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Universidade Federal do Cariri

Instituto de Formação de Educadores


Curso de Licenciatura em Pedagogia

PEDAGOGIA: HISTÓRIA E
IDENTIDADE PROFISSIONAL
ProfA° Karine Pinheiro

conversas pedagógicas
contemporâneas

Equipe: Alana de Oliveira, Juliana Isabel e Raiane Lacerda


SUMÁRIO
1. Pequena biografia de Saviani (Alana)
2. Pedagogia Histórico-crítica de Saviani
(Raiane)
3. O que é Educação?(Juliana)
4. Aplicação do método(Alana)
5. Biografia da Selma Garrido (Raiane)
6. Síntese dos conceitos de prática nos cursos
de formação de professores(Juliana)
7. Teoria e Prática(Raiane)
8. O estágio na formação(Alana)
9. Referenciais
Saviani e Selma Garrido

QUEM
SÃO ?
Um pouco sobre Dermeval Saviani:
Conhecido como o
idealizador e
principal expoente da
Pedagogia Tem experiência no campo da
educação, com ênfase em
Histórico-Crítica. filosofia e história da educação,
pesquisando, publicando e
proferindo conferências
Formado em filosofia pela principalmente sobre os
PUC-SP (1966), seguintes temas: educação
doutorou-se em filosofia brasileira, pedagogia e teorias da
da educação (PUC-SP, educação, filosofia da educação,
história da educação, história da
1971), tornou se educação brasileira, história da
livre-docente em História escola pública, historiografia e
da Educação (UNICAMP, educação, formação docente,
1986) PEDAGOGO BRASILEIRO política educacional e legislação
do ensino.
Pedagogia Histórico-Crítica(PHC)
- A PHC é um método de ensino proposto por Dermeval Saviani
- Processo ensino aprendizagem baseado em 5 momentos:

-prática social
-Problematização
-Instrumentalização
-catarse
-prática social

Obs: não foi pensado para ser aplicado:


-de maneira linear
-pode mudar conforme a situação
Observação:

-Para entender a PHC, é preciso primeiro entender a


lógica(concepções teóricas) que sustentam essa proposta.

- Se não entender sua fundamentação, é apenas um


método de ensino tradicional

Para iniciar:

O que é EDUCAÇÃO?
Conceito de Educação

“A educação é entendida como o ato de produzir direta, e intencionalmente em


cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente
pelo conjunto de homens.”
(SAVIANI, 2003, p. 13)

- Na perspectiva da PHC a educação não envolve


apenas conhecimento (transmissão de conteúdo)
- Objetiva conscientizar as pessoas sobre seu papel na
sociedade e no mundo (agentes sociais ativos)

PHC articula Educação e Sociedade


(contexto sócio-histórico
PHC e Ensino Tradicional

a) Ensino Tradicional:

- Baseado em conteúdos acríticos (sem considerar a


realidade e o social)

- Reproduzem a ordem social vigente

b) PHC:

- Baseado em conteúdos críticos (emergem do social,


das práticas sociais)

- Questionam a ordem social (organização social)


PHC

Caracteriza-se pela abordagem:

- HISTÓRICA
Valoriza o conhecimento acumulado e sistematizado

- CRÍTICA
Olha a realidade social para apontar os seus
problemas

- TRANSFORMADORA
Busca conscientizar por meio da educação sobre
direitos e deveres
PHC

- Depois de entender o papel da educação na PHC, eis


o método de ensino
- Método baseado em 5 momentos:

Prática social Prática social

Problematização
Instrumentalização
Catarse Momentos são articulados
(cada momento dura conforme
a situação)
PHC

Os 5 momentos não devem ser lineares, mas articulado

Prática social - Problematização - Instrumentalização - Catarse - Prática social

- Pedagogia Histórico-Crítica não é baseada na lógica


formal (fórmula pronta e igual para todas as escolas)
- Não é um método pronto. A aplicação do método muda
conforme a situação
- Mas há caminhos sugeridos ( “passos = momentos”)
- PHC é uma teoria (modo de planejar). Não uma técnica
(modo de executar)
É baseada na lógica dialética (contradições):

Tese (posição) + antítese (posição contrária) = síntese (nova posição a partir dos
contrários)

A passagem da síncrese (visão caótica de todo) à síntese (entender as


determinações) pela mediação da análise (abstrações)

- A PHC baseia-se nas contradições, na totalidade, pensa toda nossa realidade


- Nunca pensa um fenômeno isoladamente. Sempre dentro de uma totalidade
(inserido na realidade).
- Analisa os determinantes de um fenômeno (históricos, sociais, culturais,
religiosos, etc.)
- Identificando esses determinantes, entende-se o fenômeno no contexto social.
APLICAÇÃO
DO MÉTODO
PRÁTICA SOCIAL- problematização - instrumentalização - catarse - prática social

(É o ponto de partida)

-Não é o cotidiano simplesmente(abordagens cotidianas)

-É a forma como nos relacionamos com nossa realidade

PRESSUPOSTO - aluno precisa do PROFESSOR e da ESCOLA para


olhar e entender a realidade
Prática social- PROBLEMATIZAÇÃO- instrumentalização - catarse - prática social

-Identificação dos principais problemas postos pela


prática social

-Que questões precisam ser resolvidas pela prática social?

