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UFCD 9876
Organização do
Serviço de Bombeiros

Sessão 9876-S2

Introdução às Relações
Interpessoais
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Introdução às relações interpessoais

• Princípios gerais das relações interpessoais;


• Autoconhecimento;
• Empatia;
• Assertividade;
2 • Cordialidade;
• Ética;
• Comportamentos a adotar;
• Trabalho em equipa.
60 min.

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USO EXCLUSIVO DA ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS
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No final da sessão o formando deverá ser capaz de:

• Descrever os princípios gerais das relações


interpessoais;
• Reconhecer os comportamentos a adotar para a
melhoria das relações interpessoais;
• Definir trabalho em equipa.

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Princípios gerais das relações interpessoais
4

• Viver em sociedade implica conviver e interagir com o nosso


semelhante, gerando as chamadas relações interpessoais;
• Este é um conceito da área da sociologia e psicologia que
significa uma relação entre duas ou mais pessoas;
• Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto onde
ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar,
de trabalho ou de comunidade.
Princípios gerais das relações interpessoais
5

• Ao longo da nossa vida estabelecemos relacionamentos com


várias pessoas e a diferentes níveis;
• As relações que estabelecemos quando nos alistamos no
corpo de bombeiros diferenciam-se:
− não escolhemos com quem nos vamos relacionar, quer
sejam nossos colegas, superiores hierárquicos, vítimas
e familiares;
− é necessário relacionarmo-nos bem com todas elas
para alcançar o sucesso da nossa missão.
Princípios gerais das relações interpessoais
6

• No seio do corpo de bombeiros convivemos com diferentes


pessoas e temos que lidar com as consequentes diferenças de
opinião, de visão, de formação, de cultura e de comportamento;
• Lidar com esta diversidade pode não ser fácil, mas é possível
se os nossos relacionamentos interpessoais tiverem como
base:
− o nosso autoconhecimento;
− a empatia;
− a assertividade;
− a cordialidade;
− e a ética.
Autoconhecimento
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• Conhecer-se a si mesmo é essencial para estabelecer


bons relacionamentos;

• O autoconhecimento implica reconhecer o nosso estilo de


comportamento habitual, o impacto que causamos nos
outros e quais os comportamentos dos outros que nos
incomodam;

• Se tivermos autoconhecimento, ou seja, se soubermos


como vamos agir perante determinada situação,
poderemos utilizar estratégias que minimizam o conflito
com o outro.
Autoconhecimento
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• De forma a conhecermo-nos melhor e ao outro a prática


do diálogo é o mais recomendável;

• Fale aberta e respeitosamente aos outros sobre os


comportamentos deles que o incomodam e pergunte às
pessoas com quem você tem dificuldade de
relacionamento o que você faz que as incomoda.
Autoconhecimento
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Exercício prático:
“Papel nas costas”
Empatia
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• A empatia de uma forma geral consiste em conseguirmo-


nos colocar no lugar do outro;

• A empatia implica, considerar os outros, as suas opiniões,


emoções, sentimentos e motivações.
Empatia
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• A empatia torna-nos capazes de ver além do próprio ponto


de vista e amplia a nossa perceção da realidade com os
pontos de vista dos outros;

• Esta competência permite compreender os outros para


uma melhor gestão das relações;

• Entre as várias coisas que se pode fazer para a pôr em


prática, a mais básica é saber escutar ativamente o que os
outros nos têm a dizer.
Empatia
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Exercício prático:
“Problemas secretos”
Assertividade
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• Para ter relacionamentos saudáveis, não basta saber


escutar: é preciso também falar, expressar as nossas
opiniões, necessidades, sentimentos, direitos e
dificuldades;

• A assertividade, ou seja, a habilidade para nos


expressarmos de forma franca, direta, clara, serena e
respeitosa, é a forma adequada para o fazer;

• Deve expressar aos outros o que pensa, para que estes


não tenham que adivinhar: não deve guardar só para si os
seus pensamentos.
Assertividade
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• O indivíduo assertivo é aquele que apresenta um


comportamento adequado às diversas situações, sendo
claro e sincero na sua comunicação;

• A nível geral, o assertivo apresenta:

− Comunicação clara e objetiva das suas opiniões,


necessidades, sentimentos, direitos e dificuldades,
de forma adequada;

− Respeito por si e pelos outros;

− Pronuncia-se de forma serena e construtiva.


