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Josiane Gonçalves Santos
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Mestranda em Educação do Programa de Pós-Graduação da Universidade Tuiuti do Paraná,
Pedagoga da Rede Municipal de Educação de Ensino, Curitiba, Paraná, Brasil, (josigonsantos@bol.com.br)
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reorganizando, quando necessário, a ação pedagógica, abordando os conteúdos de
forma diversificada, revendo conceitos e mudando atitudes na busca de auxiliar
efetivamente a construção do conhecimento pelo educando. É o momento de
entender que a avaliação é elo essencial no encadeamento que subsidia o processo
educativo.
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i.exe
desestabilização gera a necessidade de reaprender a trabalhar, rever a prática,
embasar-se em novas teorias, questionar suas certezas, propiciando um inovador
crescimento ao educador, pois as dúvidas se espalham, ocasionando debates e
legitimando novas formas de fazer e de encarar a educação e a vida. É um
momento histórico fecundo, que desencadeia processos que exigem reflexão e
trabalho coletivo, possibilitando trocas de experiências enriquecedoras. Entretanto
mexer na estrutura da organização escolar causa alterações nas relações
estabelecidas no interior da escola, provocando mudanças no relacionamento entre
colegas e, principalmente com os alunos, relações estas já deturpadas com o clima
de violência que impera na ampla sociedade mundializada e fruto de uma
globalização econômica exclusiva excludente. Atualmente o comportamento dos
indivíduos reflete os valores da ideologia consumista dominante que se infiltra em
cada sujeito que passa a agir conforme os “padrões” ideológicos vigentes que
penetram nas mentes “lavando cérebros” rumo ao consumismo, à competição e ao
individualismo exacerbado. Este novo cenário vem ocasionando profundas
alterações nas relações interpessoais que se tornaram, cada vez mais individualistas
e por conseqüência, competitivas, interferindo nas relações entre professores e
alunos. O cidadão do mundo globalizado encontra-se perdido, inseguro,
demonstrando a atual crise de paradigmas que vivemos.
A atual realidade mundial exige um educador capaz de lidar diferentes
ritmos de aprendizagem e diferentes culturas, despertando para o fato de que
ensinar, agora, requer habilidades que extrapolam o planejamento escolar,
consciente de que o processo de aquisição da aprendizagem sofre interferência de
fatores cognitivos, neurológicos, emocionais, afetivos, sociais, políticos. É preciso
que o professor se considere em contínuo processo de aprendizagem – tanto
quanto seus alunos – despindo-se da postura autoritária e arrogante, tão comum
em muitos docentes, pois ainda é possível encontrarmos educadores
desenvolvendo sua prática como se nada tivesse mudado, caminhando na
contramão da modernidade, demonstrando serem incapazes de adaptar-se às
exigências de um novo tempo.
Várias foram as inovações pedagógicas desenvolvidas nas escolas, fruto
das transformações sociais, no entanto se a prática mudou a avaliação permaneceu
sempre a mesma. Tradicionalmente a avaliação sempre foi utilizada como forma de
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poder e coerção dos professores sobre as condutas de seus alunos, modificá-la
exige uma nova visão do docente diante do processo pedagógico.
A utilização de novas metodologias, novos recursos, novas tecnologias,
favoreceu o desenvolvimento de um novo “olhar” dos educadores , tornando a
aprendizagem mais significativa. Em documento publicado pela Secretaria Municipal
de Ensino do município de Curitiba sobre a Organização do Conhecimento no
Cotidiano Escolar (2001) essa questão é apresentada com a seguinte visão
Para isso, é necessário dar condições ao aluno de: construir uma nova maneira
de compreender a realidade da qual faz parte, ajudando-o a relacionar as
experiências anteriores e as vivências pessoais; formular e resolver problemas,
provocando dessa forma modificações de comportamento e utilizar os
conhecimentos apreendidos em outras situações
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2. O CARÁTER FORMATIVO DA AVALIAÇÃO NA ESCOLA CONTEMPORÂNEA
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Nessa forma de organização do tempo escolar a avaliação não é um ato
pedagógico isolado, mas parte integrante de um processo educativo, devendo ser
encarada como elemento intrínseco da aprendizagem e servindo de orientação para
a efetivação da aprendizagem através da reelaboração contínua. LUCKESI (2000, p.
09) afirma que a aprendizagem do educando exige que o educador considere-o
“como ser humano, na sua totalidade e não só na aprendizagem específica”. Em
síntese, avaliar o aluno a partir de seu desenvolvimento e dos avanços ocorridos em
sua aprendizagem, compreendendo a sua individualidade enquanto ser humano.
A avaliação, elemento fundamental e constitutivo do processo ensino-
aprendizagem, deve servir para conscientizar o professor dos avanços e
dificuldades do educando, propiciando a reflexão frente à aprendizagem de seus
alunos, instrumentalizando-o na tomada de decisões que intervirão positivamente na
construção efetiva do conhecimento. É um processo que deve acompanhar a ação
pedagógica, portanto deve favorecer a investigação, acompanhando continuamente
a construção do conhecimento pelo educando, adquirindo uma dimensão formativa e
processual, que percebe o indivíduo globalmente, de modo diferenciado.
A avaliação formativa exige que o professor esteja atento às
individualidades de seus alunos, compreendendo seus avanços e identificando suas
dificuldades, favorecendo seu desenvolvimento contínuo. HOFFMANN (2001, p. 19)
afirma “nessa dimensão educativa, os erros, as dúvidas dos alunos, são
considerados como episódios altamente significativos e impulsionadores da ação
educativa.” É um processo pedagógico que oportuniza a reflexão-ação frente os
resultados obtidos tanto para professor quanto para o aluno. Para tanto é preciso
registrar o desempenho dos alunos, de modo a construir uma visão global de sua
aprendizagem em todos os momentos do processo, modificando a concepção
docente que anteriormente orientava-se pelos resultados quantitativos obtidos
através da realização de provas.
A sociedade mudou, as relações sociais mudaram, as pessoas mudaram,
assim, a escola necessita adequar-se à essa nova realidade servindo de instrumento
à formação humana, identificando avanços e dificuldades, essenciais no
desenvolvimento global do educando.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por isso, a avaliação do aluno na escola obrigatória não pode se pautar num
referencial conteudista de qualidade genérica. O critério de avaliação no 1.º grau
é o próprio aluno, seu esforço para adquirir os hábitos essenciais necessários a
todo cidadão moderno.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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