Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tcc123 (Taxa..Mitigada) 123
Tcc123 (Taxa..Mitigada) 123
Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso
Gama-DF
2022
Vinícius Gomes da Silva
Gama-DF
2022
Vinícius Gomes da Silva
Banca Examinadora
Abstract:
This article aim to analyze the appeal in general, mainly the exclusion of the withheld
grievance, by the new code of civil procedure and veryfy whether such exclusion violates
pinciples already guaranteed by the federal constitution of 1988, also veryfying its origin and
historical evolution of the resource, its aplication throughout history, its modalities, using as a
methodology the bibliografic selection and doctrinal positions and finally its aplicability in
brazilian law, from its emergence until today, bringing to light, mainly on the part of the the
doctrine all its historical unfolding, alteration and benefits in the course of the process,
researching and surgically investigating the brazilian appeal procedural historical tradition
and explaining from the beginning why it is customary to aways appeal decisions already
made.
1.INTRODUÇÃO
interpretação do rol do art.1015 e a tese criada pelo STJ a partir do julgamento dos recursos
especiais.
No século XII, no Reino de Portugal, foi criada uma competência direcionada aos
bispos, para que os mesmos julgassem decisões de juízes que julgassem incorretamente ou
equivocadamente, a fonte foi provavelmente uma novela de Justiniano, onde o imperador da
época havia estabelecido que qualquer juiz que contasse injuria contra uma pessoa no decorrer
de um processo e aquele que sofreu tal ato se sentisse de certa maneira agravado poderia
“recorrer” ao bispo fazendo uma espécie de “queixa” ou “reclamação”, pedindo para que o
mesmo resolvesse a questão, porém deixando a última palavra de castigo dada a autoridade
maior ou seja o imperador. Já no século XII o imperador D. Adoniso III, criou uma regra que
tornava o rei um juiz competente para julgar apelação de sentenças permanentes e definitivas,
no final do século XIV (COSTA,1996, p.142).
O livro das leis e posturas, um antigo compilado de leis Portuguesas, permitia
apelação de sentenças definitivas, desde que se trata-se de decisão interlocutória, tal mudança
foi consolidada pelo monarca que veio a suceder, entretanto com o passar dos anos a apelação
das decisões interlocutórias se tornou uma questão problemática, pois terminou por atrasar as
demandas processuais, então o monarca ordenou que apenas as decisões interlocutórias sem
resolução final de mérito é que poderiam sofrer apelação, isso se deu pelo fato do juiz não
acatar pedidos de revogação de decisão interlocutória, logo a parte agravada teria que
apresentar queixa ao rei (Querimas), logo o agravo surgiu da não reformulação de decisões
interlocutórias por parte do juiz (COSTA,1996, p.143).
As querimas ou querimonias, a princípio deveriam ser realizadas de forma oral perante
a majestade, situação na qual o litigante tinha que mostrar toda a danosidade da situação
concreta e demonstrar diante do rei um certo inconformismo, levando em consideração que na
época os poderes do Rei emanavam do Senhor.
Trata-se da sobrevivência de uma prática de largo uso nos
primórdios da monarquia, quando o soberano percorria o país, com sua corte
deambulatória, e administrava a justiça pessoalmente aos vassalos,
conhecendo das queixas que lhe apresentavam mediantes as “querimas” ou
“querimonias” (AZEVEDO; COSTA, 1996, p. 150).
7
petição contra decisões definitivas e também o agravo no alto do processo, pelas mãos do
legislador. (CORRÊA, 2001, p. 30).