Assertividade
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• Os comportamentos particulares dos assertivos são:

- à vontade em situações de face a face (expressão


calma, honesta, construtiva e apropriada),

- a procura de compromissos realistas em situação de


desacordo;

- a busca de consensos e de integração das diferenças;

- o estabelecimento de relações fundadas na confiança,


na cooperação, colaboração e participação positiva no
grupo;

• O indivíduo assertivo não utiliza “máscaras”, é uma


pessoa autêntica e o seu comportamento gera no próprio
bem-estar e elevada auto-estima e, gera nos outros bem-
estar e admiração.
Assertividade
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Exercício de grupo:
“Identifique a situação em que pessoa
está a ser assertiva”

“Ontem um colega “Ontem ia com um


pediu-me para lhe amigo no seu veículo
fazer o seu serviço e ele pediu-me um
de piquete, em cigarro. Disse-lhe
consequência não que fumar num
pude ir ao cinema ver espaço fechado era
o filme que já tinha algo que não me
combinado com a agradava e pedi-lhe
família. Ele costuma o favor de não fumar
fazer isto, mas nunca dentro do mesmo, ao
lhe digo nada.” que ele acedeu.”
Cordialidade
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• Ser cordial é ser amável, atencioso, simpático, sincero, é


demonstrar consideração pelo outro;

• Podemos expressar este comportamento informal e educado de


várias formas no nosso dia-a-dia:

− Saudar os nossos colegas com um “bom dia”;

− Segurar a porta para alguém poder entrar;

− Apanhar do chão um objeto que o colega deixou cair;

− Dizer “obrigado” olhando a pessoa nos olhos;

− Oferecer-se para prestar ajuda.

A cordialidade desinteressada, que oferecemos por


iniciativa própria, sem esperar nada em troca, é um
facilitador do bom relacionamento nos bombeiros.
Ética
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• A dimensão ética estabelece uma relação com a moral,


considerando-se a moral como um conjunto de regras de
conduta reconhecidas como válidas num determinado tempo e
espaço;

• Ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os outros e não


contrariem o que se considera certo e justo;

• A ética dedica-se à reflexão sobre as escolhas morais,


procurando a sua justificação racional. Este trabalho pode ser
feito em relação a questões individuais, mas também às
profissionais, ou seja, é possível falar-se numa ética
profissional ou deontologia profissional.
Ética
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• Assim, no exercício das suas funções o bombeiro deve orientar a


sua atuação pelos seguintes princípios de natureza ética:

− O princípio da integridade implica que o exercício da


profissão se paute por padrões de honestidade e boa-fé;

− O princípio da responsabilidade implica que o bombeiro


assuma a responsabilidade pelos atos praticados no
exercício das suas funções;

− O princípio da competência implica que o bombeiro exerça


as suas funções de forma diligente e responsável,
utilizando os conhecimentos e técnicas apreendidas;


Ética
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• Assim, no exercício das suas funções o bombeiro deve orientar a


sua atuação pelos seguintes princípios de natureza ética:

− O princípio da equidade implica que o bombeiro garanta
igualdade de tratamento e de atenção a todas os utentes a
quem sirvam;

− O princípio da lealdade implica que o bombeiro, nas suas


relações recíprocas, proceda em correção e civilidade,
abstendo-se de qualquer ataque pessoal ou alusão
depreciativa, pautando a sua conduta no respeito pelas
normas legais e deontológicas vigentes por forma a
dignificar a atividade.
Ética
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• O bombeiro deve, ainda, pautar-se pelos seguintes


comportamentos e obrigações deontológicas especiais:
1. É dever fundamental possuir uma boa preparação, de
modo a desempenhar com competência as suas funções
e contribuir para o progresso e prestígio da função que
exerce, e da sua melhor aplicação ao serviço da
comunidade;
2. Deve proteger pessoas e bens, o ambiente e os recursos
naturais;
3. Deve garantir a sua segurança e dos seus colegas, dos
utentes dos seus serviços e da comunidade em geral;
4. Deve opor-se à utilização fraudulenta ou contrária ao
bem comum da sua função;

Ética
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5. Deve prestar os seus serviços com diligência e
pontualidade, de modo a não prejudicar o utente nem
terceiros, nunca abandonando sem justificação os
trabalhos que lhe forem confiados ou os cargos que
desempenha;
6. Não deve divulgar nem utilizar informações sobre utentes
ou terceiros obtidas no exercício das suas funções, salvo
se, em consciência, considerar poderem estar em sério
risco exigências do bem comum;
7. Deve pugnar pelo prestígio da função e impor-se pelo
valor da sua colaboração e por uma conduta
irrepreensível, usando sempre de boa-fé, lealdade e
isenção, quer actuando individualmente, quer
coletivamente;

