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Os Lusíadas

Luís de Camões — II
Inês de Castro (Canto III, 118-135)

O episódio de Inês de Castro pertence ao plano da História


de Portugal, estando integrado na narração que Vasco da Gama
faz ao rei de Melinde.

Depois da vitória de D. Afonso IV na Batalha do Salado, o episódio


de Inês é apresentado como: «O caso triste, e dino da memória /
[...] / Aconteceu da mísera e mesquinha / Que despois de ser
morta foi Rainha.» (III, 118).

O Amor é a causa da sua morte.


«Estavas, linda Inês, posta em sossego, Inês vivia com tranquilidade
De teus anos colhendo doce fruto, e alegria, junto do Mondego.
[...]
III, 120

O seu amor pelo «Do teu Príncipe ali te respondiam

príncipe D. Pedro, As lembranças que na alma lhe moravam,

herdeiro da coroa, Que sempre ante seus olhos te traziam,


Quando dos teus fermosos se apartavam;
era correspondido.
[...]
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.
III, 121
Como o príncipe D. Pedro rejeita casar-se com quem seu pai desejava
e convinha à Coroa, D. Afonso IV decide a morte de Inês.

[...]
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

«Tirar Inês ao mundo determina,


Por lhe tirar o filho que tem preso,
[...]
III, 122-123

D. Afonso IV (1291-1357).
Inês é presa. D. Afonso IV
comove-se, mas o povo convence-o
a manter a sua decisão.

«Traziam-na os horríficos algozes


Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
[...]
III, 124

Pormenor de A Morte de Inês,


Columbano Bordalo Pinheiro (1901-1904),
representando D. Afonso IV.
Discurso de Inês

Inês pede ao rei que poupe a sua vida.


O motivo apresentado são os seus
filhos (dela e de D. Pedro), que não quer
deixar órfãos.

«Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito


(Se de humano é matar ũa donzela,
Fraca e sem força, só por ter subjeito
O coração a quem soube vencê-la),
A estas criancinhas tem respeito,
Pormenor de A Morte de Inês, Columbano Bordalo
Pois o não tens à morte escura dela; Pinheiro (1901-1904).

[...]
III, 127
[...]
Inês pede ao rei que, em
Mas, se to assi merece esta inocência,
alternativa, a exile com os seus
Põe-me em perpétuo e mísero desterro,
filhos, mesmo que para muito
Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,
longe.
Onde em lágrimas viva eternamente.
III, 128

D. Afonso IV comove-se com «Queria perdoar-lhe o Rei benino,

as palavras de Inês e quer Movido das palavras que o magoam;


Mas o pertinaz povo e seu destino
perdoá-la, mas o povo e o destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
impedem esta decisão.
[...]
III, 130
«Tais contra Inês os brutos matadores, Inês é assassinada.
No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que despois a fez Rainha, Após a sua morte,
As espadas banhando, e as brancas flores, D. Pedro coroa-a
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
rainha.
Se encarniçavam, férvidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.
III, 132
D. Pedro, herdeiro de D. Afonso IV,
vingar-se-á dos assassinos de Inês.
Despedidas em Belém (Canto IV, 84-93)
Depois de narrar a História de Portugal,
Gama relata a viagem, começando pela partida.

No porto, em Lisboa, estão preparadas as naus:


São Gabriel (Vasco da Gama), São Rafael
(Paulo da Gama) e Bérrio (Nicolau Coelho).

«E já no porto da ínclita Ulisseia,


Cum alvoroço nobre e cum desejo
(Onde o licor mistura e branca areia
Co salgado Neptuno o doce Tejo)
As naus prestes estão; [...] Pormenor de A Partida de Vasco
IV, 84 da Gama para a Índia em 1497,
Alfredo Roque Gameiro (c. 1900).
Em terra, os soldados também «Pelas praias vestidos os soldados

estão preparados. De várias cores vêm e várias artes,


E não menos de esforço aparelhados
Pera buscar do mundo novas partes.
[...]
IV, 85

Depois de todos os preparativos, «Despois de aparelhados, desta sorte,

os tripulantes da armada de De quanto tal viagem pede e manda,


Aparelhámos a alma pera a morte,
Vasco da Gama vão à missa.
Que sempre aos nautas ante os olhos anda.
[...]
IV, 86
Pormenor de A Partida
de Vasco da Gama
para a Índia em 1497,
Alfredo Roque
Gameiro (c. 1900).

