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Luís de Camões — II
Inês de Castro (Canto III, 118-135)
[...]
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,
D. Afonso IV (1291-1357).
Inês é presa. D. Afonso IV
comove-se, mas o povo convence-o
a manter a sua decisão.
[...]
III, 127
[...]
Inês pede ao rei que, em
Mas, se to assi merece esta inocência,
alternativa, a exile com os seus
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
filhos, mesmo que para muito
Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,
longe.
Onde em lágrimas viva eternamente.
III, 128
pois julgavam que não voltariam Por perdidos as gentes nos julgavam,
As mulheres cum choro piadoso,
a ver os marinheiros.
Os homens com suspiros que arrancavam.
A emoção das mães, esposas
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
e irmãs é maior.
Amor mais desconfia, acrecentavam
A desesperação e frio medo
De já nos não tornar a ver tão cedo.
IV, 89
Vasco da Gama, vendo as naus Vendo Vasco da Gama que tão perto
[...]
Vénus pretende oferecer
Já trazia de longe no sentido,
um prémio aos marinheiros
Pera prémio de quanto mal passaram,
portugueses, dando-lhes algum Buscar-lhe algum deleite, algum descanso
descanso nos mares. No Reino de cristal, líquido e manso;
IX, 19
Vénus decide preparar uma ilha Isto bem revolvido, determina
a Cupido, para que ele desperte Seu filho vai buscar, porque só nele
Tem todo seu poder, fero Cupido,
amor pelos portugueses
Que, assi como naquela empresa antiga
no coração das ninfas.
A ajudou já, nestoutra a ajude e siga.
IX, 23
Os marinheiros desembarcam
e avistam as ninfas. Decidem
persegui-las, e estas fingem fugir,
até que são apanhadas.
Ninfas e Sátiro,
William-Adolphe Bouguereau (1873).
Um dos marinheiros, Leonardo, A ninfa acaba por render-se,
que nunca tivera sorte com cedendo às palavras ouvidas.
o amor, suplica a uma das
ninfas que não lhe fuja mais.