesse que foi esgotado pela realização e liquidação do mercado. Com isso ob-
servamos também a quantidade de contratos abertos e o “long short ratio” chegando a níveis
que apontam um arrefecimento, demonstrando um possível sinal de que o preço está pres-
tes a dar um respiro para níveis mais acima.
Fonte: Glassnode
OPÇÕES
Observando o final do primeiro semestre, vemos uma forte preferência por opções de venda
(PUT), com preços de exercício de 25, 20 e 15 mil dólares. Em contrapartida, o conjunto de
opções de compra em aberto é significativamente menor, concentrando-se principalmente
em torno da execução na faixa dos US$ 40 mil.
No entanto, no longo prazo observa-se uma construção positiva para as opções em aberto,
com a preferência para compras (CALL) com opções de exercícios na faixa entre US$ 70 e
100 mil.
Vale ressaltar que nos próximos 2 meses teremos contratos a expirar nas datas de 3, 16, 21 e
24 de junho, e espera-se que haja um salto no preço para o lado positivo do gráfico visto que
o volume para as datas tem os ursos como predominantes.
Com a exposição dos dados on-chain, conseguimos ter uma maior visibilidade sobre como o
mercado está se comportando e quando movimentos mais voláteis podem acontecer. Dessa
forma, em conjunto com os fundamentos e comportamento do mercado, no curto prazo es-
tamos à espera de um gatilho para que se inicie um movimento de mais longo prazo.
O crash da LUNA interferiu no preço da maior criptomoeda do mercado, mas para tentar se
sustentar, o mercado, inteligente, percebeu a oportunidade de aumentar as suas apostas em
um futuro não tão distante para o Bitcoin. Com isso, estamos em constante evolução e os
dados poderiam até mesmo indicar um início de uma corrida dos touros, reforçando ainda
mais a tese de que ursos servem para alimentar touros mais fortes.
Mas note que cada escola de análise pode chegar a uma conclusão diferente e é preciso ava-
liar todo o contexto do mercado para chegarmos a uma visão macro e mais assertiva. As-
sim, não há surpresas se uma outra escola de análise do Telescópio não chegar a uma con-
clusão tão otimista, como veremos a seguir com a Análise Técnica. Os dados positivos da
análise On-Chain ainda assim indicam que, apesar do momento delicado do mercado e de
seus preços, o principal ativo do setor de criptomoedas vem se amadurecendo.
GRANDES INVESTIDORES
ANÁLISE TÉCNICA
Nesta edição da análise técnica vamos atualizar as análises anteriores, mas também acres-
centar um estudo da dominância do Bitcoin e das stablecoins. Sabemos que no mês de maio
o Bitcoin caiu mais de 20% e, da última edição até agora, sua dominância subiu mais de 10%.
Além disso, devido ao problema envolvendo a LUNA e UST, vimos as stablecoins ganhando
dominância e voltando para o topo do mercado.Vamos começar pela dominância BTC:
Fonte: TradingView
Notem que o Bitcoin começou a ganhar muita dominância em maio devido às correções
fortes do mercado e maior aversão ao risco devido ao problema com a LUNA. Sabemos que
o aumento da dominância do Bitcoin é um dos sinais do Bear Market.
Vale lembrar que a dominância do BTC está longe do seu pico, pois no último Bear Market
em 2018 o Bitcoin caiu mais de 50% enquanto a dominância subiu quase 30%, chegando aci-
ma dos 60%. Confira no gráfico abaixo:
Fonte: TradingView
Notem que no começo de 2021 a USDT estava na 5° colocação do ranking das criptos por
capitalização, enquanto a USDC em 12°.
No começo desse ano, a USDT já tinha subido uma posição, assumindo o quarto lugar. A
USDC foi para 7° no ranking.
O snapshot acima é o mais atual. Observem que a Tether está na 3° posição e USDC na 4°.
Ou seja, em um pouco mais de um ano as duas principais stablecoins assumiram o topo do
ranking, só ficando abaixo do Bitcoin e Ethereum.
Juntando essas informações da dominância do BTC com a das stablecoins, vemos que o
mercado está com uma maior aversão ao risco às altcoins e com desconfiança em relação à
USDT. Esse comportamento indica que podemos estar entrando em um período mais acen-
tuado de correções, já que a dominância do BTC tende a continuar subindo, como aconteceu
no Bear Market de 2018.