Ética
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8. Deve atuar com a maior correção, de forma a obstar a
discriminações ou desconsiderações;
9. Não deve divulgar nem utilizar, sem previa autorização,
quaisquer informações sobre o seu corpo de bombeiros,
sejam elas de carácter operacional ou técnico;
10. Não deve prejudicar a reputação profissional ou as
atividades profissionais da classe, nem deixar que sejam
menosprezados os seus trabalhos, devendo quando
necessário, apreciá-los com elevação, e sempre com
salvaguarda do prestígio e da dignidade da atividade.
Ética
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Exercício de grupo:
“Estudos de caso: Ética nos
bombeiros”
Comportamentos a adotar
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• Conheça-se a si mesmo e conheça os seus colegas;


• Pratique o diálogo e seja um bom ouvinte. Diga o que pensa de
forma não agressiva;
• Seja simpático, sorria para as pessoas e trate-as pelo seu nome;
• Seja amigo, prestativo, cordial e tolerante. Em vez de criticar
oriente os seus colegas;
• Evite gerar competição uns com os outros e estimule a
colaboração entre colegas e equipas;
• Contribua ativamente para a coesão da equipa. Interesse-se
sinceramente pelos outros e não veja apenas os seus interesses;
• Procure apresentar um serviço de excelência, pois um bombeiro
pode ser voluntário por opção mas deve ser sempre um
profissional na ação.
Trabalho em equipa
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• No desempenho da missão de bombeiro é importante a


capacidade de comunicar, de se relacionar com os outros e de
interação com a equipa;

• O conceito de equipa é caracterizado por um conjunto de


pessoas, interdependentes e motivadas para atingirem um
objetivo em comum, caracterizado pela existência de uma
estrutura com papéis diferentes e complementares, agindo em
cooperação e de uma forma solidária e coesa;

• O trabalho em equipa é definido como um método visando um


objetivo em comum, que permite a muitas pessoas utilizarem o
melhor possível as suas qualidades individuais, associando as
competências e experiência.
Trabalho em equipa
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• Muitas vezes pensamos que “é mais simples e produtivo


trabalhar sozinho”, uma vez que sabemos que entendermo-nos
com os outros dá, de facto, trabalho!
• Todos nós somos diferentes e adaptarmo-nos ao outro implicará
sempre um esforço maior do que trabalharmos sozinhos;
• Mas, trabalhar em equipa pode trazer mais vantagens para a
Instituição e, no caso dos bombeiros, é a única forma de poder
dar respostas adequadas em tempo útil.
Trabalho em equipa
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Vantagens
• O máximo aproveitamento dos talentos de cada bombeiro;
• Maior criatividade nas tarefas a realizar;
• Maior motivação nas metas a atingir;
• Realização de um trabalho de forma mais eficaz e eficiente;
• Maior rapidez na concretização, logo maior produtividade;
• Maior responsabilidade individual;
• Troca de experiência entre bombeiros (aprendizagem na
realização de tarefas);
• Novas abordagens e soluções, processo de tomada de
decisão mais rico e fundamentado;
• Gosto pelas tarefas a concretizar;
• Maior qualidade e maior flexibilidade.
Trabalho em equipa
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• Trabalhar em equipa é aceitar a


diferença e a complementaridade, é
substituir o mérito individual pelo êxito
do coletivo;

• Não esquecer que as equipas são


sempre constituídas por pessoas e que
as pessoas têm os seus próprios
objetivos;
• A ligação entre as pessoas e as equipas
deve ser conseguida através de
objetivos coerentes e integradores, de
forma a que sejam os objetivos da
equipa a conectar as pessoas e não o
contrário.
Trabalho em equipa
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• Assim quando constituímos uma equipa de trabalho é


necessário que exista:
− Acordo na visão, missão e estratégia como equipa;
− Elevado envolvimento pessoal de todos os seus
membros;
− Noção clara dos objetivos que se pretendem atingir;
− Definição clara da organização de papéis e distribuição
de tarefas de cada elemento;
− Comunicação fluída e um clima de abertura que
proporcione a troca de ideias de experiências,
− Processo decisório consensual,
− Partilha de poder e uma boa liderança.
Trabalho em equipa
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Exercício de grupo:
“Balões”
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Princípios gerais das relações interpessoais;


Autoconhecimento;
Empatia;
Assertividade;
Cordialidade;
Ética;
Comportamentos a adotar;

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Trabalho em equipa.
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VERSÃO 1
2018

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