-Que conhecimentos são necessários para essa solução?


Prática social- problematização - Instrumentalização- catarse - prática social

- Dar os instrumentos teóricos e práticos necessários para


resolver os problemas detectados na prática social

- Não apenas no sentido tecnicista. São recursos necessárias


à conscientização
Prática social- problematização - Instrumentalização- CATARSE - prática social

CATARSE

-O momento mais importante do trabalho educativo

-Elevação da conscientização (nova forma de conceber o mundo, com


mais crítica e fundamentação)

-Transformação, ao mesmo tempo, intelectual, emocional,


educacional, política e ética

Exemplos:
- Exploração do trabalho infantil
- Violência contra a mulher
Prática social- problematização - Instrumentalização- CATARSE - prática social

CATARSE

A catarse tanto nos alunos como no próprio professor

- Fruto do processo ensino/aprendizagem

-[no professor] preparação da atividade de ensino


Prática social- problematização - Instrumentalização- catarse- prática social

PRÁTICA SOCIAL (é o ponto de chegada)

- Não é a mesma prática social do início (realidade caótica)

-NOVA PRÁTICA SOCIAL (compreendida de maneira mais


organizada)

-Há agora condições para agir e transformar a realidade

PRESSUPOSTO - aluno recebeu a


FUNDAMENTAÇÃO suficiente para olhar e
entender a realidade
SAVIANI MANIFESTA PREOCUPAÇÕES COM A
INESPECIFICIDADE DO PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR

Se a criança da classe popular


não contar com a escola como
caminho e perspectiva para
superar sua condição social
originária, ela não terá forças de,
sozinha, buscar meios de dialogar
com a realidade na qual está
inserida.
Um pouco sobre Selma Garrido
Formada em Pedagogia Trabalhou como
(PUC-SP), com professora; foi
especializações em
Orientadora Educacional
Orientação Educacional
na Educação Básica no
e Pesquisa em Educação,
concluiu seu Mestrado Ginásio Estadual
em Educação: Filosofia Pluricurricular
da Educação, em 1985 Experimental (GEPE),
Doutorado em até 1969, quando as
Educação: Filosofia da experiências educacionais
Educação. No período de no sistema público de São
1990 a 2013, realizou Paulo foram extintas pelo
Estágios de golpe civil–militar (1964).
Pós-doutorado na Lecionou Pedagogia em
França, Canadá, instituições particulares.
Espanha e Portugal

Atuou na formação contínua de professores das Escolas Técnicas Federais de todo


país, enquanto docente convidada, junto à equipe coordenada pelo Prof. Dr. José C.
Fusari no Centro Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal para a Formação
Profissional (CENAFOR – MEC), órgão do Ministério da Educação.
Selma Garrido: a teoria e prática na escola
Maria Amélia começa falando um pouco sobre Selma Garrido a partir da
preocupação de uma escola pública.

Sua preocupação tem sido a consolidação de uma escola pública, democrática,


justa, capaz de produzir transformações em direção à democracia da sociedade.
(FRANCO, 2012. p. 102)

[...] instrumento de luta é, essencialmente a, Pedagogia, como campo de


conhecimento específico, como ciência da educação. (FRANCO, 2012. p. 102)
● Voltada sempre para a questão da teoria e prática.
● As pesquisas centra-se na questão do estágio na formação do
professor
● O tema estágio é uma necessidade.
● Indissociabilidade da teoriapráticateoria.
Ainda não existem condições fundamentais ● Horas de trabalho pedagógico
para a prática do estágio como práxis. remuneradas;
● Equipe Pedagógicas articulada ao
Em que são apontadas as seguintes condições projeto de formação;
na página 105: ● Integração universidade-escola básica;
● Supervisão da formação: os espaços
para trabalhar coletivamente os
confrontos com a prática;
● Tempo integral para formação;
● Estágios iniciando-se desde o primeiro
momento de formação na universidade:
participação efetiva dos docentes na
construção e na prática do projeto
pedagógico.
IDENTIDADES DOCENTES, CHARGES E CRISE DO/NO MAGISTÉRIO: EFEITOS DE SENTIDOS -
Scientific Figure on ResearchGate. Available from:
https://www.researchgate.net/figure/Fonte-chargehtmlAcesso-em-05-abr-2013_fig4_28122
5879 [acesso em 09 de outubrode 2022]
Alguns livros da Selma Garrido sobre
estágio e Formação de professores
Síntese do livro: O Estágio na Formação
de Professores Unidade Teoria e Prática
Estágio nos anos 30

"Escolas normais"
● Cursos para formação de professores para as séries iniciais do 1º
grau.(PIMENTA, 2012, p. 28)

● Cada unidade da federação tinha sua própria legislação.