ATUALIZAÇÃO DE MÉTRICAS
Agora vamos atualizar as análises das edições anteriores. Antes de mergulharmos nos gráfi-
cos, vamos relembrar a visão gráfica documentada nas edições anteriores.
Mostramos graficamente, usando as principais escolas técnicas, que ainda não estávamos
no inverno cripto, pois o ciclo de Elliott ainda não foi finalizado e não ativou a onda corretiva
ABC que seria o início do Bear Market, onde o Bitcoin poderia cair abaixo dos 20 mil dólares.
O início dessa correção acontece na confirmação do rompimento da mínima de 2021 que
seria o rompimento da onda 4 na região dos US$ 28,000 e, nas edições anteriores, isso não
tinha acontecido.
Vale lembrar que identificamos até agora que a região dos US$ 28,000 é a região do último
suporte antes de uma correção mais acentuada e descobrimos esse nível usando os estudos
de Dow, Elliott, Wyckoff, médias e volume.
Agora que entendemos o que estudamos até agora, vamos atualizar essas métricas.
Avançando nos estudos, vemos que o OBV mudou. Na edição anterior, ainda não dava in-
dicações de reversão da tendência de alta de longo prazo. Porém, neste mês de maio houve
uma mudança significativa. Observe os gráficos abaixo:
Notem que, diferente da última edição, o OBV está confirmando o rompimento da mínima
de 2021 no gráfico semanal, enquanto o preço apenas caiu abaixo da região e ainda não fez
o rompimento do nível de suporte. Isso pode ser uma indicação de que o preço também vai
perder esse importante suporte, o que poderia levar a uma tendência de baixa mais acentu-
ada. Vale lembrar que nenhuma indicação técnica é 100% assertiva, mas não podemos des-
cartar essa possibilidade e precisamos acompanhar essa métrica de perto no mês de junho.
No gráfico acima, vemos que no diário o OBV acompanha a lateralização dos últimos dias e
precisamos ficar de olho para ver se vai antecipar a indicação, rompendo o seu último fundo
sinalizado com a linha vermelha. Essa vai ser a confirmação da continuação do OBV para a
tendência de baixa que levaria ao rompimento do suporte chave aos US$ 28,000. Agora va-
mos conferir uma atuação do diagrama de Wyckoff, analisando o gráfico abaixo:
Notem que, aplicando o diagrama de distribuição no gráfico acima, vemos que o preço está
perdendo a região de suporte. Para confirmar que estamos vendo o Bitcoin finalizar a dis-
tribuição para cair mais, o preço não pode romper a região de suporte na casa dos US$ 36,000
sinalizado com as linhas verdes.
Agora vamos revisar o ciclo de Elliott e descobrir se estamos em uma onda corretiva com-
plexa 4 prestes a iniciar a quinta onda ou se na verdade o ciclo de alta está sendo finalizado
e estamos no meio da onda corretiva ABC.
Observando o gráfico acima, vemos que preço está no último suporte da possível correção
complexa. Por isso, é importante que o preço não caia abaixo do suporte da pernada A, na
região dos US$ 28,000.
Caso nos próximos movimentos o preço perca esse suporte, teremos a confirmação do ABC
de correção que, pela projeção, pode levar o preço do Bitcoin perto dos US$ 14,000 até o final
da onda C, conforme ilustra o gráfico abaixo.
Fonte: TradingView
Agora vamos analisar os conceitos de Dow e descobrir o que essas métricas estão indicando.
Analisando o gráfico acima, vemos que o preço do BTC fez um forte processo de correção em
maio e acabou perdendo o fundo anterior, sinalizado com a seta branca. Mas ele ainda está
segurando no fundo de 2021, apontado pela seta verde, que é o último suporte da progressão
de topos e fundos ascendentes. Note que existe uma confluência com o último suporte apon-
tado pelo ciclo de Elliott e pelo diagrama de acumulação de Wyckoff.
Já o volume também teve uma mudança significativa até agora. No gráfico abaixo, fica visível
que em maio houve um forte pico de volume (apontado pela seta branca) e, como sabemos,
o volume dá sinais de mudança da tendência.
Como neste momento estamos vendo um forte volume vendedor e o preço está no último
suporte da tendência de alta de longo prazo, o volume está apontando para correção, até o
momento. Isso quer dizer que precisamos ver um forte volume comprador no curto prazo
para o preço não perder esse último suporte dos US$ 28,000.
