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(Hantavirose) Protocolo de Procedimentos Médicos

Protocolo de Procedimentos Médicos

A implantação da Vigilância Epidemiológica da Síndrome Pulmonar por


Hantavírus (SPH) tem se mostrado cada vez mais necessária para melhor
conhecimento do seu comportamento e introdução de medidas de prevenção.
Esta vigilância deverá ser capaz de proporcionar informações adequadas, em
tempo hábil e na forma correta, para que se efetuem ações de controle.
Principalmente deve antecipar-se na ocorrência de processos patológicos
comuns à síndrome, detectando o caso em seu início, evitando as formas
graves e, conseqüentemente, óbitos. Em um período de tempo maior, o
seguimento e a análise da tendência e ocorrência da síndrome é de muita
importância para detectar qualquer eventual mudança epidemiológica, que
necessite uma intervenção imediata.

Caso Suspeito: Paciente com antecedentes epidemiológicos, geralmente


acima de 10 anos de idade, que apresenta febre e mialgias em grandes grupos
musculares:
1- Se o quadro for severo: realizar hemograma com contagem de plaquetas. Se
resultar: hematócrito igual ou acima de 50, ou - Contagem de plaquetas abaixo
de 150.000, ou presença de linfócitos atípicos:considerar o caso como suspeito
e internar em UTI com muita urgência.
2- Se o quadro for moderado ou leve: medir a freqüência respiratória e a
saturação de oxigênio:
a) Se a freqüência respiratória estiver menor do que 24 movimentos
respiratórios por minuto, ou se o nível de saturação de oxigênio estiver maior
do que 90%, considerar o caso como não suspeito.Todavia, nova avaliação
deve ser feita em 24 horas.
b) Se a freqüência respiratória estiver acima de 24 movimentos respiratórios
por minuto, ou o nível de saturação de oxigênio estiver menor do que 90%,
fazer Rx de tórax:
- Se a imagem apresentar padrão lobar, considerar o caso como não suspeito.
- Se a imagem apresentar infiltração intersticial, bilateral, considerar o caso
como suspeito e internar em UTI urgentemente.
- Ainda, solicitar hemograma com contagem de plaquetas, e considerar o
indicado no item número 1.

Critérios de Exclusão: Pacientes com doença pulmonar severa prévia,


imunodeficiência adquirida ou congênita, que faça uso de terapia
imunossupresssora ou doença que explique o quadro pulmonar atual
(traumatismo torácico, história prévia de aspiração, pneumonite tóxica).

Confirmação de Caso: Casos que se enquadrem nas definições acima deverão


ser confirmados, junto ao quadro epidemiológico e prova laboratorial
positiva. Deve ser colhido sorologia para exame específico ELISA ( IgM em
soro ou soro conversão por IgG) e/ou histoquímica de órgãos e encaminhado
ao LACEN, que enviará ao Laboratório de Referência Macrorregional. As
amostras devem ser enviadas conforme normas do Instituto Adolfo Lutz em
São Paulo, em anexo.
Em caso de óbito, proceder a necropsia , observando o aspecto macroscópico
do pulmão conforme descrito no anexo.

Notificação de Casos Suspeitos: Casos suspeitos deverão ser notificados


imediatamente ao Centro de Saúde Ambiental, na Secretaria Estadual da
Saúde – Divisão de Zoonoses, por Telefone ou Fax (41-333-3425/333-
4132)Deverá ser preenchida a Ficha Individual de Notificação, já existente no
SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Nº A985) e
posteriormente a ficha de Investigação de Hantavírus, que poderá ser
solicitada ao Centro de Saúde Ambiental.

Fluxo de Notificação
Unidade de Saúde Local
Notificação e envio da amostra
Vigilância Epidemiológica do Município
Notificação e envio da amostra
Vigilância Epidemiológica da Regional
Envio da amostra Notificação
LACEN 
Centro de Saúde Ambiental (SESA) – Div. Zoonoses
Envio da amostra Notificação
Laboratório de Referência Macrorregional
(Instituto Adolfo Lutz) CENEPI – Coordenação Nacional de Controle de
Zoonoses e Sorologia positiva Animais Peçonhentos 

Ações de Vigilância
- Na presença de casos suspeitos deve-se proceder a visita domiciliar, para
observar a existência de comunicantes (pessoas que coabitam/utilizam o
mesmo espaço) e se estes apresentam sintomatologia. Colher sorologia apenas
dos comunicantes com sintomatologia sugestiva de SPH. Em caso de
confirmação, deverá ser colhida sorologia de todos os comunicantes.
- Observar as condições de habitação, a presença ou não de roedores no
domicílio e peri-domicílio, atividades de lavoura, presença de mata em torno
da residência e acondicionamento da colheita.

Medidas de Controle
1- Em Relação a Fonte de Infecção:
Diminuir a entrada de roedores no domicílio, através das seguintes medidas:
- guardar a comida, inclusive ração de animais, em recipientes fechados;
- acondicionar o lixo em recipientes com tampa;
- não deixar restos de comida espalhados pela casa;
- lavar as louças e utensílios de cozinha logo após o uso;
- não deixar acumular entulho ou lixo ao redor da casa;
- cortar o mato em torno da casa;
- colocar a comida dos animais domésticos fora da casa, e não deixar restos no
utensílio e
- cobrir todas as aberturas da casa com diâmetro acima de 1,5 cm.
2- Em Relação ao Modo de Transmissão:
No domicílio onde ocorreram casos:
- lavar o chão com água, detergente ou desinfetante (sem varrer
anteriormente). Para este procedimento, deve-se ventilar o ambiente, utilizar
luvas e máscaras de proteção.
- Trabalhadores de locais de risco, devem ser informados dos sintomas e
prevenção da doença.
Bibliografia:
1- Síndrome Pulmonar por Hantavírus – Centro de Vigilância Epidemiológica
"Prof. Alexandre Vranjac" – Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo –
Divisão de Zoonoses.
2- Normas e Diretrizes para Vigilância de Hantavírus – Boletim
Epidemiológico do CENEPI/FNS/MS – Abril e Maio de 1998.
3- CDC – a New Hantavírus – Videotape Graphica – 1993.
4- Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente – Seção de Zoonoses e Vetores –
Seção de Virologia – LACEN – "Síndrome Pulmonar por Hantavírus".

Fonte: Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica 1998. 


Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde

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