I – Tutelas provisórias;
II - Mérito do processo;
XII - (VETADO);
nova sentença sobre o mérito da causa, pois o direito a ser atingido é de satisfação material da
parte e no processo de inventário no que tange a questão da admissão dos herdeiros resulta em
decisão interlocutória, Portanto a comprovação do risco de lesão grave e difícil reparação
segundo o NCPC de 2015não é mais requisito para cabimento de agravo, porem a decisão
suscetível de causar a parte lesão grave antes da apelação ser julgada, poderá ser aplicado
mandado de segurança atuando em sentido oposto do que diz a sumula n° 267 do STF:” não
cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição”
(DONIZETTI, 2016, p.1361).
do processo, logo é possível que a parte formule um pedido de efeito suspensivo ao agravo ou
efeito ativo, embora tal termologia seja um pouco incorreta, o mesmo antecipa os efeitos da
tutela recursal abrindo possibilidade de pedir na análise que o tribunal fará assim que o agravo
for recebido, a não suspensão dos efeitos da decisão, mas conceda desde já aquilo que só com
o julgamento do recurso se concederia (WAMBIER, 2016,p.688).
No que diz respeito ao procedimento, este deverá ser interposto no tribunal e o
agravo encaminhado ao presidente do tribunal e depois distribuído ao relator, o exame de
admissibilidade será feito pelo tribunal e com demonstração de que os requisitos do art.955 do
CPC estão presentes, depois pedir o conhecimento do agravo apresentado, fazer um
retrospecto do caso e depois as razões da reforma da decisão seja por errores in procedendo
ou por errores in judicando (NOTORIANO, 2015, p.114).
O relator verificará se os requisitos do art.995 estão presentes, e na falta de um deles
a parte será intimada para regularização em cinco dias, seja pela regra do art.932, seja pelo
art.1007 em relação ao preparo ou do art.1017 no que tange a juntada de peças faltantes,
avaliando em seguida se não se trata de decisão monocrática do agravo por parte do relator,
quando for inadmissível e quando possível dar provimento monocraticamente , quando a
decisão é contrária a precedente ou negar provimento monocraticamente quando recurso é
contrário a precedente (RANGEL,2015,p.446).
O relator ao analisar perceber que não é o caso de negar provimento ao agravo ou
seguimento ao agravo, a parte contrária será intimada pelo relator para contrarrazões ao
agravo de instrumento, isso será feito inclusive se for caso de dar provimento monocrático ao
agravo, considerando que o mesmo tem que ofertar o contraditório a outra parte e as
contrarrazões deveram ser apresentadas no prazo de quinze dias (RANGEL,2015, p.447).
Estando relatório pronto, será o caso de pautarem o agravo, cabendo sustentação oral
em caso de agravo de instrumento em tutela provisória, embora alguns tribunais já estendam
a possibilidade de sustentando oral para outras situações, em especial quando se trata de
decisão de mérito, o agravo será julgado pelo órgão fracionário competente e em se tratando
de agravo de instrumento contra decisão de mérito, aplicar-se-á a necessidade de ampliação
da colegialidade, mas somente quando houver reforma da decisão agravada de mérito por
maioria (BARBUGIANI, 2017, p.18).
Uma vez julgado o agravo será proferido o acordão, que pode já ter o colegiado
ampliado em razão da aplicação da regra de ampliação do colegiado e em seguida publicado,
havendo possibilidade de outros recursos interpostos (ALVIM, 2017, p.45).
12
CONCLUSÃO
A decisão do STJ sobre o agravo de instrumento trouxe uma importante mudança para
o Código de processo civil, considerando que a interpretação do referido artigo deveria ser a
melhor possível e ao mesmo tempo, estar em consonância com os princípios constitucionais.
Algumas turmas atenderam ao que foi fixado no entendimento do tema 988,
compreendendo a urgência para análise do caso concreto, enquanto outras discordaram de tal
aplicação, analisando os casos de maneira diversa da que ficou estabelecida pelo STJ, fazendo
com que as partes fiquem reféns do entendimento dos julgadores em relação aos casos
urgentes, causando maior insegurança jurídica, porém é notório que a flexibilidade em fazer
18
uma abertura do rol foi muito positiva, sendo indispensável a pacificação do entendimento
aplicado, para melhor garantir a manutenção do processo jurídico.