«A gente da cidade, aquele dia,


As pessoas da cidade assistem
(Uns por amigos, outros por parentes,
à partida da armada de Vasco
Outros por ver somente) concorria,
da Gama. Os marinheiros fazem
Saüdosos na vista e descontentes.
uma procissão até aos batéis,
E nós, co a virtuosa companhia
onde embarcam, para chegarem De mil Religiosos diligentes,
às naus. Em procissão solene, a Deus orando,
Pera os batéis viemos caminhando.
IV, 88
As pessoas estavam emocionadas, «Em tão longo caminho e duvidoso

pois julgavam que não voltariam Por perdidos as gentes nos julgavam,
As mulheres cum choro piadoso,
a ver os marinheiros.
Os homens com suspiros que arrancavam.
A emoção das mães, esposas
Mães, Esposas, Irmãs, que o temeroso
e irmãs é maior.
Amor mais desconfia, acrecentavam
A desesperação e frio medo
De já nos não tornar a ver tão cedo.
IV, 89

A comoção é tão grande, [...]

que a Natureza se associa Os montes de mais perto respondiam,


Quási movidos de alta piedade;
à dor coletiva da despedida.
A branca areia as lágrimas banhavam,
Que em multidão com elas se igualavam.
IV, 92
Para não cederem aos sentimentos,
Vasco da Gama e os marinheiros
partem sem olhar para as mães
e para as mulheres e sem se
despedir.

«Nós outros, sem a vista alevantarmos


Nem a mãe, nem a esposa, neste estado,
Por nos não magoarmos, ou mudarmos
O Velho do Restelo, Carlos Alberto Santos (1990).
Do propósito firme começado,
Determinei de assi nos embarcarmos,
Sem o despedimento costumado,
[…]
IV, 93
Gigante Adamastor (Canto V, 37-60)
O Gama continua a narração da viagem, relatando o episódio do
Adamastor. É apresentado como uma figura mitológica e representa
o cabo das Tormentas, depois apelidado cabo da Boa Esperança.

A figura aparece como A nuvem provoca medo à tripulação.


uma nuvem carregada.

[...] Tão temerosa vinha e carregada,


Quando ũa noute, estando descuidados Que pôs nos corações um grande medo;
Na cortadora proa vigiando, Bramindo, o negro mar de longe brada,
Ũa nuvem que os ares escurece, Como se desse em vão nalgum rochedo.
Sobre nossas cabeças aparece. [...]
V, 37 V, 38
Caracterização do Adamastor

«Não acabava, quando ũa figura


Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida, Pormenor do azulejo Adamastor, Jorge Colaço, Centro
Os olhos encovados, e a postura Cultural Rodrigues de Faria, Forjães (Esposende).

Medonha e má, e a cor terrena e pálida;


Cheios de terra e crespos os cabelos, «Tão grande era de membros, que bem posso
A boca negra, os dentes amarelos. Certificar-te que este era o segundo
V, 39
De Rodes estranhíssimo Colosso,
[...]
Era uma figura grande e de rosto Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
carregado, com os cabelos crespos. [...]
V, 40 Tem um tom de voz horrendo.
Discurso do Adamastor I

O Adamastor dirige-se aos portugueses, «gente ousada» que


vai navegar nos seus mares.

«E disse: — «Ó gente ousada, mais que quantas


No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar meus longos mares ousas,
[…]
V, 41
Os feitos dos Portugueses serão «Pois vens ver os segredos escondidos

únicos, pois eles vão desvendar Da natureza e do húmido elemento,


A nenhum grande humano concedidos
os segredos dos mares.
De nobre ou de imortal merecimento,
[…]
V, 42

O Gigante Adamastor profetiza uma série de desgraças


e naufrágios como consequência do atrevimento do povo
português.
Discurso do Adamastor II

— «Eu sou aquele oculto e grande Cabo Quando Vasco da Gama


A quem chamais vós outros Tormentório, lhe pergunta quem é,
[...] o Adamastor descreve-se.
Aqui toda a Africana costa acabo
Neste meu nunca visto Promontório,
[…] «Converte-se-me a carne em terra dura;
V, 50 Em penedos os ossos se fizeram;
Estes membros que vês, e esta figura,
Por estas longas águas se estenderam.

O Adamastor conta que Enfim, minha grandíssima estatura


Neste remoto Cabo converteram
ficou transformado em cabo
Os Deuses; e, por mais dobradas mágoas,
por causa do seu amor por Tétis.
Me anda Tétis cercando destas águas.»
V, 59
Depois do discurso do Adamastor,
a nuvem desfaz-se e a armada
passa o cabo das Tormentas.