● O magistério não era uma profissão, mas uma ocupação, exercida por
mulheres (embora não fosse proibida aos homens).
Como o estágio eram visto em diferentes legislações estaduais

Amazonas Goiás
Não havia referência ao Haviam as chamadas
estágio no currículo, antes "aulas modelo", que
o “aluno-mestre” passaria visavam a aquisição da
por um teste após haver técnica metodológica e da
feito o estágio primário prática dos processos.
Como o estágio era visto em diferentes legislações estaduais

Ceará

Expressão “Técnica do Ensino” como disciplina e, no 3° ano,


obrigatoriedade de prática profissional, uma vez por semana.
(PIMENTA, 2012, p. 30)
Cursos de formação de professores nos anos 40/50

● A lei 8530/46 estabeleceu um currículo único


● No currículo do curso de regentes haveria "Didática e Prática de
ensino" no 4º ano
● Exercícios de observação e participação
● Como se pode observar, a Lei Orgânica ao regulamentar o Ensino
Normal, regulamenta a imprecisão quanto às disciplinas Didática e
metodologias e práticas de Ensino. (PIMENTA, 2012, p. 34)
Até a década de 60

● A prática como aquisição da experiência

● A prática docente poderia, pois, ser conhecida através da observação


de bons modelos e da reprodução dos mesmos (PIMENTA, 2012, p.
36)
Nos anos 70

● A Lei 5692/71 pretendeu a profissionalização no ensino médio e


criou as habilitações, dentre as quais a do magistério, o que, em tese,
poderia recolocar a dimensão do mesmo como profissão. Entretanto,
na realidade, essa habilitação não possibilitou a introdução da prática
(e da teoria) na formação de professores.
● Nos níveis conceitual e curricular a prática ficou restrita ao
entendimento de uma instrumentalização, a ser realizada em algumas
disciplinas (Didática e Metodologias).
● Persistência dos baixos salários
Nos anos 80

A insatisfação entre os educadores frente a esse quadro impulsionou a realização de


pesquisas em escolas evidenciando a necessidade de revisão por inteiro dos cursos
de formação no que se refere à teoria e à prática .

O curso de formação deve estar articulado à escola básica, possibilitando um


projeto no qual se explicite os conhecimentos e as habilidades que uma professora
deve possuir para assegurar o ensino de qualidade, necessário à educação das
crianças.

Ou seja, no curso de formação o “para que”, o “quê” e o “como” ensinar são


indissociáveis.
Teoria e Prática
O ensino-aprendizagem é a essência da atividade “Seu objeto consiste não apenas no
docente, pois o professor usa o conhecimento conhecimento da estrutura e
técnico prático para possibilitar que a
funcionamento dos processos reais de
aprendizagem se realize enquanto a atividade de
ensino, então é estabelecido um objetivo, finalidade ensino-aprendizagem, isto é, dos processos
e intervenção para que a realidade seja que já existem, mas também no estudo das
transformada enquanto realidade social. possibilidades de estruturação e
É preciso conhecer e compreender uma realidade funcionamento de novas possibilidades (de
histórica social para que essa aprendizagem seja ensinar e aprender) docentes” (Contreras
melhor trabalhada, possuindo uma intenção.
Conhecer, ensinar e aprender.
Domingo, 1990. p.130).
É nesse momento que entra a didática como uma
ciência que estuda o objetivo do ensino
aprendizagem, é uma das áreas da pedagogia, a
ciência da Educação
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Estágio

O estágio pode ser considerado como uma


“oportunidade de aprendizagem da
profissão docente e da construção da
identidade profissional” (PIMENTA, ● Situações que ocorrem no interior da escola
2004, p. 99). ● Objetivo deve ir além de ensinar conteúdos
● Reafirmação de escolha pela profissão
Referenciais
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
PIMENTA, S. G. (org). O estágio e a docência. São Paulo: Cortez, 2004.
PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria
Prática.São Paulo: Cortez. 1992.
PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade entre
teoria e prática. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 94, p. 58-73, 2013.
Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/839. Acesso
em 06 de outubro de 2022
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. São
Paulo: Cortez, 1992.
Desafios do processo de formação de professores no Brasil. Disponível
em https://youtu.be/SCVuELVEMgE acesso em 04 de outubro de 2022.
Obrigado(a) pela atenção!

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