“Agora vamos observar o gráfico da substituição da tendência. Vemos que também, em maio,
o preço do Bitcoin perdeu a LTA de longo prazo. Essa métrica confirma que, enquanto essa
atual tendência de baixa não for revertida, veremos mais quedas.
Fonte: TradingView
Com todos os tempos gráficos em tendência de baixa, o preço do Bitcoin vai precisar de
muita força para voltar a subir e não entrar no Bear Market. Para reforçar a possibilidade da
continuação das correções, as médias exponenciais de 9 e 21 períodos continuam servindo
como resistência para o preço. Confira no gráfico abaixo:
Fonte: TradingView
C
Para a melhora dessa métrica, é importante que neste mês de junho o preço retorne até as
médias e consiga em breve fazer o rompimento delas. Se isso não acontecer, essa métrica
Nessa edição vimos que algumas das métricas que nas edições anteriores sinalizavam a
continuação da tendência de alta tiveram uma mudança significativa e começaram a apon-
tar tendência de baixa.
A teoria de Dow, volume e médias estão sinalizando que a tendência de baixa deve conti-
nuar e que veremos processo de correção mais acentuado no médio prazo. Porém, no curto
podemos ver uma recuperação, já que o preço do Bitcoin caiu muito no mês de maio sem
fazer respiros e está muito distante das médias. Com isso, é provável que antes de continuar
sua correção, o preço reteste essas médias na região dos US$ 34,000 e US$ 38,000.
Já Elliott e Wyckoff ainda estão com suas indicações sem confirmações. No caso de Wyck-
off, precisamos ver um rompimento urgente do Bitcoin da região dos US$ 36,000 para confir-
mar o gráfico de acumulação. Se isso não acontecer, teremos uma confirmação do diagrama
de distribuição. De qualquer forma, uma tomada de decisão deve acontecer em breve.
Já Elliott mostra que o Bitcoin precisa manter o suporte dos US$ 28,000 e depois romper a
região de 0.618% de Fibonacci na casa dos US$ 52,000 para confirmar o início da onda 5. Isso
indicaria que, na verdade, estávamos em uma onda corretiva 4. Porém, se isso não acontecer
e houver uma confirmação de rompimento da mínima de 2021 no gráfico semanal, teremos
a confirmação da onda corretiva C, conforme mostramos na sessão de Elliott, o que levaria
o Bitcoin perto dos US$ 20,000.
Além das atualizações das análises anteriores, mostramos que a dominância do BTC e das
Stablecoins estão subindo fortemente e que esse é um comportamento também encontrado
no Bear Market. Vale reforçar que essas métricas indicam que a queda pode durar por um
longo tempo, o que aponta que o inverno cripto realmente pode estar chegando.
Sabendo de tudo isso, entendemos que estamos a um passo de ver o início de uma correção
mais acentuada se o preço do Bitcoin não voltar a subir agressivamente no curto prazo e
acabar perdendo o atual suporte dos US$ 28,000.
Vale lembrar que a confirmação do início do período de correções mais acentuadas acon-
tece com uma confirmação de rompimento no gráfico mensal ou semanal abaixo dos US$
28,000, que é a mínima de 2021.
ANÁLISE DEFI
Agora vamos entrar nas criptos no campo das finanças descentralizadas, ou DeFi. Este nome
estranho que se pronuncia “defái” nada mais é que o uso direto de criptoativos sem inter-
mediadores. DeFi vem da junção de duas palavras em inglês: “Decentralized Finance”, que
significa em tradução literal “finanças descentralizadas”. Em lato senso, uma transferência
de BTC entre duas pessoas é uma forma de uso do “DeFi”. Sendo um pouco mais técnico,
falamos em DeFi sempre que houver um uso de um “smart contract”.
Eu sei, você está se perguntando ao menos duas coisas. Como uma simples transferência
pode ser um contrato algorítmico? E o que é smart contract?
OK, vamos por partes. Um “smart contract” é um contrato escrito em forma de um algoritmo
que será executado automaticamente pelo sistema em que ele habita. Uma transferência
entre duas pessoas pode ser escrita em forma de contrato. Por exemplo, a carteira X possui
mais de 10 bitcoins e quer transferir 0.1 bitcoins para a carteira Y. O contrato escrito seria:
Claro que esse não é o código do bitcoin, mas algo escrito em português para compreensão.