«Assi contava; e, cum medonho choro,


Súbito d’ante os olhos se apartou;
Desfez-se a nuvem negra, e cum sonoro
Bramido muito longe o mar soou.
[…]
V, 60

Adamastor, Carlos Reis, Museu Militar.


Tempestade e chegada à Índia
(Canto VI, 70-94)

Após a narração da História de Portugal e de uma parte da viagem


ao rei de Melinde, Vasco da Gama e os marinheiros partem rumo à
Índia. Antes de alcançarem o seu objetivo, são vítimas de mais uma
artimanha de Baco: a tempestade, que surge durante a noite.

O mestre do navio apercebe-se [...]


de que o vento sopra mais forte E, porque o vento vinha refrescando,

e de que uma nuvem se Os traquetes das gáveas tomar manda.

aproxima. São os primeiros — «Alerta (disse) estai, que o vento crece


Daquela nuvem negra que aparece!»
sinais da tempestade.
VI, 70
A tempestade chega depressa, não permitindo que
os marinheiros cumpram as ordens dadas.

Não eram os traquetes bem tomados,


Quando dá a grande e súbita procela.
[...]
VI, 71

Ventos fortíssimos danificam as velas. A nau de Vasco


da Gama enche-se de água.

O céu fere com gritos nisto a gente,


Cum súbito temor e desacordo;
Que, no romper da vela, a nau pendente
Toma grão suma d’água pelo bordo.
[...] Pormenor de Navio em Tempestade

VI, 72 no Mar, Ivan Constantinovich (1887).


As outras duas naus também A nau grande, em que vai Paulo da Gama,

estão em dificuldades. Quebrado leva o masto pelo meio,


Quási toda alagada; a gente chama
Os homens estão desesperados
Aquele que a salvar o mundo veio.
e toda a armada corre o risco
Não menos gritos vãos ao ar derrama
de naufragar.
Toda a nau de Coelho, com receio,
Conquanto teve o mestre tanto tento
Que primeiro amainou que desse o vento.
VI, 75

Vasco da Gama, vendo as naus Vendo Vasco da Gama que tão perto

quase a naufragar nas enormes Do fim de seu desejo se perdia,


[...]
vagas, dirige-se a Deus.
Chama aquele remédio santo e forte,
Que o impossíbil pode, desta sorte:
VI, 80
Quando vê a tempestade — «Estas obras de Baco são, por certo

e as dificuldades dos (Disse), mas não será que avante leve


Tão danada tenção, que descoberto
portugueses, Vénus apercebe-se
Me será sempre o mal a que se atreve.
de que é obra de Baco. Vai
[...]
socorrer a armada, pondo fim VI, 86

à nova artimanha do deus.

Vénus pede às ninfas que […]

coloquem grinaldas nas cabeças Abrandar determina, por amores,


Dos ventos a nojosa companhia,
e que seduzam os ventos, para
Mostrando-lhe as amadas Ninfas belas,
estes deixarem a armada
Que mais fermosas vinham que as estrelas.
prosseguir o seu caminho. VI, 87
Representação de Calecute num atlas do século XVI.
Já a manhã clara dava nos outeiros
Por onde o Ganges murmurando soa,
Quando da celsa gávea os marinheiros
Depois de a tempestade passar,
Enxergaram terra alta, pela proa.
pela manhã os portugueses Já fora de tormenta e dos primeiros
avistam terra: a Índia. Mares, o temor vão do peito voa.
[...]
VI, 92
Vénus recompensa os portugueses
Ilha dos Amores
(Canto IX, 18-29; 75-84)

Após a chegada à Índia, Vasco da Gama é recebido e estabelece


contactos comerciais. Na viagem de regresso a Portugal, Vénus
recompensa os portugueses, num episódio do plano mitológico.

[...]
Vénus pretende oferecer
Já trazia de longe no sentido,
um prémio aos marinheiros
Pera prémio de quanto mal passaram,
portugueses, dando-lhes algum Buscar-lhe algum deleite, algum descanso
descanso nos mares. No Reino de cristal, líquido e manso;
IX, 19
Vénus decide preparar uma ilha Isto bem revolvido, determina

para receber a armada. De ter-lhe aparelhada, lá no meio


Das águas, algũa ínsula divina,
Ornada d’esmaltado e verde arreio;
[...]
IX, 21

Vénus quer que as ninfas Ali quer que as aquáticas donzelas

esperem os marinheiros Esperem os fortíssimos barões


(Todas as que têm título de belas,
portugueses e os recebam
Glória dos olhos, dor dos corações)
na ilha. Inflamará o coração
Com danças e coreias, porque nelas
das ninfas com afeição, para
Influïrá secretas afeições,
que estas tratem bem Pera com mais vontade trabalharem
os navegadores. De contentar a quem se afeiçoarem.
IX, 22
Vénus vai pedir auxílio [...]

a Cupido, para que ele desperte Seu filho vai buscar, porque só nele
Tem todo seu poder, fero Cupido,
amor pelos portugueses
Que, assi como naquela empresa antiga
no coração das ninfas.
A ajudou já, nestoutra a ajude e siga.
IX, 23

Os marinheiros avistam a ilha, desejando abastecer-se de águas.