A taxatividade mitigada não é uma escolha ruim de interpretação, todavia acabou por
conferir aos órgãos jurisdicionais, poderes em excesso, em relação a urgência ou não dos
casos concretos, além de provocar uma espécie de preclusão repentina, quando a parte
descobrir no julgamento da apelação, que a urgência no caso, de fato existia e que deveria ter
sido questionada por meio de agravo de instrumento, fazendo com que a revisão da decisão
seja inútil.
Ante o exposto, podemos concluir a respeito do agravo de instrumento e da decisão do
STJ, que cabe unicamente ao legislador solucionar as controversas criadas a respeito do tema,
ou seja, há uma grande necessidade de alteração do texto legal por parte do legislador, que
deveria alterar o texto, inserindo um rol taxativo de possibilidades de não cabimento do
agravo de instrumento, garantindo melhor aplicação da equidade, melhorando a efetividade da
segurança jurídica e arrancando das mãos do jurisdicionado a possibilidade de interpretação
conforme a sua necessidade e tornando o processo mais objetivo, límpido, equilibrado e sem
excessos.
Uma solução viável para a questão, seria uma interpretação objetiva que elencasse
algumas situações especificas em que a aplicação do agravo de instrumento é imprescindível,
como por exemplo, matérias que envolvam segredo de justiça ou competência, o que
facilitaria a objetividade na aplicação do recurso, uma contribuição automática para a
celeridade processual.
Conclui-se também que a decisão do Superior Tribunal de Justiça resolveu boa parte
dos problemas vislumbrados pela doutrina, entretanto a matéria ainda não foi pacificada,
considerando que as normas fundamentais do processo presentes no art.1º do novo Código e
os fundamentos constitucionais foram pouco abordados durante as tentativas de solucionar a
problemática criada sobre o rol do art.1015, deixando ainda algumas lacunas a serem
preenchidas nos próximos anos.
BIBLIOGRAFIA
AZEVEDO, Luiz Carlos de; COSTA, Moacyr Lobo da. Estudos de História do
Processo: Recursos. São Paulo: Joen, 1996, p.142-143.
BECKER, Rodrigo Frantz. O rol taxativo (?) das hipóteses de cabimento do agravo de
instrumento. Publicações da Escola da AGU, Brasília, v. 9, n. 4, p. 237-252.
BECKER, Rodrigo Frantz. Op. cit., p. 246.
19
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado.3 ed. São Paulo:
2017.
CORRÊA, Joel Machado. Recurso de agravo: história e dogmática por mais de 500
DIDIER JR., FREDIE. Curso de direito processual civil, V.03, 13ª Ed., Editora
Juspodivm, 2016, p.206-210.
DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de Direito Processual Civil. 20º ed. São
Paulo: Lúmen Júris, 2017, p.1360-1362.
Estudos de História do Processo: Recursos. São Paulo: Fieo e Joen Editora, 1996, p.,
143.
História do Direito Português, Coimbra: Almedina, 3ª. Edição, 1996, p. 266.
MARINONI, Luiz Guilherme. AREHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
curso de processo civil. São Paulo: Editora RT, 2015. V2. P. 444-455.
MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
ROMÃO, Pablo Freire. Taxatividade do rol do art. 1.015 do NPCP: mandado de
segurança como sucedâneo do agravo de instrumento? Revista de Processo, São Paulo, v. 41,
n. 259, p. 259-274
STRECK, Lenio Luiz. Verdade e Consenso: constituição, hermenêutica e teorias
discursivas. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 65.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral
do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum. v. 3. 7. ed.
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016; p.1035
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral
do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum. v. 3. 7. ed.
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016; p.1035-1038.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral
do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum. v. 3. 7. ed.
rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2016; p.1037-1040.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. CONCEICAO, Primeiros Comentários ao Novo
Código de Processo Civil. São Paulo: RT, 2016. p. 688.
20