O código dessa mesma transferência é:
Este código informa à blockchain que a carteira X, aquela que possui 10 bitcoins, quer trans-
ferir 0.1 bitcoin para a carteira Y (1Dfyr8BaNfYzWWdD8PzECinkmmbgmGaMJ4), com o
nome “Exemplo” e com a mensagem “Envio de bitcoins”.
Porém, quando se fala por aí em DeFi, em geral, estamos falando em contratos mais com-
plexos e também excluindo o Bitcoin desta lista. É importante essa introdução para que
tenhamos a consciência de que Bitcoin também é DeFi e eliminar questionamentos sobre o
assunto.
Dito isso, vamos prosseguir com o DeFi mais conhecido: os smart contracts da Ethereum.
A inovação que Ethereum trouxe às criptomoedas foi permitir uma forma de linguagem de
programação mais complexa para a criação de contratos. Com isso, surgiram vários tipos de
contratos e os mais usados são as estruturas para criação de tokens.
Tokens também é um assunto que iremos retomar inúmeras vezes, pois servem a vários
propósitos. Hoje vamos falar apenas dos tokens “mintados”. “Mintar” vem do termo em in-
glês “mint”, que significa “criar” ou “emitir”. Ou seja, o token é criado pelo emissor seguindo
algum critério.
O Bitcoin não é um token na rede Ethereum, mas se negocia Bitcoins na rede Ethereum. Para
isso, usa-se um token chamado de WBTC. O WBTC (wrapped Bitcoin) é emitido por uma em-
presa que cria 1 WBTC a cada 1 BTC transferidos para ela, assim mantendo a paridade 1 para
1 com o Bitcoin, mesmo sendo um token ERC-20.
Sei que são muitos nomes e pode parecer complexo, mas com o tempo você irá se acostu-
mando. Lembra que falei que existem vários tokens e eles servem a vários propósitos? Pois
bem, quando um token é emitido para ser fungível e atender as demandas ou critérios de um
emissor dentro da rede Ethereum, esse token é chamado de “ERC-20”.
Um NFT (Non-Fungible Token) geralmente é um token “ERC-721”. Essas siglas são referên-
cias a estrutura a qual o token foi criado. Visto que é relativamente fácil criar um token, em-
presas começaram a usar cada vez mais este recurso para criar tokens como prestação de
serviço. Uma delas é a Tether, que criou o dólar Tether, também conhecido como USDT. A
exemplo do que vimos com o Bitcoin, esperamos que a cada 1 USDT emitido pela empresa,
ela tenha recebido 1 dólar.
Na prática, sabemos que não é tão simples assim. Tecnicamente, USDT é um passivo, um
documento (contrato) que permite àquele que o possui solicitar a troca de 1 USDT por 1 dólar
à empresa Tether. Porém, o que acontece é que, de certa forma, a empresa Tether tem uma
impressora de dólares, o que é preocupante. Existem 3 empresas por trás do token WBTC,
mas apenas uma empresa por trás da USDT e isso se repete em vários tokens. Futuramente,
veremos que há apenas alguns poucos “players” por trás até mesmo de grandes redes.
Quero concluir essa introdução ao DeFi deixando essa reflexão: quando falamos sobre DeFi,
não estamos discutindo algo realmente descentralizado, mas com iniciativas descentra-
lizadas. Ninguém foi obrigado a criar um token com preço atrelado ao dólar. Isso surgiu do
interesse e necessidade dos participantes da rede. Portanto os tokens, assim como todo o
ecossistema chamado DeFi, são livres para quem quiser usar ou criar. E, como dizia John
Philpot Curran, “o preço da liberdade é a eterna vigilância”
Embora tenhamos que tomar precauções, DeFi é um excelente meio de proteção ao indivíduo.
Criptos são duráveis, não sofrem com a ação do tempo, não corroem, não quebram. Elas são
leves: basta saber as palavras de restauração da sua carteira e poderá acessar de qualquer
celular ou computador com acesso a internet pelo mundo. O peso de uma cripto é o peso de
uma memória computacional. Criptomoedas são inconfiscáveis: hoje elas são a única forma
de tirar o controle do estado de seu dinheiro.