Vénus conduz a ilha pelas ondas em direção a estes.

A ilha é descrita como um local paradisíaco, coberta de erva


viçosa, com fontes e cursos de água, árvores de fruto, flores
e animais.
As ninfas estavam espalhadas
pela floresta da ilha, umas tocando
cítaras e flautas, outras fingindo
caçar animais com um arco,
outras ainda tomando banho, nuas.

Os marinheiros desembarcam
e avistam as ninfas. Decidem
persegui-las, e estas fingem fugir,
até que são apanhadas.

Ninfas e Sátiro,
William-Adolphe Bouguereau (1873).
Um dos marinheiros, Leonardo, A ninfa acaba por render-se,
que nunca tivera sorte com cedendo às palavras ouvidas.
o amor, suplica a uma das
ninfas que não lhe fuja mais.

Leonardo, soldado bem disposto, Já não fugia a bela Ninfa tanto,


Manhoso, cavaleiro e namorado, Por se dar cara ao triste que a seguia,
A quem Amor não dera um só desgosto Como por ir ouvindo o doce canto,
Mas sempre fora dele mal tratado, As namoradas mágoas que dizia.
E tinha já por firme pros[s]uposto Volvendo o rosto, já sereno e santo,
Ser com amores mal afortunado, Toda banhada em riso e alegria,
[…] Cair se deixa aos pés do vencedor,
IX, 75 Que todo se desfaz em puro amor.
IX, 82
As ninfas recompensam Oh, que famintos beijos na floresta,

os marinheiros através do amor E que mimoso choro que soava!


Que afagos tão suaves. Que ira honesta,
que se materializa entre eles.
Que em risinhos alegres se tornava!
[…]
IX, 83

As ninfas coroam os portugueses Destarte, enfim, conformes já as fermosas

com grinaldas de louro, ouro Ninfas cos seus amados navegantes,


Os ornam de capelas deleitosas
e flores.
De louro e de ouro e flores abundantes.
[…]
IX, 84
Através dos encontros amorosos
com as ninfas, pertencentes
ao plano mitológico, numa ilha
também ela divina, pois fora criada
por Vénus, Vasco da Gama
e os marinheiros ascendem a um
patamar superior de semideuses.

É este o prémio de Vénus.

Vasco da Gama na Ilha dos Amores,


Vieira Portuense (1873).
Regresso a Lisboa (Canto X, 142-146)
Com recurso à «máquina do Mundo», Tétis explica a Vasco da
Gama o poder e a influência que os Portugueses terão no mundo,
no século XVI.

Muitos destes feitos só serão «Até ’qui Portugueses concedido

possíveis graças à descoberta Vos é saberdes os futuros feitos


Que, pelo mar que já deixais sabido,
do caminho marítimo para
Virão fazer barões de fortes peitos.
a Índia, concretizada por Vasco
Agora, pois que tendes aprendido
da Gama. Daí a importância
Trabalhos que vos façam ser aceitos
da viagem, motivo de Às eternas esposas e fermosas,
recompensa pelas ninfas. Que coroas vos tecem gloriosas,
X, 142
Tétis indica que os marinheiros «Podeis-vos embarcar, que tendes vento

podem embarcar e que a viagem E mar tranquilo, pera a pátria amada.


[...]
de regresso à pátria será tranquila.
X, 143

A armada de Vasco da Gama «Assi foram cortando o mar sereno,

chega a Lisboa. Com vento sempre manso e nunca irado,


Até que houveram vista do terreno
Em que naceram, sempre desejado.
Entraram pela foz do Tejo ameno,
[...]
X, 144
Os excertos d’Os Lusíadas apresentados seguem a edição de Álvaro Júlio da Costa Pimpão:
Luís de Camões, Os Lusíadas, leitura, prefácio e notas de Álvaro Júlio da Costa Pimpão,
apresentação de Aníbal Pinto de Castro, 2.ª ed., Lisboa, Instituto de Cultura e Língua
Portuguesa, 1989.
Atualizou-se a ortografia, mas mantiveram-se as formas originais que o editor decidira
conservar.

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