Fazer o uso de carteiras seguras e usar criptomoedas de forma adequada garante privaci-
dade. Como no exemplo do código de Bitcoin acima, apenas o que é exposto são as chaves
públicas das carteiras, não havendo identificação sobre quem as possui.
Apesar de poder ser publicizado, normalmente as informações são tornadas públicas apenas
entre as partes que fazem a transferência. No entanto, um mesmo indivíduo pode possuir
inúmeras carteiras para usar em momentos diferentes. Portanto, desde que as duas partes
não comuniquem ao estado, não há como o estado saber o que aquele indivíduo possui. Esta
é a maior força que um indivíduo moderno tem de se proteger financeiramente de um go-
verno tirânico.
Quando esse ativo usa como métrica uma moeda como o dólar, o chamamos de stablecoin.
Portanto, uma stablecoin é apenas um token que usa uma estratégia para equivaler o seu
preço de mercado ao preço de um ativo monetário como o dólar.
Algumas estratégias podem ser adotadas para a criação e manutenção de tokens. Falamos
da USDT, que usa o lastro em depósitos de dólar (assim esperamos). Também há a USDC, que
Ainda que as três maiores stablecoins do mercado cripto sejam tokens com lastros em ativos
reais, esta não é única forma de se criar uma stablecoin. Lembre-se: DeFi não é sobre a des-
centralização dos recursos, mas a liberdade e a criatividade de quem quiser participar.
Não irei repetir o que está nesta mesma edição sobre o caso LUNA e UST (agora de tickers
LUNC e USTC), mas ficou claro o que pode acontecer quando o ativo de pareamento não con-
ta com lastro real. Talvez exista uma forma de criar um token estável puramente algorítmi-
co, mas ainda não existe um que tenha se mostrado eficaz.
Tudo o que falamos até agora em DeFi parece útil e maravilhoso: ficamos anônimos, somos
donos do nosso dinheiro, transacionamos sem intermediários. Mas temos que nos lembrar
que tudo isso ainda é muito novo. DeFi não tem nem mesmo 5 anos de atividade. O seu pico
de volume financeiro não chegou a 110 bilhões de dólares. Esse valor certamente não é pou-
co, mas ainda não representa quase nada do movimento financeiro do mundo, afinal, as
criptos são globais e assim devem ser mensuradas.
CONCLUSÃO DEFI
DeFi, embora ainda embrionário e experimental, parece ser o caminho ao qual todos cami-
nharemos. Em caso de um governo tirânico, é somente fazendo uso de carteiras individuais
que teremos proteção de nosso capital. Hoje em dia, o custo de aprendizagem e de uso no
DeFi ainda é alto, mas vem diminuindo a cada ano. A popularização do mercado certamente
trará facilidades para o uso e diminuição dos preços.
CONCLUSÃO
Como você leu em nosso Telescópio, este foi um duro mês para as criptomoedas. A movi-
mentação do mercado deixa mais clara a possibilidade da dominância dos ursos. Os pro-
blemas com a rede Terra e seu ecossistema foram um impulsionador para um mês de sérias
preocupações e incertezas no mercado.
Mas, ao compararmos novamente o problema da LUNA com a Apollo 13, vale a pena lem-
brarmos que mesmo num cenário difícil e adverso foi possível que os astronautas chegas-
sem vivos e salvos em solo, depois da mal sucedida viagem à lua. Então, se a LUNA não foi
um porto seguro de aterrizagem para o mercado de criptomoedas, lembremos que este é
somente um astro entre milhares de outros.
A viagem ainda está somente começando e a estrela maior, o Bitcoin, continua brilhando e
indicando a direção a seguir. Cabe a nós, investidores e entusiastas, continuar essa viagem
com a mesma determinação de sempre.
AUTORES
Bruno Prazeres Fabrício Santos
Coordenador de Trading e Analista de Conteúdo
analista de Research
DISCLAIMER
O conteúdo deste relatório reflete exclusivamente a opinião pessoal dos autores que o sub-
screvem, de maneira independente e sem nenhum direcionamento ou imposição sobre as
conclusões apresentadas.
Este relatório tem mero caráter informativo e educacional, não servindo de recomendação
de compra ou venda para nenhum ativo.
As informações utilizadas na confecção deste relatório são públicas. Não se oferece nenhu-
ma segurança ou garantia, seja de forma expressa ou implícita, sobre a integridade, confia-
bilidade ou exatidão dessas informações.